Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Tarcísio Antônio Rodrigues Ramos - O "Grafite"



"Grafite", cujo verdadeiro nome é Tarcísio Antônio Rodrigues Ramos, industrial, de 25 anos, morreu de maneira violenta, ontem de madrugada, quando de "pega" de motos na Avenida Presidente Kennedy. Eram 3h30min quando se deu o acidente. Sua moto, de 1000 cilindradas, quase arrancou um poste de iluminação pública. Ele ficou completamente mutilado.

A denominada "Volta da Jurema*", era o palco de "Grafite". Ali, quase todas a madrugadas, o jovem dava um verdadeiro show, usando a alta velocidade e pondo sua vida em risco a todo instante, não somente em automóveis, como em sua possante moto. Ontem, foi seu último "pega" com o amigo Aristides*. Os veículos colidiram.

O considerado melhor motoqueiro e piloto daquela área da cidade, foi infeliz. Viajando a mais de 150 quilômetros por hora, a Honda super veloz tocou de leve na de Aristides (750 cilindradas). Grafite e sua moto voaram. Ele foi de encontro ao meio fio e bateu com a cabeça num dos dois postes que sustentavam um transformador. O rapaz teve o crânio esfacelado e, ainda, sofreu mutilações pelo corpo.

Chamado para a morte

Há quase um mês, Tarcísio Antônio Rodrigues Ramos andava numa moto e um oficial do Exército, sentindo-se incomodado, abriu fogo. Grafite foi atingido na região glútea. Sua mãe propôs a compra do automóvel, para evitar que andasse naquele veículo perigoso (moto). Anteontem, às 19 horas, recebeu a visita de Aristides, também conhecido como "Az" da Volta da Jurema, o qual alegou que ali havia muitos turistas exibindo suas máquinas.

Grafite, destemido como sempre, preparou sua possante 1000 cilindradas. Os jovens que ali se encontravam, pararam para assistir ao espetáculo que jamais tinham visto: Motos trafegando a mais de 150 quilômetros por hora. Muitos diziam que ele estava brincando com a vida. Nos dez primeiros "pegas", Grafite deu uma demonstração de sua coragem e perícia. Ninguém conseguiu vencê-lo.

O ronco ensurdecedor das máquinas chamavam a atenção dos curiosos que ficavam pasmados com o que qualificaram de loucura. Às 2h40min convidou um amigo para jantar. Os espectadores continuavam na Volta à espera de mais audácia. Arístides ainda insistiu para o "último pega". "Como é nego, vamos decidir agora quem é o melhor", falou Arístides ao amigo. A expectativa era grande. A rapaziada ficou apreensiva.

As duas máquinas roncavam e foi dada a partida. Tarcísio usou toda a velocidade que tinha direito. Numa curva, as motos se tocaram levemente e em seguida, se separaram desgovernadas, jogando seus ocupantes à distância. Arístides sofreu apenas ferimentos e contusões considerados regulares. "Grafite" voou e espatifou-se contra o meio-fio e postes. Ali mesmo morreu, sob os olhares perplexo de dezenas de curiosos.


Foi uma morte violenta. Alguns amigos afirmam que Grafite "morreu no palco e como queria, pois a velocidade não o intimidava". Arístides Cavalcante Freitas, continua hospitalizado, mas seu estado de saúde não inspira cuidados. Indagado sobre o pavoroso desastre, afirmou apenas: "O Grafite dançou". Entretanto, diz estar inocente. O perito Stênio, do Instituto de Polícia Técnica, esteve no local para os exames iniciais.

As motos BZ-212 e XH-707, usadas no "pega", continuam recolhidas à Delegacia de Acidentes de Veículos. Tarcísio Antônio Rodrigues Ramos, era filho de Sebastião Tarcísio e de Maria Antônia Rodrigues Ramos**, residentes na rua Henriqueta Galeno, 391. Seu sepultamento ocorreu ontem às 17 horas no Cemitério Parque da Paz.


Reportagem do Diário do Nordeste de 25 de junho de 1983 
(Arquivo de Alexandre Montenegro)

Grafite - Apenas um jovem rebelde e sem freio ou um marginal?

O menino Grafite - Arquivo Totonho Laprovitera

Tarcísio Antônio Rodrigues Ramosnasceu em 1958. Para os amigos, era apenas mais um jovem incompreendido e inconsequente, como qualquer outro. Mas para muitos que de alguma forma cruzaram seu caminho, as lembranças que ficaram, não foram boas!
Para elaborar essa postagem, conversei com várias pessoas, tanto da turma do Grafite, como aquelas que não suportaram nem ouvir sua alcunha. Para ser justa e imparcial, colocarei comentários de ambos os lados!

  • Alguns nomes foram trocados para preservar a identidade.

Ele muito jovem, corajoso, gostava de impressionar... Faltou-lhe um pouco de freio. Não era gente ruim.  Luiz G.

Fui amigo do Grafite por muitos anos e era um menino bom, de bom coração e a maioria das estórias contadas com ele foram inventadas!!! Na realidade o que faltou foi freio!!!!!
Digo porque por muitos anos andamos juntos, para praia, para as festas e também nas viagens!!! Na realidade, nem de briga ele era, confiava nos amigos, agora dizer que pra mulher ele tinha um papo bacana e levava na conversa, isso é verdade e os pais das mesmas ficavam indignados quando sabiam que a filha estava saindo com o GRAFITE!!!!! Muitas coisas são lendas urbanas!!!  Ricardo P.


Crédito: Renato Feitosa

Vivi a época e conheço tudo de perto... Sei que alguns o faziam de cobaia pois era burro e sem instrução ou fineza . Lembro dos rachas irresponsáveis que acho que chegaram a matar gente... A lista de crimes dele não era lenda. Dele e de um bando de donos da cidade...
Nada de passar a mão, Grafite era um cara de uma boçalidade e arrogância sem limites, um marginal que muitos idiotas queriam imitar na época, o conheci de perto. A maioria das maldades e atrocidades dele são verdadeiras   Ricardo M.

Será que o que contam sobre o Grafite é realmente tudo lenda? Que nunca ouve mortes e confusões bem acaloradas onde o mesmo estava envolvido? E a confusão com um tal coronel, foi verdade?!?!

Nunca matou ninguém em racha, inclusive um que morreu na Avenida Santos Dumont e ele foi acusado, eu e mais 03 amigos assistimos, estávamos no CENTER UM quando ocorreu o atropelamento e vimos tudo!!! A história do tiro do coronel foi verdade, mas a verdade é que os militares ainda se achavam donos do BRASIL e o GRAFITE estava saindo com a filha do coronel, que não queria de forma alguma e o mesmo no seu descontrole característicos dos militares de patente, meteu bala no rapaz!!!!! Quem naquela época, jovem que tinha um carro não gostava de um racha, eu mesmo dava o maior valor!!! Esse episódio do tiro foi na Avenida Desembargador Moreira, naquela vila de militares ao lado do Hospital Militar.  Ricardo P.


Crédito: Renato Feitosa

Bem... O tiro do coronel foi dado por causa de abusos cometidos pelo Grafite na rua dele. Se fosse na nossa ele tinha partido mais cedo. Quanto aos rachas era uma forma irresponsável dos pais agradarem seus filhos. Por isso não nos misturávamos a certos tipos... E olhe meu pai era Secretário de estado e tínhamos todo o governo ao nossos pés... Nunca dirigimos sem carteira, ou participamos de rachas... Quando me prontifiquei a correr fui para o autódromo...  Ricardo M.

Muita coisa de ruim que acontecia naquela época, era depositada na conta do Grafite pela fama que tinha. E o pior é que ele gostava da "fama" que era atribuída a ele. O quadro não era tão feio quanto pintavam!  Mário G.


Como falei... Ele foi cobaia, era cúmplice e gostava. Agora tinha os que o endeusavam... Vi isso de perto estando muitas vezes em mesas próximas a ele... Nada de exageros... Afirmo o que vi... Na Pantera, nas saídas do Náutico, e em alguns locais da época...  Ricardo M.


Grafite sempre envolvido numa confusão...

Ele só brigava se estivesse com os amigos!!! Um dia fomos para um aniversário na casa de Vanda Palhano, mãe do Ricardo da Pretinha e da Soraya, e nesse aniversário tinha um americano, fato que naquela época já não gostávamos de gringo em nossa terra, passei e mandei o GRAFITE meter a mão no pé do ouvido do gringo, e assim ele fez. Resultado, o gringo deu umas porradas no GRAFITE, quando então chega eu e o Neo Pineo e mete o cacete no gringo que no sufoco pula o muro e tem que voltar pois na outra casa tinha um Pastor Alemão que botou o gringo pra correr e o mesmo ao voltar, entrou no pau novamente até aparecer um cristão que o levou de lá!!!  Ricardo P.

Ele não brigava, ele começava as confusões. Quem brigava era o Aristides Feitosa.  João A.

O grafite apanhou muito também, pois era atrevido mesmo e não era de briga, só tinha coragem quando estava acompanhado, agora a dizer que ele matava as pessoas de propósito, porque queria, é muita maldade com quem não tem como se defender!!! Ele era tão atrevido, que foi fazer graça com o Cisninho, Américo, Jode e Antônio Elísio, que eram aproximadamente uns 10 a 15 anos mais velhos do que ele!!! Marcos C.

Grafite? Passou por cima de uma garçonete do WELLS, só porque resolveu mesmo... Na Bezerra matou atropelada uma família. Ele era filho adotivo de uma família rica. 
O Aristides, casado com Joelma, dono de empresa de ônibus à época, é quem vinha de parelha com ele. Hoje ainda tem um poste, onde se fixou massa encefálica durante alguns dias do Grafite, por ocasião do impacto!
O Aristides era amigo do meu marido, que era do ramo de empresa de ônibus. Meu marido morreu com 30 anos. Não sei o que a família do Grafite fazia além de sofrer desde o dia em que acolheu em sua casa esse garoto, que tinha uma índole da pior qualidade, segundo os que conviveram mais de perto com ele. Tem muita história! O Aristides apenas tinha moto também e tomou esse pega com ele! A Imagem do GRAFITE era sempre associada a perversidade e  maldade!
 O Grafite tinha duas revoltas, por fatores que, na época lhe distinguia dos demais. Era de cor escura e adotivo. Não justifica, porém, as perversidades praticadas! Excesso de mordomias também!
Tem uma versão da morte, à época ventilada, que não fosse o risco de estar cometendo leviandade e até um crime de calúnia, eu contaria...  Maria C.

A Volta da Jurema foi palco do trágico acidente - Foto de 1981

Quanto ao Grafite ser adotado, é uma inverdade?!?!?

São os delírios das lendas urbanas criadas com o mesmo!!! O Grafite nunca foi filho de criação, os irmãos dele, podem muito bem esclarecer essa invencionice. Falar impropérios de quem não pode se defender é covardia!!!  Ricardo P.

Tem gente que sente falta dessas figuras... Algumas coisas são lendas, mais eu vi brigas de grande porte que colocavam em risco a vida de terceiros... Mal caráter, mal exemplo e uma figura que morreu rápido. Deveria ter morrido de forma lenta, sofrendo o que fez aos outros, espancamentos e etc... Teve uma época que a brincadeira era destruir carros nas garagens dos outros... Julgo por que mais de uma vez saímos de festas ou restaurantes no meio de garrafadas onde nossas vidas estavam em risco... Vi gente sair sangrando. Minha opinião é a de que esses que se diziam os donos das festas, abriam e fechavam bares. O uso de drogas também e algumas armas... Acho que tinha um que usava manopla e estava associado a essa turma. Estamos tratando de uma figura morta da qual repudio, pois conheço bem boa parte do que foi feito por ele e a "Turma do Grafite". Um merda isso sim... Desculpe, mas sempre que falam nesse sujeito me vem a mente um senhor sangrando que foi agredido por essa turma de arruaceiros e malfeitores!  José M.

A Volta da Jurema era o palco do Grafite e sua turma

Volta da Jurema em 1965 - Arquivo Nirez

Grafite foi meu amigo, contemporâneo, colega de colégio...grande figura, gente muito boa. Virou lenda, muitas coisas que dizem, não correspondem à verdade. Éramos todos do mesmo grupo. Jovens, puros, com dinheiro e sem juízo. Tudo muito natural. José Carlos

Grafite, lenda criada por uma Fortaleza fofoqueira de muro baixo!!!   Ricardo P.

Aquela época a droga começou a entrar em Fortaleza e alguns andavam armados. Ele não teve berço, dai alguns se aproveitavam, isso eu sei. Carlinhos tinha vergonha das histórias do irmão. O pai não tinha moral com Grafite e o presenteava a cada besteira feita. Vi as atrocidades que fizeram com um jumento na Volta da Jurema uma vez... nada normal! Um delas, dessa turma de marginais, colocou um jumento em cima da 'Volta' e batiam no animal... Depois não me recordo qual deles, tirou a roupa e saiu pelado montado no jumento... Isso eu vi. E as senhoras todas saíram envergonhadas. Isso é coisa de gente do bem? Não iam presos por que a policia era corrupta... Tinham gente dentro do Detran para tirar suas multas... Isso era normal? Ato de valentia? Um deles uma vez, humilhou um guardinha...e saia rindo mandando falar com o pai dele... 
Estamos falando de pessoas que aterrorizavam, depredavam o que é publico e colocavam, bêbados, drogados ou sei lá, a vida de muitos em risco... Isso sim faziam bem! 
Existem relatos... Não confirmo pois vai doer na memória ilibada dos garotos da Turma do Grafite... Existiram estupros até hoje sem queixa ou registro policial, pois os pais encobriam as cagadas dos seus filhos marginais... Se tivesse lei nesse período, teríamos muitos ditos "filhos de papai" presos até hoje. Conheci uma garota que pulou do carro andando..não sei de quem era o carro.
Manoplas foram usadas em um espancamento, ocorreram estupros e coisas não explicadas. A turma do Grafite sempre queria sair de boazinha. Volto a repetir: Só se saiam por conivência da policia comprada. Bem acho que encerro por aqui, mas nunca sairá da minha memória o senhor ensaguentado que vi, esse senhor saiu muito ferido... Até hoje quando falam no nome desse sujeito Grafite, que dava nome a turma, me dá vontade de ter idade na época e ter acabado com a raça dele por tamanha covardia!  Ele mexia com as moças para puxar brigas!   Jorge B.

Volta da Jurema

A droga que usávamos apesar de adolescentes e não ser permitida a venda a menores, era o álcool e o lança perfume no carnaval!!! Nunca andamos armados, éramos lutadores de Karatê e quem andou pelado na Beira Mar foi o Novinho, irmão do ex-governador Gonzaga Mota!!! Vou narrar um episódio que aconteceu comigo e o Grafite: Estávamos em uma Tertúlia em uma casa na esquina da Carolina Sucupira com Professor Dias da Rocha, como a festa não estava animada, resolvemos ir para a tertúlia do Náutico Atlético Cearense, isso era um sábado. Dirigimos-nos, um grupo de amigos para a esquina da Avenida Estados Unidos com Carolina Sucupira para pegar um táxi, éramos seis adolescentes, veio o primeiro táxi  e quatro foram nele, fiquei eu e o Grafite esperando o táxi seguinte, enquanto esperávamos, chegou outro grupo de adolescente, eram três, e quando viram o Grafite, começaram a provocar, um chegou e perguntou para o grafite, alisando seu rosto, “Tu que é o Grafite”, “sou” o Grafite respondeu, quando então o mesmo olhou pra mim e perguntou pra mim se eu estava achando ruim ele alisar a cara do Grafite, respondi que não, que não era a minha, não tinha nada com isso e fiquei na minha, ele insistiu na história, eu tenho o pavio bem curtinho, nem conversei, meti a mão na cara do elemento e a peia cantou, peguei ele pelo fundo das calças e quando ia jogar para cima de um carro que ia passando, um médico que morava na esquina da Avenida Estados Unidos com Carolina Sucupira e era amigo de meu pai, gritou para que eu não fizesse aquilo, ai parei, desfizeram a confusão, na companhia do Grafite peguei um táxi e fui para o Hospital Geral de Fortaleza, pois no primeiro tapa que dei quebrei o polegar esquerdo e tinha que engessar, depois de engessado, fomos para a Tertúlia do Náutico, em seguida fomos para a boate Flag e novamente, na entrada da boate nos metemos em outra confusão, desta vez com o porteiro de nome Libório onde eu meti o braço com gesso na testa da criatura que o sangue espirou longe e nesse dia foi peia até umas hora, não me lembro nem como cheguei em casa!!!
Estes crime que foram relatados, nunca foram cometidos em minha companhia, pois como já disse anteriormente, eramos lutadores de Karatê e achávamos bom mesmo era briga na mão, metendo o braço e quem não aguentava bebia leite, nunca usamos armas nenhuma e nem participamos de estrupo como se relata, primeiro que não tinha porque estuprar, as meninas corriam pra cima, tinha era que escolher, portanto, não tinha necessidade de fazer nada a força!!!  

(Depoimento honesto de quem fez parte da Turma do Grafite) 

Volta da Jurema no início dos anos 80

E o Grafite virou lenda...

Grafite até hoje é polemico..mas 90% das histórias atribuídas a ele é mentira...ele era arruaceiro por que o povo que tava com ele dava corda. Sempre o via sair da Praça Portugal pra aprontar. Não tinha drogas, era muito whisky, tanto é que ele quebrava garrafas de Passaport, que era o whisky da moda, só pra se mostrar. Começava as brigas e depois ficava só olhando. Quando tinha um acontecimento iam logo falando que era o Grafite. Eu mesmo presenciei um episódio de um cara fugindo de moto de uma Blits e o guardinha foi logo dizendo que era o Grafite que tava na moto.  Só que não era... Era outra pessoa que me reservo o direito de não falar... O que ele mais gostava era de tirar pega nas ruas de Fortaleza que eram calmas. Lembro demais na Praia do FuturoZé do Peixe, ele e o Aristides tirando pega de Landau... Alexande M.
Pra mim ele sempre foi uma lenda urbana. Quando eu era criança, tinha medo dele. Bastava alguém soltar a pérola: "Tome cuidado caso encontre-se com o Grafite." Da vida dele nada sei. Mas nunca esqueci dos fatos narrados (fidedignos ou não) sobre o terror que ele causava na nossa cidade. Ana C.

Volta da Jurema final dos anos 80


A turma do Grafite era formada por garotos que se achavam acima da lei. Ultrapassavam o muro da decência, não tinham limites e não temiam nada nem ninguém! O tempo passou, o Grafite se foi e aqueles rapazes, que um dia aterrorizaram a vida de alguns fortalezenses, amadureceram, se tornaram pais de família e deixaram o passado de loucuras e rebeldia para trás.
Dizer que tudo não passa de uma lenda urbana, não é verdade, principalmente se levarmos em conta, depoimentos bem honestos, inclusive de alguns que fizeram parte da turma do Grafite. Que tudo que falam é 100% verdade, também seria leviano afirmar, afinal, quem conta um conto, aumenta um ponto e como alguns falaram, o próprio Grafite gostava da sua "fama de mau" e por causa de suas atitudes, tudo de errado era atribuído a ele.
Grafite não tinha freio, fazia tudo que tinha vontade, mesmo que isso prejudicasse ou colocasse em risco a vida de terceiros.

Falei com alguns garçons e a maioria, preferiram não falar sobre o assunto, outros, falaram que não sabiam de nada, mas teve quem falasse, mas com uma condição, pediu para ficar no anonimato, não quer seu nome envolvido com nada que lembre o Grafite:

 Aquilo era uma peste, não respeitava ninguém, se eu fosse falar tudo que esse "cabra" aprontava, dava um livro de terror. Faltou pulso firme, se fosse meu filho... Quem trabalhava na noite naquela época, passou poucas e boas nas mãos dele. Ele e a "cambada" que o acompanhava, faziam o inferno onde chegavam. As moças tinham medo deles, ouvíamos cada coisa que eu prefiro nem lhe falar, tenho vergonha. 
Lembro do acidente horrível que ele sofreu, foi muito feio! Ele foi irresponsável e procurava a morte, não tinha limites, mas eu prefiro não falar mais nada, ele já morreu, vamos enterrar o assunto também, é melhor.

Depois de tudo que você leu, qual a SUA opinião? Qual imagem Gravite deixou PARA VOCÊ? Apenas um jovem inconsequente e irresponsável? Uma vítima de acusações infundadas?


*Conhecido também como Tid Bill


** Maria Antônia Rodrigues Ramos, conhecida como D. Moça (ainda vive). Além do Grafite, teve outros filhos: O Marcos Pretão (o mais velho), o Carlinho (que juntamente com o GRAFITE, cujo nome verdadeiro é Tarcísio, eram os dois do meio) e Júnior. Dos homens, apenas o Junior está vivo. Marcos Pretão morreu a pouco tempo de um ataque cardíaco. Teve também três mulheres, delas, a Julieta e a Beth (casada com Manoel Gentil Porto), estão vivas. A mais velha das mulheres (desconheço o nome) também já faleceu.
Para tristeza dessa mãe, dois de seus filhos tiveram morte trágica: O Tarcísio (Grafite) e o Carlinhos que suicidou-se.

"A história da família é muito trágica, D. Moça, a matriarca, perdeu uma filha ainda nova, o Grafite, o Carlinhos, o marido (Sebastião) e por último o Marcos Pretão. E continua firme e forte!" F.G





*Volta da Jurema: Jurema era o símbolo da fecundidade da tribo da Índia Iracema. E a volta é devido ao contorno que o calçadão faz na altura do Jardim Japonês. Inclusive, a estátua da Iracema Guardiã simboliza a índia guerreira guardando o segredo de Jurema. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Panorama Artesanal - Três décadas



Anos 90


Encravado entre pequenas casas, o prédio do Panorama Artesanal chama a atenção de quem passa pela avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste) por possuir uma grande extensão em comprimento e por conta da característica decoração com cerâmicas de cor laranja. 


Panorama Artesanal está abandonado e serve apenas de base para antenas de operadoras móveis de telefonia. Foto: Dayvison Teixeira

O prédio tem uma estrutura pouco vista em outras construções de Fortaleza. A parte inferior, que tem a entrada voltada para Avenida Leste-Oeste, conta com 30 apartamentos. O meio é composto por 100 lojas que, antes, abrigavam um centro de artesanato. Por fim, cinco torres na parte superior somam mais 90 apartamentos. Pertenceu ao Grupo M. Dias Branco.


Foto: Dayvison Teixeira

O contador José Almir Pereira, 61, morou por 26 anos no Panorama Artesanal. “Em 1981, fui um dos primeiros a chegar. E, em 2007, fui o último a sair”, revela. Hoje, morador do bairro Meireles, ele diz sentir um aperto no coração toda vez que passa em frente ao prédio. “Sinto saudades. Era um clima de companheirismo. A vizinhança fazia as festas de São João, Natal, Ano Novo, Dia das Crianças. Era um favelão organizado”, relembra.


Foto: Dayvison Teixeira

Almir conta que os moradores até tentaram comprar os apartamentos, mas o medo de existirem problemas estruturais fez com que muitos desistissem da ideia. “O Governo não podia ter se apropriado dele e deixar ao acaso." Opina.


Foto: Dayvison Teixeira

O secretário do Turismo do Ceará, Bismarck Maia, informou que o prédio foi adquirido em 2008 pelo Governo para abrigar as instalações da futura Escola de Turismo do Estado, através da construção de um hotel-escola. 


Foto: Dayvison Teixeira

A construção, datada de 1981, é localizada no bairro Arraial Moura Brasil, próxima ao Marina Park Hotel, a antiga Cadeia Pública (ex-Emcetur) e atual Centro de Turismo (Cetur), e da Estação Ferroviária João Felipe, nos limites do Centro Histórico de Fortaleza. O prédio possui 190 unidades habitacionais/apartamentos.

Foto: Dayvison Teixeira

Previsto para se tornar uma escola de hotelaria e gastronomia, o Condomínio Residencial Panorama Artesanal, localizado na Avenida Presidente Castelo Branco, deverá ser gerenciado por escolas portuguesas e suíças desses dois setores, com os quais a Secretaria de Turismo do Estado (Setur) tem dialogado. Hoje tido como um espaço abandonado, que serve de "abrigo" para dependentes químicos, o equipamento, conforme o projeto da Setur, irá se transformar em uma unidade de capacitação de referência no País e no exterior.

Foto: Dayvison Teixeira

De acordo com o secretário de Turismo do Estado, Bismarck Maia, a ideia de chamar escolas portuguesas e suíças para gerenciar o equipamento se deve ao "know how" dos dois países nesses setores. Ele ressalta que as escolas estrangeiras apenas atuarão no gerenciamento, não participando dos investimentos para a construção do espaço.

Foto: Dayvison Teixeira

A construção está prevista para ser iniciada ainda esse ano, devendo se estender por cerca de um ano e seis meses.

Conforme Bismarck, ainda não foi definida a quantidade de pessoas que serão capacitadas anualmente pela escola - o que só será apresentado após a conclusão do projeto executivo. Da mesma forma, ainda não há definição sobre quanto será investido pelo Governo do Estado.

De todo modo, afirma o gestor, tão logo seja concluído o projeto, a Setur irá procurar bancos de fomento que financiem a construção. "Quando tiver o projeto, vou colocá-lo debaixo do braço e vou procurar o financiamento", ressalta.

Foto: Dayvison Teixeira

Bismarck frisa que, embora a gestão do equipamento seja estrangeira, "está resguardada" a participação de escolas regionais e de acadêmicos do Estado. 

No fim do ano passado, foi dado início ao cadastro de famílias cearenses interessadas em hospedar turistas. Conhecida como "bed &  breakfast" - "cama e café", em inglês, a atividade é comum em países europeus, por exemplo, e está sendo estudada como uma forma de atender ao crescimento da demanda por leitos no Estado. Conforme o secretário, a expectativa é que sejam criados, através desse sistema, na Capital, entre 3 mil e 4 mil leitos, com um total de 1.500 domicílios cadastrados. A criação dessa quantidade de leitos, com investimento apenas em novos hotéis, frisa, demoraria "de oito a dez anos". Para que o projeto tenha início, complementa, a Setur tem tentado firmar uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

O condomínio residencial Panorama Artesanal, localizado entre a avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste) e as ruas Senador Jaguaribe e do Trilho,tem  área total de 3.053 m2 e construída de 15.659 m2.

Cursos 

Uma equipe técnica da Setfor está elaborando projeto pedagógico e estatuto de funcionamento da Escola Municipal de Turismo. Deverão ser ofertados, permanentemente, pela Prefeitura de Fortaleza, cursos de camareira, garçom, atendimento ao público, recepcionista, governança, idiomas, gestão (preparação de gerentes de restaurantes e hotéis), emissão de bilhetes (para atender as agências de viagem), animação turística, marketing e promoção, gastronomia dentre outros. Toda a organização e fundamentação da Escola está baseada nas diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional de nível técnico da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação e, também, nas normas do Conselho de Educação do Ceará.

Foto Arquivo O Povo

Ressalta-se que a carga horária mínima para habilitação de um técnico em Turismo e Hospitalidade é de 800 horas/aulas, segundo informa o professor Afonso Matos, um dos responsáveis pela criação do estatuto da entidade.

A expectativa da secretária de Turismo de Fortaleza, Patrícia Gomes de Aguiar, idealizadora do projeto, era de ver a Escola funcionando até o segundo semestre de 2010. “O projeto vem compor uma estratégia macro de preparação da cidade para o Turismo como um todo e, em especial, para a Copa do Mundo de 2014”, afirmou Patrícia Aguiar. 
É... Até agora, nada!

O edifício encontrava-se completamente abandonado e servindo apenas de base para antenas de operadoras móveis de telefonia. Localizado em frente ao Marina Park Hotel, ele tem como limites as ruas do Trilho, General Sampaio e Senador Jaguaribe. O estado de degradação é lamentável!

Vídeo O Povo

As pichações tomam conta da fachada. Portas e janelas foram quebradas. Por dentro e por fora, há muita sujeira. A escuridão e o mau cheiro completam o cenário na antiga garagem. Segundo o vigilante Gerson Valetim, 47, que trabalha na segurança do prédio, pessoas costumavam entrar no local para usar drogas. Informação confirmada por um comerciante que trabalha próximo e não quis se identificar. O fato pode ser facilmente detectado pela grande presença de latas de alumínio cortadas que ficam espalhadas pelo chão, denunciando o uso do crack.








Andamento da reforma em foto de junho de 2015

Saiba Mais

O prédio de 32 anos, encontrava-se em estado de completo abandono e era alvo de vandalismo e pichações, além de se transformar em depósito de lixo. A Secretária do Turismo planeja construir uma escola de profissionalização em turismo, estamos aguardando que o projeto saia do papel e vire uma realidade!!!

Editado em 07/07/2018:

Foto de Delberg Ponce de Leon
Foto atual do prédio que abrigará a Escola de Hotelaria e Gastronomia do Ceará. 
As obras já estão em processo de finalização e de acordo com a Seduc, a inauguração se dará no próximo semestre.

Fontes: O Povo e Diário do Nordeste

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: