Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Instituto Epitácio Pessoa






Assume pela primeira vez um nordestino a Presidência da República, no dia 28 de julho de 1919; o paraibano Epitácio da Silva Pessoa (Epitácio Pessoa), que deu grande impulso às obras no Nordeste.

O Ceará agradecido resolveu homenageá-lo e para tal a Comissão Central do Centro Cívico Epitácio Pessoa fez uma subscrição pública com o fim de levantar um monumento em praça pública ao presidente que ao ser comunicado do fato solicitou que no lugar do monumento fosse construída uma escola e foi atendido. Foi adquirido um terreno na Rua Barão do Rio Branco e nele levantado um prédio que seria o Instituto Epitácio Pessoa.


Inauguração do Instituto Epitácio Pessoa em 1924

Em 11 de agosto de 1923, é lançada a pedra fundamental do Instituto Epitácio Pessoa, sob as bênçãos do arcebispo metropolitano Dom Manuel da Silva Gomes.
Foi inaugurado no dia 27 de junho de 1924, na Rua Barão do Rio Branco nº 1826, destinado à instrução pública, sendo entregue pela Comissão Central do Centro Cívico Epitácio Pessoa à Arquidiocese.

No ano de 1927 é inaugurado o Cine União, no prédio do Instituto Epitácio Pessoa, sede da União dos Moços Católicos, daí o nome do cinema, com o filme francês "Mistério das 13 chaves", da Pathé.




No dia 13 de fevereiro de 1942 morre o ex-presidente Epitácio Pessoa e o Governo Estadual, no dia 19, decreta luto oficial por três dias, em razão do falecimento.

Por ali passaram muitas instituições, entre elas a Escola de Música Alberto Nepomuceno, depois Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, uma agência do Serviço de Assistência a Menores - SAM, além de várias associações e o cinema. Foi também usado pelo governo para pagamento do PIS/PASEP.



A primeira foto, data de aproximadamente 1930, quando ali funcionava o Cine União, vendo-se na grade o cartaz anunciando o filme do dia. Era um prédio isolado, com bastante espaço em seu redor.

A última foto, atual, mostra o mesmo prédio já "sufocado" pelo grande prédio do Instituto José Frota que o cercou por três lados, mas lhe deu um belo jardim.



Crédito: Portal do Ceará e Arquivo Nirez

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Colégio das Irmãs de São Vicente de Paulo - Imaculada Conceição



O Colégio das Irmãs de São Vicente de Paulo, ou Colégio da Imaculada Conceição, é um dos mais antigos e tradicionais estabelecimentos de ensino de Fortaleza.

A Lei 759, de 5 de agosto de 1856, criava em nossa capital a primeira casa de educação e recolhimento de meninos órfãos e desvalidos da província.

Um ano depois, a 10 de março, se inaugurava a casa com 10 alunos. Dez anos depois, a lei 1.202 vem extinguir aquela primeira casa de recolhimento e instrução, e feitos outros melhoramentos no primitivo edifício, instalou-se aí o Colégio das órfãs, sob a direção das abnegadas irmãs de São Vicente de Paulo, e com o nome de "Imaculada Conceição".


O Colégio da Imaculada Conceição teve como primeira superiora a irmã Margarida Bezet, que aqui esteve até 18 de julho de 1887, quando faleceu, exercendo o magistério pelo espaço de 22 anos e sob cuja direção se fizeram as primeiras reformas no velho e grande edifício.

Saiba mais sobre o Imaculada Conceição.



Crédito: Álbum Fortaleza 1931

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Avenida Dom Manuel - Antiga Rua do Barreiro



A Avenida é uma das mais antigas de Fortaleza. Seu traçada é do século XIX. É o início de um passeio pelo tempo, da Fortaleza de bangalôs, lambrequins e ornatos. 
Ela já foi Rua do BarreiroBoulevard* da Conceição, Rua Nº 19, Avenida Dom Luís e finalmente Avenida Dom Manuel.



Em 1888, a atual avenida Dom Manoel tinha o nome de Boulevard da Conceição por causa da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha, que fica no seu início. Depois teve o nome de Avenida Nogueira Acióli, Boulevard Dom Manoel e Av. Dom Luiz, sendo chamada popularmente de São Luís. Em 1890, quando todas as ruas de Fortaleza receberam números em substituição aos nomes, ela recebeu o n°19, mas a inovação pouco durou. A primeira vez que a avenida se chamou Dom Manoel foi em 1934, depois foi Dom Luís e voltou a ser Dom Manoel, até hoje. A Av. Dom Manoel se inicia no encontro das avenidas Monsenhor Tabosa e Presidente Marechal Castelo Branco (Leste – Oeste), como que continuando a antiga Ladeira da Escadinha, atual rua Almirante Saldanha e até pouco terminava na rua Rocha Lima, antes da abertura da Avenida Aguanambi, que é hoje sua continuação.


Planta de Adolfo Herbster

A Avenida consta no plano urbanístico de 1875, idealizado pelo engenheiro Adolfo Herbster. O Tabuleiro de Herbster, considera o arquiteto José Capelo Filho, no livro Fortaleza Centro Guia Arquitetônico (2006) - Mantinha a concepção xadrez do engenheiro Silva Paulet, indo adiante: “Ampliava-lhe o traçado para além de seus limites de então e criava, seguindo a orientação francesa do prefeito de Paris, o Barão de Haussmann, três bulevares, situados nas atuais avenidas Imperador, Duque de Caxias e Dom Manuel”. Mas o que poderia ser, hoje, um passeio por essa bela época, torna-se apenas caminho para um trânsito nervoso, desperdiçando-se a sombra generosa dos oitizeiros.

Sobrou quase nada da Fortaleza de bangalôs, sobrados, casarões, lambrequins, ornatos, sacadas, terraços, quintais, mansardas, balaústres, platibandas, muretas... O charmoso Boulevard, misto de pista larga e paisagismo, só existe nos livros de memórias da metrópole.

Da nascente, na Avenida Monsenhor Tabosa, à desembocadura, na Avenida Aguanambi, vivem a Igreja da Prainha e o Seminário homônimo, as escolas públicas Visconde do Rio Branco e Clóvis Beviláqua

Cruzamento da Avenida Monsenhor Tabosa com Dom Manuel

Muitas casas perderam cores e ganharam o tom do asfalto e do vandalismo. Armaram-se com grades e cercas em espiral. Lacraram as janelas-quase-portas. Transfiguraram-se em clínicas, churrascarias, pousadas, kitinetes, lava-jatos, assombrações. Calaram o Clube do América, desfolharam a Praça das Esculturas.

Algumas conservam fachadas, curvas e geometrias e merecem contemplação. No quarteirão entre as ruas Costa Barros e Pereira Filgueiras, por exemplo, ainda há muros baixos e jasmins. Mas é preciso disposição para descobrir essas raridades em uma cidade de arranha-céus. Em bairros que narram a história de Fortaleza - como Centro, Aldeota, Benfica e Jacarecanga, boa parte dos bangalôs e do charme da Capital existe, agora, nos livros.


Em 'Mansões, Palacetes, Solares e Bangalôs de Fortaleza' (ABC, 2000), Marciano Lopes preserva as “casas de grande porte”, feitas sob medida para a cidade-grande: “Foi quando as rústicas telhas de barro, produzidas nos arredores, passaram a ser substituídas pelas delicadas telhas de Marselha e até por ardósia importada da França. Da Inglaterra vinham as louças sanitárias. Portugal mandava, entre outros atavios, as pinhas, os jarrões, as estátuas e os ladrilhos de Faiança.  Algumas casas utilizavam até madeiras europeias e o precioso e agora raro pinho de Riga servia para assoalhos, portas, janelas e bandeirolas”.

A Avenida Dom Manuel é batizada com o nome do primeiro arcebispo de Fortaleza. O baiano Dom Manoel da Silva Gomes (1874-1950), conta o escritor Rogaciano Leite Filho ('A História do Ceará Passa por esta Rua' - EDR, 2002), fundou o jornal 'O Nordeste', criou o Círculo de Operários Cristãos e determinou a demolição da Antiga Sé para a construção da atual Catedral (a partir de 1939), entre outras realizações que marcaram a história local.

A avenida Dom Manuel compunha o antigo Bairro do Outeiro da Prainha.



*O nome Boulevard é de origem francesa e é o equivalente a avenida, de forma mais sofisticada. Em Fortaleza havia o Boulevard da Conceição (Avenida Dom Manuel), Boulevard do Livramento (Avenida Duque de Caxias), Visconde de Cahuype (Av. da Universidade), Boulevard Visconde do Rio Branco (Avenida Visconde do Rio Branco). 
Marciano Lopes


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Créditos: A História do Ceará passa por esta rua - Rogaciano Leite Filho, 
Jornal O Povo, Diário do Nordeste e Fotos do Arquivo Nirez

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