Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



quarta-feira, 22 de abril de 2015

Fortaleza antiga - Assassinato de José Nogueira


Em 1914, não havia no Ceará quem não conhecesse o Instituto de Humanidades, do Professor
Joaquim Nogueira
. Capaz de rivalizar com outros importantes centros educacionais da região, como o Liceu do Ceará, a Escola Normal ou o Ginásio São Luiz, o Instituto tinha como característica mais marcante a engenhosidade de seu diretor em criar novos métodos de aprendizagem. Assim, dificilmente deve ter havido alguém no Ceará que não tivesse ouvido falar da dor de Joaquim ao perder seu único filho, José de Mendonça Nogueira, assassinado aos 22 anos.

Joaquim Nogueira conheceu um desespero só externado
em outras grandes tragédias. Um sofrimento sem medidas, sem limites e sem pudores, tendo como cenário a paisagem urbana de uma cidade em crescimento. Uma tristeza acima de qualquer palavra, e que no entanto começou e teve fim exatamente pela força das palavras,
quando Sixto Bivar, num final de outubro, acusou José de ser filho de um ladrão.




Instituto de Humanidades do Professor Joaquim Nogueira

A discussão não vinha daquele dia. Há muito estava se desenrolando uma carga desagradável de denúncias contra a Tipografia Escolar, da propriedade de José Nogueira, por parte da Firma Comercial H. Barroso, da qual Sixto era representante. A divida, no valor de 200 mil réis, se referia a despesas que teriam sido efetuadas em 1912, apresentando contas vencidas e não pagas. O professor Joaquim só veio a tomar conhecimento do fato no dia em que o filho foi parar na Delegacia de Policia, vítima de uma tentativa de agressão por parte de Sixto.


Cortejo até o cemitério pela então rua das Flores (Castro e Silva).
 Revista Fon Fon e Acervo Lucas

A Delegacia ficava na Praça do Ferreira, próxima ao Café Java, centro de concentração econômica, cultural e popular da cidade. “- O que há?" - perguntou Joaquim Nogueira ao filho, que estava calmamente sentado num sofá, alvo direto dos olhares da multidão curiosa. 


Conforme reconstituição minuciosa dos diálogos, relembrados no livro que fez publicar em maio de 1915, o filho tentou iniciar um relatório detalhado que o pai cortou com brusquidão:
Não quero rodeios. Diga a verdade”.

Multidão acompanha o cortejo fúnebre até o Cemitério São João Batista. 
Revista Fon Fon e Acervo Lucas

Chegada ao cemitério. Revista Fon Fon
A história não era muito longa, e envolvia exatamente uma questão iniciada seis ou sete dias atrás, na Libro-Papelaria Bivar. Sixto Bivar havia protelado para dezembro um pagamento devido a José, amparado numa pretensa divida assumida e não paga por Joaquim Nogueira.

Sixto não havia sido nada gentil. Chamara José de “tapado”, o pai de “gatuno”, e o rapaz só não o agredira graças à intervenção de uma terceira pessoa, presente à discussão. Talvez uma semana houvesse se passado até aquele encontro casual entre os dois, numa tarde quente do dia 28 de outubro, em que José aproveitara para tentar tirar a limpo a acusação.
“-Sixto, você me deve uma satisfação pela injúria que atirou a meu pai”, teriam sido suas palavras. “- A satisfação é essa”, respondeu Sixto, sacando um revólver do bolso e apontando-o para um mais que surpreso José, que no entanto ainda teve presença de espirito para agarrar-se a seu agressor, dar-lhe uns tapas e desviar a arma para o outro lado.

Cemitério lotado. Revista Fon Fon

Os pais visitando o túmulo do filho em 1916. Revista O Malho. Acervo Lucas

“- Um revólver! ”, gemeu o pai espantado, custando a crer que uma discussão sem base tivesse posto em risco a vida de seu único e muito amado filho. Para desassossego de Joaquim, o filho foi liberado juntamente com seu agressor, já que eram, no dizer do escrivão Olegário“dois rapazes de família”. As preocupações de Joaquim Nogueira foram de ordem prática: levar o filho de volta a casa e conseguir o mais rápido possível um advogado que o assistisse num processo contra Sixto Bivar.




Salão do Clube dos Diários frequentado por José Nogueira

Com a tranquilidade da juventude, José não parecia muito preocupado com o fato. Naquela noite, apesar de ser o aniversário do pai, não tinha razões para ficar em casa. Havia primeiro o ensaio do Grupo Dramático João Caetano, ao qual pertencia há algum tempo, e mais tarde a festa promovida pelo Clube dos Diários, que no dia 19 completara seu primeiro ano de funcionamento.


E na calçada do Clube dos Diários, no “sereno” de uma festa que não chegou a terminar...

O pai, ao contrário, estava bastante aflito. Mas preferiu ignorar os apelos da esposa, Olivia de Mendonça Nogueira, que queria ver o filho longe da cidade o mais rápido possível. Dentro de casa, de volta a um ambiente de normalidade, a crise emocional que agitou a família foi rapidamente resolvida. José tranquilizou os pais e saiu. Joaquim tomou o bonde disposto a percorrer praças, avenidas, cinemas e cafés à procura de seu amigo Raimundo Ribeiro, advogado, para resolver de vez a questão. Apesar de apreensiva Olivia foi à casa de sua vizinha, discutir os acontecimentos do dia.


Dia de Finados - Comissão do Clube dos Diários (à esq.) e do grupo dramático João Caetano (à dir.), prestam homenagem em frente ao túmulo. Revista Fon Fon

Ela foi a primeira a se inteirar que algo de muito errado estava prestes a ocorrer. Um pouco depois das 8 e meia da noite, Sixto Bivar cruza a calçada onde ela se encontrava conversando com a amiga, e dirige-se à porta aberta da casa de Joaquim. Um bico de gás incandescente, aceso na sala, recorta a silhueta tensa do inimigo de seu filho. Olivia ergue-se, sem escutar os gritos da amiga preocupada com sua segurança. Com a mesma rapidez com que apareceu Sixto sumiu, aproveitando a escuridão da estreita passagem que ligava a rua à Praça dos Voluntários. Olivia deu a volta no quarteirão, pelas ruas do Rosário e Pedro Borges, e não avistou mais o vulto temido. Pensa em levar o caso ao Posto de Polícia, mas teme o ridículo de estar fazendo um drama de um fato sem grande significado. Um pouco mais tarde resolve recolher-se para dormir, mas não antes da aproximação de dois meninos, em desabalada carreira, à procura de Joaquim Nogueira para uma conversa particular. A esta hora, seu filho já estava morto. 


Praça dos Voluntários

Joaquim, por sua vez, esperava o bonde numa esquina da Praça, para voltar para casa, quando percebeu que muitas pessoas o cercavam com curiosidade. A noticia da morte correra veloz, mas foi preciso um guarda civil chegar até ele e disparar à queima-roupa as palavras que nenhum pai deveria ouvir: 
 Mataram seu filho.

Todo este longo e doloroso relato foi escrito pelo próprio punho do professor, e publicado no jornal "Folha do Povo" a 15 de dezembro de 1914. Encarando de frente a morte do filho, Joaquim Nogueira mergulhou fundo na análise dos fatos, procurando as razões para um gesto
tão sem sentido. No dia de seus 48 anos, ele e a esposa ficaram de repente privados do único filho que tiveram, daquele em quem depositavam tantas esperanças e tanto afeto. O imenso desespero sentido foi canalizado para um movimento solitário de deixar sempre viva a imagem do filho, o que se concretizou na publicação de um emocionante livro dedicado ao rapaz.

Prometia muito, o jovem José. Desde pequeno, com seu traje de marinheiro, sabia manter a mesma expressão concentrada das fotografias posteriores, braços e pernas disciplinados ao comando do retratista de sua infância. Com 12 anos José prestava serviços de aluno auxiliar no internato do Instituto de Humanidades, mantido pelo pai.




Foto ao lado: Jornal Nortista de 1914

Aos 18 já era proprietário da Tipografia Escolar, um presente paterno de enorme responsabilidade, que complementava com a representação das mais vendidas revistas nacionais e estrangeiras do tempo.
Fon-Fon, O Malho, Careta, Revista da Semana, O Tico-Tico, Ilustração Brasileira, as delícias dos leitores brasileiros, chegavam todas ao Ceará pelas mãos interessadas de José Nogueira.

O teatro, através do Grupo Dramático João Caetano, centralizava o interesse de José na arte da representação. E a fotografia, uma curiosidade de grande penetração, era também outro foco a atrair a atenção do incansável José, que desde os 15 anos empregava no aperfeiçoamento desta arte muitas horas de lazer, fazendo do próprio rosto o modelo para novas experiências com ângulos e luzes.

Hermann Lima o conheceu por volta de 1913, na Fotografia Olsen, e o chama de “primeiro amigo" num capitulo das memórias “Poeira do Tempo" (José Olympio, 1967): 

“Rapaz de simpatia fascinante, pouco mais do que adolescente, vivo, alegre, espirituoso, duma beleza viril e duma elegância fácil, a que as boas roupas de casimira inglesa acentuavam o charme natural, José Nogueira era um príncipe encantado”.

Assim o escritor se referia a ele, numa admiração não reduzida pela passagem do tempo. “Era adorado pelas moças, do mesmo passo que amigo de quase todos os rapazes da alta roda, que ele frequentava como sócio dos melhores clubes da terra: o Iracema e os Diários”.

E na calçada do Clube dos Diários, no “sereno” de uma festa que não chegou a terminar, deu-se o encontro entre os dois rapazes. Seis tiros selaram a sorte de José, ensanguentando sua camisa, manchando o chão de pedra, sua queda repercutindo no Brasil e em todos os lugares onde o pai conservava amigos.

A noticia do crime foi publicada nos jornais de Fortaleza, em revistas no Aracati, publicações de Sobral e Baturité, atravessou o Estado rumo ao Sul para chegar ao Rio Grande do Norte, Paraíba, PernambucoAlagoas, chegou à Bahia, Espirito Santo, às revistas cariocas que representava. Foi noticiada em Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para o Norte, a morte de José foi lamentada no MaranhãoPiaui, Belém, Território do Acre, e atingiu Portugal, Espanha, FrançaItália, Honduras, Venezuela, Argentina e Uruguai.



De todos os lugares vieram telegramas, cartas e cartões de pêsames, no papel tarjado de negro exigido pela etiqueta da dor. Desde o dia seguinte ao crime, 29 de outubro, até o mês de janeiro, a correspondência do luto foi incessante. Enviaram seus sentimentos amigos como Francisca Clotilde, Ana Facó, Carlos Câmara, Rodolfo Teófilo, Júlia VasconcelosBeni Carvalho, Padre Bruno Figueiredo - mais tarde Monsenhor Bruno -, Antônio Bezerra, Alba Valdez, Antônio Sales, Dolor Barreira, Cruz FilhoBarão de Studart.

No dia do sepultamento assinaram o livro de presença 1.297 pessoas, um imenso cortejo enlutado, repartindo com os pais a perda do filho, numa cerimônia dolorosa que parou a cidade. Com tudo isto, Joaquim Nogueira não conseguiu a condenação do assassino de José.
Talvez o fato do patrão de Sixto, Hermínio Barroso, ser no momento Secretário da Fazenda, e mais tarde Secretário do interior, tenha pesado de alguma forma para o veredito emitido pelo júri no dia 9 de março de 1915. Pelo menos esta era a justa suposição de um pai revoltado, descrita explicitamente em publicações posteriores.

José de Mendonça Nogueira passou a ser parte da história do Ceará, graças ao incansável esforço de seu pai na busca de uma justiça que não o atendeu.


Fonte: A História do Ceará passa por esta rua. Vol. II de  Ângela Barros Leal, Biblioteca Nacional e pesquisas diversas.

domingo, 19 de abril de 2015

Pedro Pereira da Silva Guimarães - A rua Pedro Pereira



"Assume em 08 de abril de 1842, o cargo de Chefe de Polícia 
o jornalista, crítico e político Pedro Pereira da Silva Guimarães."

Em 22 de março de 1882, a Rua São Bernardo passa a chamar-se Rua do Dr. Pedro Pereira. Atualmente é somente Rua Pedro Pereira. Mas, quem foi o homem que dá nome a rua?

Pedro Pereira da Silva Guimarães - Bacharel em Direito pela Academia de Olinda, na qual se matriculou em 1833, nasceu em Aracati a 29 de Junho de 1814 e foram seus pais João Pereira da Silva Guimarães, português, e Anna Rodrigues Pereira, Aracatiense.
Formado a 21 de Novembro de 1837, veio para Fortaleza associando-se logo a redação do 16 de Dezembro. No ano seguinte fundou O Popular, que acabou pelo quebramento do prelo, e de 1841 a 55 escreveu no Pedro II, notando-se entre as muitas publicações suas a serie das engraçadas Cartas de Braz Pitorra a sua sobrinha Ignez Sensata, sendo que o tempo ainda lhe sobrava para redigir o periódico O Periquito (1846), que tanto combateu e ridicularizou a administração Vasconcelos. Publicou n'O Comercial (1855) os Alforges, folhetins muito jocosos. Mas incontestavelmente foi O Sol (1856) a mais exuberante manifestação de seu gênio de critico e polemista.


Revista Trimensal do Instituto do Ceará - 1898

Jornal O Cearense - 1847

Jornal Pedro II - 1847

Além dos trabalhos da imprensa, publicou o Vademeco dos Poetas ou coleção de sonetos jocosos, esquisitos, curiosos e burlescos, extraídos de vários autores. Outras obras que publicou: O Sortilégio Pueril, A Cartilha de Meus Filhos, O Passa Tempo divertido e O Nome Pedro, obra em 2 volumes, dedicada ao Imperador e de que se ocupou Antonio Feliciano de Castilho no seu Almanaque Geral.


No ano de 1850, um cearense de ARACATI - deputado Pedro Pereira da Silva Guimarães, enfrentava a oposição da Câmara Federal apresentando um projeto em favor da abolição. Surgiram depois diversos movimentos abolicionistas, entre os quais a "SOCIEDADE CEARENSE LIBERTADORA" - Sandro Barreto Guimarães (Aracati em Foco)

Jornal Pedro II - 1850

Foi promotor público de Fortaleza (Decreto de 11 de Abril de 1839), juiz municipal e de órfãos de Fortaleza (Decreto de 23 de Janeiro de 1843) e dos termos de Vigia e Cintra na província do Pará (Decreto de 14 de Outubro de 1845), e professor de geometria no Liceu do Ceará, em cujo salão nobre está o seu retrato juntamente com os dos seus colegas de magistério ali.

Jornal Pedro II 

Jornal Pedro II - 1852

Representante de sua terra como Deputado, prestou ao país relevantes serviços sobretudo com os seus projetos de 1850 e 1852 estatuindo no Brasil a liberdade do ventre e a emancipação progressiva dos escravos, projetos que imortalizam sua memória.

Jornal Pedro II - 1852 
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Jornal Pedro II - 1852 

"Em 1856, Pedro Pereira inicia a publicação de O Sol, jornal literário,
político e crítico que circulou até 1865 e foi ressuscitado em 1876 por João Brígido."


Faleceu a 13 de Abril de 1876.
Sei que deixou vários inéditos, que se perderam por incúria de pessoa da família.
Sobre Pedro Pereira há um estudo biográfico devido a pena do Dr. Álvaro de Alencar.
A Revista do Instituto do Ceará, 1906, traz a serie dos seus discursos no Parlamento sobre a liberdade dos escravos, com uma introdução pelo Barão de Vasconcelos.

Ao lado: Jornal O Sol de 1856

A propósito da publicação feita pela Revista leia-se um belo artigo do Dr. Vieira Fazenda estampado n'A Noticia, Rio de Janeiro, nº de 10 de Outubro de 1906.
Pedro Pereira era irmão do Padre Vicente Pereira da Silva Guimarães, mestre de cerimonias do Sólio Episcopal no tempo do bispo de Pernambuco D. João da Purificação Marques Perdigão.
Pedro Pereira d'Aguiar (Dr.) —Tendo-se bacharelado em ciências e letras no Liceu de Fortaleza, transportou-se para o Rio de Janeiro, cuja Faculdade Médica frequentou.

Jornal Libertador - 1881

Jornal Libertador - 1881
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Sua Tese de doutorado, sustentada a 4 de Maio de 1909, versou sobre Higiene em campanha.
Faz parte do Centro Medico Cearense.

Fonte: Dicionário Bio-bibliográfico Cearense - Barão de Studart

Jornal Libertador - 1881

Jornal Gazeta do Norte 1882

Jornal Libertador - 1884
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A rua Pedro Pereira - Fatos Históricos


 24/12/1854 - Inaugura-se a Igreja de São Bernardo, na esquina da Rua Senador Pompeu com Rua Pedro Pereira, construída pelo engenheiro militar Bernardo José de Melo.



Ao lado: Jornal Libertador - 1884

 22/03/1882 - A Rua São Bernardo passa a chamar-se Rua do Dr. Pedro Pereira, homenagem a Pedro Pereira da Silva Guimarães, o primeiro deputado que apresentou na Câmara o projeto de emancipação do ventre escravo. Atualmente é somente Rua Pedro Pereira.

Mudança no nome da rua S. Bernardo - Jornal Gazeta do Norte 1882



Jornal Gazeta do Norte - 17 de janeiro de 1889

 1900 - O coronel Francisco Filomeno Ferreira Gomes, adquire uma fábrica de cigarros a Teodósio Freire, que ficava na Rua Pedro Pereira, e transforma-a na Fábrica Iracema de Cigarros, da firma Gomes & Reishofer, na Praça do Ferreira nº 11. Depois mudou, em 1914, a razão social para Philomeno Gomes & Filhos e em 01/05/1924, para Beleza & Garcez, quando já estava no Jacarecanga, desde 1920.


Jornal Gazeta do Norte 1883


Ao lado: Jornal Libertador - Quinta-Feira 5 de abril de 1888

 07/08/1902 - Inaugura-se, em Fortaleza, o Externato Colombo, tendo à frente os professores Valente de Andrade, Francisco Gonçalves e José Vieira.
Ficava na Rua Municipal (Guilherme Rocha) nº 5 (antigo), mas logo se mudou para a esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua Pedro Pereira.

Em 1904 mudou-se novamente, desta feita para a Rua 24 de Maio nº 92, esquina com Rua São Paulo, mesmo local onde estivera o Colégio Nossa Senhora de Lourdes, de Ana Bilhar.
Fechou as portas em 1913.
 01/12/1912 - Irrompe, violento incêndio no prédio sede em Fortaleza da Inspetoria de Obras Contra as Secas - IOCS (hoje Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS), Palacete do coronel Carvalho Mota, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Pedro Pereira, destruindo dezenas de importantes documentos e projetos.
O incêndio foi considerado criminoso havendo várias prisões de funcionários e engenheiros.


Palacete Carvalho Mota

 01/06/1927 - A Comissão de Febre Amarela muda-se, do prédio da Rua Pedro I, para a Rua São Bernardo nº 105 (hoje Rua Pedro Pereira). 

 02/02/1928 - Após reforma, às 7h, é reinaugurada a Igreja São Bernardo, na Rua Senador Pompeu, esquina com Rua São Bernardo (Rua Pedro Pereira).

Revista da Academia Cearense - 1900

 Fevereiro de 1933 - Aberta em Fortaleza A Princesa, mercearia de primeira ordem, na Rua Major Facundo nº 756, esquina com Rua Pedro Pereira, de Carlos Soares.
 27/06/1933 - Inaugurada, à noite, a leiteria A Holandesa, na esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua Pedro Pereira.
 1935 - O português Manuel da Silva Praça estabelece-se com a Padaria Globo, na Rua Padre Mororó nº 1155, esquina com Rua Pedro Pereira

Padaria Globo


Foto ao lado: Século - 1883


 17/10/1937 - lançada a pedra fundamental do Palacete Iracema, propriedade do Clube Iracema, em terreno entre a Rua General Bezerril nº 751, Rua Pedro Pereira, Rua do Rosário e Rua Monsenhor Luís Rocha, na Praça dos Voluntários. Depois foi vendido à Prefeitura Municipal que lá esteve por muitos anos como Paço Municipal. Hoje funciona no local a Secretaria de Finanças da Prefeitura.

Palacete Iracema
 07/02/1938 - Fundado por Antônio Filgueiras Lima e Paulo Sarasate Ferreira Lopes, o Instituto Lourenço Filho (depois Colégio Lourenço Filho), funcionando em prédio na Rua Floriano Peixoto nº 963, entre a Rua Pedro Pereira e Rua Pedro I. Hoje é Faculdade e fica na Rua Barão do Rio Branco esquina com Avenida Domingos Olímpio.

Revista do Instituto do Ceará - 1937
 25/03/1939 - Com a presença do Interventor Federal no Ceará, Francisco de Menezes Pimentel, o vespertino O Nordeste, órgão da Arquidiocese de Fortaleza, inaugura seu novo edifício na esquina da Rua General Bezerril com Rua Pedro Pereira, próximo à Praça dos Voluntários, em frente ao Parque da Independência, hoje Parque da Liberdade.
A bênção do edifício e das oficinas coube ao arcebispo de Fortaleza, Dom Manuel da Silva Gomes.
Usaram da palavra Manuel Antônio de Andrade Furtado, redator-chefe, e o jornalista Hugo Vitor Guimarães, que falou em nome da Associação Cearense de Imprensa.
O prédio ainda existe, mas ocupado por uma loja.
O Nordeste volta a circular neste dia, pela primeira vez, depois de 22/12/1938.

A Onda - 1883
 07/07/1942 - O Quartel General da 3ª Brigada de Infantaria - 3ª Bda I, passa a funcionar em prédio da Rua Pedro Pereira nº 461, esquina com a Rua Major Facundo, sendo o primeiro comandante, o coronel Pedro Penedo Pedra.
 17/09/1942 - Criada, pelo Decreto-Lei nº 4.706, a 10ª Região Militar com sede em Fortaleza, abrangendo além do Ceará, os estados do Piauí e Maranhão.
As tropas da 7ª Região Militar localizadas nos três estados passaram para a 10ª RM.
Sua instalação se deu no dia 25/01/1943 em prédio na esquina da Rua Pedro Pereira com Rua Major Facundo.
Seu primeiro comandante foi o general de brigada Francisco Gil Castelo Branco que, por encontrar-se em Fernando de Noronha, só assumiu em março.
Ficou sob o comando interino do coronel João Felipe Bandeira de Melo.

Calçamento da rua Pedro Pereira - Jornal Libertador - 1882

 07/05/1943 - Inicia-se a mudança do Quartel General da 10ª Região Militar do prédio da esquina da Rua Pedro I com Rua Floriano Peixoto, para prédio na esquina da Rua General Sampaio com Rua Pedro Pereira nº 461.
 18/05/1943 - Inaugurada, em Fortaleza, a Estação de Radiotelegrafia da 10ª Região Militar, no novo prédio na Rua Pedro Pereira nº 461.

 09/08/1943 - Fundado, em Fortaleza, o Instituto Brasil-Estados Unidos - IBEU, no Palácio do Comércio e instalado em 25 de novembro do mesmo ano.
Faziam parte da sua primeira diretoria Edgar Cavalcante de Arruda (Edgar de Arruda), Omar O'Grady, Jorge Moreira da Rocha, tenente P. Wandsworth, José Ramos Torres de Melo e Fausto Augusto Borges Cabral (Fausto Cabral).
Sua sede ficava na esquina da Rua João Moreira com Rua Barão do Rio Branco.
Em novembro de 1945, mudou-se para prédio na esquina da Rua General Sampaio nº 849 com Avenida Duque de Caxias; em 04/07/1951, foi para prédio na esquina da Rua Pedro Pereira nº 258, com Rua Floriano Peixoto (
antiga residência de Alfredo Lopes); em 21/04/1956, passou para prédio próprio na Rua Solon Pinheiro nº 58.
Hoje tem filial na Rua Nogueira Acióli nº 801, na Aldeota.

Almanaque do Ceará - 1898

Almanaque do Ceará - 1899

 17/01/1945 - Incêndio destrói a Casa Primor, mercearia no cruzamento da Rua Pedro Pereira nº 433, com Rua Barão do Rio Branco nº 1280, do comerciante Rômulo Vasconcelos.
 20/12/1947 - Entregue à Prefeitura Municipal de Fortaleza, o Palacete Iracema, recém adquirido ao Clube Iracema, pela Municipalidade, na gestão do prefeito José Leite Maranhão, entre a Rua Pedro Pereira, Rua do Rosário, Rua General Bezerril nº 751 e Rua Monsenhor Luís Rocha, ao lado da Praça dos Voluntários.

Correio da Assembleia Provincial - 1839

 17/12/1948 - Inicia-se a mudança do quartel da 10ª Região Militar, da Rua Pedro Pereira nº 461, esquina com Rua General Sampaio, para o quartel antes ocupado pelo 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, na Avenida Alberto Nepomuceno, esquina com Rua Dr. João Moreira. A 10ª Região Militar - 10ª RM, permanece até hoje no local.
 06/01/1949 - A 10ª Região Militar termina a mudança, do prédio da Rua General Sampaio esquina com Pedro Pereira nº 461, para o antigo quartel, prédio onde esteve o 9º Batalhão e o 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, anexo à Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção na Avenida Alberto Nepomuceno.
 07/07/1952 - Realiza-se exame das propostas à concorrência para construção da sede do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários - IAPC (Edifício Arara), na Rua Pedro Pereira, entre Rua Major Facundo e Rua Barão do Rio Branco. Participaram as firmas Valdir Diogo, Luciano Pamplona, N. Studart Leitão e Imobiliária José Gentil, sendo vencedora a proposta de Luciano Pamplona.

Prédio do IAPC na Pedro Pereira - Assis Lima

 18/10/1953 - Lançamento da pedra fundamental do edifício do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários - IAPC, na Rua Pedro Pereira entre a Rua Major Facundo e a Rua Barão do Rio Branco, conhecido depois como Edifício Arara, pelas cores berrantes de sua pintura.
 09/05/1955 - Fundada em Fortaleza a Farmácia Holanda, da Organização Farmacêutica Vasconcelos & Bezerra, em prédio na Rua Barão do Rio Branco esquina com Rua Pedro Pereira, em frente ao prédio do IAPC (Edifício Arara). No início do Século XX houve uma homônima. O local depois foi ocupado pelo BEC dos peixinhos.

BEC dos peixinhos, na esquina da rua Pedro Pereira com Barão do Rio Branco em Foto de 1973

 29/01/1956 - Inaugura-se o prédio do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários - IAPC no Edifício Arara.
 28/12/1971 - Com a presença do governador César Cals de Oliveira Filho, o presidente Evandro Ayres de Moura lança a pedra fundamental da nova sede do Banco do Estado do Ceará - BEC, que ficará na esquina da Rua Pedro Pereira com Rua Barão do Rio Branco.
Em 22 de junho de 1973, às 18 horas o Banco do Estado do Ceará - BEC inaugura seu novo prédio sede, no dia em que completava 9 anos de atividades.
O prédio, que ficou conhecido como "BEC dos peixinhos", é uma obra do arquiteto José Neudson Bandeira Braga (Neudson Braga), com cálculos do engenheiro Luciano Ribeiro Pamplona (Luciano Pamplona) e execução da Construtora Waldyr Diogo Ltda.
 08/03/1985 - Inaugurado o Museu das Secas, em prédio na esquina da Rua General Sampaio com Rua Pedro Pereira nº 683/741, tentativa tardia do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, de reunir seu antigo acervo. Só restavam o prédio (Palacete Carvalho Mota), um teodolito e fotografias ampliadas do Arquivo Nirez.


Créditos: Portal da História do Ceará, Gildácio Sá, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Biblioteca Nacional Online, Arquivo Nirez

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