Essa foto faz parte da exposição Corações e Mentes da Praia de Iracema
Antônio Aurílio Gurgel* era o Mincharia e sua casa era conhecida como Mansão do Guará, onde recebia desde desconhecidos até amigos ilustres como Elzir Cabral, Gonzaga Mota, César Cals, Flávio Parente, isso por volta de 1960. Após seu falecimento, em 1985, o grupo de amigos resolve criar um ponto de encontro em sua homanagem, que viria a se chamar Confraria do Mincharia.
Algum tempo depois, já administrado por Haroldo Aragão, o bar passa a ficar aberto ao público e torna-se o Bar do Mincharia. Outros bares abriram e fecharam na PI, como era carinhosamente chamada a Praia de Iracema. Alguns, como o Mincharia, marcaram não só o bairro, mas toda a cidade cearense.
Essa foto faz parte da exposição Corações e Mentes da Praia de Iracema
“No meu enterro, não deve haver tristeza, mas bebidas e música. Se alguém chorar, botem pra fora”, lembrava o irreverente Aurilo Gurgel Nepomuceno um dos mais famosos e queridos boêmios de Fortaleza.
Embora não valesse nada, fosse uma “minchariazinha”como costumam dizer os amigos, Aurilo permaneceu inesquecível no coração e na mente daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Os amigos não aceitavam que sua morte apagasse sua história. O Mincharia precisava permanecer “vivo” de alguma maneira.
Embora não valesse nada, fosse uma “minchariazinha”como costumam dizer os amigos, Aurilo permaneceu inesquecível no coração e na mente daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo. Os amigos não aceitavam que sua morte apagasse sua história. O Mincharia precisava permanecer “vivo” de alguma maneira.
Os amigos, então, reuniram-se e fundaram a Casa Confraria do Mincharia, em 1986, um ano após sua morte.
Um quiosque localizado a beira mar sob a sombra das oiticicas e castanholas e privilegiado pela fresca brisa do mar foi o local escolhido para manter a memória dos tempos de Mincharia.
Quem passa hoje pela Rua dos Pacajus vê apenas um bar, aparentemente, como outro qualquer, mas não demora muito para perceber a singularidade do Mincharia. “Um bar para toda a família”, como diz Carlos Aragão, 47 anos, administrador do local. Do avô ao netinho. Todos têm espaço garantido entre as atividades realizadas no Mincharia, sejam carnavais, bailes, bingos, e até eleições...
Um quiosque localizado a beira mar sob a sombra das oiticicas e castanholas e privilegiado pela fresca brisa do mar foi o local escolhido para manter a memória dos tempos de Mincharia.
Quem passa hoje pela Rua dos Pacajus vê apenas um bar, aparentemente, como outro qualquer, mas não demora muito para perceber a singularidade do Mincharia. “Um bar para toda a família”, como diz Carlos Aragão, 47 anos, administrador do local. Do avô ao netinho. Todos têm espaço garantido entre as atividades realizadas no Mincharia, sejam carnavais, bailes, bingos, e até eleições...
Haroldo Aragão, conhecido como Haroldão, 77 anos, é dono do bar há seis anos.
Em janeiro e fevereiro a vez é das crianças. A idéia de realizar uma festa infantil surgiu da tentativa de transformar o bar num ambiente familiar. “Fortaleza só tem festa pra adulto. O pré-carnaval é uma maneira de trazer toda a família pra cá”, diz Haroldo Aragão.
É o pré-carnaval dos “Baixinhos do Mincharia”. Durante três domingos que antecedem o carnaval, é coroado o Rei Momo. O rei Momo infantil recebe as honrarias e a simbólica chave da cidade.
Em janeiro e fevereiro a vez é das crianças. A idéia de realizar uma festa infantil surgiu da tentativa de transformar o bar num ambiente familiar. “Fortaleza só tem festa pra adulto. O pré-carnaval é uma maneira de trazer toda a família pra cá”, diz Haroldo Aragão.
É o pré-carnaval dos “Baixinhos do Mincharia”. Durante três domingos que antecedem o carnaval, é coroado o Rei Momo. O rei Momo infantil recebe as honrarias e a simbólica chave da cidade.
Indicado pela revista Veja Fortaleza 2009 como um local para “ir a dois”, o bar apresenta também um lado romântico. É um “pedacinho” da antiga Praia de Iracema que encantava os namorados. A brisa noturna, o barulho do mar e o som de um violão produzem um clima romântico e aconchegante.
A Prefeitura, reconhecendo a importância do bar no processo de requalificação dos espaços públicos da cidade, garantiu aos freqüentadores segurança intensiva. O Largo do Mincharia conta com a vigilância da Guarda Municipal durante 24hs.
“O ambiente aqui é muito agradável e tranquilo”, diz Ronaldo, 55 anos, conhecido como Denny DeVito, por conta da enorme semelhança física com o ator norte-americano. Frequentador do bar, há mais de um ano, Ronaldo não perde as noites de quinta, sexta e sábado do Mincharia. Nestes dias, a movimentação aumenta por conta dos shows ao vivo, como da cantora Lupe e de Ray Miranda, sempre a partir das 19hrs.
A Praia de Iracema parece, então, renascer, todos os dias à sombra das quase centenárias oiticicas e castanholas testemunhas de uma Fortaleza que passou por várias mudanças, que conheceu o apogeu e o abandono, mas que nunca foi esquecida. O Bar do Mincharia resgata a Fortaleza do Aurilo, do Carlos, do João e de todos aqueles que não esqueceram os prazeres da boemia fortalezense de outros tempos.
*Que Mincharia é essa?
Para quem viveu a vida num ritmo diferente. Ritmo de bateria de escola de samba. Para quem dedicou a vida e a alma a fazer rir os muitos amigos, a morte não poderia trazer tristeza a seu ninguém. Antônio Aurilo Gurgel Nepomuceno, ou melhor, Mincharia como foi apelidado pelos muitos amigos, era um sujeito pequeno, gordo, adepto de um esporte em que era campeão unânime: “alterocopismo”.
Antônio Aurilo nasceu em Aracati, filho de Francisco de Oliveira Nepomuceno e de Lúcia Gurgel Nepomuceno, mas foi em Fortaleza que descobriu a vocação para a boemia. Foi presidente honorário da extinta Banda Periquito da Madame. A banda pré-carnavalesca mais irreverente e descontraída de Fortaleza, que conseguia unir ricos e pobres, damas e prostitutas.
Dotado de uma filosofia própria, regada a litros e litros de cachaça, Mincharia nunca se casou, nem teve filhos, mas teve muitos amores, entre eles uma certa cantora de boate que segundo contou aos amigos: “Era horrível, mas tinha uma voz maravilhosa”. E seguindo sua filosofia “De que vale a beleza física diante de voz tão encantadora?”.
Aurilo Nepomuceno morreu no dia 22 de outubro de 1985 de derrame cerebral aos 50 anos de idade, mas sua memória não foi esquecida pelos estimados amigos da alta boemia cearense. Palavra mais correta para descrever esse homem de personalidade irreverente e agregadora não há melhor do que Mincharia.
Dados históricos:
- 22 de outubro de 1985 - Morre, aos 50 anos de idade, o comerciante Aurilo Gurgel Nepomuceno (Mincharia), boêmio da Praia de Iracema, aracatiense nascido em 03/12/1934.
- 13 de junho de 1986 - Inaugurada a Casa do Mincharia, na Praia de Iracema, e, posteriormente, o Largo do Mincharia em frente à casa do comerciante Aurilo Gurgel Nepomuceno.
Créditos: Na Pauta Online, Percurso Surbanos blog, Cronologia Ilustrada de Fortaleza e Revista do Instituto do Ceará 2007
trabalhei na casa do micharia que me chamavam de severino foi em 1989 me chamo de isnerio conhece muito na epoca fui convidado para trabalhar pretendo voltar todos me conhecem.
ResponderExcluirme lembro todos me chamavam de severino em 1989 meu nome e isnerio
ResponderExcluirMeu pai Edilson era amigo do Mincharia, lembro de ir na casa dele quando criança, meados dos anos 70. Acho que ficava no edifício São Pedro, o prédio era bem diferente do que é hoje.
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