sábado, 29 de maio de 2010

Ruas de Fortaleza - Mudanças (Rua Almirante Jaceguai - Descida da Prainha)


A foto antiga data de 1905 e mostra a atual rua Almirante Jaceguai vista da avenida Leste Oeste, ou começo da avenida Monsenhor Tabosa, olhando para o lado do mar. Do lado esquerdo, o oitão da casa construída no século passado pelo senhor José Pio de Farias, que era agente do Loyd Brasileiro. A casa tinha uma torre de onde ele observava a saída e chegada de navios. Depois a casa foi vendida para o engenheiro inglês Francis Reginald Hull, conhecido apenas como Mister Hull e que hoje é nome de avenida em Fortaleza. Ele aproveitou a torre para fazer suas observações astronômicas e meteorológicas, fazendo-se autoridade em estudos climáticos do Nordeste. No horizonte, vê-se um navio, já que o porto era a ponte de desembarque que ficou conhecida como Ponte Metálica.

A rua, na fotografia antiga, tinha, no meio da ladeira, vários degraus. Na época havia somente bondes de tração animal e não havia nenhuma linha que fosse até ali, mas no período dos bondes elétricos uma linha ia até os degraus e tinha o destino "Prainha", era da companhia Inglesa "The Ceara Tramway Light & Power Co."

A Segunda foto data de 1990 quando a casa foi parcialmente depois demolida, passando a servir de estacionamento de carros. O restante da rua tinha algumas casas que serviam de armazéns e/ou casas comerciais, muitas de exportação e importação. Distante, o prédio que abriga a Capitania dos Portos.

Na foto atual, de autoria do fotógrafo Osmar Onofre,percebe-se que além das mudanças naturais de época, como o calçamento pelo asfalto, as calçadas e meio-fio, postes em vez de combustores e a destruição da casa de Mr. Hull, a vegetação próxima à praia, onde além das árvores de copa, abundavam coqueiros, foi dizimada.

Foi construído no local, em 1998, tomando vários quarteirões, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, inaugurado em 1999, entre a Rua Boris, Avenida Leste Oeste, Rua Almirante Jaceguai e Avenida Pessoa Anta, com salas de exposições, cinemas, teatro, anfiteatro, auditórios, café, ateliê de arte, salas de aulas e espaços para "shows". Dentro do Centro, são também inaugurados o Planetário Rubens de Azevedo, pelo próprio, e o Anfiteatro Ministro Sérgio Mota. A Rua Almirante Jaceguai foi alargada e hoje tem um canteiro no centro.

RUA ALMIRANTE JACEGUAI - Subida da PRAINHA

Temos aqui três fotografias da atual Rua Almirante Jaceguai, que nasce na Avenida Pessoa Anta e morre na Avenida Leste-Oeste, em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Prainha. A foto mais antiga data de 1912(detalhe para os degraus que aparecem na foto), a do meio é de 1985 e a outra é atual.

Em 1839, Antônio Joaquim Batista de Castro requereu à Câmara Municipal licença para construção de um templo sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, ao mesmo tempo em que pedia a abertura de um beco nas imediações.

De posse da licença, foi criada uma irmandade para conseguir meios para a construção. Conseguem com o arquiteto e engenheiro José Antônio Seiffer a planta da capital. A partir de 1864, é criado o Seminário Episcopal e os dois prédios passam a ser um bloco só.

Vemos na foto antiga o final da linha de bondes e também dos fios. Ali o bonde tinha sua lança virada e seus bancos também, ficando o encosto como assento e vice-versa. Também estão presentes dois combustores a gás carbônico, além de um poste de madeira.
Na esquina, a torre do observatório existente na casa do Mister Frances Hull, onde ele fazia suas observações astronômicas e meteorológicas, além de observar a chegada e saída dos navios no porto - na época, a ponte metálica. Como antigamente não havia carros, existiam degraus em toda a largura da rua, além das calçadas. No alto vemos a citada igreja.



A segunda foto já traz o asfalto, o meio fio, a uniformidade das calçadas, postes de concreto com transformadores, os restos da casa de Mister Hull, que foi derrubada para ser transformada em estacionamento. A igreja permanece com antes e já não há os degraus na rua.



Ontem e hoje

A foto mais recente mostra a nova rua que foi construída como um dos acessos ao Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, com duas pistas; ambas descendo, os restos da casa de Mr. Hull desapareceram; placas nos postes e lixo na calçada compõe a nova paisagem; continuam incólumes a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e o Seminário da Prainha que já não é mais seminário.





Fonte: Portal da história do Ceará e Arquivo Nirez

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