Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Jornal Correio do Ceará
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Moda Fortalezense no final da década de 20



As mudanças ocorridas no final do século XIX e início do século XX no Brasil foram simultâneas ao período de maior prosperidade francesa.

(Foto ao lado da senhorinha Zezé Guimarães)

A Belle Époque foi o momento de desenvolvimento da França, época de forte poder econômico. Exportava-se o modo de vida francês. Foi um momento de avanço tecnológico e científico. A moda francesa, com seus exageros, era um dos pilares da economia daquele País.

No Brasil, procurava-se fortalecer relações políticas com os Estados Unidos e países da Europa, o que tornou a modernidade brasileira, mais um jogo político do que uma consequência de eventos ocorridos espontaneamente:

A construção da modernidade se fazia nos espaços, na arquitetura, mas ainda nas pessoas, na cultura, na sociedade, ou seja, moldava-se simbólica e imaginariamente, de modo a despertar a sensação de um novo tempo, principalmente aos mais entusiasmados, com os benefícios do progresso. (DOURADO, 2005)


Loja A Formosa Cearense em 1925 
(Loja de modas, tecidos, calçados e alfaiataria, de Cunto & Companhia, dos sócios Salvador Cunto, Vicente Cunto e José Cozza Cunto, na Rua Floriano Peixoto nº 205 (antigo, atual 635), no Edifício Itália, na Praça do Ferreira. Inaugurada em 22 de abril de 1922.)

A Belle Èpoque cearense, que teve inicio na metade do século XIX, se estendendo até o final dos anos de 1920, foi marcada por uma profunda mudança, tanto em termos políticos, quanto em termos culturais, o que refletia na capital cearense, que acompanhava, guardadas as proporções, essa fase de urbanização que ocorria no país. 



A Moda em Paris serviu de inspiração.

Tentava-se enquadrar a cidade nos moldes de civilização Europeus. Assim, a arquitetura local bem como os costumes foram diretamente influenciados por Paris, sendo bastante comum o nome de lojas e cafés em Francês (Um dos principais cafés da cidade chamava-se Café Riche, também havia o Cine Majestic, a Torre Eiffel.).

Foi também o período em que chegaram os bondes e energia elétrica na cidade, ainda coexistindo com os bondes de tração animal e iluminação a gás, uma vez que a substituição da iluminação a gás para elétrica se deu apenas em 1934, conforme Silva Filho (2002):

A tardia introdução da energia elétrica na iluminação pública de Fortaleza provavelmente se deveu menos a uma debilidade técnica e mais à longeva concessão franqueada pela Ceará Gás Company, já que pelo menos desde 1913 a cidade dispunha, embora em grau diminuto, de eletricidade para algumas residências, casas comerciais e repartições públicas, e no final do mesmo ano passava a alavancar o novo bonde.

A iluminação pública, ainda segundo Silva Filho (2002), foi responsável por trazer segurança às noites da cidade, tendo como consequência a maior agitação da vida pública, favorecendo as festividades noturnas.




O avanço tecnológico com o qual a cidade se acostumava, associado às políticas governamentais e as mudanças empreendidas na estrutura física da cidades ofereceram condições propícias para a consolidação do poder das elites.
A segmentação social favorecia o surgimento de espaços físicos em que os mais ricos pudessem acomodar-se e conviver entre si, excluindo, nos momentos de lazer, de seu convívio aqueles que não tivessem poder aquisitivo condizente com os seus.


Assim, Castro (1987) aponta isso quando revela que Fortaleza, durante o seu processo de formação, apresentou características de forte divisão de classes, o que auxiliou no processo de segregação entre as classes mais abastadas e as menos favorecidas. Resultando desse modo nas apropriações de espaços, por parte da elite, em que pudessem relacionar-se:

Desde o princípio de sua evolução, Fortaleza apresentou em seu espaço uma configuração assentada sobre a base de uma forte segmentação social. Ainda no alvorecer do século XIX, os elementos que compunham os círculos sociais mais elevados, ligados às atividades comerciais da cidade “começavam a se agregar isoladamente, ocupando bairros onde pudessem relacionar-se com conjuntos homogêneos, alheios às confusões urbanas". (CASTRO, 1987, apud PONTES, 2005)

O surgimento e a consolidação desse segmento favoreceu também o aumento das práticas sociais na cidade. A partir de 1860, Fortaleza passou a ter uma vida social mais ativa; a fundação do Teatro José de Alencar, as festividades no palácio do presidente foram os primeiros movimentos do lazer social da cidade.


O Elegante Clube Iracema

No meio elitizado da cidade surgiram os clubes sociais; o primeiro,
Clube Iracema¹fundado em 1884, abrigava um pequeno número de pessoas. De uma dissidência entre seus membros surgiu o Clube dos Diários, em 1913.

No Final da década de 20, precisamente em 12 de junho de 1929, surge o clube Náuticoatlético cearense
², que se mantem até os dias atuais.
Os clubes eram responsáveis pela maior diversão da elite fortalezense, bem como por seus encontros e convivências. Eram bastante comuns as festas nos anos de 1928, constantemente havia um anúncio no jornal sobre esses acontecimentos, que variavam entre festas beneficentes à campeonatos esportivos.

Carnaval no Clube Iracema em 1935 - Acervo Sérgio Roberto

O período carnavalesco, que se inicia no começo de fevereiro e se estende até começo de março, era de bastante movimento nos clubes da capital, pois, com a decadência do carnaval de rua, os festejos dentro dos clubes passaram a ter maior visibilidade durante o período momino.


Revista Ba-ta-clan

Além do carnaval, que foi recondicionado pelas novas práticas de sociabilidade, também pode-se perceber uma influência dessas práticas, na moda feminina e masculina da época.


Revista Ba-ta-clan

O jornal O Povo e a moda

Entender como se deu a implantação, a consolidação e características da imprensa cearense é fundamental para a compreensão do material extraído do jornal.
Geraldo Nobre, no seu livro, 'A historia do jornalismo no Ceará' traça um caminho que percorre desde o início do surgimento da imprensa no Ceará, até os anos de 1970.

Surgida em 1824, com o Diário do Governo, a imprensa cearense consolidou-se no período de 1849 a 1859, momento em que a situação política do império normalizou-se. Nesse momento a notícia era complemento de debates políticos, processando-se tanto na assembleia, quanto nas folhas. 
O jornal com seu caráter informativo só veio a ter espaço após o fim das oligarquias, no ano de 1915, sendo iniciado pelo jornal Correio do Ceará.

O jornal O povo, surgido no período dos novos jornais, como classifica Nobre (2006), não era um jornal partidário, mas como afirmou Adísia Sá, teve origem partidária. Seus fundadores, Demócrito Rocha e Paulo Sarasate foram ligados à vida política.

Foto de 1925 do Armazém de Fazendas - J. Albano & Comp.

Segundo Nobre (2006), foi no decênio de 1910 a 1920 que a imprensa cearense assumiu características de permanência, tornando-se definitiva, em relação a seu estado atual. O autor também divide a história do jornalismo cearense em duas fases; na primeira os jornais existiram em função de partidos políticos, ou de outros grupos de opinião e consequentemente, pouca atenção deram ao caráter noticioso, ou mesmo comercial, da imprensa. Com o surgimento do Correio do Ceará, em 1915, o noticiário e a publicidade começaram a ganhar espaço jornalístico e a partir de então, os órgão de orientação política tiveram duração efêmera.

Maravilhosas vitrines da conhecida e conceituada casa de modas A Cearense na rua Floriano Peixoto, 219 - Revista Ba-ta-clan
Revista Ba-ta-clan

Atentando-nos ao espaço ganho pela publicidade no jornal, para o estudo da moda, as propagandas de casas de tecido, modistas, costureiras e lojas de artefatos masculinos, são relevantes para que tomemos conhecimento sobre o que se usava à época, nisso incluímos tanto os tecidos, como as peças de indumentária já confeccionadas, como chapéus, lenços, sombrinhas etc. 

Revista Ba-ta-clan

Revista Ba-ta-clan

As propagandas trazem para o nosso cotidiano os elementos do período de 1920, nelas podemos ver o preço e o tipo de tecido que se vendia, bem como os artefatos que eram expostos, como meias de seda, sombrinhas, joias, chapéus e bolsas. Os tecidos que apareciam nos anúncios eram principalmente seda, brim, algodão, linho, casimiras, cetins. 


Há um anúncio, intitulado de 'Creação de Paris', d'A Cearense, que era uma loja de variedades, nele são expostos fivelas, chapéus e tecidos. Percebe-se além das peças que
compunham a indumentária feminina da época, a influência dos elementos vindos de Paris, conforme descrito abaixo:

Creação de Paris
Chegado pelo D. Pedro I 
Uma linda colleção de artigos para senhora, barretes fêchos e fivellas para vestidos e chapeos, artigos ricos, chiques e originaes, diversas qualidades e tamanhos de applicações para vestidinos de criança o que há de mais rico. Uma grande collecção de lenços para presentes. 
Renda valenciana branca e creme. 
Missanga em diveras cores e em crysta branco leitosa 
Na A CEARENSE (O Povo, 30 de maio de 1928, p.2)

A Cearense (Sede da rua Barão do Rio Branco). Foto Aba Film - Arquivo Nirez


Lindas vitrines d' A Cearense - Arquivo Nirez

Como o anúncio acima, há outros, que aparecem constantemente, trazendo referência dos materiais e peças que compunham a indumentaria da época. 
Outra loja, A maranhense, no dia de saldão divulgou uma lista, no jornal, com os tecidos e preços ao qual vendiam cada peça.

Reclame d'A Maranhense - Revista Ba-ta-clan
(Em 08 de junho de 1921, abre-se em Fortaleza a loja denominada A Maranhense, armarinho, miudezas e tecidos, pertencente à firma Chuairy, Ary & Cia, formada por Salim Milhem Chuary, José Salim Ary e Nadra Salim Ary, funcionando na Rua Major Facundo nº 100 (antigo).

Apesar de haver uma publicidade constante de tecidos e artigos de moda, as publicações que tratavam diretamente do assunto eram escassas; durante os anos de 1928 e 1929, apareceram apenas três publicações.
Uma das publicações, intitulada de “A arte de usar echarpe”, fala de como o artefato deveria ser usado e como algumas mulheres dominavam essa arte:

A arte de trazer uma <<écharpe>> não se limita, de resto, a evitar essa nota pouco favorecedora. Saber collocar com graça uma <<écharpe>> sobre os hombros sem que ella fique pesada, mas com pregas naturaes e suaves, de modo a que as pontas caiam com garridice e bom gosto, requer um estudo profundo e subtil. 
(O Povo, 28 de março de 1928, p.03)

Revista Ba-ta-clan

Ensinava-se também o modo adequado de usar, além de incentivar as mulheres a praticarem em frente ao espelho o melhor caimento da encharpe: 

Nos nossos dias, é a <<écharpe>> que occupa um logar importante no conjuto da <>, tanto pelo seu comprimeto como por suas dobras elegantes e acariciadoras,
que permittem corrigir certos defeitos do busto e tambem das proporções da silhueta. Se as suas dobras se detêm e suavisam ao nível do peito, este parece crescer, o que convém
ás magras. Se, porém, se apertam em um movimento envolvente, o resultado será dar-lhe a apparencia de menor volume, oque muito servirá ás mulheres e busto proeminente e
de talhe curto. (O Povo, 28 de março de 1928, p.03)

Revista Ba-ta-clan

Revista Ba-ta-clan

Outro assunto tornado pauta de uma coluna do jornal O povo foi a roupa de baile. 
A coluna, intitulada de A moda – Toillettes de Bailes explicitava quais as roupas que estavam sendo usadas, na época, durante as festas. Essa coluna foi escrita pela redatora da revista FEMININA, nela aparecem as cores e tendências que eram legitimadas naquele período:

Fiquei admirada de não ver nas reuniões dansantes de moças tantos vestidos de mousseline de seda, florida, quanto os figurinos faziam esperar. Não se podia, entretanto, achar um thema, mais requintado e as formas são deliciodas. Sobre um fundo creme, por exemplo, flores sylvestres, sobre um fundo rosa ou azul, primaveras de um amarello pallido; no corpete, o decote tam graça ao gosto antigo; uma estreita hombreira sustenta o tecido de um lado, enquanto, do outro lado, esse tecido sobe para o outro hombro por um efeito de viez.
( Martine Re'nier, Jornal O Povo, 30 de março de 1928, p. 4)


Há também uma parte do texto que fala sobre a roupa de passeio, mas diferente da primeira que tratava apenas da roupa feminina e adulta, a segunda ensinava às mães como vestir suas filhas:

A moda que tem sempre a sua palavra a dizer na toilette dos grandes, como dos pequenos, determina que o chapeo se combine com o manteau, nas toilettes de passeio. Deve-se
reconhecer, aliás, que isso é encantador e que, assim, as nossas filhas ficam com um ar mais distincto e elegante, correspondendo a idéa que se tem, hoje, da harmonia, em matéria de vestuário. O bege, naturalmente, tem uma grande supremacia nas vestes de passeio de nossas filhas, mas está longe de ser a única côr da moda. Ao contrario, parece estar dominando um gosto pronunciado pelos tons a um tempo vivos e claros, como o amarello limão, o verde amendoa ou o azul ligeiramente cinza, que vae bem principalmente nas meninas louras. 
(Martine Re'nier, Jornal O Povo, 30 de março de 1928, p. 4)

Nota-se que há uma preocupação em como vestir as mulheres de forma “elegante e distinta” desde criança, selecionando cores³ e formas ideais de roupas, mas quase não há referências à indumentaria masculina. O que encontra-se no jornal O povo, falando sobre a moda ou mesmo sobre a roupa do homem, são alguns poucos anúncios que vendem principalmente chapéus.

A elegância das senhorinhas na década de 20 - Revista Ba-ta-clan

Após analisar as edições impressas do jornal O povo, dos anos de 1928 e 1929, foi possível notar que naquele período Fortaleza passava por uma fase de transição, em que a cidade ganhava um novo aspecto devido a política higienista aplicada no País, bem como pela tentativa de modernização e inclusão das cidades no modelo de vida europeu e tudo isso afetou o modo de viver e relacionar-se de seus habitantes.

A elegância das senhorinhas na década de 20 - Revista Ba-ta-clan

A moda, como parte integrante da vida social, também sofreu mudanças. É possível perceber, que tanto homens, quanto mulheres assimilavam as modas vindas do exterior, porém a influência era exercida principalmente sobre a mulher.

A moda feminina importou principalmente os costumes vindos da França, especificamente da cidade de Paris. São constantes os anúncios que dizem trazer novidades da capital francesa, ressaltando a qualidade dos produtos e o fato de serem a última moda parisiense. 

Quando se trata de anúncios masculinos, estes referem-se principalmente a chapéus, nos quais é possível notar influências principalmente americanas e inglesas, salvo algumas exceções que falam de chapéus australianos.
As casas de tecidos e de variedades eram as principais anunciantes de moda nesse período.

As lojas de tecido vendiam a matéria-prima para as senhoras, que as compravam e levavam à modista ou costureira, quando não eram feitos em casa. Era prática bastante comum a cópia de modelos vindos da Europa
No tocante às cores dos tecidos, não foram encontradas referências nos anúncios das casas de tecido, porém, as colunas de moda publicadas à época, revelam o uso de cores claras como beges, rosas e amarelo limão. 
Entende-se que as cores utilizadas nas roupas não eram meros caprichos da moda, ou apenas influências diretas de Paris, havia uma força social que impunha determinadas cores e excluía outras, atribuindo valores a cada uma. 
Fortaleza assimilava a moda, mas não abandonava as tradições. Se por um lado havia vestidos esvoaçantes, sem cintura, como ditava a moda parisiense, por outro não se incorporava o excesso de brilho e as cores extravagantes.

Por fim, foi possível observar também que o jornal ajudava a disseminar a moda, porém não era o principal meio propagador, uma vez que não havia constância na divulgação das colunas sobre moda e indumentária; nem as notas referentes aos clubes tratavam sobre o assunto, não havia também especificação do tipo de traje dos eventos.

Analice Camara Carvalho
(Design de Moda da Universidade Federal do Ceará)


 (896 bytes)¹O clube Iracema fundiu-se com o clube dos diários na metade do século XX.

 (896 bytes)²No dia 12 de junho de 1928, O jornal o Povo publica uma nota curta sobre o surgimento do Náutico Atlético Clube

 (896 bytes)³Tanto Lopes (2011), quanto Ponte (1993) remetem ao uso de determinadas cores na indumentária em Fortaleza; o primeiro afirmava que cores muito vivas e vermelhos eram cores reservadas às prostitutas, já o segundo fala sobre o uso do preto, que transmitia distinção.


Fotos: Livro Terra Cearense de 1925, Acervo Ivan Gondim, Revista Ceará Illustrado de 1925, Revista Ba-Ta-Clan, Arquivo Nirez e Acervo Sérgio Roberto

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Correio do Ceará


Os jornais "Correio do Ceará" e "Unitário", começaram de iniciativa particular e depois parteceram aos Diários Associados. Funcionavam em redação na Rua Senador Pompeu (Quase todos os jornais de Fortaleza ficavam nessa rua) mas foram vendidos para a empresa Ultralimpo na década de 70 e ficaram instalados neste prédio na Rua Visconde de Mauá, em frente à atual Praça da Imprensa, época em que surgiu o jornal "Meio Dia". Arquivo Nirez

O Correio do Ceará é um tradicional jornal de Fortaleza. Foi fundado em 2 de março de 1915 por Álvaro da Cunha Mendes*, mais conhecido por A. C. Mendes, empresário do ramo gráfico. A partir de 1937 passou a ser integrante do Diários Associados. Antônio Moreira Albuquerque, jornalista que nasceu em Granja (01 de jan. de 1918) e faleceu em Fortaleza (1998), foi secretário do "Correio do Ceará" por vários anos nas décadas de 50 e 60. Ficando no Correio do Ceará até dezembro de 1967, quando então se muda para São Paulo com a família.


Sr. A. C. Mendes, fundador e diretor do Correio do Ceará

O jornal deixou de circular em dezembro de 1982, e a última edição foi a de número 19.962. Em março de 2006, quando comemorou 91 anos da fundação, o Correio do Ceará voltou a circular, inicialmente com edições especiais, sendo a primeira a edição de número 19.963.


 
Correio do Ceará de 27 de junho de  1955 sobre o triunfo da Miss Brasil Emília Corrêa Lima

O Jornal Correio do Ceará de 1969, trazia a Miss Ceará daquele ano, a  bela Vera Lúcia Camelo - Arquivo Fernando Bandeira

Fatos Históricos:

  • 02 de março de 1915 - Surge o primeiro número do jornal Correio do Ceará, de Álvaro da Cunha Mendes (A. C. Mendes), com sede na Rua Conde D'Eu nº 183. Em 1937 foi adquirido pelos Diários Associados. 

  • 11 de dezembro de 1926 - Instituído, pelo jornal Correio do Ceará, o concurso da Rainha dos Estudantes.

  • 12 de janeiro de 1927 - Proclamada Rainha dos Estudantes do Ceará, a senhorita Suzana de Alencar Guimarães, que obteve 6.995 votos, ficando em segundo lugar Hortência J. Alencar, com 3.302 votos e em terceiro Ester Corrêa, com 1.370 votos. O concurso foi instituído pelo jornal Correio do Ceará.

  • 16 de maio de 1937 - O jornal Correio do Ceará é incorporado ao grupo Diários Associados, de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo.

  • 02 de outubro de 1937 - Morre, no Sanatório de Messejana, aos 65 anos de idade, Álvaro da Cunha Mendes (A. C. Mendes), fundador e antigo proprietário do jornal Correio do Ceará. Hoje é nome de rua na Vila Peri. O Estabelecimento Gráfico A. C. Mendes, na Rua Conde D`Eu nº 541, passa para a firma Bezerra & Braga.

  • 16 de fevereiro de 1982 - O jornal Correio do Ceará passa a ser impresso pela Editora Gráfica Meio-Dia, pertencente ao grupo Ultralimpo Empreendimentos, que há dois anos vem editando o Jornal Meio Dia.

Capa do jornal Correio do Ceará de 06 de janeiro de 1971 - Arquivo Pedro Paulo Paulino

Notícias do túnel do Tempo...
(Grafia da época)

Correio do Ceará, p. 04 de 23/11/1966
NOTA AO PÚBLICO - EMPRESA EXPRESSO CEARENSE

Linhas: - Fortaleza-Rio e Fortaleza-São Paulo
 Avisa ao público, que por todo mês de dezembro, receberá mais algumas unidades de ônibus da conhecida linha Ciferal, com as seguintes condições de conforto: Cabinete do motorista isolada, poltronas anatômicas reclináveis, instalação de rádio receptor e comunicação interna, luzes e cinzeiros individuais e instalação de Toillete completo.

Avisa ainda que por ocasião desse novo lançamento de ônibus, modificará também os sistemas de viagens ou seja, realizações das mesmas sem pernoite, oferecendo menor despesas para seus preferentes. 


 

Correio do Ceará, p. 07 de 10/07/1969
EXPRESSO CEARENSE PROMOVE COQUETEL NO CLUBE DE REGATAS – NOVOS ÔNIBUS

No próximo sábado, ás 19 horas, no Clube de Regatas Barra do Ceará, terá lugar o coquetel de lançamento de quatro moderníssimos ônibus leitos, de uma série de oito, que acabam de ser adquiridos pela Empresa Expresso Cearense, na Imperial Diesel, concessionária Mercedes Benz em Recife.

Com o espírito voltado para a integração nacional, o Sr. Nathan Gomes Botelho entrega ao público cearense mais oito moderníssimos veículos Mercedes Benz 0326 (ônibus do padre) a última palavra em se tratando de conforto para servirem às linhas Fortaleza-Rio e São Paulo. Autoridades, jornalistas, convidados especiais, inclusive caravana da Imperial Diesel de Recife estarão presentes às solenidades que traduzem mais um marco de pioneirismo do Sr. Nathan Gomes Botelho, proprietário da Expresso Cearense.


Correio do Ceará, p. 08 de 10/05/1971
2 ÔNIBUS VIRAM NA BR-116

Dois desastres com ônibus ocorreram na madrugada de hoje na rodovia BR-116 entre as cidades de Russas e Jaguaribe, saindo 15 pessoas feridas, todas elas medicadas no hospital de Russas.

O primeiro ocorreu com um ônibus da Expresso Cearense, que havia deixado hoje Fortaleza com destino ao Rio de Janeiro e que virou 5 quilômetros depois da cidade de Russas, saindo apenas 3 pessoas com ferimentos e somente Antônio Pereira da Silva ficou internado.

O segundo verificou-se na localidade de Castanhão, com um ônibus da Empresa Rápido Juazeiro, que vinha daquela cidade para Fortaleza e dali havia saído ás 19 horas de ontem, devendo chegar à esta Capital ás 6 horas de hoje.

Neste segundo desastre, saíram feridas 13 pessoas, sendo que apenas duas estão internadas no hospital de Russas. São elas Nelson Rolim Pereira e Laudelino Alves Grangeiro.

PRECIPITOU-SE NUM ABISMO

Por volta das 3 horas de hoje, o ônibus que vinha de Juazeiro, desenvolvendo grande velocidade, ao chegar a Castanhão, numa curva, precipitou-se num abismo e caiu dentro de um pequeno açude, sem que se verificassem vítimas fatais.

Os passageiros foram socorridos pelas pessoas que viajavam num ônibus da Expresso Rio Negro, algumas delas retiradas de dentro da água.

Segundo colheu a reportagem, um cochilo dado pelo motorista, de .... quando entrou numa curva ocasionndo o acidente.

Saíram feridas as seguintes pessoas: Valdemar Martins de Morais, ... Pereira Salmito, Oswaldo Martins, João Batista Neto, Juscelino Aguiar, Juvaneide Almeida de ... Jacó de Carvalho, José Alves de ... Furtado de Lacerda, Agostinho da Silva, José Dalcides Kouras e Alberto da Silva.

 

*Álvaro da Cunha Mendes nasceu em Maranguape no dia 7 de julho de 1873 e faleceu em Fortaleza, em 2 de outubro de 1937. Foi o fundador do jornal Correio do Ceará em 2 de Março de 1915.

Era filho de Manuel Cesário Mendes e de Francisca da Cunha Mendes, e sobrinho, por parte de pai, dos fundadores do Ateneu Cearense, os notáveis educadores e irmãos João Araújo e Manoel Teófilo da Costa Mendes, além do Padre Francisco Inácio da Costa Mendes. Teve duas filhas: Estephania da Cunha Mendes e Maria Helena da Cunha Mendes que casou-se com Antônio de Oliveira Braga que é tio do Professor Historiador Gustavo Braga.



No dia 27 de julho de 1926 foi preso, pelas forças federais, o jornalista Álvaro da Cunha Mendes (A. C. Mendes), enquadrado por crime capitulado na Lei de Imprensa, por publicação de um artigo, denunciando corrupção na Inspetoria Federal de Obras contra as Secas - IFOCS. Sua prisão foi no quartel do 23º Batalhão de Caçadores - 23BC, na Avenida Alberto Nepomuceno, hoje quartel general da 10ª Região Militar - 10ª RM. Era o governo Artur Bernardes, no qual Francisco Sá era ministro da Viação e Obras Públicas a quem era afeto a IFOCS. A foto mostra um dos momentos fotografados na ocasião, desta feita na Rua General Bezerril. O fotógrafo está de costas para o quartel e a praça que vemos é a Praça da Sé e os prédios por trás, um é o da esquina do prosseguimento da rua e o último, é o Palacete Brasil, na Praça General Tibúrcio. Arquivo Nirez

Em artigo publicado no jornal CORREIO DO CEARÁ, no dia 5 de junho de 1965, Geraldo da Silva Nobre, citando o historiador Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, diz que um irmão de Álvaro Mendes, Antônio da Cunha Mendes, era bacharel em direito e exerceu, com êxito, a advocacia no Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o historiador, Antônio Mendes fundou a "Revista do Brasil", que tratava de literatura, exaltando o Ceará no sul do país. Citando o "Dicionário Bio-bibliográfico Cearense" de Barão de Studart, ainda tratando dos irmãos Mendes, o historiador informa que eles eram filhos de pessoas de família "das mais distintas" do Ceará.



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Créditos: Wikipédia, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo e Cepimar

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