terça-feira, 30 de abril de 2013

Parquelândia - Antigo Coqueirinho



Secretaria Regional III

No final dos anos 1940, o bairro Coqueirinho começou a se extinguir com a remoção de famílias sem documentos das terras. A Empresa Incorporadora LTDA, do paraibano Lauro Ferreira de Andrade, iniciava a implantação da Parquelândia, que incluem a Av. Jovita Feitosa. Foto Gazeta de Notícias, 1956. Acervo Lucas

Parquelândia é um bairro da zona oeste de Fortaleza. Tem como referencia no bairro a praça da Igreja de Santo Afonso mais conhecida como Igreja Redonda. O nome Parquelândia vem da época em que o lugar ainda era um grande loteamento. Ninguém sabe ao certo como o nome surgiu, o que se sabe é que ele caiu no gosto popular. Sobrou o canteiro central da avenida para lembrar que existia um terreno de mata virgem. Ficou o nome, Parquelândia, para identificar o lugar. Bairro povoado e bem estruturado. Ruas e calçadas adequadas ao código de obras e posturas do município. Orgulho para quem mora na região. Como a livreira Socorro Carneiro, dona de uma banca de livros antigos. 
A Igreja de Santo Afonso, ou Igreja Redonda, é o marco de construção do bairro. O bairro surgiu entre as décadas de 40 e 50. Era conhecido por ser um local de diversão, onde existiam muitos bares e casas de show. A Parquelândia de hoje tinha um outro nome no passado: Coqueirinho, em referência à área verde, predominante na época. A escola também faz parte da história da Parquelândia. Construída por padres redentoristas, ela serviu para a realização de missas, enquanto a igreja era construída. Pouca gente sabe, mas a Parquelândia é conhecida por suas formas geométricas.

Foto Gazeta de Notícias, 1956. Acervo Lucas

Rua professor Morais Correia na Parquelândia dos anos 70. Arquivo pessoal: Kariza Viana

Praça da Igreja Redonda

Uma banda da lua

"Sou carteiro e me conhecem por Xavante, apelido de menino. Residente na Parquelândia desde os tempos de Coqueirinho (bairro violento da Fortaleza Descalça), conheço cada rua e beco, cada gente, cada história e estória daqui. Andarilho observador, gentil por ofício, sou o que tanta notícia leva-e-traz ao povo, o que lutou com cachorro doido, levou carreira, peitou cara feia.



Rua General Bernardo de Figueiredo


Inicio a narrativa dizendo que o bairro que adotei desde os anos 50, como poucos da capital (Aldeota e Fátima), tem a capacidade de se imiscuir no território contíguo, tomando-lhe a designação primitiva. Exemplo é a Vila dos Industriários da minha infância, dos bodegueiros Barnabé e Toinho e de dona Laisinha (das roupas e miudezas em geral), hoje Parquelândia até a alma.

Quadrante da cidade que cresceu vertiginosamente, valorizou-se, acolheu ilustre e ganhou notoriedade. Longos trechos do Rodolfo Teófilo, Parque Araxá e até o Parreão foram lambidos pelo que tem na avenida Jovita Feitosa uma grande referências espacial. Uma alegria abrigar aqui o bar Besouro Verde, de seu Hélio, pai do jornalista Eliomar de Lima. “Ei, Xavante, o Besouro é no Amadeu Furtado!”


Besouro Verde - Esquina da rua Dom Manuel de Medeiros com Rua Amadeu Furtado

Wellington Martins e Rosânia. Ou melhor, Nena e dona Rosa, que estão à frente do tradicional Bar Besouro Verde - Que comemora em 2013, 60 anos. Blog Eliomar de Lima

- Negatofe! É na Parquelândia; lá comi (pedido Nº 15 do cardápio) Sarapatel com Macaxeira à Parquelândia. Deixei correspondência em apartamento do Alagadiço (confluência do grande Antônio Bezerra), tendo por destinatário a Parquelândia do seu Eurides das bicicletas e do filho Waldonys, sanfoneiro aeronauta (casarão entre as ruas Pedro de Queiroz e Bernardo Figueiredo). São Gerardo negocia melhor o imóvel se estiver em terreno da Parquelândia, que deu telhado à família do cantor Belchior (rua Padre Guerra).


Belíssima casa do sanfoneiro Waldonys


Talvez por maldade (desdita de quem não é do pedaço), alcunharam-no ‘bairro geométrico’: “A igreja é redonda (Igreja de Santo Afonso); o motel é triangular (Motel Triângulo, beijando o Campus da UFC – Avenida Humberto Monte) e o povo é quadrado”. Qual nada! São vizinhos nossos intelectuais e jornalistas de escol (Airton Monte, Cid Carvalho), além de artistas (Falcão, Tarcísio Sardinha, Gladson Carvalho), profissionais liberais, demais figuras do bem, tão célebres quanto.

Motel Triangulo

Resiste ao tempo a feira-livre da Dom Manuel de Medeiros, entre a Pedro de Queiroz e a Lino da Encarnação, sob o olhar público da Agência Parquelândia do INSS. Freguesia de toda vizinhança. Não mais o “agrupamento de barracas de mercadores de hortaliças, frutas e outros gêneros” das sextas-feiras d’outrora, mas ainda o traço do bucolismo interiorano, com seus chapeados e galinhas caipiras no ‘garajau’.


Rua Dom Manuel de Medeiros

Até o começo da década de 70, o campo do João Maia, da lagoa barrenta isolada que lhe abeirava, era “CT” (Centro de Treinamento) de pobre, para onde a moçada corria diária pra bater bola. Modernamente, é chão que alicerça de veios d’água visíveis o casario nobre do local. Bufês chiques, Hospital São José, Secretaria Executiva Regional III, churrascarias. Plaga onde surgiu o jogador de futebol Artur (o Arturzão). Quem quiser reclamar que reclame, mas o IPC (Instituto de Psiquiatria do Ceará) é nosso. Como o foi Granja, homossexual conhecidíssimo.



Hospital São José 

(O Hospital São José de Doenças Infecciosas, foi criado pela Lei N.º 9.387 de 31 de julho de 1970, tendo começado a funcionar já em 31 de março do mesmo ano. É um órgão com personalidade jurídica de Direito Público, pertencente ao Estado, vinculado à Secretaria da Saúde do Estado do Ceará.)

Figuras lendárias (os tais ‘doidinhos’) povoaram nossos quarteirões, metendo medo ou sendo motivo de fazimento de pouco pela galera. Pepita (irmã de Maria Barroada), Maria Popopô, Chaparral, Peixe Podre, Scania (Ligeirinho), Marconi das Galinhas. E um certo ‘rabo de burro’ que laçava as meninas com o intuito de ‘pinar’ nelas; fazia ponto entre o Colégio Júlia Jorge, ícone morto, e a então garagem da CTC. Atacava sempre depois das tertúlias, que deu projeção ao bairro nos anos 70. E por aí vai – pela rua Rotary; e por aí vem – pela Azevedo Bolão. E por aqui fico – na General Piragibe.


Arquivo Fotolog Júlia Jorge

Arquivo Fotolog Júlia Jorge

O fim do Colégio Júlia Jorge

É o que tinha a dizer do meu amor parquelandino, gritando e chamando o nome do querido bairro com uma ruma de missivas na mão. Do seu criado, Xavante."


Tarcísio Matos
(É vizinho da dona Rita, que é irmã do Dionísio – o pai do Bodinho. O filho da Terezinha formou-se em Jornalismo. Casado com a amada Derlange, tem dois filhos, quatro filhas, mil irmãos.)

Parquelândia: Uma fonte de riqueza artística e cultural

A Parquelândia é apontada atualmente como um dos bairros mais prósperos de Fortaleza. Segundo dados do IBGE, possui 14.786 habitantes e é delimitada ao norte com a avenida Bezerra de Menezes, ao leste com as ruas Escritor Pedro Ferreira de Assis e Professor Anacleto, ao sul com Azevedo Bolão e Jovita Feitosa, e ao oeste com a Governador Parsifal Barroso. Mas, na opinião dos moradores mais antigos, a população chega a 40 mil e a extensão do bairro é muito maior, indo da Vila dos Industriários até a avenida Humberto Monte.

Até 1952 o bairro chamava-se Coqueirinho, devido á existência de uma floresta repleta de coqueiros ás margens de inúmeros lagos. Nessa época, quase todas as terras pertenciam á família Bezerra de Menezes. O nome surgiu quando os terrenos começaram a ser vendidos, sob inspiração de um parque arborizado, localizado nas imediações. As primeiras casas construídas não eram muito agradáveis, mas, com o tempo, as coisas foram mudando e, de um bairro distante e pouco povoado, a Parquelândia foi se tornando atraente e próximo do centro da cidade.

Na década de 40, o local atraía a atenção do povo de Fortaleza pela existência de várias casas de forró, dentro as quais as mais destacadas eram os “forrobodós” do João Nascimento e Chico Galinheiro, palcos de memoráveis noitadas para os jovens da época. Talvez venha daí o fato de a Parquelândia ser apontada até hoje como um reduto de exímios dançarinos, sendo preferida também por poetas, músicos, políticos e jornalistas como Eliomar de Lima, Cid Carvalho, Glaydson Carvalho, Falcão, Belchior, Waldonys, Clarencio, Tarcísio Sardinha e Patrícia Lima, dentro outros.

Um fato que pode ser apontado como um marco para o seu futuro foi a construção da Igreja de Santo Afonso, em 1969. Conhecida até hoje em toda a cidade como Igreja Redonda, por conta de sua arquitetura, no mínimo diferente das outras igrejas de Fortaleza, a construção chama a atenção de todos. Não é por ocaso que a pracinha da Igreja Redonda é considerada “coração” da Parquelândia.
_________________________
Texto de Juraci Mendonça, publicado no JPA - Jornal Informativo Parque Araxá - Ano V, N.º 51, de novembro de 2001.

Paróquia de Santo Afonso


Igreja Redonda em 1994 - Acervo O Povo

A Paróquia de Santo Afonso começou com os Padres Redentoristas que curavam a Paróquia de Porangabussu. O antigo Coqueirinho, hoje Parquelândia era uma capela. Para início de desenvolvimento do bairro, em parceria com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, cujo prefeito na época era o Cel. Murilo Borges, foi lançada a Pedra Fundamental da atual Escola Santo Afonso.

Afonso de Ligório - Wikipédia

Após a construção da escola o pensamento voltou-se para a ereção de uma capela para o culto dominical. Cuidou, inicialmente da capela o Pe. Guilherme Condon. Houve um acidente. A construção desabou. Não houve desânimo. Recomeçou-se a construção com novo projeto. A igreja agora, fugia à arquitetura tradicional. Seria circular. Por causa de sua arquitetura ficou conhecida como Igreja Redonda, a primeira desse tipo em Fortaleza.


Escola Santo Afonso

A criação da Paróquia deu-se no dia 5 de junho de 1978, no governo arquidiocesano do Exmo. Sr. Arcebispo de Fortaleza Dom Aloísio Cardeal Lorscheider. O padroeiro não podia ser outro: Santo Afonso, fundador da Congregação Redentorista.

O território paroquial foi desmembrado das paróquias limítrofes: São Raimundo, São Gerardo e Nossa Senhora da Salete.


Igreja em 2011 - Acervo O Povo

Fatos Históricos do bairro

26/Fevereiro/1941 - A policia consegue capturar o indivíduo Francisco Rodrigues que, à noite do dia 11 e nas matas do Coqueirinho, perto de Porangaba, assassinara sua amante, com oito facadas.

15/maio/1941 - Inaugurada a Praça dos Tamborins, no bairro do Coqueirinho, depois Amadeu Furtado, hoje, Parquelândia.
Era uma homenagem a uma família cujos membros eram militares e lutaram na Guerra do Paraguai.
Fica entre a Rua Érico Mota, Rua Professor Lino Encarnação, Rua General Bernardo Figueiredo e Avenida Jovita Feitosa.
É conhecida hoje como Praça da Igreja Redonda.


16/abril/1952 - Circula o Diário Oficial do Município - Diom nº 5.399, com a Lei nº 439, de 03/04/1952, que traz a proposição do vereador Francisco Edward Pires que denomina de Amadeu Furtado o bairro do Coqueirinho, que hoje é denominado Parquelândia.


19/outubro/1952 - Aposição da placa que muda a denominação do bairro do Coqueirinho para Amadeu Furtado, localizado após São Gerardo, como homenagem de reconhecimento da população de nossa capital ao humanitário clínico há bem pouco falecido.
Por ocasião da solenidade, usaram da palavra o prefeito Paulo Cabral de Araújo, o médico Quixadá Felício, o acadêmico Francisco de Assis Silva Furtado, representando os alunos da Faculdade de Farmácia e Odontologia, e o acadêmico Aprigio Quixadá Furtado, que agradece em nome da Família Amadeu Furtado.
Posteriormente o nome do bairro foi mudado para Parquelândia e colocado seu nome em uma rua, prosseguimento da Rua Olavo Bilac.

Créditos: Site da Paróquia de Santo Afonso, Site Fortaleza Brazil, Jornal O Povo, Site Liga Park e Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo


quinta-feira, 25 de abril de 2013

José Setubal Pessoa - Um homem de visão


José Setúbal Pessoa (Foto ao lado do Acervo do neto Wilson Nascimento), era de tradicional família de Pacatuba. Em 1934, decidiu lançar-se na aventura de trabalhar por conta própria, adquirindo um pequeno Chevrolet, caminhão adaptado para ônibus, que ostentava em seu pára-choque dianteiro o nome “Wanderley”.                  Este cobria o itinerário do centro da cidade ao Otávio Bonfim, bairro onde morava seus familiares na época. Em 1936, após dois anos trabalhando sozinho, quando o transporte era feito de forma precária, José Setubal, juntamente com outros empresários, passou a rodar com o nome de Empresa Iracema, ligando o centro a Praia de Iracema. Foram depois adquiridos mais dois veículos, sendo um da marca Chevrolet Cara branca e um Diamond, emplacados com o números 1031 e 1032, realizando o percurso que tinha como ponto de partida o antigo Café Belas Artes.



O famoso "Café Belas Artes", de Osvaldo José Azin, que ficava no térreo do Palácio do Comércio, inaugurado em 15 de maio de 1940 e fechou as portas em 16 de maio de 1973. Ficava  ao lado da Livraria Arlindo, em frente ao Museu do Ceará.

Durante a segunda guerra, na década de 40, a empresa passou por inúmeras dificuldades, fazendo com que os sócios Francisco e Ciro Mamede Vidal desistissem de prosseguir, ficando José Setúbal Pessoa novamente sozinho, lutando com a falta de peças, pneus e combustível, pois tudo era importado do exterior. A Empresa Iracema teve que adaptar seus veículos para o uso de gasogênio para tentar vencer a crise de 1942, sendo a primeira empresa a ter experiência de trafegar com gasogênio no motor.

Chevrolet 1950 em frente a antiga sede do Círculo militar* de Fortaleza na esquina da Avenida Raimundo Girão c/ Rua Ildefonso Albano - Acervo Cepimar

Com o fim da guerra, foi implantada a Indústria Automobilística Nacional, com isto, passou a utilizar veículos construídos com finalidade específica de transportar passageiros, procedentes das recém-criadas fábricas. A linha do Seminário, que havia sido desativada devido à guerra, voltando a operar em 1945, tendo como ponto de partida a Praça Valdemar Falcão, ao lado do Palácio do Comércio.


Ônibus Chevrolet da Empresa Iracema - Acervo Cepimar


Em 1946, já com uma década de atividade, a empresa já servia aos bairros da Praia de Iracema, Seminário, Mucuripe e Carlos Vasconcelos, sempre com pontualidade dos ônibus que cumpriam à risca os horários de partida. O proprietário organizou uma grande festa em agosto daquele ano em comemoração ao 10º aniversário da Empresa.


Ônibus fazendo a linha Serviluz na década 60 - Acervo Cepimar

Em 1947, os bondes da Ceará Light eram desativados, fazendo com que a Empresa Iracema e demais empresas da cidade, ampliasse a frota para atender a demanda de usuários, principalmente nas linhas da região do centro, Praia de Iracema e Aldeota.

Com a inauguração do Porto do Mucuripe  em 1947, foi criada a linha Cais do Porto, sendo operada por quatro veículos da Iracema para atender o grande movimento de pessoas que se dirigiam para a região do Mucuripe. Em janeiro de 1948, a Iracema começa a operar nesta mesma linha com o curioso “ônibus cargueiro”, veículos destinados ao transporte de cargas e pessoas, com viagens feitas de hora em hora.

Ainda em 1948, José Setúbal Pessoa foi um dos fundadores da Associação das Empresas de ônibus em Fortaleza, registrando oficialmente o nome de fantasia da Empresa Iracema com a razão social de Organização José Setúbal Pessoa & Cia.

Em 1950, os jornais da cidade traziam o anuncio de venda da Empresa Iracema, José Setúbal declarava estar cansado dos mais de 15 anos de intensa dedicação à empresa, desejando assim, empregar sua atividade em outro ramo de negócio menos exaustivo. Uma das condições de pagamento era “50% a vista e o restante em 6 meses, desde que os títulos emitidos pelo comprador sejam negociáveis nos Bancos da cidade”.



Veículo conhecido como "paulista"** (Jornal Unitário) - Acervo Fortalbus

Sua frota de 24 coletivos operava nas linhas da Praia de Iracema, Mucuripe, Cais do Porto, Vila dos Estivadores e Seminário, servindo também aos locais como o *Círculo Militar, os moradores da Avenida dos Jangadeiros, Casa de Saúde S. Raimundo, Vila Bancária e a própria Aldeota.

Em abril de 1955, uma crise ligada ao valor da tarifa afetava o transporte público da cidade, mais uma vez a Empresa Iracema era colocada à venda. Algumas empresas deixaram de prestar serviço à população, fazendo com que até mesmo a própria Iracema declarasse o encerramento de suas atividades nos jornais da cidade. Felizmente, tudo não passou de um alarme falso.

Ao completar vinte anos e com uma frota de 25 veículos, parte deles eram do tipo **Paulista, um dos mais modernos e confortáveis do país naquela época. Cumpria fielmente suas obrigações explorando o ramo de transporte coletivo à população da Zona Nordeste e grande parte litorânea. A linha Praia do Meireles via Pereira Filgueiras era acrescentada às outras quatro já operadas pela empresa.

Em 1957, lança um ônibus Chevrolet com carroceria fabricada no Rio de Janeiro pela Carroceries Vieira Comercio e Indústria S.A.O novo veículo entrou em operação na linha da Praia de Iracema. Sua carroceria foi desenhada pelo técnico Herbert Gustaw von Laszio-Leipniker, engenheiro chefe da Carroceries Vieira, o qual veio a Fortaleza com o objetivo especial de assistir ao lançamento do ônibus. Este foi o primeiro de várias unidades Vieira que a Empresa Iracema colocou nas suas linhas.


Entrega do ônibus com carroceria Vieira em 1957 (Jornal Unitário) - Acervo Fortalbus

Fortaleza atravessou uma grave crise de combustível entre 1962 e 1963, prejudicando a população que passou a conviver com um transporte limitado devido ao racionamento de gasolina. Mesmo assim, a Iracema manteve seus ônibus nas ruas, apesar da inevitável redução da frota de ônibus.

A Empresa foi a pioneira na instalação de catracas nos ônibus de Fortaleza, conhecidas como “borboletas” chegaram no ano de 1964. A linha Casa de Saúde São Raimundo foi a primeira beneficiada com esse sistema, que tinha o equipamento instalado no centro do corredor, através dele, era feita a cobrança das passagens. Naquele momento, a Empresa Iracema empregava 130 funcionários com uma frota de 40 veículos, entre carros de socorro, serviço, reboque e fiscalização.

Ônibus com catraca de 1964 (Jornal Unitário) - Acervo Fortalbus

José Setúbal Pessoa faleceu em 1972, aos 62 anos de idade. O empresário foi vítima de um acidente automobilístico na cidade de Recife, quando voltava a Fortaleza dirigindo um veículo Corcel que havia adquirido no Rio de Janeiro. Sua esposa, D. Maria Gisete Costa Pessoa, sobreviveu, e após a tragédia, assumiu com pulso firme o comando da empresa, tendo inclusive participação ativa no sindicato patronal, sendo assídua frequentadora das famosas reuniões das terças-feiras.

Ônibus Vieira com selo comemorativo de 30 anos da Empresa Iracema - Acervo Cepimar

A Iracema seguiu evoluindo nos anos seguintes, chegando a ser registrada em 1978 como Organização José Setúbal Pessoa Ltda. No final daquela década, além da Praia de Iracema, sua linha pioneira, alcançava também outras linhas como Caça e Pesca e Barra do Ceará, nos dois extremos da zona praiana de Fortaleza, servindo em toda a sua extensão.

No começo da década de 1980, já com sua inesquecível pintura verde em forma de asa, servia as linhas Dom Luiz, Varjota, Serviluz, Castelo Encantado e Meireles, além das compartilhadas com outras empresas, Messejana/Cais do Porto, Barra do Ceará/Cais do Porto e Circular.

Mercedes-Benz O362 Urbano - Acervo Fortalbus


Em 1982, já eram 284 empregos diretos e uma frota de 56 modernos ônibus operados por uma garagem sede na rua Gonçalves Ledo. O quadro de funcionários era de 100 motoristas, 112 cobradores, 40 mecânicos de diversas especialidades e 32 funcionários de administração. Entre os sócios da Empresa Iracema, D. Maria Gisete contava também com o apoio de sua única filha***, Vânia Maria Pessoa.

Gisete Pessoa ao lado de um ônibus que tinha acabado de chegar da fábrica**** em 1976 - Acervo do neto Sérgio Pessoa Souza

Aquela década trouxe outras inovações, no seu 50º aniversário, a Iracema foi a primeira empresa a trazer o modelo Ciferal Jardineira para Fortaleza, veículo urbano especial que passou a operar na linha Praia/Circular. O ônibus tinha motor traseiro, janelas panorâmicas e pintura desenvolvida exclusivamente para o modelo.


Ônibus Ciferal Jardineira Mercedes-Benz OH-1313 da Empresa Iracema - Foto de Maurice Gonçalves Natacci

Além da evolução das carrocerias naquela década, a Iracema adquire o moderno Mercedes-Benz O371 em 1988, o Volvo B58 e o primeiro Scania F112HL motor dianteiro e carroceria Ciferal Padron Alvorada.

A partir de 1990, D. Maria Gisete conta com o apoio de seus netos Sérgio e Cláudia Pessoa, além de Fernando, presente desde 1985 como um dos sócios da empresa.

No começo dos anos 90, a Iracema deixa de usar o tradicional “carimbo” que identificava o prefixo do veículo na lateral, uma vez, que todas as empresas passaram a utilizar um único sistema de numeração antecedido por um código, a Empresa Iracema era representado pelo número 07.

Iracema Amelia 133 - Acervo Fortalbus


Com a implantação do sistema integrado de transporte, além da reformulação de algumas linhas da cidade, a Iracema passa a incorporar veículos do tipo “padron” equipados com porta central. Nesta fase, chegou a ter uma das maiores frotas da cidade com cerca de 100 veículos. ( Ao lado, ônibus Iracema Ciferal Padron Alvorada 109- modelo de 1989). 

Mas as mudanças não pareciam ter sido favoráveis para a mais antiga empresa de Fortaleza, pois acumulava uma dívida na ordem de 4 milhões, segundo Francisco Feitosa, Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes e Passageiros do Estado do Ceará.
A Empresa caiu numa decrescente, perdendo veículos e sendo obrigada a ceder suas linhas para outras operadoras. No último mês de operação, sua frota nas ruas não chegava a 30 veículos distribuídos em apenas quatro linhas.

Garagem da Empresa Iracema em 1996 (Jornal O Povo) - Acervo Fortalbus

A Empresa Iracema encerrou suas atividades em 1996, com seis décadas de serviços prestados à população de Fortaleza. Suas linhas foram transferidas para as Empresas Auto Viação Fortaleza, Cialtra, Irmãos Bezerra e Maraponga.
 (3596 bytes)

Matéria publicada no Jornal O Povo em 02 de fevereiro de 1996:


EMPRESA IRACEMA PERDE BENS POR FALÊNCIA

"Aos 60 anos, a mais antiga concessionária de linhas de ônibus de Fortaleza tem dívidas que ultrapassam os R$ 4 milhões.

A empresa de ônibus mais antiga de Fortaleza faliu. Com 60 anos circulando na cidade, a empresa Iracema, administrada pelo empresário Fernando Eugênio Pessoa, não conseguiu reverter o processo de falência e, ontem pela manhã, praticamente definiu seu destino. Seis veículos da frota foram tomados pelo Banco Real como dívida de leasing (contrato financeiro onde é alugado um bem e, no final do prazo estabelecido, permitida a aquisição definitiva), sob determinação judicial. O Presidente do Sindicato das Empresas de Transportes e Passageiros do Estado do Ceará (SETPEC), Francisco Feitosa, confirma o valor das dívidas: "Em mais ou menos R$ 4 milhões". A situação, segundo ele, é "irreversível".

As dívidas, segundo um informante do meio empresarial do setor, foram acumuladas junto à Receita Federal, Previdência, Direitos Trabalhistas, Secretaria das Finanças do Município, bancos, fornecedores, companhias de petróleo e governos federal, estadual e municipal. "Foi má administração" - disse o informante, sem se identificar.

Há aproximadamente 60 dias, segundo Feitosa, a empresa ainda contava com uma das maiores frotas da cidade, com mais de 100 veículos. Ontem, chegava a pouco mais de 20. Cerca de 100 motoristas e trocadores haviam parado de trabalhar desde as 14 horas de quarta-feira (31). Foram cobrar o pagamento do salário de janeiro e rescisões contratuais.

No final da manhã, em negociação com o proprietário da Iracema, Fernando Eugênio Pessoa, o sindicato representante dos motoristas e trocadores concordou que a categoria recebesse os valores atrasados. "Ficará um quadro de motoristas para atender aos 26 carros que a empresa ainda tem" - explicou o Presidente da entidade, Elias Augusto da Silva.

A Autoviária Fortaleza vem substituindo, desde o segundo semestre de 1995, as linhas concedidas à Iracema. Até ontem, eram apenas quatro ainda operadas pela empresa falida, em circulação principalmente na área do Mucuripe. O POVO não conseguiu obter a versão de Fernando Eugênio Pessoa para os fatos."
 (3596 bytes)
Em 2004, os fundadores José Setúbal Pessoa e Maria Gisete Costa Pessoa, receberam homenagem do Sindiônibus por meio da Série Memória. Eles tiveram suas fotos e dados exibidos nos 12 milhões de vales-transportes que circularam naquele ano.

No ano seguinte, José Setúbal Pessoa teve uma rua no bairro Cais do Porto inaugurada com seu nome. A iniciativa também foi do Sindiônibus, em homenagem a este grande empresário cearense que ajudou a construir a história do transporte no nosso estado.

A mesma Empresa Iracema, que rompeu décadas transportando os fortalezenses apesar das inúmeras dificuldades, infelizmente não resistiu. Todos os méritos ao pioneiro José Setúbal Pessoa, que construiu a base de uma grande empresa, porém, não pôde dirigir seu patrimônio juntamente com sua família. Méritos também à Dona Maria Gisete, que teve a missão de continuar o trabalho pelos anos seguintes, permanecendo no comando da empresa até o encerramento das atividades da saudosa Iracema

Reboque em 1987 - Acervo ÔnibusBrasil


*** Com D. Gisete Pessoa, José Setúbal só teve uma filha, Vânia, mas além dela, ele também foi pai de Valdeída, de outro relacionamento, e como homem honrado que era, não deixou de cumprir todas as suas obrigações como pai.

****"Sempre que chegava um novo ônibus, era motivo de muita alegria e uma foto" - Sérgio Pessoa (neto)

Todos os créditos vão para os amigos do  Site Fortalbus e Site Cepimar

Saiba mais sobre a Empresa Iracema AQUI

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Colégio São João - Avenida Santos Dumont


A belíssima casa, na época da foto ainda era residência de Adolpho Quixadá, que promoveu um luxuoso Garden Party oferecido ao Clube dos Diários
Acervo Carlos Juaçaba 

No final da Segunda década do século passado, foi construída essa linda casa que ilustra a primeira foto, era a Vila Quixadá, que ficava na Avenida Santos Dumont nº 1169, construída por Adolfo Quixadá para sua residência. Após alguns anos foi alugada ao governo estadual que a usou como residência do Presidente do Estado.

O belíssimo casarão em 1940. Acervo Lucas

Vila Quixadá, casa de Adolfo Quixadá e depois foi residência do presidente do Estado. 


Em 1930 a casa volta às mãos da Família Quixadá e nela inaugurava-se, no dia 6 de março o Ginásio São João, dirigido pelo professor César de Adolfo Campelo. Em 1940, a casa pertenceu ao banqueiro João GentilEm 1943 abrigou o colégio do professor Odilon Gonzaga Braveza* e recebeu o nome de Colégio São João.



Acervo de Tânia Maria Sousa



Em 1976, o colégio foi vendido para a Organização Farias Brito, mudando o nome para Farias Brito-Aldeota/1.

A Casa já ocupada pelo Colégio Farias Brito. Acervo Renato Pires



Depois a casa foi vendida e em seguida demolida, sendo levantado no local um novo prédio que abriga hoje um supermercado do Grupo Pão de Açúcar, que como forma de homenagem, é conhecido como "Pão de Açúcar São João". Inclusive, o supermercado conserva em seu interior uma foto do colégio.




Foto do 1938 do Ginásio São João que tem em seu lado esquerdo o campo de esportes. Na avenida, calçada com paralelepípedo, vemos os trilhos dos bondes elétricos, cuja fiação está nos postes da Light and Power. Do outro lado, os postes da telefônica. 




Fachada do antigo Ginásio São João na Santos Dumont. Foto tirada no interior do jardim do sobrado da família Brígido em 1942. Acervo pessoal de Marrocos Anselmo Jr



Colégio São João-Álbum Fortaleza 1931

"Sábado, inverno, começo de noite.

Parei o carro lentamente no estacionamento e quase que de forma mecânica dirigi-me ao supermercado.

O céu anunciava mais chuva que viria a acompanhar o sereno fino já caindo desde o meio-dia. Fortaleza estava fria, era abril.

Entrei rápido e logo peguei um carrinho. Não demorou encontrei um colega. Perguntou-me pela graduação e faculdade, respondi e soube também um pouco de como ia sua vida. Depois de alguns minutos de conversa, ele levantou o queixo numa direção como a apontar, olhei rápido e não pude me conter com o que vi.

Acima de um balcão de conveniências, precisamente na parede atrás, estava uma grande foto da entrada do Colégio São João.

Só então me situei. Estava no Pão de Açúcar São João, local do antigo colégio onde na década de 80, havia feito o científico.

Ginásio/Colégio São João-Álbum Fortaleza 1931


Pensei no lugar que ora pisava, quase sagrado para mim. Acho que no passado estaria no que foi a secretaria, atualmente secção de frios e laticínios. Olhei novamente a foto. Soube pelo amigo que havia sido posta a pedido de um ex-aluno. Vi a escada de entrada que levava à secretaria, tantas vezes subida por mim, o portão à esquerda, que barrava quem chegasse fora de hora. Foto grande em preto-e-branco, mas de boa qualidade. Como dizem os chineses uma imagem vale mil palavras e como essa frase valia para mim naquele momento. Após alguns minutos despedi-me, e com uma certa urgência fui abastecer-me. Ao sair do estacionamento senti-me tomado por uma branda nostalgia.

Sala da direção. Foto do Álbum Fortaleza 1931

Foto do Álbum Fortaleza 1931


Às vezes o tempo passa tão rápido que sequer dá trégua para nos acostumarmos com as mudanças, pensei.

Naquela noite sonhei estar no colégio São João, era intervalo, conversávamos animadamente, enquanto o vento balançava a grande árvore que havia no centro do pátio. De repente o sinal para o início do segundo tempo tocou. Acordei de súbito com o barulho de um forte trovão.


Era só um sonho em uma noite chuvosa e fria. Deitei-me e procurei conciliar-me novamente com o sono, logo tudo foi apagando, e o som forte dos pingos da chuva foram ficando mais e mais distantes até finalmente tudo silenciar inclusive as lembranças que teimosa minha memória luta em preservar.

Bérgson Frota
(Escritor, contista e cronista)
_________________________________
Artigo publicado no jornal O POVO em 05/04/2008.

Fatos Históricos


Foto de 29 de julho de 1917 - "Banquete na Villa Adolpho Quixadá (que se tornaria o Colégio São João e depois seria demolida para a construção do Pão de Açúcar Santos Dumont).  De propriedade do meu tio-tataravô Adolpho Quixadá. O primeiro à direita é o Sr. Alfredo Salgado, o segundo à esquerda é o Dr. Eliezer Studart da Fonseca. Ao fundo, segurando um centro de mesa, Adolpho Quixadá, tendo ao seu lado o então tenente Cesar Monte de Almeida, casado com a irmã de sua esposa, que a família chamava de Menininha; Dona Esther Salgado Studart da Fonseca, filha do Dr.Eduardo Salgado (irmão do sr. Alfredo Salgado, que não foi identificado na foto). Foto e informações cedida pelo meu primo Adolpho Quixadá, neto do anfitrião. Se não me engano, toda a porcelana está na casa do meu primo, faltando apenas uma peça. E esse ano o registro se torna centenário."  Sérgio Quixadá


Formandos do Colégio São João em solenidade realizada no Náutico Atlético Cearense em 06 de dezembro de 1963. Acervo pessoal do amigo Marcelo Bonavides

Vemos a casa de Adolpho Quixadá, que depois de algumas modificações, 
se tornaria o Colégio São João.
"Tempos depois seria construída uma enorme garagem (que depois
seria transformada nas salas de aula do colégio) e belos jardins. 
Ele tinha uns 10 ou 12 automóveis com motoristas uniformizados, 
com calças culotes, botas cano longo e quepes. 
Quando a energia de Paulo Afonso não chegava ainda em Fortaleza,
ele deu uma festa nos seus jardins iluminada por milhares de 
lâmpadas. Essa casa, antes de se tornar o Colégio São João, se
tornou a casa de veraneio dos governadores. Foi tombada pelo 
patrimônio e depois literalmente tombada para a construção do 
Supermercado Pão de Açúcar da Santos Dumont." Sérgio Quixadá

  • Em 06 de março de 1930, começa a funcionar o Ginásio São João sob a direção do professor César de Adolfo Campelo, na avenida Santos Dumont nº 1169, no bairro Santos Dumont (Aldeota) na antiga Vila Quixadá, casa construída por Adolfo Quixadá e que foi usada como residência dos presidentes de Estado.


  • 1940 - A maravilhosa residência passa para as mãos do grande banqueiro João Gentil.


  • Em 02 de fevereiro de 1943, o antigo Ginásio São João passa a denominar-se Colégio São João, pertencendo agora ao professor Odilon Gonzaga Braveza.



  • Em 1976, foi vendido para a Organização Farias Brito, mudando o nome para Farias Brito-Aldeota/1. Depois foi vendido ao Grupo Pão de Açúcar que demoliu e construiu uma de suas lojas com vasto estacionamento na frente. Fica em frente ao Hospital Gênesis. 


  • 09 de setembro de 2002, morre o professor Odilon Gonzaga Braveza (Odilon Braveza), às 18h, vitima de uma embolia pulmonar. Tinha 91 anos e continuava trabalhando normalmente no Colégio Odilon Braveza, onde era diretor. Seu sepultamento realizou-se às 10h, no Cemitério Parque da Paz, após missa de corpo presente. Nascera em 25/03/1911, em Pacoti. Era formado em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito do Ceará. Foi diretor do Colégio São João e do Colégio Estadual Liceu do Ceará. Fora agraciado, em 1995, com o Troféu Sereia de Ouro. Era detentor do Título de Cidadão de Fortaleza e da Medalha Justiniano de Serpa.


A foto mostra a loja do Supermercado Pão de Açúcar São João com seu extenso estacionamento e muitas árvores que deste ângulo dificultam a visão do novo prédio.


Imagem capturada em 2014

*O educador Odilon Gonzaga Braveza era cearense de Pacoti com mais de sessenta anos de exclusiva dedicação ao Magistério. Diretor por 48 anos do extinto Colégio São João, fundado em 1930. Braveza foi ainda diretor do Colégio Liceu do Ceará. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Ceará, ostentava, ainda, diplomas de Química, e Ciências Físicas e Naturais. Em 1995, patrono e diretor pedagógico do Colégio Odilon Braveza, pertencente à Organização Educacional Farias Brito.

"Romântico, admirador do belo e sensato, repetia já no fim de sua longa estrada, que seus amigos eram as pessoas do Colégio São João e sua família. Deu-se ao luxo de reservar-se a ficar só, afirmando: "Meu verdadeiro amigo mora dentro de mim".



Em 1995, por intermédio de indicação do excelentíssimo Sr. Adauto Bezerra, o professor Odilon Gonzaga Braveza foi agraciado com o troféu Sereia de Ouro, do Sistema Verdes Mares de Comunicação, da Fundação Edson Queiroz.



O professor Odilon Braveza exerceu suas funções de mestre até o último momento, sendo considerado o professor mais antigo do Brasil em atividade, aos 81 anos de idade, à frente da Instituição que leva seu nome: Colégio Odilon Braveza, da Organização Educacional Farias Brito." 

Antônio Marrocos Anselmo



Fontes: Cronologia Ilustrada de Fortaleza  de Miguel Ângelo de Azevedo, Portal do Ceará, Blog Suaveolens e Jornal O Povo.
Fotos do Colégio: Arquivo Nirez
Foto do professor Odilon: Blog Col. São João