Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Palácio da Luz
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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terça-feira, 21 de junho de 2016

Palácio da Luz - Academia Cearense de Letras (Vídeo)


 

Construído com o auxilio de mão-de-obra indígena, o Palácio da Luz serviu inicialmente de residência ao capitão-mor Antônio de Castro Viana. Pertenceu posteriormente à Câmara Municipal, sendo depois vendido ao Estado para abrigar o Governo, pela Provisão Régia de 27 de julho de 1814.

Edificação do século XIX, o Palácio é um polígono com frentes para a rua Sena Madureira, Praça General Tibúrcio e Rua do Rosário e fundos para a rua Guilherme Rocha.



Veja a matéria completa no Vós



Crédito: Vós

Agradecimento especial: Paulo Maranfon e equipe

domingo, 3 de agosto de 2014

O transporte coletivo em Fortaleza - Entre 1945 e 1960 (Parte III)


A retirada dos bondes 


Arquivo Assis Lima

Em 19 de setembro de 1946 o capitão Josias, seu Batista e o advogado da Ligth apresentaram pela primeira vez ao governo no Palácio da Luz um plano para suspender o tráfego de bondes em Fortaleza e salvar as finanças da companhia.
Os bondes já não serviam para a cidade e modelo de exploração estava esgotado. 
Restava garantir a continuidade do serviço de luz e cuidar para que os fortalezenses não pagassem a conta. 
Por outro lado, os apelos para a manutenção dos bondes sensibilizaram o novo interventor federal no Ceará, coronel José Machado Lopes, que, em resposta ao Memorial da Federação das Associações de Comércio e Indústrias do Cearáconsiderou que somente autorizaria a retirada dos bondes se a Light garantisse o transporte da população lançando mão de outra estratégia. Afinal, até então, “economia, eficiência e comodidade [eram] artigos que a Light reserva[va] exclusivamente para uso próprio”.



Vista de um postal de 1940 da rua Major Facundo - Arquivo Nirez

Se a suspensão dos bondes elétricos dividia opiniões, a ineficiência da Light em acompanhar o crescimento de Fortaleza era consensual. A cidade estava no caminho do progresso. Em breve atingiria a população de 200.000 habitantes e necessitava de mais bondes, mais linhas e da duplicação das que já existiam.
Os caminhos do Centro à Vila de Messejana e da Praia de Iracema ao promissor lugar do Mucuripe, onde estava sendo construído um porto, mereciam cuidados urgentes¹. Isso demandava recursos da concessionária – talvez por isso a sugestão do interventor José Machado Lopes em manter o novo transporte ainda sob a batuta inglesa não tinha agradado a opinião pública. 

Mas, infelizmente, a Ceará Light pouco ou nada liga ao progresso da nossa urbs. [...] parece primar em tratar-nos como se fôssemos povos coloniais, de civilização rudimentar e aspirações limitadas. [...] É o caso de perguntar-nos: quando nos veremos livres dessa malfadada companhia estrangeira que tão acintosamente abusa de nossa paciência?


Bondinho na Avenida Pessoa Anta - Arquivo Nirez

Em março de 1947, o governo brasileiro firmou contrato com a Inglaterracriando uma comissão mista com representantes dos dois países para avaliar as condições financeiras e as necessidades da empresa “Great Western da Leopoldina Railway e dos serviços de força, luz e bonde de Manaus, Belém e Fortaleza”, com interesse de nacionalizá-los.
Como de praxe, no dia 17 de março, o capitão Josias prestou contas ao Governador Faustino de Albuquerque sobre “a calamitosa situação em que encontra a Light”. Revelou que o governo inglês repudiara a proposta brasileira de ceder os capitais congelados em Londres para os reparos nas instalações em Fortaleza, o que dificultava ainda mais a gestão da empresa. Sem manutenção na usina, a cidade corria sério risco de ficar às escuras. Entretanto, o interventor acreditava que, em cerca de um ano, a Light estaria saneada, com a usina operando com óleo diesel e livre do oneroso serviço de transporte público. 


Serão muito provavelmente retirados de circulação os bondes da Light, com o que os fortalezenses ficarão privados do seu principal meio de locomoção, pois não se pode negar que assim é, malgrado a quase imprestabilidade dos antiquados tramways.

O transporte, mais que nunca, virara um tema indigesto. Tanto a disposição pública em nacionalizar os prejuízos da empresa quanto a retirada dos bondes inspirou a indignação popular. Os deputados estaduais enviaram um ofício para o governador pedindo informações sobre o futuro dos serviços de força, luz e transporte da Capital e sobre o destino da Light, recebendo como retorno respostas lacônicas


Bonde Soares Moreno

E, com a inglesa com os dias contados, os bastidores das suas relações com o governo passaram a ocupar os políticos da ocasião. Udenistas e pessedistas protestavam na tribuna da Assembleia Legislativa contra o descaso da companhia com a população. Bradavam opiniões contra a proteção especial que os governos reservavam à empresa, fazendo vista grossa aos compromissos contratuais, elevando tarifas e deslocando recursos públicos diretamente para a empresa. 

Confrontando dados estatísticos de 1920 e 1940, o deputado Valdery Uchoa fez ver que aquela empresa estrangeira continuava, numa data e noutra, com o mesmo capital empregado na sua usina e no seu serviço de transporte. Ao referir-se à encampação da Light, foi aparteado pelo deputado Barros dos Santos, que perguntou: 
- V. Excia. sabe quanto a Light tem do governo? Estou informado de que o coronel Machado Lopes entregou 2.000 contos do povo àquela companhia! 
Ouviram-se palmas.


Interior dos antiquados Tramways.

É provável que os motivos de tantas reclamações de políticos se fundamentassem no impacto que o tema causava nos humores do eleitorado. A aceleração da urbanização das maiores cidades brasileiras no período pós-guerra fez com que os problemas de transporte público se destacassem nas preocupações da ainda tímida mas relevante classe média urbana, usuária de ônibus e bondes. Isso chamava a atenção dos candidatos.²
A presença da falida companhia estrangeira em cada uma das principais artérias da capital exaltava os ânimos dos defensores do nacionalismo econômico. Os privilégios que outrora a Light tivera podiam ser identificados com a proteção inconsequente do período autoritário. Em 24 de maio de 1947, a Gazeta de Notícias publicou uma reportagem com a manchete: Nos tempos da ditadura - Quando reclamar contra a cobiça da Ceará Light era considerado crime contra a segurança do regime em que era denunciada a perseguição a um ex-deputado opositor da empresa.



Vista Parcial da Usina da Light

No meio do debate, em maio de 1947, a Light resolveu paralisar duas caldeiras da Usina de Força e Luz que estavam danificadas e em risco de explosão. A medida, aprovada pelo governador para evitar o colapso total dos serviços, acarretaria uma considerável diminuição da geração de energia e gerava um impasse contratual: 

Impõe-se uma medida urgente para o racionamento de energia [...] A Light não pode tirar os bondes de circulação por não ter com que pagar as indenizações garantidas aos operários pelas leis trabalhistas. O Estado, igualmente, não pode autorizar tal retirada porque consequentemente se responsabilizaria pela indenização decorrente da 
dispensa dos operários. Outrossim, a suspensão de energia para deixar os bondes em circulação traria uma crise muito maior pois a consequente paralisação da indústria traria desemprego [...] ao passo que uma crise transportes seria de mais fácil solução.
Outrora símbolos do progresso da Capital, os bondes eram, passados 35 anos de funcionamento, obstáculos ao desenvolvimento. Entre paralisar a indústria e enfrentar uma crise de circulação, anunciavam-se os problemas de transporte de Fortaleza que chegavam. A solução, como de costume, foi conciliatória e improvisada. No dia 17, o prefeito da Capital, Jorge Moreira da Rocha, o capitão Josias e a comissão de técnicos federais acordaram com o Governo do Estado um plano emergencial para garantir o fornecimento mínimo de eletricidade, estabelecendo reduções do uso nas indústrias, nas ruas e retirando os bondes de circulação provisoriamente por cinco dias.


¹“Em 24 de janeiro de 1948, a Empresa Iracema inaugura a linha Centro, da Praça Waldemar Falcão ao Cais do Porto, no Mucuripe, utilizando quatro ônibus mistos, para o transporte de cargas e passageiros”. O Porto do Mucuripe tinha um ramal ferroviário que o ligava à Parangaba desde 1941. ESPÍNOLA, Rodolfo. Caravalelas, jangadas e navios: uma história portuária. Fortaleza: Omni, 2007. 


Praça Waldemar Falcão

Ônibus da Empresa Iracema

² A constituição de 1946 excluiu o direito de voto aos analfabetos, legando à classe média, embora numericamente incipiente, um papel determinante nas escolhas políticas. Suas inclinações nacionalistas ligadas ao desenvolvimento e o processo de urbanização no segundo pós-guerra podem ser acompanhadas em SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio a Castelo (1930 a 1964). Rio de Janeiro: Saga, 1969 e SAES, Décio. Classe média e sistema político no Brasil. São Paulo: TA Queiroz, 1985.  

Créditos: Patricia Menezes (Mestre em História Social pela Universidade Federal do Ceará). Dissertação: FORTALEZA DE ÔNIBUS: Quebra- quebra, lock out e liberação na construção do serviço de transporte coletivo de passageiros entre 1945 e 1960


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Palácio da Luz



Edificação do século XIX. Pertenceu à Câmara Municipal, passando para o Estado pela Provisão Régia de 27 de julho de 1814.
O antigo Palácio do Governo é um polígono com frentes para a rua Sena Madureira, Praça General Tibúrcio e Rua do Rosário e fundos para a rua Guilherme Rocha. A parte oriental do edifício, onde funcionava o gabinete do Presidente, é de um andar em consequência da depressão do terreno, e a parte ocidental, que é térrea, era destinada à Secretaria do Interior. O lado sul da edificação era ocupada pela residência dos Presidentes do Estado.

Postal de 1902

Em 1847, o Presidente Ignácio Correia de Vasconcellos, fez uma muralha de 384 palmos de extensão para sustentar o aterro do largo do palácio. Com essa medida, a capital teve um lugar que foi, por muito tempo, uma espécie de passeio público e que hoje é a Praça General Tibúrcio. Em 1856, foram feitos serviços nas salas da frente do edifício, a reconstrução do terraço, os jardins e aterros do quintal. 


Em 1892, foram feitos novos reparos no edifício, mandando-se substituir os beirais do telhado pelas platibandas que ainda hoje permanecem.
O antigo Palácio da Luz, depois de vários usos, foi transformado em Casa de Cultura de Raimundo Cela a 1º de março de 1975.
Protegido pelo Tombo Estadual segundo a lei n° 9.109 de 30 de julho de 1968, através do decreto n° 16.237 de 30 de novembro de 1983. Tombado duas vezes através também do decreto nº 15.631 de 23 de novembro de 1992.



O Palácio da Luz foi construído com o auxilio de mão-de-obra  indígena, para servir de residência  ao capitão-mor Antônio de Castro Viana. Posteriormente pertenceu a Câmara Municipal e por uma Provisão Régia de 27 de julho de 1814, foi adquirida pelo Governo Imperial. Ainda na primeira metade do século XIX, a edificação passou por uma série de transformações. Em 1931, Antonio Simões Ferreira e o pedreiro Braz Quintão de Souza apresentaram  uma planta para o paredão do “Largo do Palácio”.


No ano de 1839, foram realizados alguns acréscimos que levaram a edificação até a rua de baixo, atual Rua Sena Madureira. No governo do Presidente da província, Coronel Ignácio de Vasconcelos (1844/1847), foi construída uma muralha criando  uma espécie de passeio público, pois ele levantou pilares na referida muralha, guarneceu-a  de assentos e gradaria de ferro e colocou no centro uma escadaria para dar passagem para a "rua de baixo".  

"Uma temeridade do governo de Parsival Barroso! 1961: Venda do quarteirão onde se localizavam os jardins do Palácio da Luz. Note que parte dele já havia sido demolida para a continuidade da rua Guilherme Rocha. O terreno vai do prédio da Caixa Econômica ao Calçadão da rua Pedro Borges. Levaram até a caixa d'água. A razão seria arrecadar dinheiro para a construção do Palácio da Abolição." Lucas Jr - Foto Jornal Unitário


No inicio de segunda metade do século XIX, realizaram-se obras nas salas da frente do edifício, reconstruiu-se o terraço, os jardins e os aterros do quintal. Em 1892, os beirais de tornaram obsoletos sendo substituídos pela cimalha elevada. Na segunda metade do século XX parte da edificação foi destruída para a abertura da rua Guilherme rocha. Em 1975, no governo Cesar Cals, passou a abrigar a Casa de Cultura Raimundo Cela e, hoje, sedia a Academia Cearense de Letras. O antigo Palácio do Governo esta localizado entre as ruas Sena Madureira, do Rosário, Guilherme Rocha e a Praça General Tibúrcio.  


O edifício foi construído de acordo com a técnica tradicional de tijolo e madeira, utilizando-se material da região. Em virtude das inúmeras alterações sofridas ao longo do tempo, não é possível defini-lo dentro de um movimento arquitetônico específico. A edificação destaca-se por seu valor histórico e por ser parte integrante do conjunto urbano que compreende a Assembléia Provincial e a Praça General Tibúrcio. 


Fatos Históricos

 (1086 bytes)11 de janeiro de 1809 - O Palácio da Luz, que foi residência do Capitão-mor Antônio de Castro Viana e onde funcionou a Câmara Municipal, é vendido ao Estado e passa a abrigar o Governo.
Em 1892 foi gravemente danificado quando da deposição do presidente Clarindo de Queirós pela Escola Militar.
Em fevereiro de 1960, na gestão do governador Parsifal Barroso, metade dele foi vendido, sendo aberta uma rua dividindo-o.
Já abrigou a Biblioteca Pública, a Casa de Cultura Raimundo Cela (1975) e hoje abriga a Academia Cearense de Letras.



 (1086 bytes)Em 16 de fevereiro de 1892, uma revolta do Colégio Militar iniciou um bombardeio contra o Palácio da Luz, ocupando a praça, e um tiro acertou a estátua do General Tibúrcio, que caiu de pé.
Foi deposto o presidente do Estado, José Clarindo de Queirós.
A estátua voltou ao seu lugar, sobre um pedestal mais elegante, em 24/05/1893.
Em 1912, quando da deposição do comendador Antônio Pinto Nogueira Acióli e conseqüente deposição do intendente coronel Guilherme César da Rocha (Guilherme Rocha), assumiu o filho de José Albano, Ildefonso Albano, que logo cuidou de prosseguir o trabalho de seu pai, desapropriando várias casas em redor da praça e formando o atual quadrilátero, obra iniciada em 1913 e terminada em 1914. 
 

Comemoração do centenário de nascimento de Raquel de Queiroz

 (1086 bytes)16 de fevereiro de 1892 - Cadetes da Escola Militar do Ceará, revoltam-se contra o governador do Estado, José Clarindo de Queirós, obtendo adesão das forças federais, e o depõem na manhã do dia seguinte.
Os tiros de canhões derrubam a estátua do general Tibúrcio na Praça do Palácio, mas ela cai de pé.
O motivo foi que Clarindo de Queirós era aliado de Deodoro da Fonseca e o golpe dado por Floriano Peixoto determinou a deposição de todos os governadores que apoiavam Deodoro.
Assume o governo o coronel José Freire Bezerril Fontenele (General Bezerril), que passou o governo para o vice-major Benjamin Liberato Barroso (Benjamin Barroso) no dia 18 de fevereiro de 1892. 



 (1086 bytes)10 de outubro de 1929 - Nesta data uma sugestão de 'O Nordeste’ ao Presidente Matos Peixoto no sentido de se chamar de Palácio da Luz o Palácio do Governo do Ceará

 (1086 bytes)22 de janeiro de 1937 - Reúnem-se no Palácio da Luz, a convite do Governador Menezes Pimentel, representantes das diferentes classes, para o estudo de providências que atenuem a carestia da vida. 



 (1086 bytes)26 de fevereiro de 1938 - Chega em Fortaleza, às 10h25min, a bordo do hidro-avião "Marimbá", do Sindicato Condor, desembarcando no aeroporto da Barra do Ceará, o Ministro do Trabalho, Waldemar Cromwel do Rego Falcão (Waldemar Falcão), sendo saudado no Palácio da Luz com discursos de João Perboyre e Silva e Eduardo Mota, transmitidos pela Ceará Rádio Clube - PRE-9. 



 (1086 bytes)20 de fevereiro de 1952 - Festa pré-carnavalesca oficial com presença da Banda de Música do 23º Batalhão de Caçadores - 23BC e da Banda de Música da Polícia Militar do Ceará - PMC, doze blocos carnavalescos e, em palanque armado junto à Coluna da Hora, o prefeito Paulo Cabral de Araújo discursa fazendo entrega da chave simbólica da cidade ao Rei Momo Luísão I e Único.
Em agradecimento falou o jornalista Daniel Carneiro Job, o "Profeta da Cova", secretário real de sua majestade.
Do local seguiram para o Palácio da Luz onde os esperava o governador Raul Barbosa e o comandante da 10ª Região Militar, general Edgardino de Azevedo Pita e o Secretário de Polícia e Segurança Pública coronel Aldenor Maia.
Da sacada do Palácio novos discursos foram proferidos.


 (1086 bytes)06 de dezembro de 1952 - Morre em Fortaleza, vítima de colapso cardíaco, no Palácio da Luz, João de Sá Cavalcante, funcionário do Tesouro que exerceu por vários anos o cargo de coletor estadual.
Era pai de Walter Sá Cavalcante e Hermenegildo de Sá Cavalcante.


 (1086 bytes)08 de novembro de 1953 - No salão de recepção do Palácio da Luz realiza-se às 11 horas, a cerimônia de transferência do Governo do Estado, recebendo-o o vice-governador Stênio Gomes da Silva, das mãos de Raul Barbosa, que viajará para o Rio de Janeiro, permanecendo ausente durante trinta dias.
Presentes ao ato todo o secretariado do Governo, parlamentares, próceres políticos, jornalistas e outras pessoas gradas.

 (1086 bytes)01 de julho de 1958 - Solenidade, no Palácio da Luz, na qual o governador Paulo Sarasate transmite a chefia do Poder Executivo ao vice-governador Flávio Marcílio, desincompatibilizando-se, assim, para concorrer a uma cadeira na Câmara Federal.
Registrando o fato, escreve L.S.
(Luís Sucupira): ‘Deixou o governo com a saúde abalada, com os bolsos vazios, com a alma amargurada, com o espírito abatido.
E os que concorreram para isso, em vez de dar-lhe ao menos uma impressão de reconhecimento pelos sacrifícios exigidos, correm pressurosos a cercar o novo ídolo, num abissinismo muito conhecido e demasiado clássico'

 (1086 bytes)02 de fevereiro de 1960 - Nas administrações do Prefeito Manuel Cordeiro Neto e do governador Parsifal Barroso, com a complacência do historiador Raimundo Girão, é iniciada a derrubada de parte do Palácio da Luz (do Governo do Estado), para dar lugar ao prosseguimento da Rua Guilherme Rocha, até a Rua Sena Madureira.
148 anos de história destruídos para nada, já que o intuito era dar fluxo aos carros que circulavam pela Rua Guilherme Rocha e a rua seria aberta até unir com a Avenida Santos Dumont.
Na Guilherme Rocha, há muito tempo não circulam carros.



 (1086 bytes)20 de fevereiro de 1960 - Declaração à imprensa do Dr. Pompeu Sobrinho, presidente do Instituto do Ceará, sobre a divisão do Palácio da Luz, a qual, na sua opinião, ‘Não fere a tradição histórica’.


 (1086 bytes)1963 - O Palácio da Luz, no início da Rua do Rosário, deixa de ser a residência do governador e sede do Governo, sendo transferido para a Avenida Barão de Studart nº 410/598, casa projetada pelo arquiteto prático José Barros Maia (Mainha), para residência do senador Fausto Augusto Borges Cabral (Fausto Cabral), em 1951.
Em 1971 foi desapropriada e passou a abrigar o Museu Histórico e Antropológicodo Ceará.


 (1086 bytes)29 de dezembro de 1966 - Instala-se no Palácio da Luz, sob a presidência do general Raimundo Teles Pinheiro, a Companhia de Desenvolvimento Agronômico e Pecuário do Ceará (CODAGRO).


 (1086 bytes)26 de janeiro de 1967 -  A Biblioteca Pública do Estado, que estava funcionando no Palácio da Luz, começa a mudar-se para sua sede própria, na Praça do Cristo Redentor.
O autor destas linhas, Nirez, presenciou livros raríssimos sendo jogados ao lixo por estarem com as capas soltas.

 (1086 bytes)01 de março de 1975 - Inaugura-se, às 17h, no Palácio da Luz, a Casa de Cultura, pelo governador César Cals, ficando sob a direção do museólogo Henrique Barroso.


 (1086 bytes)15 de gosto de 2001 - Durante solenidade comemorativa dos 107 anos da Academia Cearense de Letras - ACL, com início às 19h30min, em sua sede, no Palácio da Luz, na Rua do Rosário nº 1, é outorgado o Diploma de Mérito Cultural ao jornalista e escritor José Blanchard Girão, ao radialista e jornalista Edilmar Norões, a beletrista e apresentadora de TV Fernanda Maria Romero Quinderé (Fernanda Quinderé), ao músico Frederico Barreto (Fred Barreto), a Mozart Machado, ao banqueiro Newton Freitas, ao engenheiro Paulo Bandeira de Melo e a escritora Yolanda Gadelha Teófilo, falando em agradecimento Newton Freitas.
Na ocasião o acadêmico Carlos Mauro Cabral Benevides (Mauro Benevides) usa da palavra para homenagear Luís Cavalcante Sucupira (Luís Sucupira) no seu Centenário.
A solenidade é encerrada com coquetel após recital do violinista Fred Barreto.


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Créditos: Secult, http://centrodefortaleza.com.br, Portal do Ceará, Álbum de vistas do Ceará 1908, Morar em Fortaleza, Gracinha Bezerra, Academia Cearense de letras, http://www.mar.mil.br e pesquisas na internet

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Academia Cearense de Letras



Academia Cearense de Letras em 08/09/1922, no salão nobre do Clube Iracema, no 1º andar do Palacete Ceará - Arquivo Nirez

Foto com a  identificação - Nirez

A Academia Cearense de Letras é a mais antiga instituição do gênero no país, pois foi fundada a 15 de agosto de 1894. Tal resultou do idealismo de alguns intelectuais, entre outros, o anglo-cearense Barão de Studart, e Thomaz Pompeu de Souza Brasil, seu primeiro presidente, topônimo desta Casa. Inspirou-se na Academia de Ciências de Lisboa, surgindo no rasto da famosa Padaria Espiritual, de Fortaleza, cujo "forno" funcionou por 6 anos (1892-1898), alimentado por "padeiros" notáveis, entre eles Antônio Sales, autor do festejado romance Aves de Arribação. Destarte, este grêmio literário não poderia deixar de usufruir das vantagens da moderna tecnologia representada pela Internet. Ao contar a nossa longa história, convidamos para um passeio na nossa também longeva sede, o antigo Palácio da Luz, onde, por muito tempo, alojou-se o Governador do Estado do Ceará. 
Pedro Henrique Saraiva Leão
Presidente

Academia Cearense de Letras (ACL) é a entidade literária máxima do estado do Ceará. A ACL é a mais antiga das Academias de Letras existentes no Brasil, fundada em 15 de agosto de 1894, três anos antes da Academia Brasileira de Letras.

A História da ACL é dividida em três partes. A primeira tem início em 15 de agosto de 1894 quando foi fundada, e vai até 17 de julho de 1922, quando Justiniano de Serpa lhe promoveu a reconstituição. Esse primeiro período foi áureo para as letras cearenses, quando a inquietação de intelectuais já havia motivado a criação da Padaria espiritual, dois anos antes de sua fundação. O Ceará ocupava então importante papel dentro do movimento literário nacional, tendo se antecipado inclusive à criação da Academia Brasileira de Letras, fundada três anos depois da ACL, e à Semana de 22.



Foi fundada como Academia Cearense e a primeira revista foi publicada em 1896, com periodicidade anual até 1914. Seu primeiro presidente foi Tomás Pompeu de Sousa Brasil Filho. Iniciou as atividades com 27 membros.
A segunda fase tem início em 1922, quando Justiniano de Serpa, diante da situação em que se encontrava a instituição com somente oito membros ainda residentes em Fortaleza, reorganiza-a sob a nova denominação de "Academia Cearense de Letras". Neste novo formato, foram ampliadas as vagas, passando então para as atuais 40 cadeiras. Foi deste mesmo período a denominação dos patronos. No ano seguinte ao de sua reformulação, a morte de Justiniano de Serpa em 1 de agosto de 1923 fez a instituição ficar na penumbra até 1930.
Em 21 de maio de 1930 foi instalada a reunião de reorganização da instituição, agora em definitivo até os nossos dias, na casa de Walter Pompeu. Desde então sua revista passou a ser publicada ininterruptamente.
Anualmente, concede o Prêmio Osmundo Pontes e, desde 2005, os prêmios Antônio Martins Filho e Fran Martins, para jovens escritores. Sua atual sede fica no Palácio da Luz, a antiga sede do Governo do Ceará, um importante prédio que faz parte do conjunto arquitetônico da Praça dos Leões em Fortaleza.

Diretoria

  • Presidente - Pedro Henrique Saraiva Leão
  • 1º Vice-Presidente - José Maria de Barros Pinho
  • Secretário-Geral - Virgílio Maia
  • Secretário-Geral Adjunto - Horácio Dídimo
  • Diretora Cultural - Angela Gutiérrez
  • Diretor de Patrimônio - Sânzio de Azevedo
  • Diretora de Publicações - Noemi Elisa Aderaldo
  • Conselho Fiscal - Costa Matos, Dimas Macedo e José Dias de Macedo (representante da comunidade)

Patronos

  • 1 - Adolfo Caminha
  • 2 - Álvaro Martins
  • 3 - Antônio Augusto
  • 4 - Antônio Bezerra
  • 5 - Pápi Júnior
  • 6 - Antônio Pompeu
  • 7 - Clóvis Beviláqua
  • 8 - Domingos Olímpio
  • 9 - Fausto Barreto
  • 10 - Padre Mororó
  • 11 - Barão de Studart
  • 12 - Heráclito Graça
  • 13 - Jerônimo Tomé da Silva
  • 14 - João Brígido
  • 15 - Capistrano de Abreu
  • 16 - Franklin Távora
  • 17 - Joaquim Catunda
  • 18 - Moura Brasil
  • 19 - José Albano
  • 20 - Liberato Barroso
  • 21 - José de Alencar
  • 22 - Justiniano de Serpa
  • 23 - Juvenal Galeno
  • 24 - Lívio Barreto
  • 25 - Oliveira Paiva
  • 26 - Soares Bezerra
  • 27 - Soriano Albuquerque
  • 28 - Mário da Silveira
  • 29 - Paulino Nogueira
  • 30 - Rocha Lima
  • 31 - Farias Brito
  • 32 - Cônego Ulisses Pennaforte
  • 33 - Rodolfo Teófilo
  • 34 - Samuel Uchôa
  • 35 - Tomás Pompeu de Sousa Brasil (filho)
  • 36 - Tomás Pompeu de Sousa Brasil
  • 37 - Tomás Lopes
  • 38 - Tibúrcio Rodrigues
  • 39 - Araripe Júnior
  • 40 - Visconde de Sabóia

Membros atuais
  • 1 - Sânzio de Azevedo
  • 2 - Batista de Lima
  • 3 - Carlos Augusto Viana
  • 4 - José Murilo Martins
  • 5 - Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes
  • 6 - Virgílio Maia
  • 7 - Marly Vasconcelos
  • 8 - Horácio Dídimo
  • 9 - Genuíno Sales
  • 10 - Abelardo Fernando Montenegro


Posse de Abelardo Montenego - Crédito da foto: http://www.ceara.pro.br

Crédito da foto: http://www.ceara.pro.br

Crédito da foto: http://www.ceara.pro.br
  • 11 - Dimas Macedo
  • 12 - J. C. Alencar Araripe
  • 13 - Manfredo Ramos
  • 14 - Barros Pinho
  • 15 - Pe. Francisco Sadoc de Araújo
  • 16 - Beatriz Alcântara
  • 17 - Paulo Bonavides
  • 18 - Ângela Gutierrez
  • 19 - Juarez Leitão
  • 20 - Cid Sabóia de Carvalho
  • 21 - Regine Limaverde
  • 22 - Manuel Eduardo Pinheiro Campos
  • 23 - Luciano Maia
  • 24 - Pedro Paulo Montenegro
  • 25 - Pedro Henrique Saraiva Leão
  • 26 - Lúcio Alcântara
  • 27 - César Barros Leal
  • 28 - Giselda Medeiros
  • 29 - Costa Matos
  • 30 - Linhares Filho
  • 31 - Francisco Carvalho
  • 32 - Napoleão Nunes Maia Filho
  • 33 - Noemi Elisa Aderaldo
  • 34 - Vinicius Barros Leal
  • 35 - Alberto Oliveira
  • 36 - Carlos D'Alge
  • 37 - Teoberto Landim
  • 38 - F. S. Nascimento
  • 39 - Mauro Benevides
  • 40 - Artur Eduardo Benevides

As sedes da Academia

Jose de Alencar

Prédio à Rua do Major Facundo, n° 2, esquina da Misericórdia, onde funcionou o Hotel de France.
Sede na Fênix Caixeiral, cujo salão nobre, no segundo andar, realizou a Academia Cearense a sua primeira sessão, a 15 de agosto de 1894.
No local foi construído o atual edifício do Palace Hotel.

O Presidente

Pedro Henrique Saraiva Leão

Pedro Henrique Saraiva Leão nasceu na cidade de Fortaleza no dia 25 de maio de 1938.
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, fez cursos de especialização em São Paulo e Londres.
Foi médico do Hospital Geral de Fortaleza - INAMPS e é professor do Departamento de Cirurgia da UFC, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e de várias sociedades médicas nacionais e do exterior.
Fundou o Clube do Colostomizado do Brasil, o primeiro do País, em 1979.
Foi presidente nacional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES.
Recebeu, em 2006, o título de notório saber em Medicina pela UFC.
É poeta, com inúmeros poemas publicados em livros e revistas literárias. Obras poéticas: 12 poemas em Inglês, 1960; Ilha da canção, 1983; Concretemos,1983; Poeróticos, 1984; Meus eus, 1995; Trívia, 1996; e As plumas de João Cabral, 2002. É o editor da revista Literapia. Publicou trabalhos da especialidade em periódicos médicos, tendo sido redator do Ceará Médico e vice-redator da Revista de Medicina da Universidade Federal do Ceará.
Livros científicos publicados (como autor e em colaboração): Auto-avaliação em Coloproctologia, 1980; Perguntas e respostas em Proctologia, 1980; Colostomias e colostomizados, 1981; Isto não se aprende na escola, 1982; Câncer nos cólons e no reto, hemorróidas: fatos e ficções, 1988; e Síndrome pós-colostomia, 1990.
Organizou várias coletâneas da SOBRAMES.
Honrarias: recebeu a Medalha Barca Pelon e o Troféu Sereia de Ouro.
Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 19 de setembro de 1986, sendo saudado pelo acadêmico Pedro Paulo Montenegro.
Substituiu o poeta Carlyle Martins na cadeira número 25, cujo patrono é o romancista Oliveira Paiva.


Fonte: Wikipédia e Site Oficial da Academia

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