sexta-feira, 31 de agosto de 2018

TOP 6 Cursos para amantes de áudio e vídeo


Boa tarde amigos, vocês já conhecem a Udemy Brasil?
A Udemy é um marketplace global de ensino e aprendizado online, onde os alunos dominam novas habilidades e atingem seus objetivos graças a uma abrangente biblioteca com mais de 80.000 cursos ministrados por instrutores especializados.
Para os amantes de áudio e vídeo, fiz um TOP 6 especial, espero que gostem!

 1. Fotografia como Profissão Rentável -
Aprenda de forma profissional construir uma
carreira ou abrir seu próprio negócio relacionado à
fotografia, com algumas dicas e segredos da
profissão.

2. Lightroom Classic CC 2017 - Técnicas
profissionais de tratamento de imagem com
qualidade e agilidade, ministrando melhor seus
trabalhos diários deixando de lado resultados
amadores.

3. Edição de vídeo - Edição de vídeo
profissional para todos os nichos do mercado -
aborda temas como vinheta, pós produção para
canais televisivos e efeitos especiais.

4. Edição de vídeo para YouTubers - Com
mais especificidade, se você já tem seu canal no
YouTube ou deseja começá-lo do zero, aprenda a
fazer apresentação introdutória, adicionais
animações, sincronizar ritmos e trilhas sonoras.

5. Adobe Illustrator CS6 e CC - Trabalhe
melhor com ilustrações e conheça um pouco do
mundo do design gráfico compreendendo melhor o
funcionamento da ferramenta mais popular do ramo.

6. Photoshop Completo - Manipulação,
retoque e edição de imagem na prática. Não é
necessário nenhum requisito especial além de
conhecimento básico em informática, tudo aqui é
ensinado do zero.




quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Bairro Benfica - Por Arlene Holanda (Parte II)


Cruzamento da Av. da Universidade com Av. Treze de Maio, anos 70.
Podemos ver a reitoria da UFC e a fonte das sereias.
A chegada da Universidade Federal do Ceará transformou radicalmente o Benfica, as formas de convivência da população com os espaços sociais. A aquisição do palacete Gentil e de imóveis e terrenos circunvizinhos, em meados do século XX, corresponde com a debandada da elite para outras plagas, dessa vez o Meireles e a Aldeota. Os imóveis adquiridos pela Universidade ficaram livres da demolição quase fatal, mas não escaparam das adulterações inevitáveis à adaptação aos novos usos. A presença do Campus impactou no preço dos imóveis e dos aluguéis, expulsou uma fatia significativa da população menos favorecida.


Antigo portão da Reitoria da UFC. Arquivo Jards Nobre
Até hoje os preços do Benfica batem com os da Aldeota, do Meireles e de áreas consideradas mais nobres. Casarões antigos, cujas ações de preservação têm sido negligenciadas pelo poder público, deram lugar a prédios de apartamentos – como é o caso da casa de Rodolfo Teófilo. Atualmente, pode-se afirmar que já não existem casarões cujo uso social seja residências. O tempo e suas urgências transformaram e transformam a paisagem diuturnamente, num ritmo frenético: uma nova fotocopiadora surge, um ponto de venda de celulares e acessórios, sorveteria, pizzaria, american-bar, self-service... Grades florescem da noite para o dia, nos fazendo ver tudo enquadrado, como na canção de Adriana Calcanhoto.

Sim, o Benfica ainda é o bairro universitário, embora nem mais quieto, nem mais bucólico, nem mais tranquilo, talvez nem mais tão alegre. Mangueiras testemunhas da glória dos Gentis teimam em resistir, sufocadas em meio ao asfalto. Cadeiras na calçada – comuns até o fim do século XX –, não vejo mais. 


Estádio Presidente Vargas por volta de 1960. Acervo Marcos Siebra
Em dias de jogo no PV, carnaval de rua, manifestação ou eventos na UFC, trailers disputam lugar nas calçadas. Lembro-me das duas últimas vezes que tomamos cerveja (tomamos é uma maneira de dizer, só Ricardo tomou) e comemos churrasquinho “de gato” no Benfica: uma vez na Waldery Uchôa, esquina com Adolfo Herbster. Era carnaval. Outra na Marechal Deodoro, na curva da antiga Cobal (Companhia Brasileira de Alimentos), ao final de um jogo do Fortaleza contra não sei qual time. Ricardo conversou com os barraqueiros – era seu costume. Perguntava de suas vidas, onde moravam... Quase sempre vinham de bairros bem distantes, vender ali porque a “praça” era boa. Pretendiam zerar o estoque de churrasquinhos, cachorros-quentes, latinhas e refrigerantes de 2 litros vendidos a retalho em copos descartáveis.


Avenida da Universidade - Benfica
E assim vão se costurando histórias, de todo mundo, do mundo todo, de que nem sabe das histórias dos casarões sobreviventes, dos Gentis, dos bondes... Histórias dos milhares que passam na rua, nos ônibus lotados, dos torcedores exaltados, dos que carregam grossos volumes de ensaios fotocopiados, teclam com sofreguidão, matam aula no Pitombeira, namoram nos bancos das praças, se drogam, se enlevam, transgridem, se manifestam, se comovem. Histórias dos que têm saudades, do vivido e do não vivido... E, por isso mesmo, fazem questão de inventar tudo de novo, pela magia das palavras-fada, capazes de eternizar cada instante e... transformá-lo em histórias!


Parte I




Benfica / Arlene Holanda.- Fortaleza: Secultfor, 2015. (Coleção Pajeú)