segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dunas - Manuel Dias Branco


O bairro Dunas é um bairro formado totalmente por casas situado entre o Papicu e a Praia do Futuro. É considerado um bairro de classe alta, já que reune inúmeras mansões em suas ladeiras.

Pode ser considerado um dos mais importantes bairros de casas de alto padrão de Fortaleza


Foto de 1982 - Nessa época as dunas eram altas -As areias foram cobertas pelo asfalto, cimento, concreto, granito...

O antigo bairro Dunas, hoje Manuel Dias Branco, tem uma das vistas mais bonitas da cidade. De um lado, o mar da Praia do Futuro. Doutro, a vista do espigado de edifício da Aldeota. No meio disso, alguns dos casarões mais caros de Fortaleza.
O Manuel Dias Branco, abriga exclusivamente casas, condomínios fechados e uma imponente igreja. Próximo ao mar e longe o suficiente do caos urbano, o bairro é um dos mais ricos da cidade.
O bairro Dunas ganhou o nome do empresário Manuel Dias Branco e tem um dos metros quadrados mais caros de Fortaleza.




A igreja de Nossa Senhora de Lourdes deita-se na areia, velando por um espigado de edifícios que se apertam lá embaixo, nos bairros que também atendem pelo nome genérico de Aldeota, na Secretaria Executiva Regional 2, Zona Leste de Fortaleza. 
O mar da Praia do Futuro sopra um vento bom, o mesmo que mil anos atrás trouxe esses morros. A igreja, branca e imponente, lança-se ao céu tal qual os muros de seus vizinhos, ilustres moradores de um dos bairros mais ricos de Fortaleza. 
"Aqui é bom. Aqui só mora de galeguinho pra cima, só gente alta, de dinheiro", fala o empresário José Mozart, 58, antigo morador e um dos paroquianos mais ativos. Hoje, as dunas ficam por debaixo do enfileirado organizado de casarões e condomínios fechados que não param de ser construídos; ou então se esgueiram nos poucos terrenos não construídos que ainda restam.  "É uma zona em plena expansão".






"Naturalmente, ainda não é o mais caro, mas é um bairro que está em franco desenvolvimento e a procura por terrenos para condomínios fechados é muito grande. É um bairro em evidência em termos de moradia horizontal", informa Armando Cavalcante, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci). Os valores de um terreno na região giram em torno de R$ 400 a R$ 450 o metro . Já o metro construído não sai por menos de R$ 3 mil. "Você tem casa ali de até um 1 milhão e meio de reais, mas a média é na faixa de 600, 650 mil" 






O crescimento é visível. Numa pacata tarde no bairro, encontram-se nas ruas apenas trabalhadores da construção civil. No mais, são caseiros, jardineiros e um homem à paisana com um rottweiler na coleira. Edifício aqui não sobe, é proibido. Mas é preciso andaimes altos para se pintar o muro de um dos mais novos condomínios. "Daqui pra cima é Dunas, daqui pra baixo, favela", demarca o pintor Haroldo dos Santos, 32, morador do Vicente Pinzón (ou Praia do Futuro II nos mapas da Prefeitura), que fica justamente do outro lado da Avenida Trajano Medeiros, uma das divisas do bairro.  "Já botaram até os coqueiros", aponta o motorista Henrique Viana, 36, para a cortina de árvores rente ao muro, do qual é vizinho. "O problema maior pra eles lá é ficar com essa vista", conclui, referindo-se ao próprio Vicente Pinzón, onde também mora. A vantagem dali é que as casas, muitas sem reboco, antecedem as primas ricas e ainda podem colher vento. "As coisas que vêm de Deus ninguém empata", afirma segura dona Maria, mãe de Henrique.  Mas o dito talvez não calhe para os tais edifícios lá de baixo, mesmo que a vista da igreja de Nossa Senhora de Lourdes caia sobre eles. "As dunas amenizam o clima da cidade. Elas estão associadas às áreas onde há ventos. Quando se começa a construir sobre as dunas, mesmo sem edifício, começa a se originar o que se chama de rugosidade. As áreas adiante, onde o vento ia amenizar o clima, começam a sofrer com níveis de calor. Você privatiza o vento", alerta o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará, Jeovah Meireles As circunvizinhanças, por sinal, já foram um dos grandes problemas do bairro. Nos anos 1990, quando a ocupação ainda era incipiente, a região sofria com os constantes assaltos. O problema foi solucionado com uma organização autônoma dos moradores, que providenciaram segurança privada e sofisticados aparatos de vigilância eletrônica, sem falar nas quase onipresentes cercas elétricas.  "Na saída das missas, os vagabundos abordavam os carros nas avenidas", lembra Mozart. O clima de tranquilidade é mantido por um segurança particular que se posta na entrada da igreja nas celebrações diárias das 18 horas. O guarda tem um sugestivo apelido: Messejana. Outro faz ronda em uma calçada próxima à igreja católica, empunhando um pastor alemão. O templo, construído principalmente com doações de empresários do bairro, ainda possui câmeras eletrônicas para no caso do resguardo divino falhar. Mesmo assim, outra paroquiana mais precavida faz questão de mandar um recado: "Você diga pros ladrões deixarem de andar por aqui". 



Fonte: Jornal O Povo 
   

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