terça-feira, 21 de julho de 2009

Praça da Estação





A Antiga Estação Central de Fortaleza, foi inaugurada em 1873 pela Estrada de Ferro de Baturité. Em 1880 o prédio atual foi entregue substituindo a primitiva estação. Em 1946 passou a se chamar Professor João Felipe, um engenheiro ferroviário cearense que foi também Ministro das Relações Exteriores. Desta estação partem duas linhas de trens metropolitanos (um pela antiga linha Norte e outro pela antiga linha Sul/tronco*), antes administrados pela CBTU e agora pela Metrofor. A estação foi reformada e se encontra limpa e em bom estado de conservação e com vigilância ostensiva. A partir de maio de 2009, com a retomada das obras do Metrofor, a estação passou a atender somente os trens que saem e chegam da linha Norte (sentido Floresta). É um dos prédios de estação mais antigos do Brasil ainda de pé e em funcionamento.



Foto da Praça Castro Carreira ainda com a estátua do General Sampaio. Arquivo Assis de Lima

(No dia 24 de maio do ano de 1900, foi inaugurada no centro da praça a estátua do General Sampaio, sobre uma coluna de mármore. No dia 24/05/1966 a estátua foi retirada e levada para a Avenida Bezerra de Menezes sem seu pedestal, que foi destruído, e juntados a ela os restos mortais do homenageado. Em 1981 foi a estátua novamente deslocada, desta feita para a Avenida 13 de Maio, em frente ao 23º BC, sem que acompanhassem os seus restos mortuários. Em 1996 por iniciativa do Instituto do Ceará, tanto a estátua como os restos mortais do general foram transferidos e hoje se encontram em frente à 10ª Região Militar, na Avenida Alberto Nepomuceno. Fonte: Cronologia Ilustrada de Fortaleza)

Foto da Praça Castro Carreira ainda com a estátua do General Sampaio. Arquivo Assis de Lima


A edificação da Estação de Fortaleza da Estrada de Ferro de Baturité, projetada e construída com planta do engenheiro Henrique Foglare, no local do antigo cemitério de São Casemiro praticamente com mão-de-obra dos retirantes da seca de 1877 em terreno que pertencia à sesmaria de Jacarecanga, de procedência da família Torres que fez doação a uma sociedade de oficiais do exército para o exercício de soldados. A Confraria de São José declarou-se dona da região e mais tarde a aforou à via férrea de Baturité. A obra teve sua pedra fundamental lançada em 30 de novembro de 1873, mas somente foram iniciadas as obras em 1879, sendo, assim, inaugurada em 9 de junho de 1880, em frente ao antigo "Campo da Amélia".
Mantém-se praticamente inalterada até os dias de hoje.
O edifício desenvolvendo-se em um único pavimento, e domina completamente o espaço urbano da praça. A fachada do bloco central possui colunas sobre pedestal encimado por frontão triangular, e escadaria demarcando o acesso ao interior do edifício. As fachadas contíguas possuem fenestração com aberturas em arco pleno, arrematadas superiormente por cornijas* e platibandas*. O prolongamento da Estrada de Ferro de Baturité ao Cariri e os Açudes na Província do Ceará.


Foi concluído em 14 de setembro de 1873 o primeiro trecho entre Fortaleza e Arronches, hoje Parangaba

*HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco, ou linha Sul, da Rede de Viação Cearense surgiu com a linha da Estrada de Ferro de Baturité, aberta em seu primeiro trecho em 1872 a partir de Fortaleza e prolongada nos anos seguintes. Quando a ferrovia estava na atual Acopiara, em 1909, a linha foi juntada com a E. F. de Sobral para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal. A linha chega ao seu ponto máximo em 1926, atingindo a cidade do Crato, no sul do Ceará. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). Trens de passageiros percorreram a linha Sul supostamente até os anos 1980.


Foto de 1905


Os trens de subúrbio ligando João Felipe (nome da estação central de Fortaleza) a Vila das Flores (estação recente, logo após a velha estação de Maracanaú), pela antiga linha Sul, e a Caucaia (pela antiga linha Norte), existem pelo menos desde 1960 com esse nome e esse percurso. Depois de serem operados seguidamente pela Rede de Viação Cearense, pela RFFSA e pela CBTU, desde 2004 são operados por uma empresa do Estado, a Metrofor, que se propõe a revitalizar todas as velhas linhas e estações, com trechos de superfície, aéreos e subterrâneos. Por enquanto circulam os velhos trens puxados por uma locomotiva diesel.


A estação Central de Fortaleza, em 1922


A estação (de João Felipe) está muito bonita, bem cuidada, porém o trem que sai dali é sucata pura. É uma locomotiva GE puxando carros de subúrbio enferrujados e pixados cujas portas nem funcionam. Os percursos são pequenos (pouco mais de 20 km); o trem atravessa muitas passagens de nível e, quem mora perto da linha tem que se acostumar com o intenso buzinaço diário das locomotivas que passam muito velozes.


Fachada da estação, em 1970.



Os Caminhos da História da Ferrovia Cearense

Foi em 25 de março de 1870 que um grupo de empresários ilustres entenderam de impulsionar o desenvolvimento do nosso Estado e, assim, resolveram se reunir e criar uma ferrovia. O Pacto foi firmado entre o Senador Tomaz Pompeu de Souza Brasil, o Bacharel Gonçalo Batista Vieira (Barão de Aquiraz), o Coronel Joaguim da Cunha Freire (Barão de Ibiapaba), o negociante inglês Henrique Brocklehurst e o Engenheiro Civil José Pompeu de Albuquerque Cavalcante.
A Companhia Cearense da Vila Férrea de Baturité foi construída em 25 de julho do mesmo ano. Esta era a empresa para construir um caminho de ferro inicialmente até a Vila de Pacatuba, com um ramal para Maranguape, sendo ela hoje a conhecida Linha Tronco Sul.
Em Fortaleza, foi instalado um escritório da empresa, tento seu primeiro empregado João da Costa Weyne. Estávamos em 1971 quando tudo isso acontecera. O local escolhido para a instalação da estação central foi o antigo Campo D'Amélia, hoje a Praça Castro Carreira, e para a construção do "chalet" para o escritório e as oficinas o antigo Cemitério de São Casemiro. A inauguração aconteceu em 9 de julho de 1870, no Reinado de Dom Pedro II, tento como o diretor da Estrada o Engenheiro Amarílio de Vasconcelos.
Em 1º de julho de 1873 deu-se o assentamento dos primeiros trilhos, com a Locomotiva de Fortaleza andando sobre eles em agosto. Foi concluído em 14 de setembro de 1873 o primeiro trecho entre Fortaleza e Arronches, hoje Parangaba, sendo ele inaugurado em 29 de novembro. A primeira viagem que o trem fez sobre aquele trecho teve como tripulação o maquinista José da Rocha e Silva, foguista Henrique Pedro da Silva, chefe de trem Eloy Alves Ribeiro e guarda-freio Marcelino Leite.
A Estação de Pacatuba foi inaugurada em 9 de janeiro de 1876, mas os problemas causados pelas seca acabou prejudicando a situação financeira da Empresa e, assim, o Governo Imperial determinou ao Conselheiro João Lins Vieira Cansanção de Sinimbú, não só o resgate da ferrovia como o seu prolongamento, bem como a construção a Estrada de Ferro de Sobral, hoje a Linha Tronco Norte.

"A liturgia da partida de um trem da CBTU em João Felipe chega a ser comovente. Em primeiro lugar, uma sirena toca por três vezes. Nesse momento, a venda de passagens é interrompida, provavelmente para evitar que retardatários cheguem correndo no momento da partida do trem e que ocorra algum acidente. Alguns instantes depois, o sino toca uma vez. Depois de algum tempo, a locomotiva toca seu apito uma vez. E, pouco depois, a composição entra em marcha" (Antonio Gorni, julho de 2009). A Foto é das Plataformas da estação com trens metropolitanos de Fortaleza, em 2004. Foto de Antonio Gorni

Estação Central Professor João Felipe

Construída em estilo dórico-romano pelo engenheiro austríaco Henrique Folgare, a Estação Central Professor João Felipe teve sua pedra fundamental lançada em 30 de novembro de 1873, mas somente foram iniciadas as obras em 1879, sendo assim, inaugurada em 9 de junho de 1880.


A Estação Central é o ponto de convergência das Linhas Troco Norte e Sul, integrando, assim, a malha ferroviária. Quando era Presidente da República o Dr. José Linhares, cearense de Baturité, o nome da principal estação da antiga RVC só foi dado em 1946, em homenagem ao ilustre engenheiro ferroviário cearense, nascido em Tauá, em 23 de março de 1861.

João Felipe Pereira foi Ministro das Relações Exteriores, da Agricultura e Viação e Obras Públicas do Governo do Marechal Floriano Peixoto. Professor da Politécnica do Rio de Janeiro, João Felipe foi também diretor dos Correios e Telégrafos, Inspetor de Obras Públicas do Rio de Janeiro, Presidente do Clube de Engenharia e Prefeito do antigo Distrito Federal.

O prédio da Estação Terminal Professor João Felipe, localizado no centro de Fortaleza na Praça Castro Carreiro, é Patrimônio Histórico da União, tombado e conservado. Sua última reforma foi a seis anos, permanecendo até hoje em bom estado. Na verdade, a parte mais conservada é a fachada do prédio, que ainda contem resquícios do passado. Em seu interior, foram feitas algumas alterações, para o melhor conforto dos usuário. Passam pela estação cerca de 31 passageiros por dia, onde lá eles têm um serviço de lanchonetes, banheiros, limpeza, bilheterias, "vale idosos" (onde o idoso tem direito a passagem gratuita) e eventos culturais que acontecem todos os meses. A Estação funciona diariamente das 4:30h às 20:30h. O setor de Controle Operacional funciona 24h/dia. É considerado o "coração da ferroviária", pois é lá que são feitos os controles de operação, de circulação, de comunicação, programas de viagens, regularização e avaliação das viagens. A estação conta também com o Parque de Manobras, onde ocorre o descarregamento das cargas e vagões.Os trens comportam 256 pessoas, sendo 88 sentadas. Um dos problemas que era levado pela Companhia eram os apedrejamentos, que foram solucionados com campanhas comunitárias e a colocação de telas nas janelas, para a maior segurança dos passageiros.



*Cornija: Molduras sobrepostas que formam saliências na parte superior da parede, porta, etc

Platibandas: Mureta de alvenaria maciça ou vazada, construída no topo das paredes externas de uma edificação, contornando-a acima da cobertura, e que se destina a proteger ou camuflar o telhado e compor ornamentalmente a fachada.


7 comentários:

  1. Oi Leila,
    A foto com a didascalia "Foi concluído em 14 de setembro de 1973 o primeiro trecho entre Fortaleza e Arronches, hoje Parangaba" tem um pequeno erro.
    1873 e nao 1973.

    Giancarlo

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  2. Boa noite, Giancarlo!

    Obrigada, já fiz a correção.

    Um abraço

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  6. Existe uma legenda onde consta "foto de 1905", aparecendo a estação central de Fortaleza. Mas observe a presença da fiação do bonde elétrico (1913). Você confirma 1905 a data dessa foto?

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