Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Jornais de Fortaleza
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Jornal O Povo - 83 anos


Primeiro editorial do O Povo em 7/1/1928

Fundado em 7 de janeiro de 1928 por Demócrito Rocha, em seu primeiro editorial, O Povo defendeu o propósito de um jornal "defender os interesses da sociedade contra as oligarquias dominantes", da época, e capaz de "levar o desenvolvimento ao Ceará".



O nome O Povo foi escolhido pelos próprios fortalezenses. Ao ser lançado e durante muito tempo o slogan de O Povo foi "O jornal das multidões".

 


Em suas 16 páginas iniciais, o jornal trazia artigos da nata da intelectualidade cearense como Rachel de Queiroz, que na época assinava "Rita de Queluz", Antônio Drumond, Filgueiras Lima, Jáder Moreira de Carvalho, Suzana de Alencar Guimarães, Beni Carvalho e outros.

Edição de 1954

Edição de 1956

Na época do Golpe de Estado no Brasil em 1964, o jornal publicou, em 3 de abril:
A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil.
O Povo
Ao longo dos anos, O Povo passou por diferentes linhas editoriais. Instituiu, em 1997, o seu Conselho de Leitores, formado por representantes da sociedade civil, o Conselho se reúne bimestralmente para avaliar, criticar e sugerir pautas. O Povo é também o único jornal do Estado e um dos únicos do Brasil a ter ombudsman. 

Edição de 1957

Prêmios
Prêmios Esso
2007
Prêmio Esso de Jornalismo - Categoria Nacional de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica Caderno Especial Mares do Sertão Equipe: Cláudio Ribeiro, Demitri Túlio, Luiz Henrique Campos, Rafael Luis e Fátima Sudário.
2006
Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Assassinatos na Força Aérea - Demitri Túlio e Cláudio Ribeiro. O POVO conquistou o 10º Prêmio Esso de sua história com a série de reportagens sobre o duplo assassinato dos soldados C. Fontenele e R. Mendonça, na Base Aérea de Fortaleza. Com isso, o jornal igualou-se ao Jornal do Commercio, de Pernambuco, tornando-se o jornal com mais prêmios Esso do Norte/Nordeste.


Edição de 1966

2005
Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Banco Central - O Assalto do Século Equipe: Demitri Túlio, Luiz Henrique Campos, Flávio Pinto, Cláudio Ribeiro, Vanessa Alcântara, Salomão de Castro, Raquel Chaves, Landry Pedrosa, Clóvis Holanda, Gisele Dutra, Dilson Alexandre, Dalviane Pires, Eliomar de Lima e Ciro Câmara.
2005
Prêmio Esso Nacional - Categoria: Criação Gráfica - Caderno especial: Amém - Karol Wojtyla Gil Dicelli Alencar de Sousa e Andréa Araújo.
2002
Prêmio Esso Nacional - Categoria: Criação Gráfica - Caderno especial - Patativa do Assaré Gil Dicelli Alencar de Sousa.
2000
Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Arquivo Secreto - Mortes na FAB Demitri Túlio, Dante Accioly, Cláudio Ribeiro e colaboração de Émerson Maranhão e Maurício Lima.
 
 1999

Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Caso Campelo - Fátima Sudário, Ariadne Araújo, Claúdio Ribeiro, Plínio Bortolotti, Alessandra Araújo, Rodrigo Almeida e Aletéia Patrícia.
1998
Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Caso França - Edvaldo Filho, Demitri Túlio, Giovana de Paula, Silvia Bessa, Ariadne Araújo, Cláudio Ribeiro, Fátima Sudário, Aletéia Patrícia e Leônia Vieira.
1996
Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Máfia da Aposentadoria -Lucirene Maciel, Luciano Luque, Luzenor Oliveira, Demitri Túlio, Ariadne Araújo, Alessandra Araújo, Kelly de Castro, Beto Almeida, José Milton Rocha.
1980
Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Recém-nascidos são exportados - Luís Sérgio Santos.
1959
Prêmio Esso de Jornalismo - Regional Nordeste - Seca, Açudagem e Piscicultura no Nordeste -J. C. Alencar Araripe.


03 de fevereiro de 1974

Outros prêmios
2007
Prêmio BNB de Jornalismo- mídia impressa - Oferta de Créditos - Márcio Telles e Oswaldo Scaliotti.
2006
Prêmio Tim Lopes de Investigação Jornalística/Andi Documento BR: Histórias de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas rodovias federais - Felipe Araújo, Cláudio Ribeiro, Demitri Túlio, Luiz Henrique Campos e Fátima Sudário.
Prêmio Wyeth Consumer Healthcare de Jornalismo - Osteoporose: Mais de 15 milhões de portadores no Brasil - Fátima Guimarães.
XVI Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito - Caos e Futuro do Transporte Público de Fortaleza -Vanessa Alcântara.
VI Prêmio Denatran de Educação para o Trânsito - Caderno "Trânsito - educar é o melhor caminho" - Fátima Guimarães.
Prêmio BNB de Jornalismo - Oswaldo Scaliotti, Claude Bornel e Dalviane Pires/categoria nacional Evilázio Bezerra/categoria fotografia/nacional
2º Prêmio Tancredo Carvalho de Jornalismo Político - Mídia Impressa - Caso dos dólares na Cueca - Claude Bornel, Clovis Holanda, Daniel Sampaio, Daniella, Daniela Cronemberger, Demitri Túlio, Érico Firmo, Erick Guimarães, Erivaldo Carvalho, Luiz Henrique Campos, Moema Soares e Vicente Gioielli.
Categoria: fotojornalismo com a foto "Banda de Lata do projeto Curumins" Evilázio Bezerra.
Categoria: estudante de comunicação - Giselle Dutra (sobre a participação de parlamentares em discussões e audiências públicas que antecederam o referendo sobre o comércio de armas de fogo no país).
3ª edição do Prêmio Imprensa CRO-CE de Saúde Bucal/categoria: impresso - Caderno especial - Ciência & Sáude - Lucinthya Gomes.
2º Prêmio ANTF de Jornalismo - Regional Norte/Nordeste - Luiz Henrique Campos e Cláudio Ribeiro - O Novo Trem do Nordeste.
Prêmio de Fotojornalismo: Agência Brasileira de Segurança (ABS) Nas alturas trabalhando para o Criador - Evilázio Bezerra
Prêmio Bovespa de Jornalismo: Empresas apostam em transparência - Claude Bornel.
Prêmio CDL 2006 - Categoria: Reportagem -Toda a força do comércio - Adriana Albuquerque, Artumira Dutra, Camille Soares, Claude Bornel, Márcio Teles e Oswaldo Scaliotti, Manoella Monteiro, Marília Cordeiro e Neila Fontenele.
Categoria: Fotojornalismo - Fco Fontenele
2005
Prêmio Tancredo Carvalho de Jornalismo Político - Votação histórica cassa Benevides - Erick Guimarães, Erivaldo Carvalho, Salomão de Castro e Érico Firmo.
Prêmio BNB de Fotojornalismo: No Campo das Flores - Evilázio Bezerra.
Prêmio BNB/categoria estadual Semi-árido: sede de oportunidades -Manoella Monteiro.
Prêmio Massey Ferguson de Jornalismo 2005 - Série: Agronegócios - Manoella Monteiro e Rita Célia Faheina.
Prêmio Ethos de Jornalismo 2005/categoria: Fotojornalismo - Menino e Maracatu Evilázio Bezerra.
4º Prêmio Anote de Jornalismo 2005 (Agência de Notícia Esperança) Conflitos de Terra no Litoral - Luiz Henrique Campos
Prêmio ABS de Fotojornalismo -Mancha de Leite no Porto para simulação de derramamento de óleo -Evilázio Bezerra
Prêmio São José de Jornalismo - categoria jornal impresso Série: Basta abrir a torneira, A energia é uma bênção e Trator para mil e uma utilidades  -Rita Célia Faheina
Prêmio São José de Jornalismo - categoria fotojornalismo: Basta abrir a torneira -Edmar Soares.
Prêmio Imprensa CRO-CE de Saúde Bucal - fotojornalismo Tratamento infantil no Centro de Atendimento Odontológico -Evilázio Bezerra
Concurso Cultural de Fotografia Santos Panasonic -Bons de bola -Evilázio Bezerra.
2004
1º Prêmio Imprensa de Saúde Bucal: A situação da saúde bucal no Estado - Ana Cecília Mesquita.
2003
Prêmio Ayrton Senna série: Saia do Muro - A série de matérias abordou a necessidade dos jovens cearenses participarem de maneira ativa do cotidiano político do Brasil. Valdélio Muniz, Émerson Maranhão, Erick Guimarães, Cristiane Bonfim, Déborah Lima, Rodrigo de Almeida e Roberto Maciel.
Prêmio de Jornalismo Povos do Mar - Sustentabilidade Sócio-ambiental na Zona Costeira do Ceará - Inst. Terramar & Depto. Geografia da UFC Carcinicultura - Comunidades exigem fiscalização - Rita Célia Fahena
3º Prêmio Anote de Jornalismo (Agência de Notícias Esperança) Violência Sexual Infanto-juvenil - Raimundo Madeira e Demitri Túlio
Prêmio Senai Ceará de Fotografia - Fábio Lima
Prêmio BNB de Jornalismo - O Microcrédito como Instrumento de Inclusão Social no Nordeste do Brasil. Cláudio Lima
2002
Prêmio Imprensa Embratel/categoria Regional Série: Pedofilia -Raimundo Madeira, Raquel Chaves, Demitri Túlio, Luiz Henrique Campos, Clarisse Furlani, Cláudio Ribeiro, Ana Ângela Farias, Flávio Pinto, Landry Pedrosa, Moema Soares, Vanessa Alcântara, Rita Célia Faheina, Rogério Gomes, Suzete Nocrato, Verônica Freire e Fátima Guimarães.
Prêmio Imprensa Embratel/menção honrosa Série: Ceará Mirante e Patrimônio -Fátima Sudário, Sílvia Bessa, Ana Mary C. Cavalcante, Benedito Teixeira, Rita Célia Faheina, Clarisse Furlani, Eleuda de Carvalho, Ariadne Araújo, Juliana Matos Brito.
I Prêmio de Fotografia OAB-CE e Meio Ambiente - A forma alternativa de conviver com a seca - Evilázio Bezerra.
Prêmio Nordeste/Transbank de Fotografia -Evilázio Bezerra Chapeleira no horto em Juazeiro e Thiago
III Prêmio Ceará de Jornalismo Sertão Iluminado -Everton Lemos
2001
II Prêmio Ceará de Jornalismo Fim dos Anexos: Direito a Educação de Qualidade Juliana Matos Brito, Vanessa Alcântara, Débora Souto (estagiária) e Demitri Túlio
II Prêmio Ceará de Fotojornalismo - Everton Lemos
Prêmio Anote de Jornalismo (Agência de Notícias Esperança) Alternativas de Convivência no semi-árido -Rita Célia Faheina/Ariadne Araújo Editores: Demitri Túlio/Ana Ângela Farias
II Prêmio Ceará de Jornalismo - A Educação Básica e o Desenvolvimento Sustentável - Categorias: jornalismo impresso e fotojornalismo
2000
Prêmio Ayrton Senna - categoria Editor Ana Márcia Diógenes e equipe de Redação
Prêmio Ministério do Meio Ambiente/Docol de Jornalismo Transposição das Águas do Rio São Francisco: vida para o semi-árido -Ariadne Araújo e Fátima Sudário.
Prêmio Nordeste 2000 de Fotografia Praças do Nordeste - Alcebíades Silva, Cláudio Lima, Evilázio Bezerra.
Prêmio Ceará de Jornalismo - Fotojornalismo 'A importância da água, sua preservação e utilização na vida da população ' -Everton Lemos.
1995
Prêmio Rogaciano Leite/Prêmio Cidade de Fortaleza - Márcia Gurgel.
1989
Prêmio BNB Imprensa Corretagem da Sudam ameaça esvaziar -Finor Luís Carlos de Carvalho.
Prêmio Jáder de Carvalho -Rio Cocó -Roberto Maciel e José Paulo de Araújo.
Concurso de Reportagem Fotográfica: Cidade de Fortaleza - Prêmio Luciano Carneiro Decoração de Natal no Centro - Antônio Carlos Vieira de Sousa
1987
Prêmio BNB de Imprensa: Sobradinho, a fase da crise - Erivelton Sousa
Prêmio Jáder de Carvalho de Direitos Humanos de Fotografia - Destruição de um casebre na orla marítima - Antônio Vieira de Souza.
1983
Prêmio de Jornalismo: Cidade de Fortaleza - Juarez Barroso - Estão Querendo Destruir o Rio Cocó - Inês Aparecida.
Prêmio de Jornalismo Cidade de Fortaleza -Luciano Carneiro - A devastação das Matas do Cocó - Edmundo Souza Lima
1981
Prêmio de Jornalismo Cidade de Fortaleza Juarez Barroso A face das favelas - Márcia Gurgel
Prêmio de Jornalismo Cidade de Fortaleza Fotografia Pescadores reverenciam seu padroeiro - Manuel Cunha
1980
Prêmio Jornalismo Cidade de Fortaleza Paisagem Feita de Solidão - Alcebíades Silva
1975
Prêmio João Brígido - Assis Tavares
Prêmio PMF Juarez Barroso Fortaleza: Pobreza e Fausto de uma Cidade -Ribamar Mesquita.


Prêmio PMF de Fotografia Luciano Carneiro -Mauri Melo

Fonte: O Nordeste, Botões para sempre e pesquisas na internet

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Jornal O Cearense - 1846


No retângulo que fica abaixo do título O CEARENSE, no meio da página, lê-se:
"O CEARENSE é destinado a sustentar as idéias do partido; e só toma a responsabilidade dos artigos da redação, devendo todos os mais, para serem publicados vir competentemente legalisados". E mais abaixo: Publica-se as terças e sextas feiras." - Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Origem liberal, publicado em Fortaleza em 4 de Outubro de 1846. Saiu da Imprensa Nacional de Barbosa, da Tipografia Brazileira de Paiva e Cia. na rua Amélia e das Tipografias de F.L. de Vasconcellos e Cia. e de João Evangelista; depois teve Tipografia própria; esta conheci funcionando em uma pequena casa á rua Formosa, fundos da casa do coronel Brito
Paiva, de onde foi transferida para o armazém nº19 da mesma rua Formosa e afinal para os baixos da casa nº 88, ainda da mesma rua, pertencente a família Paula Pessoa.





Foram seus fundadores e primeiros redatores: Frederico Pamplona, Tristão Araripe e Thomás Pompeu.
Entre os redatores do Cearense figuraram também: Miguel Ayres, João Brigido, Dr. José Pompeu, Conselheiro Rodrigues Junior e Dr. Paula Pessoa. Foi gerente por longo tempo João Câmara; que dele passou com parte do pessoal da redação para a Gazeta do Norte por ocasião da cisão do partido liberal cearense em 1880.


João Brigido trabalhou no jornal O Cearense de 1846 ao lado de Senador Pompeu

Algum tempo após a proclamação da República, até 25 de fevereiro de 1891, foi publicado com o titulo de Orgão Democrático
Desapareceu por ocasião da queda de José Clarindo.

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

João Evangelista, que era irmão de Silvino Silva, o conhecido proprietário da alfaiataria na Praça do Ferreira, hoje ocupada pela firma M. B. Figueredo, morreu desastrosamente atropelado por um cavalo em disparada. 

Barão de Studart

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva

Crédito: Lúcia Bezerra Paiva



Fonte - Instituto do Ceará

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Liberdade já!


Foi em Fortaleza que começou o movimento de libertação dos escravos. Um grupo de entusiastas formado por João Cordeiro, José do Amaral, Isaac Amaral, Frederico Borges, D. Maria Thomasia e outros, deu o primeiro grito de alarme, em sessão secreta, na qual ficou deliberado que, na semana seguinte, desapareceriam os escravos de A ou B. Com efeito. Cada membro daquele humanitário grupo, procurava entender-se pessoalmente com os cativos e incutia-lhes a idéia de liberdade. "Tome este bilhete e vá apresentar-se ao meu amigo fulano de tal, você não é mais escravo. É tão livre como eu. Somos iguais em tudo". E despedia com carinhoso abraço e forte aperto de mão o seu novo amigo.

João Cordeiro

http://www.arazao.net/images/maria-thomazia.jpg
D. Maria Thomasia

Aos nomes já citados dos libertadores juntaram-se mais os senhores João Lopes Ferreira, Juntiano de Serpa, Antonio Bezerra, D. Elvira Pinho, etc. Deliberaram a criação de um jornal de propaganda, cujo nome foi "O Libertador". Nele expandiam largamente a idéia nova, que em breve invadiria toda a população cearense.


Antônio Bezerra

Já era intensa a corrente libertadora contra os donos de escravos, os quais prevendo perder sua "mercadoria humana", a sua propriedade, procuravam, a todo custo, desfazer-se dela, tentando embarcar seus escravos para as senzalas do sul, empenhando nisto tosa segurança, mas no ponto de embarque, estava preparada fortissima barreira. Era Francisco do Nascimento, conhecido como Chico da Matilde ou Dragão do Mar. Exercia ele a função de Prático-Mor da Barra. A sua jangada não se rebaixaria, transportando aquela "Mercadoria humana"! Ele opunha-se fortemente ao transporte dos escravos para bordo de qualquer navio.

Libertador - 25 de Março de 1884

Houve luta, e luta renida das autoridades negreiras contra os libertadores. Para tanto, os escravocratas conseguiram a demissão de Frederico Borges do cargo de Promotor público da capital e de Dragão do Mar, por serem libertadores. Mesmo assim, nada conseguiram, porque o povo, em massa, opunha-se contra aquele tráfego humano. Os libertadores cada vez mais, empenhavam maior esforço. A casa das suas sessões era conhecida por "Furna na Rocha Negra" e outra "Furna da Rocha Branca". Ali, lavravam as cartas de liberdade. Em seguida despachavam um portador com a quantia arrecadada, dizendo ser a importância total pela alforria de seu escravo fulano, hoje cidadão brasileiro. O tal negreiro tinha que se conformar porque seu ex-escravo não aparecia mais.

Dragão do Mar

Os conflitos reproduziam-se a cada dia, montavam guarda na praia dia e noite, de modo a não ser possível o embarque de um único escravo sequer. A qualquer hora invadiam o ponto de embarque, viravam jangadas e qualquer outra embarcação que se atrevesse a tentar algum serviço favorável aos negreiros.

Um dia, decidiram libertar todos os escravos em um município próximo. Tomaram o trem e saltaram na Vila do Acarape e uma vez ali, entre grande número de pessoas de todas as classes, depois de eloquentes discursos, declararam livres todos os escravos do município e que para comemorar essa data gloriosa, ficava também mudado o nome do município de vila do Acarape para Redenção. Esse nome de ocasião pegou, e mais tarde, tendo sido elevada a categoria de cidade, foi com o nome de Redenção que perpetuou assim, esse extraordináriop feito.

Em 25 de março de 1884, fizeram eles o mesmo com relação ao municipio da capital, e por fim, com todo o território da então Provincia do Ceará. Os escravos das Provincias vizinhas: Piaui, Pernambuco, Paraiba e Rio Grande do Norte, sabendo não haver mais escravos no Ceará, vinham aqui se refugiar, na certeza de não serem perseguidos.

Na noite de 25 de março fazia gosto ver-se o entusiasmo popular em favor da libertação dos escravos. A capital enchia-se de gente, convidados pelo jornal "O Libertador". A decoração e a iluminação tomaram contas das ruas e residências. Na casa mais pobre, das areias, nos suburbios, via-se, ao menos, uma vela de carnaúba com lanterna de papel de cor, fincada na areia, junto a porta. O municipio do Ceará não tinha mais escravos. Estava livre desta MANCHA.

Fonte: Coisa de cearense e pesquisa de internet

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Jornal D. Pedro II / Pedro II - Ano: 1840




D. Pedro II

Orgão conservador, apareceu em Fortaleza em 12 de setembro de 1840. Publicado às quartas-feiras e sábados. Preço da assinatura 500 réis mensais; número avulso 80 réis. Dimensões: 30X 21. Impresso por. Galdino Marques de Carvalho, saia da tipografia Constitucional na rua dos Quarteis. Trazia por epígrafe o verso de Camões:

"Os mais experimentados levantai-os. Se com a experiencia tem bondade para vosso conselho, pois que sabem o como, e quando e onde as coisas cabem."

O 1º número, único com o nome: D.Pedro II, pois do 2º em diante diz Pedro II, insere uma Declaração do Sr. Bernardo Pereira de Vasconcelos, explicando seu procedimento durante as nove horas do dia 22 de julho em que foi Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Império, e o artigo em que o novo jornal se apresenta como orgão da oposição ao governo liberal, que iniciava com a escolha de Alencar para Presidente da Provincia.
O artigo termina assim:
"Em taes circumstancias tendo cessado o periodico 16 de Dezembro, passamos a tomar o nobre posto de opposição legal, e invocando o Augusto Nome do nosso
Adorado Monarcha, cuja bôa fé e imparcialidade não podia deixar de ser surprehendida, sustentaremos a ordem, a Constituição e a Monarchia e os direitos e justiça dos cearenses oppressos."

'Nas pesquisas que emprenendi no Archivo Publico do Rio encontrei o D. Pedro II, que figurou na Exposição do Centenario da Imprensa, segundo promessa a mim feita.'
Barão de Studart

No seu 2º número, o de quarta-feira, 16 de setembro de 1840, o D. Pedro II, jornal da política conservadora, em Fortaleza, passou a chamar-se Pedro II.

Os artigos, que inseriu na edição inicial, foram os seguintes: Lei da Assembléa Provincial nº 22; felicitação dirigida a S. M. o Imperador pela Assembtéa Provincial; voto de agradecimento e gratidão dirigido pela Assembléa Provincial ao Exmo. Sr. Francisco de Souza Martins por uma deputação de cinco membros, de que foi orador o Sr. Manoel José de Albuquerque; resposta de Souza Martins (começa: Se na arida e espinhoza tarefa de governar uma Provincia, qual esta, continuamente perturbada por uma minoria facciosa e insolente); correspondencia; acta da posse de Facundo a 9 de setembro como vice-presidente da Provincia.
Conservou como epígrafe o mesmo verso de Camões trazido pelo D. Pedro II. Saiu da Typ. Constitucional de Albuquerque à rua dos Mercadores nº 10, posteriormente da T yp. Cearense de J. P. Machado, à Praça Carolina nº 29 e depois da casa nº 34 da Praça do ferreira. O preço era de 6$ anuais, passando depois a 12$. Saia a princípio às quartas-feiras e sábados e depois fez-se diário.
Na administração Alencar, a tipografia foi empastelada e os tipos levados em sacos e atirados ao mar. A tipografia funcionava ainda então na rua dos Mercadores, rua de Baixo, rua Sena Madureira, atual Conde d'Eu, e na casa do proprietário Dr. Miguel Fernandes Vieira.
Nessa casa, que faz esquina e olha para a praça da Matriz ou Caio Prado, morou também Conrado Jacob de Niemeyer, o presidente da celebre Comissão Militar.
José Lourenço no seu livro Refutação as calunias do Antônio Theodorico narra assim o quebramento da tipografia doPedro II:

"Chegava o senador Alencar, de Sobral, onde fôra atraiçoado soffrendo vivo fogo. Reune immediatamente seus amigos e Ihes faz sentir seus receios. Nomeia a tres destes chefes de corpos de voluntarios para velarem por sua pessoa dia e noite; e autorisou-os a escolherem cada um as pessoas de sua confiança.
Foi nomeado para o 1º juiz de direito João Paulo, para o 2º e para o 3º seu secretario Frederico Pamplona.
Na noite na guarda deste teve logar o quebramento do prélo.
Eu estava em minha casa, e fui chamado às 10 horas, não sendo anteriormente avisado.
Chegando ao palácio, encontrei apenas meu cunhado João da Rocha (ajudante de ordens da presidencia) o qual passeava fóra do palacio; e ahi o inspector da thesouraria provincial Delermando, o contador da geral Augusto Carlos A. Garcia e seu irmão o tenente-coronel Gervasio.
Soube que o senador, acabando de ler a folha da opposição, dissera que por menos disso quebravam-se typographias no Rio e em alto dia.
Bastou para que os amigos entendessem o recado.
O ajudante de ordens, sendo tambem chamado na occasião em que fui, duvidou que o senador consentisse em um attentado, que devia compromettel-o profundamente. Foi, portanto, do logar da reunião com vistas de impedir a execução desse escandalo, mas tendo lhe sahido ao encontro o Sr. Dr. Miguel Ayres do Nascimento, tenente-coronel Franklin de Lima e outros parentes muito proximos do presidente, immediatamente retirou-se.
Os machados, troando toda a cidade, fizeram o seu officio.
Pouco me demorei no palacio, vendo chegar os senhores acima mencionados com lenços amarrados a cabeça, e em seguida os Srs. Labatut e alferes Brazil armados de machados em companhia de outros muitos.
Não é uma revelação; porque um desses que contrariou o intento do Sr. Rocha, fazendo-se depois de cordeiro, disse ao Sr Dr. Miguel Fernandes logo que chegou o general Coelho que fôra o ajudante de ordens quem capitaneava os soldados que arrombaram sua porta para quebrarem a typographia!!!"

Em 1847, foi esta matéria exposta com todas as circunstâncias e os autores do quebramento não poderam contestar. O próprio senhor Dr. Ayres, hoje desembargador, declarou em sessão pública que fora ele quem capitaneava o grupo.
Entre os redadores do Pedro II, que se converteu em Brasil com o advento da República, além de Miguel Fernandes e companheiros, figuraram, mas já no meu tempo, Gustavo Gurgulino de Souza, Torres Portugal, Luiz de Miranda, Paurilo Fernandes Bastos e Gonçalo de Lagos.
Gustavo Gurgulino nasceu em 22 de junho de 1829 em São Luiz do Maranhão, e veio para o
Ceará muito menino.
Foi deputado provincial em diversas legislaturas, administrador dos Correios, lente substituto de português no Liceu e diretor da instrução pública da Provincia.
Discípulo aproveitado de Ferreira o boticário, foi por muitos anos redator principal do orgão do partido, que nele tinha um dos chefes mais prestigiosos e queridos sobretudo entre os homens do povo, de quem se fazia amar prestando-lhes os auxílios de sua bolsa e seus conselhos de advogado. Vítima de uma lesão cardíaca, faleceu em Fortaleza em 19 de junho de 1879.
De Luiz de Miranda tenho, de seu próprio punho, notas interessantes, as quais assim finalizam:
"No antigo regime militar nas fileiras conservadoras eu redigi o 'Pedro II' desde a morte de Gustavo Gurgulino de Souza até o desaparecimento do jornal, por terem meus correligionários aderido ao regime republicano. Assim isolado entre os meus, retirei-me da politica militante, para continuar a afirmar minha profissão de fé, como monarquista, fiel ao antigo regime."

Joaquim José de Oliveira e Raymundo de PauIa Lima foram os impressores do Pedro II. O 1º entregou-se depois e até a morte a profissão de livreiro com conhecidíssimo estabelecimento na Praça do Ferreira; o 2º abriu casa para impressão de obras na mesma praça, lado oposto, sob o nome de Typographia Economica, que, depois do seu falecimento, ocorrido em junho de 1898, passou a ser propriedade do Tenente-coronel Antonio Joaquim Guedes de Miranda e em 1904 de Joaquim Olympio, que a crismou de Typographia America.



Barão de Studart


Crédito: Instituto do Ceará

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Jornal A Oposição Constitucional - Ano: 1836



Publicada em fortaleza para combater a administração Alencar, orgão, portanto, do partido carangueijo ou conservador, como o Correio da Assembléa Províncial a era do partido chimango ou liberal.

Redatores: Jerônimo Martiniano Figueira de Mello, José Antônio Pereira Ibiapina, padre Antônio Pinto de Mendonça e Manoel José de Albuquerque. Impressor e tipografo: Aureliano Marco!íno de Mello, natural de Minas Gerais e no tempo do Ministro Vasconcelos nomeado escrivão de órfãos de Ouro Preto .
Acabou no número 7, porque o presidente Alencar recrutou o impressor e o enviou para o Pará. O exemplo vinha de longe e era aplicado aos jornalistas; já em 27 de janeiro de 1824 o padre Batista da Fonseca, redator do Liberal da Bahia, era agarrado por ordem do presidente Francisco Vicente Vianna e remetido para Pernambuco à bordo de uma escuna. Demais eram bem recentes as perseguições feitas ao Correio da Assembléa Provincial.


Fonte: Instituto do Ceará
NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: