domingo, 31 de maio de 2009

MUCURIPE




Mucuripe, o primeiro - O primeiro topônimo cearense a constar em mapa foi Mucuripe. Ele aparece nos mapas das Capitanias, em 1574, escrito Macorie. Que aparecerá na relação de Soares Moreno, em 1618, como Macoripe. Significaria na linguagem dos indígenas água ou rio dos Mocós.


Mucuripe na década de 30
O Mucuripe é um bairro de moradores apaixonados pelo lugar

Foto da década de 30
O bairro do Mucuripe guarda uma das imagens mais marcantes de Fortaleza: as velas que encantam e fazem a moldura da enseada que leva o nome do bairro.

O local fica movimentado pela manhã, com as pessoas que vão caminhar e correr na Beira Mar e os visitantes que aparecem no mercado de peixes para comprar o pescado.
O Mucuripe é o bairro do pescador e de moradores realmente apaixonados pelo lugar. Hoje é cheio de prédios imponentes; símbolos da Capital.
No nome da rua - Manuel Jacaré - a homenagem ao pescador que foi até o Rio de Janeiro falar com o presidente, pedir uma vida melhor para os homens do mar. Hoje, pouco mudou. Há dois anos, cansado das dificuldades, mas sem querer se afastar do mar, o instrutor de vela, Edson Ferreira da Silva, trocou a jangada pelos esportes náuticos. Ninguém melhor do que ele, 40 anos de pescaria, para ensinar velejadores. Trabalhando na areia, pouca gente sabe o que ele guarda na memória; detalhes de um Mucuripe que já não existe mais. “Na memória ficam as brincadeiras de criança que a gente ia surfar na praia, depois tomar banho nos riachos, quando era despoluído. A gente roubava fruta do quintal dos pescadores. Era muito legal”, conta Edson.
O riacho que Edson fala é o Maceió, que deságua próximo à estátua de Iracema, construída em 1965. E o Mucuripe tem mais. A capelinha de São Pedro, erguida no final do século XIX; um cemitério quase centenário, que foi ideia dos moradores da época. Mas é na areia da praia que sentimos o que é viver no Mucuripe. Um estado de espírito. Raimundo Gomes da Silva nunca esqueceu a primeira vez que entrou no mar. “Vim para cá com sete anos de idade. Chegando aqui, um pescador me convidou para ir ao mar, e eu fui. Minha mãe ficou louca atrás de mim. Umas quatro horas da tarde cheguei com bastante peixe, dinheiro, e não vimos que era outra vida”, lembra Raimundo.

No mercado de peixes, quem é de outros bairros vêm em busca de pescado é claro. Para quem é do Mucuripe, é hora de comemorar. O motivo da festa? A volta para casa. “A pessoa sai para pescar, aí chega no fim de semana e tira um peixinho para comer torrado aqui”, conta um pescador.
E sabe o que sente o pescador quando chega em terra firme? “É um mar de rosas, né!?”, diz o pescador, Raimundo Gomes.
Ao lado da capelinha do padroeiro, a justa homenagem ao jangadeiro cearense.




Afinal, o que seria do Mucuripe sem o pescador ou do pescador sem o Mucuripe?



Farol do Mucuripe

O Velho Farol do Mucuripe virou Museu do Jangadeiro, mas hoje está fechado.

O farol foi tombado pelo Patrimônio Histórico em 1982. Hoje em dia não tem segurança e não espera por uma reforma.



Construído no século XIX, o velho Farol do Mucuripe guiou as embarcações pela costa de Fortaleza até a década de 50. Em 1982, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e transformado no Museu do Jangadeiro. Mas isso também faz parte da história. Hoje o velho farol está fechado por falta de conservação e segurança.

A foto mostra como era o farol desde sua inauguração até a década de 50, reinando solitário entre as dunas. O Farol do Mucuripe foi terminado em 17 de novembro de 1846, construído pelos engenheiros Júlio Álvaro Teixeira de Macedo e Luís Manoel de Albuquerque Galvão e do Maquinista Trumbull (Truberel). Começou a funcionar em 29 de julho de 1871, o farol giratório do Mucuripe.
De longe a fachada parece intacta. Mas a falta de manutenção do Farol do Mucuripe afastou os visitantes. Os moradores da região dizem que o local, que era pra ser ponto turístico de Fortaleza, foi esquecido. O Farol do Mucuripe tem um passado importante. Foi construído no século XIX. Desde então, passou por inúmeras reformas. Foi desativado no fim da década de 50 do século passado. A última recuperação foi há 25 anos quando o farol foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria da Cultura. Hoje o lugar parece que perdeu importância. 


A foto atual, de Osmar Onofre, o mostra "sufocado" entre casas e casebres, apesar de bem tratado, todo pintadinho, servindo de museu.
A placa é de indicação de um equipamento turístico, mas o Farol do Mucuripe está completamente abandonado. A prova disso é que ele está fechado para a visitação pública. Alguns moradores fizeram do farol ponto de encontro. O pescador Pedro Pessoa, que mora no Mucuripe há mais de 40 anos, lembra da época em que o lugar recebia a visita de turistas.
O prédio está pichado. E há muito tempo não há sinal de manutenção. Apenas um guarda da Polícia Militar faz a segurança do farol, que está sempre de portas fechadas.


O Farol do Mucuripe foi construído em 1840 e fica próximo ao Cais do Porto, que tem o mesmo nome. Foi desativado e conservado, servindo de sede ao Museu do Jangadeiro ou Museu de Fortaleza.
O velho Farol do Mucuripe foi construído pelos escravos entre os anos de 1840 a 1846. Uma construção em alvenaria, madeira e ferro, em estilo Barroco. Uma das mais antigas edificações de Fortaleza. Foi durante muito tempo referência para embarcações que aqui aportavam. O velho olho do mar, como era conhecido, foi desativado em 1957. No período de 1981 a 1982, foi reformado para abrigar o Museu do Jangadeiro, atual Museu do Farol, cujo acervo faz referência a Fortaleza Colônia. Faz parte do Patrimônio Histórico, sendo um dos mais belos pontos turísticos da cidade. Infelizmente está fechado a visitação.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) o Farol do Mucuripe está entregue ao abandono, um referencial de Fortaleza Colônia.



Porto do Mucuripe
Porto em fase de conclusão 1958
Porto 1946
O Porto do Mucuripe é um dos principais portos da navegação de cabotagem do Brasil em movimentação de cargas.
Situado na enseada do Mucuripe desde a década de 50, o Porto de Fortaleza é rico em histórias, idéias e projetos.
O primeiro projeto de porto para Fortaleza surgiu em
1870 pelas mãos de Charles Neate. Seu projeto consistiu na construção de um quebra-mar e sistemas auxiliares para a atracação de navios na costa no históricos local da Prainha, ao lado direito da foz do Riacho Pajeú, próximo a Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, onde hoje existe a Praia de Iracema. Neste local foi construído vários trapiches desde 1804. Em 1875 tem início a construção do projeto de Neate pelo Sir John Hawkshaw; início da construção do quebra-mar, armazéns, Prédio da Alfândega de Fortaleza em 1883; a construção da Ponte Metálica entre 1902 e 1906 até a construção da famosa Ponte dos Ingleses em 1921. Como o local escolhido e no qual foi construído mostrou-se inviável as atividades portuárias, foram feitos estudos e projetos para um novo local para o Porto de Fortaleza.
Em
1908, uma comissão chefiada pelo engenheiro Manoel Carneiro de Souza Bandeira começou uma minuciosa e completa pesquisa na Prainha e na Enseada do Mucuripe, para levantamentos topo hidrográficos e para estudo do regime dos ventos, das marés, das correntes e dos movimentos das areias.




Em 1929, o Departamento de Portos, Rios e Canais tinha planos de realizar estudos sobre o porto de Fortaleza. Esta tarefa coube ao engenheiro Augusto Hor Meyll. Com base nos estudos feitos em Fortaleza, o Dr. Hor Meyll apresentou, a 21 de janeiro de 1930, o seu projeto de construção do porto de Fortaleza na enseada de Mucuripe. A enseada do Mucuripe oferecia vantagens extraordinárias, inclusive o fato que esta localiza-se seis quilômetros da Capital. Na época Meyll diz em frase que ficou famosa: "Ou temos o porto na enseada de Mucuripe, ou nunca teremos um porto em Fortaleza."Getúlio Vargas em 7 de julho de 1938 decide sobre a localização do novo porto de Fortaleza e definindo a enseada do Mucuripe como o novo local.

No ano seguinte, 1939, foi instalado o canteiro de obras para construção do primeiro trecho de cais.


Estátua de Iracema

Foto antiga, bem antes da "restauração"
Estátua de Iracema - O primeiro monumento que retratou a “virgem dos lábios de mel” foi esculpido pelo pernambucano Corbiniano Lins e inaugurado em 24 de junho de 1965. A estátua foi construída na enseada do Mucuripe, local onde a índia esperava o regresso do “Guerreiro Branco” - Martim Soares Moreno. No monumento, os personagens: a índia Iracema, seu marido Soares Moreno, o filho Moacir e o fiel cão Japi.


Inauguração da Estátua de Iracema


10 comentários:

  1. Achei esse blog muito massa...+ tenho uma dúvida,pq a estátua de Iracema fica num canto e a praia de Iracema fica lá pro outro lado????????;;;;Só Froyd explica;;;;;;

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  2. Na verdade, na praia de Iracema tbm tem uma estátua, assim como na lagoa de Messejana. Se eu não estou enganada, em Fortaleza existem 5 estátuas q homenageiam Iracema.
    1ª Na Avenida Presidente Castelo Branco
    2ª Na Praia de Iracema
    3ª Na Praia do Mucuripe
    4ª Encontra-se no Palácio Iracema
    e a 5ª em Messejana

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  3. Parabéns pelo Blog, pelos textos e principalmente pelo assunto. Muito obrigado, sou fã.

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  4. pena que a beleza do local não foi preservada,seria um paraiso.
    gostaria de ter visto tudo aquilo de perto

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  5. Amei a materia,viagei no passado fui criança , adolescente na av. abolição prióximo ao predio do "Cardoso" meu tio tinha uma carpintaria era assim que era chamado, um "Barzinho por nome Zé Pretinho" o nome dele Joze Bráz Chaves já falecido mas falei nele porque ele era muito conhecido, eu fui pra inauguraçao da estatua de Iracema eu tinha 15anos ,parabéns me fez lembrar dos anos em que podiamos passear sem medo de ser assaltado.VOLTO A FALAR DAQUELA EPÓCA

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  6. Oi Edna! Olha que coincidência, moro pertinho da Av. Abolição, com certeza minha mãe deve lembrar do seu tio, vou falar com ela, depois te conto.

    Obrigada pelo comentário.

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  7. Tenho 55 anos e vi Fortaleza , onde nasci e me criei, bem diferente da atual.Você saberia me dizer se havia alguma construção entre a estátua e o mar no ano de sua inuguração?

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    1. Oi Fred, bom dia!

      Olha só, eu nunca soube de nenhuma construção entre a estátua de Iracema e o Mar, mesmo porq, creio eu q em 65, já não havia mais as casinhas de pescadores nas areias da praia...

      Um forte abraço e obrigada pelo comentário

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  8. Leila, minha mãe morou em um "sitio" que ficava nas proximidades da estátua de Iracema. (Lucia Vasconcelos)

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  9. Mucuripe é muito especial. Lamentável o nível de violência que a capital atingiu, que impede ou dificulta a visitação de muitos pontos da cidade com plena liberdade.

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