quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Raimundo de Farias Brito



Raimundo de Farias Brito nasceu em São Benedito, Ceará, no dia 24 de julho de 1862 e faleceu no Rio de Janeiro, em 16 de janeiro de 1917) foi escritor e filósofo, sendo considerado como um dos maiores nomes do pensamento filosófico do país e autor de uma das mais completas obras filosóficas produzidas originalmente no Brasil, onde identificou os planos do conhecimento e do ser, voltando dogmaticamente à metafísica tradicional, de caráter espiritualista. Era também maçom.




Domingo, dia 27 de outubro de 1861, a casa de Joaquim Pedro da Cruz e Izabel Rodrigues de Farias, estava vivendo momentos de alegria, pois, sua filha Eugênia Alves Ferreira, ia naquela manhã radiosa, consorciar-se com Marcolino José de Brito.


Marcolino e sua esposa ficaram residindo em uma residência, de propriedade do Coronel Francisco Cassiano do Amaral, que cedeu aos mesmos para residirem, próximo à praça da Matriz em São Benedito. Hoje a mesma propriedade pertence ao médico Dr. Bueno Amaral Banhos, bisneto do Coronel Cassiano.

Casa onde nasceu Farias Brito


Foto atual da casa 

No domingo do dia 24 de julho de 1862, aquele lar recebia seu primogênito onde no dia 03 de outubro do mesmo ano, fora batizado pelo padre Crisóstomo de Oliveira, recebendo o nome de Raimundo de Farias Brito, tendo como padrinhos seus avós maternos, Joaquim Pedro da Cruz e Izabel Rodrigues de Farias.

Em 1865, a família se muda para Alagoinhas em Ipueiras. Em 1870, a convite de um amigo, transferiram-se para Sobral, pois queriam principalmente cuidar da educação de Farias Brito, que estava com quase oito anos. No dia 04 de dezembro de 1974 faz o seu primeiro exame primário no Colégio Sobralense e no fim do ano tirou distinção em várias matérias.

No ano de 1877 o Ceará foi varrido por uma terrível seca e a família teve que voltar para Alagoinha. Em 1878 a família se muda para Fortaleza, onde em maio de 1979 Farias Brito matricula-se no Liceu Cearense, como ouvinte, por já estarem fechadas as matrículas, terminando somente em 1880 seu 2º grau aos dezoito anos de idade.

Após o término de seus estudos secundaristas, a família de Farias Brito muda-se novamente, agora o destino é Recife. Em 1881 Raimundo de Farias Brito, se matriculava na tradicional Faculdade de Direito do Recife. A natural inclinação de Farias Brito para a Matemática levou-o a lecionar a matéria em alguns colégios de Recife, como já o fizera em Fortaleza. No dia 19 de novembro de 1884 cola grau, tendo como Bacharelado em Ciências Jurídicas e Social, retornado novamente ao Ceará com a sua família.

O PROMOTOR E FILÓSOFO

No início de 1885 foi nomeado Promotor Público de Viçosa do Ceará. Em 1888 depois pediu e obteve remoção para Aquiraz, sendo chamado para ser secretário pelo então governador Caio Prado, ficando no cargo por apenas um ano. Em 1889, já com 27 anos de idade, saía seu primeiro livro: “Cantos Modernos”. Em 1890 vem ao pensamento de Farias Brito a política, onde resolve se candidatar, sem sucesso, à Deputado Federal. Em abril de 1891, foi convidado pelo General Clarindo de Queiroz para ser Secretário de Governo, e a 12 de fevereiro de 1892 o General é deposto do Governo do Ceará.

No dia 02 de dezembro de 1893, na Igreja Coração de Jesus, em Fortaleza, Farias Brito casa-se com Ana Augusta Bastos. De 1894 a 1895, uma calmaria na vida de Farias Brito, resolve se dedicar ao seu segundo livro: “Finalidade do Mundo”. Após o lançamento do livro, o filósofo sofre um grande golpe, morre seu filho primogênito com apenas dez meses de idade. Em 1897 nasce sua filha, mas em junho do mesmo ano morre a esposa de Farias Brito.

Primeira esposa de Farias Brito, D. Ana Bastos

Em 1899 sai o segundo volume de “Finalidade do Mundo”. Em 1901, Farias Brito é aconselhado pelos amigos a ir a Europa e o filósofo resolve ir ao Velho Mundo, porém ao chegar ao Rio onde estava passando uns dias, recebe notícias de casa e regressa às pressas, pois, seu pai se encontrava mal de saúde e poucos dias depois falece o velho Marcolino aos 71 anos de idade no mês de agosto de 1901. Extremoso, Farias Brito escreve:

“Meu velho pai, aquele que fora no mundo o meu melhor amigo, aquele que tinha em mim toda a esperança e todo o seu amor e o único que seria capaz de dar por mim a própria vida. Meu pai só tinha um intuito na vida: educar-me”.



Em setembro do mesmo ano Farias Brito casa-se com Ananélia Alves, natural de Guaramiranga.
Em 1902, o filósofo decide deixar o Ceará para morar em Belém no Pará. Desse matrimônio nasceram cinco filhos. Os sete anos que Farias Brito viveu em Belém foram dos mais fecundos e prósperos de sua trabalhosa existência. Ali elaborou e publicou dois volumes dos mais dignos de atenção em sua obra de filósofo, porque contém a terceira parte da “Finalidade do Mundo”, sobre o título de “O Mundo Como Atividade Intelectual”, e no mesmo ano escreve o livro “Verdade Como regra das Ações”.

Segunda esposa de Farias Brito, D. Ananélia Alves - Segunda esposa de Farias Brito, D. Ananélia Alves - Retrato de 1901

Em 1902 foi nomeado a Professor Substituto da Faculdade de Direito de Belém, e em 1903 foi nomeado terceiro Promotor Público. No ano de 1905, sai a primeira edição do terceiro volume “Finalidade do Mundo” e a ”Verdade como Regra das Ações”. Em 1909, vai residir no Rio de Janeiro, submetendo-se ao concurso de lógica no Colégio Pedro II, obtendo o primeiro lugar que, mas injustamente foi-lhe dado o segundo lugar, ficando primeiro com Euclides da Cunha. Porém, com a morte trágica de Euclides da Cunha, Farias Brito ocupa a tão ambicionada cadeira de Lógica.


Colação de Grau - 1905 - Colação de Grau de Farias Brito em 1905

Em 1912, já altamente credenciado como escritor, publica outro livro: “A Base Física do Espírito”. Em 1914, em parceria com Jackson Figueiredo, publica o seu último livro: “O Mundo Interior”. No ano de 1916 o filósofo escreve uma alto crítica intitulada Panfleto, com pseudônimo de Marcos José. Com forte hemoptise, veio a falecer no dia 16 de janeiro de 1917, na Rua Bela de São João, número 289, Rio de Janeiro, em sua residência, cercado do carinho de sua família, amigos e admiradores.


Casa em que Residiu no Rio de Janeiro

Familiares se reunem junto ao túmulo de Farias Brito

Familiares de Farias Brito se reunem na Matriz de S. Cristovão

 Túmulo de Farias Brito

Texto original escrito por Dr.Bueno Banhos
Editado e revisado por Antonio Arley Rodrigues da Silva
 

Obras

A obra filosófica de Farias Brito compõe-se de duas trilogias:
  • Finalidade do mundo
A Filosofia como Atividade Permanente do Espírito (1895)
A Filosofia Moderna (1899)
Evolução e Relatividade (1905)
  • Ensaios sobre a Filosofia do Espírito
A Verdade como Regra das Ações (1905)
A Base Física do Espírito (1912)
O Mundo Interior (1914)


Curiosidades

  • Para homenageá-lo, a cidade cearense de Quixará passou a ser denominada Farias Brito.
  • Em Fortaleza, há a rede de ensino particular Farias Brito, denominação que é igualmente um tributo ao filósofo, que atua no ramo dos ensinos fundamental, médio e superior, mas tendo o seu foco na preparação para vestibulares.
  • Em Fortaleza, um conhecido bairro leva o nome desse importante homem. Veja aqui



Fontes: Wikipédia e o site São Benedito

9 comentários:

  1. Coincidência: me chamo Ananelia Marques Alves!!!!!!!!

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  2. Salve Farias brito, nos seus 150 anos de nascimento! 24 de julho de 1862 a 24 de julho de 2012!

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  3. Quero conhecer Farias Brito , deve ser uma Cidade linda . 28 / 12 / 2015 .
    sou do Ceará , meu pai era da família Brito da região de São Benedito ou Ipú Taguara . Minha mãe o sobre nome dela Alves de Farias , Boa vista Cariré .

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  4. Meu Pai é da familia Farias Brito e minha Mae da Familia Alves Costa.

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  5. Minha familia é de sao benedito-ce minha avó era maria cordeiro de brito ela foi deserdada pelo meu bisavô pois ela casou-se com um negro meu avô e onde estao meus tios-avós maternos e seus desendentes

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  6. Sou entusiasta das filosofias, para mim é uma grande satisfação ter Raimundo Farias Brito como filósofo das nossas terras cearenses, um mestre do mistério e filósofo da natureza.

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  7. Dna. Ananélia Alves, segunda esposa de Farias Brito, era minha tia bisavó. Filha de Trimpham Francisco Alves e Dna. Maria dos Anjos Alves. Tenho foto de quatro das filhas de Faria Brito, quando crianças, que data de 1911.

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  8. Farias Brito casou-se pela segunda vez em 1901 com Dna. Ananélia Alves, minha tia bisavó, com que teve cinco filhas. Dna. Ananélia era filha do Coronel Trimpham Francisco Alves e de Maria dos Anjos alves. Tenho comigo algumas fotos raras das filhas de Farias Brito quando crianças, algumas tiradas em Baturité. As fotos datam de 1909 e 1911.

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