Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Bar avião
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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terça-feira, 6 de julho de 2010

Amélia Earhart em Fortaleza



Fortaleza foi uma das escalas de Amélia Earhart, lendária aviadora americana desaparecida no Oceano Pacífico quando tentava se transformar na primeira mulher a realizar um voo ao redor do globo. O pouso em Fortaleza foi em junho de 1937, portanto, alguns dias antes do desaparecimento do seu avião Electra no oceano Pacífico.

A passagem de Amélia pela capital cearense está registrada em várias fotos, algumas tiradas pela própria aviadora. A sua história, cheias de desafios e conquistas, foi relatada em vários livros e filmes e até hoje fascina as pessoas.


Amélia visitou Fortaleza em 4 de junho de 1937. Havia somente um batente possível entre Paramaribo (ex- Guiana Holandesa) e Fortaleza, um campo cercado. Os aviadores cruzaram o Equador pela primeira vez. Após dez horas do voo, Amelia Earhart e Noonan aterrizaram em Fortaleza. A cidade senta-se em uma planície arenosa marrom no arco de um recorte, com forma crescente, entre as montanhas e o mar, apenas ao oeste do Mucuripe. A condição do aeroporto era muito boa. Amelia e Fred fizeram preparações finais para o Atlantic sul em Fortaleza melhor que em Natal como tinha pretendido.

Quem foi Amelia Earhart?

Ambiciosa e destemida, Amelia Earhart foi a primeira mulher a cruzar o oceano Atlântico em voo solo, em 1932, façanha até então conseguida apenas por Charles Lindbergh, em 1927. Nessa aventura, a solitária aviadora quebrou também o recorde de velocidade para voo transatlântico, estabelecendo-o em 14 horas e 56 minutos. Com seus cabelos curtos e roupas masculinas, ela foi uma das grandes heroínas da década de 30. Amélia dizia que tudo o que os homens podem fazer, as mulheres também podem.
Em 1937, a garota nascida em Kansas, nos Estados Unidos, e que já havia trabalhado como enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial, lançou-se em mais um desafio: queria ser a primeira mulher a completar uma viagem aérea em torno do globo terrestre. Ela e seu navegador, Frederick Noonam, cumpriram as primeiras 22 mil milhas da aventura sem problemas. Mas, após decolarem para as últimas 7 mil milhas de voo, perderam contato com a guarda-costeira dos Estados Unidos. O bimotor Electra desapareceu sobre o mar, sem deixar qualquer pista. Seus corpos e os destroços do avião nunca foram encontrados.

Era uma manhã de 2 de julho de 1937 quando o mais bem preparado voo terminou em tragédia. Earhart e seu navegador, Fred Noonan, desapareceram quando se aproximavam de uma pequena ilha no Pacífico, em um dos últimos trechos da sua volta ao mundo. Amélia Mary Earhart (24 de Julho de 1897 - Desapareceu em 2 de Julho, 1937) foi uma aviadora norte-americana, pioneira da aviação feminina. Em 1928, foi a primeira mulher a cruzar o Oceano Atlântico de avião. A experiência esta relatada em seu livro 'Vinte Horas, Quarenta Minutos'. Fundou a Ninety-Nines, organização internacional de aviadoras. Foi a primeira mulher a receber a Distinta Cruz da Aviação. Em 1935, voou sobre o Oceano Pacífico, tornando-se a primeira mulher a conseguir este marco. Amélia pretendia ser também a primeira mulher a circunavegar a Terra seguindo a linha do Equador. Seu avião desapareceu perto da ilha Howland. Acredita-se que tenha ficado sem combustível, e que ela e o navegador Fred Noonan tenham caído no mar. Seu desaparecimento nunca foi explicado.



Mapa trajeto de Amélia (Clique para ampliar)

A Fortaleza que Amélia conheceu

Com um pouco mais de 126.666 habitantes, a cidade de Fortaleza respirava Paris em suas
ruas e praças. Tudo lembrava a França.
A pharmácia Pasteur era a mais conhecida e os hotéis, Hotel de France e o magnífico Excelsior.
As mulheres usavam luvas. Os homens ternos de linho branco irlandês.
Os chapéus eram indispensáveis, por causa do sol forte.

Abastecendo o avião - Foto Jornal O Povo




Amélia Mary Earhart foi a primeira mulher a receber a “The Distinguished Flying Cross”, condecoração dada por ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o oceano Atlântico. Estabeleceu diversos outros recordes, escreveu livros sobre suas experiências de voo, e foi essencial na formação de organizações para mulheres que desejavam pilotar.

Foi declarada morta no dia 5 de Janeiro de 1939.



Chegando em Fortaleza com o capitão Noonan

Ela foi uma das grandes heroínas da década de 30. Amelia dizia que tudo o que os homens podem fazer, as mulheres também podem. “Tão bem ou melhor.”


Lockheed L-10E Electra de Amelia Earhart. A aeronave foi modificada, tendo a maioria das janelas da cabine escurecidas e tanques de combustível foram adaptados à fuselagem. O Avião esta pousado no Campo de Pouso do Alto da Balança - Cocorote (atual Base Aérea de Fortaleza desde 1941).




Fortaleza, 1937 - Reportagem Jornal OPovo

Na tentativa de ser a primeira mulher a dar a volta ao mundo de avião, a americana Amelia Earhart passou por Fortaleza no início de junho de 1937 e registrou cenas do dia a dia. Logo depois ela encontrou seu trágico destino

Marcos Sampaio 
(marcossamapaio@opovo.com.br)

Esqueça os shoppings, as boates e a correria típica das grandes cidades. O trânsito caótico, que hoje tanto incomoda pedestres e motoristas, se resumia aos bondes, poucos ônibus e carros. O clima era mais ameno uma vez que os raros prédios não impediam a brisa marinha de dar uma acalmada no calor da cidade. Até o hábito de ir à praia era diferente, significava vestir terno e gravata apenas para olhar o mar e apanhar conchinhas na areia. Assim era Fortaleza em 1937, uma cidade pequena, limitada pelas avenidas Domingos Olímpio, Dom Manuel e Imperador, sofrendo ainda com as consequências da terrível seca de 1932, mas já ganhando seus ares de grande centro.
Essa foi a cidade que a aviadora Amelia Earhart conheceu quando fez seu pouso tranquilo, às 16h30min do dia 4 de junho daquele ano, no campo do Alto da Balança. A expectativa pela sua chegada já tomava conta da cidade desde o início da manhã. Até aquele momento não se sabia se a americana iria parar aqui, ou se iria direto para seu próximo destino, a cidade de Natal. Acompanhada pelo piloto Fred Noonan, ela foi recebida por autoridades, fez pose para a imprensa e entrou num carro em direção ao Hotel Excelsior, onde ficou hospedada. Sua passagem por Fortaleza fazia parte do percurso da sua última e mais audaciosa aventura: dar a volta ao mundo.
Nascida no Kansas, em 24 de julho de 1897, Amelia Mary Earhart havia se tornado uma celebridade por ter sido a primeira mulher a sobrevoar o Atlântico. Pioneira na aviação e na defesa dos direitos da mulher, ela realizou este percurso pela primeira vez em junho de 1928, não pilotando, mas como responsável pelo registro de voo. Quatro anos depois, repetiu o trajeto transatlântico, agora como piloto. O trajeto seguiu do Canadá até Derry, na Irlanda do Norte, no lugar onde hoje funciona o pequeno museu Amelia Earhart Centre.
Sua aventura em torno do mundo, um total de 47 mil km, seguindo a linha do Equador, ficou famosa não só pela coragem empregada, mas, também, pela sequencia de infortúnios. A viagem, feita num Lockheed 10E Electra, começou em 17 de março de 1937, de Oakland, Califórnia, até Honolulu, Havaí. Junto com Earhart estavam o navegador de voo Harry Manning, o segundo navegador Fred Noonan e o conselheiro técnico Paul Mantz. Logo na primeira parada, ela teve que esperar três dias para solucionar problemas de lubrificação. Na nova decolagem, novos problemas fizeram a partida ser adiada mais uma vez e sentido do voo ser invertido. Agora iria de Oakland para Miami, por conta das condições climáticas.
Em Fortaleza - Amélia, agora acompanhada somente de Fred, deu nova partida em 1º de junho e três dias depois chegou ao Ceará. “Amelia Earhart, que suplantou veteranos do voo, aterrissando na América depois de deslizar mil metros sobre um terreno escorregadio (a pista não era pavimentada), empreendeu uma descida perfeitíssima no nosso campo, a que ela teceu grandes elogios. Pouco depois, era dado aos circunstantes admirar a denotada mulher, que saltava da cabine vestindo trajes aéreos e com cabelos em desalinho”, trazia as páginas do O POVO de 5 de junho de 1937. Após o jantar, já no Hotel Excelsior, ela “recebeu os representantes da imprensa” e “palestrou amavelmente durante meia hora” quando deu os motivos do tour pelo mundo: primeiro, o prazer, depois, poder equiparar a audácia da mulher com a do homem.
Foram apenas três dias, mas, enquanto esteve aqui, dedicou-se a fotografar tudo aquilo que lhe vinha aos olhos, a começar pela cidade vista de cima. “Após 10 horas de voo, eu fiquei feliz em avistar Fortaleza, exatamente no local esperado e onde deveria estar de acordo com os mapas entre montanhas e o mar numa planície, a oeste do Cabo do Mucuripe. A linha da costa diferenciava muito da encontrada ao Norte. Em vez de florestas, densas dunas e arrecifes, além da foz de rios sobre a influência das marés e áreas de manguezais”, observou ela. Em suas fotos estão o antigo porto, o Seminário da Prainha e a Praça do Cristo Redentor, a ponte metálica, muitas faixas de areia e flagrantes típicos, como jangadeiros e crianças brincando no mar. Em outro momento, capturou da janela do seu quarto, no Excelsior, o pouco movimento de pessoas, carros e o mar ao fundo.


Pequenos prédios, a antiga Catedral e muitos cajueiros

Jangadinhas do Mucuripe - Fotos de Amélia


A tranquila Praça do Ferreira - Por Amélia


Praça Cristo Redentor, no centro - 1937


Região do Centro, parte da Ponte Metálica, antiga Catedral da Sé - 1937

Essa é bem interessante! Rua Major Facundo - Excelsior Hotel, onde Amelia se hospedou. Ela tirou essa foto da varanda do hotel.

Sobrevoando Fortaleza - 1937



Um ano antes da demolição da antiga Catedral, Amélia fotografou a cidade. Vemos também uma placa de uma fábrica com os dizeres: Companhia de óleo do Brasil

Infortúnio Cenas - Estas foram alguns dos últimos registros feitos por Earhart. Após novos problemas na partida de Fortaleza, ela seguiu para Natal (RN), de onde partiu rumo ao Senegal (África). Sua última parada se deu em Lae (Nova Guiné), de onde partiu pelo Pacífico Central rumo à ilha Howland. Deste momento em diante, pouco se sabe do que aconteceu. Por volta do dia 2 de julho, algum problema técnico fez com que ela perdesse completamente o contato por rádio. Muitas teorias surgiram, desde que ela não sabia usar a antena do seu avião, até que o equipamento havia se desprendido da fuselagem antes da última decolagem. Muitas hipóteses tentaram justificar seu desaparecimento. Que ela havia se tornado espiã, trocado de identidade ou se tornado prisioneira dos japoneses. Nada foi confirmado e naquele momento ficou registrado um dos maiores mistérios da aviação mundial. Como documentos para o futuro, ficaram as imagens de Fortaleza, cidade que a recebeu por poucos dias e o sorriso de quem estava perto de realizar seu grande sonho.

Após muitos dias de buscas infrutíferas, Amelia foi declarada morta no dia 5 de janeiro de 1939. - Amelia registrou muitas das suas experiências como aviadora em livros, artigos, colunas e ensaios da época. - A história de Amelia Earhart deu origem a 'Amelia', de Mira Nair. Lançado em 2009, o filme teve Hilary Swank no papel principal e Christopher Eccleston vivendo Nonnan. - Muitos artistas da música, autores do teatro e da TV ainda relembram o nome de Amelia Earhart em seus trabalhos. - Para o jornalista e historiador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, não é possível afirmar que as fotos de Fortaleza tenham sido feitas realmente por Earhart. “Como essas fotos foram encontradas se o avião nunca foi encontrado?”, questiona ele.

Ficha do Excelsior com o nome de Amelia

Rabiscos de Amélia


Reportagem Histórica da Revista Mit, número 26 (Clique nas fotos para ampliar)









Créditos: Wikipédia, Repository Purdue University Libraries, Jornal O Povo, Fortal e pesquisas pela internet

sábado, 3 de julho de 2010

Bar Avião - Parangaba


Esta foto é da Avenida João Pessoa, vendo-se o Bar Avião, na entrada da Rua 15 de Novembro. 
Arquivo Nirez 

No dia 23 de outubro de 1949, foi inaugurado, em Parangaba, o Bar Avião*, na avenida João Pessoa, na entrada da rua 15 de Novembro, construído por Antônio de Paula Lemos, seu primeiro proprietário, que faleceu em 1958, ficando seu filho José Odacir Natalense Lemos à frente do bar.
Atualmente está alugado a Emanuel Sá Linhares.


Foto de Paulo Targino Moreira

O bar está localizado nas proximidades do acesso ao antigo campo de pouso do Pici e o acesso a Base Aérea de Fortaleza. Atualmente no local funciona uma borracharia.
O acesso à pista do Cocorote pela avenida João Pessoa era feito pelo Bar Avião.

Foto de Paulo Targino Moreira

A casa redonda fica debaixo da sombra da árvore. O bar atraía gente da Parangaba toda e vizinhanças. Virou ponto de encontro e referência no bairro. Há cinco anos, depois que José Odacir Lemos, 70, filho de Antônio, teve um AVC, o Avião fechou. Hoje só uma borracharia funciona na parte da frente. O imóvel foi tombado em 2005.


Foto Gracinha Bezerra

Bar Avião ou Bávião

O nome teve como motivo a paixão do antigo dono pela aviação, e também por estar perto da antiga Base Aérea. O dono do terreno onde hoje funciona uma fétida borracharia, mora numa casa nos fundos do antigo bar. Ali frequentaram grandes nomes da imprensa do Ceará, principalmente os que sempre gostaram de avião. Ainda hoje o tráfego aéreo passa bem ao lado do Bar do Avião que está praticamente sob o viaduto do Metrofor. Seria um patrimônio do povo de Fortaleza se soubéssemos o que é história e o valor de lugares que marcaram a vida de bairros e cidades. Suas coordenadas para internautas e aeroviários são 3°46'2"S 38°33'35"W. Está a quatro quilômetros do centro de Fortaleza. Fica na fronteira do Montese com a Itaoca. Uma rua separa os dois bairros e põe o Bar do Avião no Montese.


Pompeu Macário

Foto Thiago Gaspar

O exotismo de sua construção era referência da Parangaba antiga.
O Bar Avião padeceu do desleixo ao longo do tempo. A antiga construção de cimento de um avião bimotor se encontra degradada, há tempos sem reparos.




O bar é um ícone local

No Bar do Avião, o telhado de amianto está comprometido. O próprio avião sobre o bar está precisando de manutenção e a pintura do local, que é de publicidade, está bastante desgastada.
O Bar Avião, fechado há cinco anos, não está no caminho do metrô, como a Estação de Parangaba, por isso, não sofrerá influência direta nas escavações. Nesse caso, o pedido da Prefeitura é para que haja cuidado na execução da obra, preservando a integridade do imóvel, bastante deteriorado. "Quanto a isso não há problema algum, apesar do abandono, nosso laudo confirma que a estrutura está firme e as obras não são tão próximas", diz o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes.


Tombamento Municipal: 2005

Localização: Rua 15 de novembro, n° 9, Parangaba

O Bar Avião precisa de reformas estruturais.



Tombado e Preservado (Editado em 2014)



O bar, já tombado pela Prefeitura como patrimônio material da Capital, recebeu autorização do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) e passou por processo de restauração. 

O bar agora conta com um mirante e uma pracinha, onde antes era só mato. 
Todo o entorno foi revitalizado. 
As obras foram executadas pelo Metrô de Fortaleza (Metrofor).

* De acordo com o radialista e pesquisador, Assis Lima, o imóvel (não o estabelecimento) é anterior a 1945, sendo provavelmente de 1941. A casa foi construída na mesma época do Cais que ficava vizinho ao Guindaste Titan
Antes da abertura do bar, funcionava no local um posto de abastecimento de carros. O posto era estratégico, pois ali iniciava a Porangaba (Parangaba), ficando próximo a Estrada de Genibaú (Carneiro de Mendonça) e a estrada da Serrinha. Ainda antes do bar, havia uma pequena loja de conveniência, provavelmente de onde surgiu a ideia para o futuro bar Avião. 
De acordo com os mais antigos, que tiveram o prazer de frequentar o lugar em seus tempos áureos, no andar superior ficavam as cadeiras e mesas para os clientes. 


Crédito: Pesquisas diversas na internet, Blog do Macario, Assis Lima e Arquivo Nirez

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