quinta-feira, 7 de agosto de 2025
Jardim Iracema: Uma história além do papel
quinta-feira, 5 de junho de 2025
Francisca Clotilde: Uma pioneira da educação e da literatura no Ceará
Nascida em Tauá (CE), em 1862, Francisca Clotilde Barbosa Lima (Foto ao lado, recuperada por IA) foi uma mulher à frente do seu tempo. Professora, escritora, jornalista e ativista, marcou a história do Ceará e do Brasil com sua ousadia, inteligência e compromisso com a justiça social.
Em 1882, tornou-se a primeira mulher a lecionar na Escola Normal do Ceará, desafiando o machismo estrutural da sociedade oitocentista. Mais que educadora, Clotilde foi uma voz ativa no movimento abolicionista, participando da Sociedade das Senhoras Libertadoras – movimento essencial para que o Ceará fosse o primeiro estado brasileiro a abolir a escravidão, em 1884.
📚 Uma escritora corajosaEm 1902, publicou o romance “A Divorciada”, uma crítica contundente à hipocrisia da moral burguesa. A obra narra o drama de uma mulher que enfrenta o preconceito após se divorciar — um tema tabu para a época. Com estilo fluido e emotivo, Clotilde expõe a desigualdade de gênero e a luta por autonomia feminina em uma sociedade patriarcal.
“A mulher quando ama, não pesa consequências. Mas a sociedade, sim, pesa e condena.”
— Francisca Clotilde, em “A Divorciada”
Em 1908, fundou o Externato Santa Clotilde, uma escola laica e mista – ideias revolucionárias para a época. Lá, formou gerações de estudantes com uma pedagogia voltada para o pensamento crítico e a emancipação humana.
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Jornalista e formadora de opinião
Também colaborou com diversos periódicos cearenses e nacionais, como O Domingo, A Evolução, A Família e O Lyrio, sempre defendendo os direitos das mulheres, a liberdade e a educação.
🌹 Legado
Francisca Clotilde faleceu em 1935, mas sua voz continua ecoando. Sua trajetória é símbolo de resistência, ousadia e compromisso com a verdade. É preciso lembrar e valorizar mulheres como ela, que abriram caminhos mesmo quando parecia impossível.
Citações em jornais de época:
Hoje, Francisca Clotilde é nome de rua em Fortaleza:
Saiba mais, assistindo ao rico documentário do programa Arquivo.Doc, da TV Assembleia: “Francisca Clotilde, uma história de amor e lutas”, que conta a vida e a carreira da educadora e romancista.
sábado, 26 de outubro de 2024
Boneca Eva - Do fundo do baú III
De bruços, com a cabeça repousada sobre os braços, calça jeans justíssima e longas madeixas louras, ela atraía multidões por onde passava.
Rodou por várias cidades do país (Eu lembro da Eva no estacionamento do Shopping Iguatemi e na Praça Cristo Redentor, de frente para a Igreja da Prainha) e onde quer que fosse, sua chegada era triunfal. Ninguém reclamava de enfrentar filas demoradas para vê-la nem mesmo debaixo de sol escaldante.
Eva era a aula mais divertida de biologia que qualquer criança poderia ter. Com 45 metros, tinha uma porta perto dos pés por onde as pessoas entravam direto para um corredor escuro para conhecer seus ossos, músculos e órgãos. O ponto alto era o bebê que ela carregava na barriga, já prestes a nascer. De um gravadorzinho — nem sempre acionado no momento certo do passeio —, vinham as explicações sobre os sistemas reprodutor e digestivo. Era uma intrigante experiência caminhar dentro de um corpo cheio de cores e luzes de LED.
A boneca foi um investimento um tanto quanto ousado que envolveu 60 homens trabalhando dia e noite durante nove meses seguidos para a sua construção.
— Não sei de ninguém com mais de 30 anos que não conheça a Eva. Ela marcou uma época — afirma o escultor Fernando Quincas de Almeida, de 63 anos, que trabalhou no projeto da boneca gigante, sucesso na década de 1980.
Com outros negócios mais importantes e mais lucrativos (ringue de patinação, por exemplo), Carlos largou a gigante no quintal de uma de suas casas por seis anos até vendê-la ao empresário Rodolfo Acri, que pagou R$ 120 mil pela carcaça da Eva.
— O problema foi tirar a Eva daquele lugar. Quando vi que teria que cortar o corpo dela para colocar em três carretas, cheguei a desanimar. Fiquei com medo de ter me metido na maior furada — diz Rodolfo.
Antes de chegar lá no alto, Eva deu mais trabalho. Rodolfo chamou um conhecido que fazia alegorias de carnaval numa escola de samba no Rio para reformá-la, mas não gostou nada quando viu que os contornos estavam ficando avantajados demais (“Parecia uma passista. Não era o que eu queria”). Um artesão local então foi escalado para a função, que terminou um ano depois.
No espaço onde fica o teleférico, uma das atrações mais famosa da cidade, logo se arrumou um espaço para a boneca Eva. Ela destoava, sim, da paisagem, mas logo passou a receber excursões das escolas da região.
— Exato. Eram duas Evas — revela o antigo proprietário, Carlos Souza.
É isso! Enquanto uma delas “mora” na serra fluminense, os boatos sobre o destino da boneca número dois se propagaram na internet. Há quem garanta que ela foi levada de navio para Portugal, foi atração de um zoológico e acabou virando sucata. Milhas e milhas distante da Europa, Alicia, cara e corpinho idênticos ao da Eva original, é destaque num parque em Guadalajara, no México.
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
Ceará Country Club
O Ceará Country Clube foi fundado em 23 de abril de 1924 e tem uma história rica que remonta à colônia inglesa na cidade. Sua criação foi motivada pela necessidade de um espaço para a prática de esportes, especialmente o tênis, em um ambiente social. O terreno foi adquirido da viúva do Comendador Nogueira Accioly, Sra. Maria Teresa de Souza Accioly, em 1922, o que possibilitou a construção de um espaço dedicado ao lazer e à convivência.
Situado na atual Avenida Barão de Studart, 825, Aldeota, o terreno possuía uma área privilegiada que contribuiu para sua popularidade e acesso.
Desde sua fundação, o Ceará Country Clube experimentou um crescimento significativo e uma diversificação de suas atividades. Inicialmente focado em tênis e natação, o clube expandiu suas ofertas ao longo das décadas, incorporando modalidades como futebol e basquete. Isso transformou o clube em um centro esportivo completo, atraindo uma comunidade diversificada de associados.
O Ceará Country Clube não foi apenas um espaço esportivo; ele se tornou um símbolo da vida social em Fortaleza. Ao longo dos anos, o clube promoveu uma série de eventos sociais, festivais e atividades culturais que fortaleceram os laços entre os associados e a comunidade. Essa evolução refletiu as mudanças sociais e culturais da cidade, tornando o clube uma parte importante da história fortalezense.
O projeto do clube, desenvolvido pelo renomado arquiteto Sylvio Jaguaribe Eckman, foi uma referência na arquitetura de clubes e espaços de lazer no Brasil. Jaguaribe é conhecido por sua habilidade em criar ambientes que equilibram funcionalidade e estética. O design do Ceará Country Clube incluiu áreas sociais amplas, espaços esportivos variados e a valorização de áreas verdes, promovendo um ambiente agradável e integrado à natureza. Essa abordagem não só ofereceu infraestrutura adequada para a prática de esportes, mas também fomentou um espaço de convivência para os associados.
Reconhecimento e Legado
Em 1947, o Ceará Country Clube foi oficialmente reconhecido como um clube desportivo, ampliando sua gama de atividades. Ele foi um dos fundadores da Federação Cearense de Tênis em 17 de novembro de 1948, juntamente com o Maguari Esporte Clube, o Ideal Clube e o Náutico Atlético Cearense. Também fundou a Federação Cearense de Xadrez em 15 de agosto de 1949, com os clubes Diários, Ideal, Iracema, Maguari, Náutico e AABB.
Em 2020, o espaço do Ceará Country Clube passou por uma transformação significativa e deu lugar ao restaurante Sirigaddo Country e hoje é um restaurante da rede Sal & Brasa.