domingo, 18 de julho de 2010

Igreja e Praça do Mondubim


Praça Venefrido Melo, a Praça do Mondubim em 1937. Arquivo Nirez

Na época da foto antiga, que não está muito distante, pois a foto data do final da década de trinta, Mondubim era apenas um caminho do trem, existindo apenas uma estação, uma rua de casas e a igreja que data de 1908.
O chafariz que vemos em primeiro plano foi levado da antiga Praça José de Alencar (não confundir com a atual, essa ficava no local onde hoje está a agência do Banco do Brasil, em frente a Praça Valdemar Falcão, próximo ao prédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT), na mesma época em que foi desmontado o grande Mercado de Ferro e suas partes transferidas, uma para a Praça São Sebastião e a outra para a Aldeota (Pinhões). Depois o da praça São Sebastião foi transferido para a Aerolândia, onde ainda se encontra.

O chafariz, quando instalado no Mondubim, teve seu teto alterado*. Os tempos mudaram e as árvores daquela época todas já desapareceram, talvez no tempo do aparecimento dos "lacerdinhas", insetos que habitavam os pés de "ficus benjamim" e que eram uma verdadeira praga, principalmente quando atingiam os olhos de alguém.

Na época, as autoridades acharam mais fácil destruir todos os pés de "ficus" do que matar os insetos com inseticidas apropriados. Todos os benjamins de Fortaleza sumiram, com raríssimas exceções.
A igrejinha foi reformada. Não dá para perceber (Foto mais recente) por estar escondida entre as novas árvores. A maioria das casas da avenida também; os jardins foram modificados em forma e conteúdo; as árvores que ficavam nos dois lados, agora ficam nos canteiros centrais; o chafariz desapareceu deve estar na residência de algum parente de ex-autoridade.

Igrejinha do Mondubim


Ontem e hoje. A foto antiga é do arquivo Assis Lima.

A Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, construída pela Família Bastos no ano de 1908, possuía antes uma bela praça em frente a entrada principal.

“Eu relembrarei o pátio gramado da igreja, verde o ano inteiro, que vinha do patamar, pregueado de degraus solícitos e se estendia molemente para as bordas da linha-férrea”. Mário Sobreira de Andrade no texto “Velho Mondubim”, publicado na seção “Literatura de ontem e de hoje” do Jornal O Povo, em 1944. 💚


Nova matriz 


Em 2001, a antiga capela perde o posto para a nova matriz, mais ampla e batizada com o mesmo nome.


*Comparação do chafariz nas duas praças:




Portal da História do Ceará/Arquivo Nirez/O Povo


13 comentários:

  1. Oi, Leila!
    Neste belo domingo, encontro uma curtinha e mimosa crônica....adoro chafariz! Pena que o do Mondubim "evaporou" como tantos monumentos, e tais, da nossa Fortaleza e de alhures...rsrsr...

    Achei o 2º parágrafo do "post" meio confuso, quando você passa do chafariz para a Pç José de Alencar (a explicação do seu "não confundir", me confundiu..rs).

    Quando menina, fui uma vez a Mondubim...era quase nada...Há uns 10 anos passei a trabalhar numa escola do Bom Jardim e o ônibus atravessava boa parte do, agora, imenso Mondubim, circulava a lagoa, lindo, era um passeio!!!....Quando menina(rsrs), confundia a palavra mondubim com "amendoim", trocava as "bolas"rs...
    Ah, a igreja,...é lindinha!!!!


    Linda matéria!
    Beijos!
    Lúcia Bezerra Paiva

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  2. É que a Praça que me referi é a Praça Carolina que na época se chamava Praça José de Alencar e não da atual onde está o Teatro José de Alencar (Sim, Fortaleza já possuiu duas Praças com esse nome "José de Alencar").

    Eu explico melhor nesse post:
    http://fortalezanobre.blogspot.com/2010/06/praca-paula-pessoa-praca-sao-sebastiao.html

    Ou clica no marcador Praça São Sebastião que aparecerá o post que te falei.

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  3. No post que fiz sobre o Garapeira do Bembem, eu cito o tal Chafariz:

    "A antiga praça Carolina abrangia o que hoje é o largo da Assembléia, Palácio do Comércio, praça Valdernar Falcão, Banco do Brasil e Correios e Telégrafos.

    Em 1897 foi colocado no centro da praça um mercado de ferro composto de dois blocos, para venda de carne verde.

    A parte que ficou do lado do mar, em frente aonde hoje é a sede da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT, passou a chamar-se praça José de Alencar e nela, existiam alguns quiosques, uma caixa d'água, e um chafariz."

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  4. Esqueci de dizer que hoje a Praça Carolina se chama Largo do Mercado ou Largo dos Correios como muitos a conhecem.

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  5. Obrigada, amiga, por tanta gentileza!!!!
    Eu doveveria ter lido com mais atenção...te dei
    trabalho...mas aprndi mais, né?..Pena que não é mais Praça Carolina, nome de minha avó materna..rsrsr!
    Todos os dias leio o último e alguns dos posts do "passado"...é tudo tão gostoso!!!

    Beijos!
    Lúcia Paiva

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  6. Não tem problema, sempre que leio postagens que já fiz, parece que estou lendo pela primeira vez, sempre se aprende alguma coisa, engraçado que tem informação que a gente passa batido na primeira vez e depois se pergunta "como eu não vi isso?" rsrs

    Obrigada por me prestigiar sempre, amiga!

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  7. Esse mondubim infelizmente só faz parte agora de matérias ricas como esta. No momento só fica pior, pois o alargamente da Av. Wenefrido melo, além de trazer desconforto para a "pacata vila" vai deixar o mondubim mais feio e mais fora de "lugar" só restou algumas casas, a Igrejinha, que atualmente voltou a ser utilizada para o serviço religioso local, não sem emoção, pois justamente no dia do aniversário de 50 anos de vida matrimonial do antigo tocador de sino desta capelinha, voltamos a celebrar na mesma, e lá estava o antigo tocador de sinos e sua esposa... (dia 19/08/2011). Pois bem, o concreto alarga a rua do mondubim, e esonde nossa história, abrindo caminhos para o "progresso" - com ele até a fileira de palmeiras imperiais se foram, tombaram como tombou a beleza de nosso bairro histórico. Pe. Laércio.sj

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  8. Olá Sr. Laércio, boa noite!

    O senhor tem toda razão! Infelizmente o progresso anda trazendo consigo a destruição dos nossos patrimônios públicos, que deveriam ser preservados com mais afinco pelas autoridades.

    Fico revoltada quando vejo que no lugar do tombamento de casarões históricos, acham mais cômodo a total destruição e o terreno dar lugar a um estacionamento qualquer, é uma falta de respeito com essa cidade e com seu povo!

    Quanto ao elogio ao blog, eu agradeço de coração! :)

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  9. Feliz em ler um texto do meu avô, Mario (Kepler) Sobreira de Andrade aqui. Obrigada!!!

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  10. Oi Leila Nobre, parabéns. Que saudade da pracinha do velho Mondubim que conheci em 1950. Era linda. Eu era criança, mas nunca esqueci. Passei uns meses morando numa casa bem defronte a estação de trem. Uma vilinha. A casa pertencia à dona Marietinha. Passei lá um dia desses. Será que alguém tem foto da época (1950 a 1960) dessa vila de casas defronte à estação?
    Abraços.
    Parabéns mesmo, de coração.

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    1. Olá, querido Tom! :)
      Muito obrigada!
      Vou pesquisar sobre essa vilinha. Se encontrar algo, posto no instagram do Fortaleza Nobre (@fortalezanobre).

      Um forte e caloroso abraço

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