Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Fortaleza das antigas III



Vila Quixadá, casa de Adolfo Quixadá e depois residência do presidente do Estado. Em 1930 passou a ser o Ginásio São João, do professor César de Adolfo Campelo; em 1940 passou a partencer ao banquero João Gentil e em 1943 passou a abrigar o Colégio São João, que em 1976 foi vendido parqa a Organização Farias Brito, passando a chamar-se Farias Brito Aldeota/1; por fim foi vendido ao Grupo Pão de Açúcar que demoliu e construiu uma de suas lojas com vasto estacionamento na frente. Fica na Avenida Santos Dumont, 1169 em frente ao Hospital Gênesis. Arquivo Nirez

Vila Quixadá na Santos Dumont

Um trem trafegando pela Avenida Tristão Gonçalves.
Antes de 1917 o trem saía da estação, fazia uma curva e entrava direto na atual Avenida Tristão Gonçalves, que era chamada Trilho de Ferro e seguia até Porangaba. Em 1917 foi feito o desvio pelo Jacarecanga e o trem passou a seguir pela Avenida Tenente Lisboa. Esta foto mostra o trem trafegando pela Avenida Tristão Gonçalves, atravessando a Rua Castro e Silva. A Praça da Estação fica um quarteirão antes.
O fotógrafo está de costas para a Catedral e de frente para o Cemitério e o trem está indo na direção do sertão. Arquivo Nirez

Tesouraria Provincial - Arquivo Jaime Correia

Teatro José de Alencar em 1931 - Arquivo Jaime Correia

Em 06/02/1953 instala-se a Taki Indústria e Comércio, cuja inauguração deu-se no dia 12/04/53, em prédio na esquina da Rua Barão do Rio Branco nº 2841 com Rua Padre Miguelino, com a presença do vice-governador Stênio Gomes da Silva e do prefeito Paulo Cabral de Araújo. Posteriormente o prédio foi vendido para o Café Mucuripe, que lá ficou até 01/01/176, quando cerrou suas portas.

Superior Tribunal de Justiça - Arquivo Nirez

Subida da Praça General Tibúrcio

Fachada da Sorveteria Cabana de Raimundo Nonato Damasceno Filho, que ficava no Edifício Vitória, na esquina das ruas Barão do Rio Branco com Guilherme Rocha, no local onde hoje está a loja Esmeralda. Arquivo Nirez

A foto interna traz o corpo de funcionários, entre eles o "Pedão da Bananada". 
Arquivo Nirez

Rua Solon Pinheiro com Pedro I
Nesta esquina fica o Edifício Paraguaçu, seguindo-se algumas casas de artigos paraenses. Dá para ver no meio do quarteirão da Solon Pinheiro o S.O.S. com letreiro e tudo. Essa casa da esquina com a Duque de Caxias era linda, no dia em que foi adquirida pelo Patriolino foi totalmente descaracterizada e nada mais foi feito, foi só para impedir seu tombamento ventilado na ocasião. A rua transversal, é a Pedro I. À direita onde está um posto de gasolina, hoje é um Supermercado Lagoa.

Solar de Manoel Gaspar de Oliveira, na rua General Sampaio. A casa foi vendida, mas um dos filhos, o glorioso militar de carreira brilhante Tácito Teófilo Gaspar de Oliveira, mandou fazer uma réplica na Rua Beni de Carvalho esquina com Barbosa de Freitas.
A casa foi demolida na década de 60 -Arquivo Nirez

Sobrado do Barão de Ibiapaba, na esquina da Rua Major Facundo com Rua Senador Alencar. É o próprio barão que está em primeiro plano do lado esquerdo. Arquivo Nirez

Siqueira Gurgel em 1919. A fachada dava para a Av. Bezerra de Menezes
Arquivo Nirez

Sena Madureira com Pedro Pereira. A rua Pedro Pereira após esse cruzamento passa a chamar-se Pinto Madeira. Esta rua tem cinco nomes. Começa na antiga José Bastos, atual José Jatahy com o nome de Rua Júlio Pinto; ao atravessar a Pe. Ibiapina, passa a chamar-se Rua Pedro Pereira; quando chega no encontro da Sena Madureira com Visconde do Rio Branco, muda para Rua Pinto Madeira; adiante, na primeira curva após a Carlos Vasconcelos, passa a chamar-se Rua Torres Câmara; e quando chega no Bosque Eudoro Correia ganha o nome de Eduardo Garcia; e depois de algum tempo atravessando a Via Expressa, o restante é a Rua Bento Albuquerque. Arquivo Nirez

Seminário da Prainha em 1906 - Arquivo Assis de Lima

Seminário da Prainha-Nirez

Prédio demolido que deu origem a atual Secretaria da Fazenda, observar a curva dos trilhos do bonde de burro. Foto de 1905 - Arquivo Nirez

Sede do jornal O Nordeste na Rua Pedro Pereira na esquina com a General Bezerril-1939 - Arquivo Nirez

Secretaria da Fazenda em 1939 - Arquivo Nirez

21 de dezembro de 1944 quando a Força Expedicionária Brasileira desfilou pelas ruas de Fortaleza -Arquivo Nirez


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Parte I
Parte II

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ginasianos de 1958


Igreja Pequeno Grande - Arquivo Carlos Juacaba

28 de novembro de 1958. Manhã ensolarada a iluminar a beleza da arquitetura neo-gótica da Igreja do Pequeno Grande.
Trinta e três felizes jovens, concludentes do Curso Ginasial do Colégio Lourenço Filho, Turma Rui Barbosa, sendo patrono o Dr. Antônio Filgueiras Lima, eram o motivo da celebração religiosa que se processaria.
Um cântico ritualístico, interpretado por um coral afinadíssimo, emprestava um clima confortante e ao mesmo tempo solene.
Familiares, professores e amigos dos novos aspirantes ao Curso Científico enriqueciam, com suas participações, o comemorativo acontecimento.
O educador, poeta e filólogo Filgueiras Lima, diretor do Colégio, como sempre, a vestir terno de imaculado linho branco, fazia-se acompanhar de sua incentivadora esposa, senhora Amazonas, ocupando seus especiais genuflexórios, instalados ao lado do altar-mor.


Foto do Instituto Lourenço Filho no dia de sua fundação, 07 de fevereiro de 1938. Fundado por Antônio Filgueiras Lima e Paulo Sarasate Ferreira Lopes, o Instituto Lourenço Filho (depois Colégio Lourenço Filho), funcionando em prédio na Rua Floriano Peixoto nº 963, entre a Rua Pedro Pereira e Rua Pedro I. Hoje é Faculdade e fica na Rua Barão do Rio Branco esquina com Avenida Domingos Olímpio - Arquivo Nirez

Nós, concludentes, tínhamos lugar na ala esquerda da Igreja e, na da direita, víamos nossos mestres da última série e das anteriores. O matemático Adroaldo Castelo Branco, sósia de Olavo Bilac, paraninfo da Turma e, ao seu lado, os homenageados especiais: jornalista João Hipólito Campos de Oliveira e o historiador José Humberto de Oliveira, professores de Geografia Geral e de História do Brasil, respectivamente.
Lembro-me bem das presenças de alguns de nossos educadores das várias disciplinas, como Sedrim Jucá (História Geral), Agnelo Torres (Desenho), Edmilson Pinheiro (Latim e Português), Lourival Barros (Francês), Antônio Francisco Lisboa (Música), José Delídio Pereira (Ciências) e Gerson Filho (Inglês).



Antes da missa, celebrada pelo padre Tito Guedes, professor de religião e, anos depois, pároco da Igreja da Sé e ascendente ao monsenhorado, cantamos o Hino do Colégio. Findo o ato católico, entoamos o Hino Nacional, com o coral, musicado pelo órgão.
Com nosso meio século de ginasianos, o registro, também, dos 70 anos de fundação do Colégio e a homenagem póstuma aos nossos saudosos colegas Antônio Gaudêncio Anário Braga, Cezar Belmino Batista Evangelista e José Raimundo Araújo Monte (Bu).

 Geraldo Duarte 
(advogado, administrador e dicionarista)



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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Damas - Um bairro rico em lembranças



Entre as vantagens do bairro está a localização. Próximo ao Montese e ao Centro, o bairro ainda é visto como "tranquilo".

Estrada de Porangaba -1919

Bairro tradicional que surgiu do intercâmbio entre o centro de Fortaleza e a sede do antigo distrito da Parangaba.

O Damas acolhia as chácaras das famílias abastadas da Capital cearense, nas décadas de 1930, 40 e 50, que fugiam do tumulto do Centro da Cidade. Era o local onde descansavam as "damas" da aristocracia daquela época. Daí o nome. Um desses sítios se transformou no Instituto Municipal de Pesquisa, Administração e Recursos Humanos, o Imparh.Tem como eixo principal a Avenida João Pessoa onde se encontram importantes equipamentos como a Casa do Português, o Pólo de Lazer Gustavo Braga, o Colégio Juvenal de Carvalho, a Faculdade Cearense e o Campo do Ceará.

A fumaça da via urbana não lembra um passado não tão distante em que o local era um espaço verde de inúmeras sítios, ideal para os que buscavam tranquilidade e ar puro. O nome Damas é uma homenagem às famílias aristocráticas que construíam ali suas chácaras, afastadas do tumulto do centro da cidade de Fortaleza, que se modernizava e aformoseava mas que perdia o charme provincial.

Chácara em Parangaba onde funcionou o Grupo Escolar de Porangaba - Arquivo Nirez

Em 1931 surgiu no Damas o “Ideal Clube”, frequentado pela elite econômica da cidade. Os aristocratas se divertiam no clube que tinha quadra de tênis, piscinas e rinque de patinação. A “mundiça” ficava no sereno, no lado de fora, excluída dos esportes requintados das elites. O Ideal Clube ficou no bairro até a década de 60 quando foi transferido para o local da sede atual, no Meireles.

A principal rota que cruzava o Bairro Damas era a estrada Fortaleza-Porangaba, feita de areia batida. A poeira era intensa com o tráfego de boiadas, carroças e alguns poucos automóveis. Em 1929 o então presidente Washington Luis mandou revestir a estrada de concreto que foi batizada com seu nome. Deposto pela “Revolução de 30”, os novos donos do poder e os “revolucionários de véspera” mudaram o nome do lugar para João Pessoa, em homenagem a um dos líderes do movimento.

Av. João Pessoa - Arquivo Nirez

Concreto na Avenida João Pessoa

A cidade cresceu e os problemas urbanos se manifestaram no Bairro Damas. Com a nova realidade, a Avenida João Pessoa ficou conhecida como “avenida da morte” devido ao grande número de acidentes registrados na via de mão dupla. Em 1982, quando a avenida passou a ter sentido único, com o contra-fluxo apenas para transporte coletivo, o número de acidentes diminuiu mas o local ainda é perigoso.
Nos quarteirões da Avenida João Pessoa alguns casarões antigos resistem ao tempo e guardam fragmentos da história do bairro. Dentre todos eles, merece destaque a Casa do Português, símbolo de ostentação quando foi construído em 1950.

Arquivo Nirez

Ainda hoje, o velho casarão estranho com rampa de garagem localizada no teto, é ponto de referência de quem mora ou passa todos os dias pela Avenida João Pessoa. A casa - na realidade Vila Santo Antônio - pertencia a José Maria Cardoso, um rico comerciante português, dono de madeireira fornecedora de lenha para a Light e para os trens da RVC (Rede de Viação Cearense). Por mais que a família crescesse jamais ocupou todos os espaços do casarão e isso entristecia o proprietário. 

A casa acabou alugada para outro empresário luso, Paulo de Tarso, que instalou ali a Boate Portuguesa. O local depois abrigou a sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) de 1965 a 1984, e logo depois: uma oficina, um estacionamento e um cortiço.

O edifício foi tombado como patrimônio histórico municipal pela Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet) e está protegido de reforma que o desfigure. Alguns urbanistas questionam que o prédio seja um patrimônio da cidade. No entanto, ele é referencial identitário da nossa sensibilidade urbana, possui uma arquitetura especial e única e já foi cartão postal de Fortaleza em décadas passadas. Em 2005 , os arquitetos Napoleão Ferreira e Mário Roque tiveram a idéia de transformar a casa em Centro Cultural. A proposta era a de um centro que integrasse a cidade e o estado com a cultura portuguesa.

A Casa do Português parece um navio e lembra a história dos navegantes portugueses que desbravaram os mares, que nas palavras de Fernando Pessoa, “tanto do teu sal são lágrimas de Portugal.” Hoje as lágrimas são de abandono do lugar.

Vantagens

"É bem localizado, próximo ao Centro e ao Montese". Essa é uma das vantagens do bairro, destacada pelo professor de Educação Física Felipe Figueiredo de Lima, morador há 26 anos. Alguns se derretem em elogios. "Aqui é um sonho, uma beleza. O bairro é muito calmo e tranquilo", afirma a comerciante que mora há dez anos no local, Lídia Teixeira.

A calmaria é um dos atrativos do bairro, segundo a maioria dos moradores que não quer deixar o local em hipótese nenhuma. Uma das mais antigas moradoras, a pensionista de 88 anos Adalgisa Flora de Lima, afirma que vai morrer no lugar.

Mas nem só de bonanças vive o bairro Damas. Junto com o progresso, veio a violência. O local que hoje concentra diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, como farmácias, bancos, lojas, padarias e bares, é também um lugar tomado pelos assaltos. "É a desvantagem do local", observa o professor. Porém, os moradores acrescentam que a violência não chega a afastar as pessoas. "Tem em todo lugar de Fortaleza", destaca a líder comunitária Maria Aíla Ribeiro.

Adalgisa lembra que, quando chegou ao bairro, em 1946, era tudo areia e mato e existiam apenas oito casas. "Os carros atolavam. Hoje temos banco, todo tipo de comércio e facilidades. Mas também tem muito ladrão", conta.




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Fonte: Blog do Prof. Evaldo Lima e Diário do Nordeste

Marimbondos sem fogo



Sábado. Chovesse ou fizesse sol. Farra dos papudinhos no Boteco do Pezão, Lagoa do Opaia. Do meio-dia até o arrego do último pau d’água.
Chegante primeiro era o catraieiro Chicão, cem quilos, dois metros. Entre caboclo e afrodescendente. Furta-cor, no dito do poeta Olívio Gentil.
Lugar marcado na velha e ensebada mesa, acreditava ser-lhe respeito. Os parceiros bebuns o faziam pensar. Em verdade, possuía relevância maior. O soprar do vento contrário aos assentos dos demais farristas. Não aspirariam a inhaca axilar do marítimo que, somente depois de algumas talagadas e tira-gostos de tripa assada, acomodavam as narinas, imunizando-as da sovaqueira.
Conversas mil. Miolo de pote. Trato da vida alheia. Segundo eles, melhor fazer do mundo.
Puxador de fogo” encrenqueiro, Zé dos Reis, troviscado, mais pra lá do que pra cá, viu na goiabeira defronte a birosca fruto amarelinho. Conseguiu longa vara e, cambaleante, deu-se a catucação da árvore. Despercebido da morada de marimbondos-de-chapéu escondida na folhagem, ao bater na galha, os insetos voaram, ferroando-lhe todo. Susto e dores superaram o efeito etílico. Em desabalada carreira, seguido pelo enxame, rumou para a lagoa e atirou-se n’água.
Dois dos amigos de cachaçada partiram em auxílio. Findo o ataque, ajudaram-no a sair do charco margeador e chamaram ambulância que o levou ao hospital. Nesse ínterim, os demais bebaços entraram no botequim e continuaram a bebedeira. As beijucabas acalmaram-se e retornaram ao enxu. E os biriteiros, à mesa e à folgança, a comentar sobre os “perigosos animais”.
O vate deitou falação. Conhecimentos entomológicos. A irracionalidade dos apoica pallidas.   Insetos da espécie himenóptera, família dos vespíderos, de hábitos noturnos e pacíficos, quando não irritados. Reis atiçou-os. Em defesa, armaram-se. Com seus ferrões provocadores ardência e irresistíveis dores, fizeram-se à luta. Agiram movidos pela lei da natureza. Inimputáveis de culpabilidade!”.

Esticou a falácia. Citou autores e compêndios. Lembrou “Marimbondos de Fogo”, de José Sarney, que Millôr Fernandes descreveu como "um livro que quando você larga não consegue mais pegar".
Chicão discordava do “chove e não molha”. Indignara-se com o sofrimento do companheiro. Vingar-se-ia das “pestes”. Não haveria “turma do deixa disso” que o contivesse.
Pezão trouxe-lhe um cavalete, logo colocado embaixo do cortiço. O mareante preparou uma “bicada de dois dedos rasos de cachaça”, derramou o “gole do santo” e enfiou o resto goela abaixo. Desabotoou a camisa, meteu a mão direita sob a axila esquerda e friccionou-a algumas vezes. Igual procedimento, de forma inversa, deu à mão direita. Viscosas e aciduladas pelo suor estavam aptas a agir. Constituíam-se poderosas armas.
Galgou os degraus e chegou ao topo, próximo ao vespeiro, colocando-as concheadas em derredor e as aproximando vagarosamente. As vespas, em vôos ziguezagueantes, recolheram-se ao ninho. O portuário, raivosamente, abarcou o abrigo dos bichos com as mãos, atritando-as contra o mesmo, em movimentos de vai e vem, reduzindo tudo a pó.
Desceu, voltou a sua cadeira e falou: “Pronto, acabou a guerra!”.
Olívio, temeroso pelo posicionamento de antes, para desarmar maiores zangas, levantou um drinque a Chicão. Asseverou que seu poder superava o do fogo, elemento usado para destruir tais inimigos, aduzindo: “A força de Sansão estava no cabelo. A de nosso querido Chicão, no sovaco!”.
O homem das catraias, mesmo sem abraços dos cupinchas, por óbvios motivos, agradeceu emocionado.

Geraldo Duarte


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Conto publicado nas páginas 119 a 121 do SEGUNDO PENSAMENTO – 2ª Antologia de Prosa e Verso da Associação Cearense dos Escritores (ACE) – Premius Editora: 2011, Fortaleza – CE

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Fatos Históricos da Avenida João Pessoa


Rua da entrada de Porangaba, hoje se chama Sete de Setembro, é a continuação da Av. João Pessoa - Arquivo Nirez

Em dezembro de 1900 é fundada, na hoje Avenida João Pessoa, Parangaba, a Associação das Filhas de Maria Imaculada da Capela do Sagrado Coração de Jesus, do Hospital São Vicente de Paulo, pela Irmã Thomas.

10 de setembro de 1922 - Inaugurado o Café Centenário, antigo Café Benfica, na Avenida Benfica (atual Avenida João Pessoa), próximo ao cruzamento com a Rua Padre Francisco Pinto.

06 de julho de 1930 - Inauguração da estrada de concreto entre Fortaleza e Porangaba (Parangaba), construída pela Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS (hoje Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS), falando na ocasião em nome da Inspetoria, Coelho Cintra.Trata-se da hoje Avenida João Pessoa.
O concreto citado está ainda lá, só que sob o asfalto.

25 de junho de 1930 - Lei municipal denomina o jardim da Praça Comendador Teodorico (da Lagoinha - atual Capistrano de Abreu), de Jardim Tomás Pompeu e a estrada de Fortaleza a Porangaba (Parangaba) de Avenida Washington Luís (atual Avenida João Pessoa). A inauguração deu-se no dia seis de julho.

11 de outubro de 1930 - Reunem-se vários cidadãos e arrancam todas as placas da avenida que liga o Benfica a Parangaba, que tinha o nome de Washington Luís, colocando outras com o nome de Avenida João Pessoa.



 Avenida João Pessoa - Arquivo Nirez

21 de outubro de 1930 - O prefeito César Cals de Oliveira decreta que a Avenida Washington Luís passe a ter o nome de Avenida João Pessoa - oficializando a vontade popular - e dá o nome de Rua Paraíba à via que liga o Matadouro Modelo (atualmente Colégio Paulo VI) à Avenida João Pessoa. Depois se chamou Rua América, Rua Moacir Weyne e hoje se chama Rua Major Weyne e seu início, que era na atual Jorge Dummar, hoje é continuação da Avenida Borges de Melo, que vai até a Rua Damasceno Girão.

1931 - A firma A. Beleza & Cia. Ltda., na Rua Padre Mororó nº 67 (antigo), lançou os Cigarros Ideal Club Cearense, onde aparecem na carteira (maço) a bandeira do clube e as instalações localizadas na Avenida João Pessoa, nas Damas.




Avenida João Pessoa, no bairro das Damas trinta anos depois da segunda foto -Nirez

1931 - Surgem vários cinemas em Fortaleza, entre eles o Cine Benfica, na Avenida João Pessoa nº 3141, o Cine São Gerardo e o Cine Popular, na Rua Senador Pompeu, na Praça da Bandeira, hoje Praça Clóvis Bevilaqua.

03 de outubro de 1931 - Inaugurada a sede do Ideal Clube, com seu pavilhão para danças, no bairro das Damas, na Avenida João Pessoa, em terreno pertencente a Luís Gonzaga da Silva que o vendeu ao clube em prestações semestrais. O clube foi organizado por Pedro Augusto de Araújo Sampaio (Pedro Sampaio), que foi o primeiro presidente, Luís Gonzaga da Silva, Joaquim Markan Filomeno Gomes, Raul Cabral, Meton de Alencar Gadelha (Meton Gadelha), Maximiano Leite Barbosa Filho, José Meneleu Filho e Fernando de Alencar Pinto (Fernando Pinto).
A repercussão foi tamanha que logo surgiu uma nova marca de cigarros, a Ideal Clube onde sua sede na Avenida João Pessoa nº 4898 aparecia no verso e anverso, fabricados por A. Beleza & Cia Ltda.
Depois, aproximadamente em 1932 teve uma sede na Rua Tabajaras, nº 505, que era a chamada de "Filial da Praia", e por fim a atual sede, na Avenida Monsenhor Tabosa nº 1381, na Praia de Iracema, em prédio projetado pelo arquiteto Sylvio Jaguaribe Ekman.

07 de setembro de 1931 - Instala-se o Ideal Clube, de acordo com seus estatutos, embora tenha havido uma reunião anterior, no dia 15 de junho. Sua sede ficava na Avenida João Pessoa, nas Damas. Sua instalação deu-se no dia três de outubro.

13 de setembro de 1933 - Visita do sr, Getúlio Vargas ao local do porto de Mucuripe, à Fábrica de óleo de Oiticica e à Fazenda S. Antônio do Pitaguari, onde lhe foi oferecido um churrasco. A noite, jantar no Ideal Clube, à Avenida João Pessoa, homenagem da sociedade cearense.

07 de maio de 1934 - Em sessão realizada no Ideal Clube, na Avenida João Pessoa, o então presidente Joaquim Markan comunica a compra ao advogado Raul de Sousa Carvalho, de terreno na Praia de Iracema, para construção da sede daquele clube.
24 de maio de 1934 - Inauguração, a Avenida João Pessoa, do novo prédio do Colégio Maria Auxiliadora, para cuja construção muito contribuiu o Cel. Juvenal Carvalho.

26 de setembro de 1936 - O Prefeito Raimundo Araripe sanciona a lei municipal que dá a denominação de Rua João Sorongo a uma das vias públicas do lugar Barreiros, na Avenida João Pessoa.


Início da Rua 15 de Novembro - Arquivo Nirez

Início da Rua 15 de Novembro, que nasce no trilho do trem na Avenida João Pessoa onde tem o Bar Avião -Nirez

28 de julho de 1938 - Chega a Fortaleza, a bordo de um hidro-avião do Sindicato Condor, descendo no aeroporto da Barra do Ceará, o cantor Francisco de Moraes Alves (Francisco Alves), para uma temporada ao microfone do Ceará Rádio Clube - PRE-9, que tinha seus estúdios e transmissores na Avenida João Pessoa, nas Damas. Francisco Alves apresenta-se também no Teatro José de Alencar no dia 30.
Hospedou-se no Excelsior Hotel.

28 de novembro de 1938 - O Colégio das Salesianas (Colégio Maria Auxiliadora), passa a denominar-se Ginásio Juvenal de Carvalho, na Avenida João Pessoa, 4279. Na época o bairro era Dom Bosco.



Avenida João Pessoa final dos anos 80-Nirez

02 de outubro de 1949 - Chega a Fortaleza, em viagem de visita, o Presidente da República, general Eurico Gaspar Dutra, desembarcando no Aeroporto do Cocorote, sendo conduzido, via Avenida João Pessoa, onde são colocados arcos de boas vindas, até o centro da Cidade, onde ficava a sede do governo. Com ele veio o Ministro da Viação Clóvis Pestana.

23 de outubro de 1949 - Inaugurado, em Parangaba, o Bar Avião, na Avenida João Pessoa, na entrada da Rua 15 de Novembro, construído por Antônio de Paula Lemos, seu primeiro proprietário, que faleceu em 1958, ficando seu filho José Odacir Natalense Lemos à frente do bar. Atualmente está alugado a Emanuel Sá Linhares.

13 de abril de 1953 - É entregue ao tráfego a Rua Samuel Uchoa, no Jardim América, unindo a Avenida João Pessoa à Avenida 14 de Julho (hoje Avenida Gomes de Matos, com uma extensão de mais de um kilômetro).

13 de junho de 1953 - Inaugurada a Vila Santo Antônio, construída por José Maria Cardoso, na Avenida João Pessoa nº 5094, ficando conhecida como a Casa do Português, toda de concreto armado, três andares com subida de carro até o teto. Nela foram gastos 29 mil sacas de cimento, 540 toneladas de ferro, 180 milhões de tijolos e 40 mil latas de cal.
Depois foi ocupada por várias repartições públicas, começando pela Ancar.
Lá esteve também a Boate Portuguesa.

04 de janeiro de 1957 - Inaugura-se, às 16h, o Posto Shell, na Avenida João Pessoa nº 5.256, de propriedade de Gerardo Pessoa.

30 de junho de 1962 - Inaugura-se a Boate Portuguesa, na Vila Santo Antônio, conhecida como Casa do Português, na avenida João Pessoa nº 5094.

19 de março de 1970 - Inaugura-se o Centro Educacional Dom Lustosa, na Avenida João Pessoa.

02 de junho de 1974 - O Automóvel Clube do Ceará e o Automóvel Clube do Brasil assinam protocolo que resulta na criação do Automóvel Clube do Brasil-Ce., com sede na Avenida João Pessoa esquina com a Rua Álvaro Fernandes.


21 de Junho de 1975 - A Avenida João Pessoa, ainda conhecida pelo nome de Avenida Capistrano de Abreu, é aberta ao tráfego, após reforma, com mão única no sentido sul-norte.
07 de abril de 1989 - Reinaugurada, após reforma, a sede social do Ceará Sporting Club, na Avenida João Pessoa nº 3532, no Benfica.

09 de outubro de 1996 - Pelo Decreto nº 9.952 é criada a Escola de Ensino Fundamental Cláudio Martins, na Avenida João Pessoa nº 6.601, em Parangaba, no prédio onde funcionou o Ginásio Nordeste.

29 de maio de 2003 - O prefeito Juraci Magalhães inaugura, no bairro das Damas, o Pólo de Lazer Professor Gustavo Braga, que urbaniza e arboriza a lagoa de contenção criada para evitar transbordamentos dos canais das Damas e do Jardim América. Com isso, a prefeitura pretende acabar com o acúmulo de muriçocas e sujeiras no local, além de proporcionar à população, lazer e segurança.
O pólo de lazer, em frente ao Colégio Gustavo Braga, na avenida João Pessoa, 4680, é um equipamento com estrutura composta de uma quadra de esportes para a comunidade, bancos, árvores e pistas de contorno.
O titular da Secretaria Executiva Regional IV, João Melo, vereadores e lideranças dos bairros beneficiados estiveram presentes.

31 de agosto de 2004 - Lançado o livro O Benfica de ontem e de hoje, do cearense Francisco de Andrade Barroso, no salão da Saga, localizada na Avenida JoãoPessoa nº 3461, às 19h30min. O autor já tem outras quatro publicações, "Os Andrades", "Família Santos Lessa" e "As Igrejas do Ceará, vol.
1 e 2", todas independentes.
Francisco de Andrade Barroso é conselheiro da Associação Cearense de Auditores Fiscais da Previdência, vice-presidente da Academia do Columinjuba, diretor da Sociedade Cearense de Geografia e História, sócio do Colégio Brasileiro de Genealogia do Rio de Janeiro, pesquisador e autor de crônicas históricas.




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Fontes: Cronologia Ilustrada de Fortaleza - Nirez e Revista do Instituto do Ceará
 (Histórico, Geográfico e Antropológico) - 1957 e 1958

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