Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Merceeiros
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terça-feira, 6 de julho de 2010

Associação dos Merceeiros


A Associação dos Merceeiros funciona em um belíssimo edifício com apenas 1 pavimento, eclético, com elementos Art-Déco bastante fiel ao seu aspecto original. Possui fenestrações em todo o seu perímetro, sendo todas elas portas, muitas com varanda guarnecidas por elegantes guarda-corpos em serralharia.
Foto antiga, que data de 1926, mostra o prédio como ele foi feito, todo rodeado de portas com varandas, piso alto, porões com as aberturas para a rua. Pela rua Major Facundo, passavam os trilhos dos bondes e sua fiação. Arquivo Nirez.
Originalmente o prédio possuía porão alto com gateira alinhada com as fenestrações que hoje encontramos, mas para adequar-se ao novo programa, o piso foi rebaixado, tornando as varandas portas de acesso. Sua fachada possui rica decoração, com platibanda movimentada, alternando seu perfil com coroamentos retangulares e curvos, adornadas com elementos geométricos e florais; cornija sobre tríglifos decorativos, além das interessantes molduras e arremates nas portas. No chanfro da esquina ostenta sobre o seu frontão retangular arrematado por uma concha, o símbolo de mercúrio, uma roda dentada alada, adotada pela indústria e comércio. 


A Associação dos Merceeiros, foi fundada no dia 5 de abril de 1914 por uma plêiade de 14 modestos merceeiros, num pequeno prédio da rua Floriano Peixoto, com o fim de proteger os pequenos comerciantes naqueles tempos difíceis da Primeira Guerra Mundial.

Antes de completar 15 anos de existência, a associação já tinha inaugurado sua sede própria, no canto sudeste da então Praça Gonçalves Ledo, atual Praça do Carmo, onde ainda hoje se encontra.


A Associação teve a "Caixa de Beneficência", o "Banco dos Merceeiros" e a "Assistência Médica, Dentária e Judiciária". Ainda existem: a parte de pecúlios e as assistências, médica, dentária e judiciária. Só não mais existe o banco, desaparecido com o advento do serviço bancário particular e oficial.

A foto antiga, que data de 1926, mostra o prédio como ele foi feito, todo rodeado de portas com varandas, piso alto, porões com as aberturas para a rua. É possível perceber que pela rua Major Facundo, passavam os trilhos dos bondes e sua fiação.

A foto ao lado mostra o mesmo prédio já com muitas modificações, como a "Farmácia dos Merceeiros", na esquina, que apesar do nome, não pertence à associação. Para a abertura da farmácia, foram feitas alterações no prédio, como baixar o piso, descer as portas, além da colocação das placas com o nome do estabelecimento.

Do lado da Rua Major Facundo, toldos para proteção do sol. Além da farmácia, existem ainda, pelo lado da rua Clarindo de Queiroz, o Laboratório Santa Lúcia e a cantina "Lanche Forte". O prédio tem também fachada pela Rua Floriano Peixoto.



Associação em 1934. Acervo William Beuttenmuller
Acervo Renato Pires
Editado em 07/09/2018

Almanaque do Ceará - 1935.
Acervo Renato Pires
Lamentavelmente, a Associação dos Merceeiros encerrou suas atividades, em seu prédio histórico, em 13 de agosto de 2018, por dívidas da administração.
Tombado provisoriamente, o imóvel, que data dos anos 1920, está sob posse de  uma imobiliária.

Por decisão judicial, a Associação foi impedida de usar o prédio onde já estava há quase 100 anos, localizado na esquina das ruas Clarindo de Queiroz e Floriano Peixoto, no Centro. A nova sede, no cruzamento das avenidas da Universidade e Domingos Olímpio, passa por reformas e ainda não tem data para começar a funcionar, afirmou o presidente da entidade, Anilton Colares, ao jornal O Povo.


Os Merceeiros, entidade privada de defesa de direitos sociais, é conhecida por oferecer atendimentos de saúde a preços populares. 

De acordo com o Jornal O Povo, o despejo foi fruto de disputa judicial travada desde 2008. Os Merceeiros firmaram com uma imobiliária contrato de mútuo, um empréstimo de R$ 189 mil. Não havendo pagamento, a empresa entrou com ação de execução do título, pleiteando posse do prédio. Em 15 de junho último, a juíza Antônia Neuma Mota Moreira Dias determinou que o prédio fosse transferido, sob pena de multa de R$ 500 por cada dia de atraso no cumprimento. A medida foi executada em 14 de agosto.

Foto: Manilov
A advogada Nathalia Ervedosa, da Sim Administração e Comércio de Imóveis Ltda, diz que a empresa ainda estuda o que fazer com o prédio, composto ao todo por cinco imóveis. Parte do edifício já estava locado.

A associação ainda busca reverter a decisão. Uma das alegações é de que o valor do prédio não foi atualizado como foi a dívida, afirmou Marcos Vianna, advogado dos Merceeiros. Segundo ele, o imóvel é avaliado em R$ 3 milhões, quando a dívida, em valores atualizados, é de cerca de R$ 400 mil. "Independente da existência de prédio, a associação não deixará de existir".






Crédito: Portal da história do Ceará, Borjão, Jornal O Povo e pesquisas na internet.

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