Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Boticário
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Coletânea de Fotos da Praça do Ferreira



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Início do século XX

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Final dos anos 20

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 Praça 1930
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Anos 40

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Praça do Ferreira e os carros da época déc de 50
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Postal raro e colorizado, início anos 50

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Anos 50 ou 60
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História da principal Praça de Fortaleza


A Praça do Ferreira foi principal logradouro de nossa Capital durante todo o Século XX, a Praça do Ferreira, que partindo do antiquíssimo Beco do Cotovelo, foi transformada em uma praça que a princípio foi chamada de Feira Nova. Teve também a designação de Largo das Trincheiras; em 1859 Praça Pedro II e depois de urbanizada em 1902 na gestão do intendente Guilherme Rocha recebeu o nome de Jardim Sete de Setembro, que não era na verdade o nome da praça, mas da parte urbanizada, pois antigamente cada praça tinha um nome e seu jardim tinha outro. Em 1881, após a morte do Boticário Antônio Rodrigues Ferreira, a Câmara Municipal deu ao logradouro o nome de Praça do Ferreira em sua homenagem, mas em 1890 o Conselho da Intendência achou por bem retirar os nomes de pessoas de todas as ruas, avenidas e praças da cidade, recebendo as ruas numeração e as praças nomes como a Praça Municipal, novo nome da nossa Praça do Ferreira, mas durou pouco e no mesmo ano volta a velha nomenclatura.

A vista antiga foi publicada no livro "Brasil", do fotógrafo Peter Fuss, editado em Berlim com o apoio do Touring Club do Brasil, em 1934 e mostra a Praça do Ferreira vista de cima do Excelsior Hotel no sentido sudeste, vendo-se, além da Coluna da Hora, bancos e jardins, o canto do cruzamento da Rua Pedro Borges com Rua Floriano Peixoto, que tem na esquina a loja "A Cearense", vizinha à Padaria Lisbonense.

Além da Praça do Ferreira a vista mostra coisas interessantes como - direcionando-se a visão da esquerda para a direita - vemos as costas do prédio da Companhia Telefônica, por trás dela um circo armado, a Praça dos Voluntários com o velho prédio do Liceu do Ceará; mais ao longe a Igreja da Piedade e o Colégio Dom Bosco; o Colégio Cearense do Sagrado Coração; a Igreja do Coração de Jesus; o prédio do Pio X; o mosteiro dos frades capuchinhos; o prédio da Associação dos Chauffeurs do Ceará; o quartel da Polícia Militar e mais distante os morros de Paupina, Ancuri e Itaitinga.

A foto mais recente, tirada do mesmo local, mostra quase o mesmo ângulo já com muitas diferenças, ocorridas nesses 67 anos. Devemos sem dúvida agradecer a gentileza do Dr. Janos Fusezzi Júnior, cônsul da Hungria, herdeiro de Emílio Hinko e residente no 3º andar do Edifício Excelsior, sem a qual não nos seria possível conseguirmos a foto do mesmo ângulo da antiga. O fotógrafo foi Osmar Onofre.

As lojas que circundam a praça já são outras excetuando-se a "Leão do Sul", que ali está desde a década de 1920. À distância já vemos pouca coisa, pois os prédios de concreto armado ou "cidade vertical" formam um tapume que nos impede ver o que víamos antes, mas na brecha entre os edifícios vemos ainda a Igreja do Coração de Jesus - que já não é mais a antiga que ruiu em 1957 e foi demolida - e nada mais. Os prédios que nos impedem de ver a paisagem são o Edifício Portugal, que fica no primeiro quarteirão da Rua Pedro Borges; por trás dele o edifício do INAMPS (antigo IPASE), na Praça dos Voluntários; o Palácio da Imprensa (edifício Perboyre e Silva, da ACI), o da Seguradora Brasileira e o edifício Raul Barbosa, que foi sede do Banco do Nordeste do Brasil - BNB.

Clique para ampliar

PRAÇA DO FERREIRA DE ONTEM (1940) E DE HOJE (1991)

A praça do Ferreira em 1850 era apenas um largo de areia frouxa com alguns cajueiros rodeada de casebres beira-e-bica onde se destacavam apenas os sobrados do comendador Machado, construído em 1825 e o do Pacheco, de 1831, que depois foi sede da Municipalidade. O prédio do Ensino Mútuo ficava na esquina onde hoje fica a Caixa Econômica Federal. Havia na praça o "beco do cotovelo", com casas em diagonal, que foi derrubado por Antônio Rodrigues Ferreira, o boticário que chegou a governar a cidade como presidente da Câmara Municipal. Por isto hoje a praça tem seu nome. A praça foi Feira-Nova, Pedro II, da Municipalidade e é do Ferreira desde 1871.

Em 1902 foi urbanizada pelo então intendente Guilherme Rocha que nela fez o Jardim 7 de Setembro. Já existiam os cafés nos quatro cantos. Em 1920 a praça sofreu nova reforma, desta feita na administração de Godofredo Maciel, que retirou os quiosques e mosaicou toda a praça, fazendo vários jardins e colocando um coreto sem coberta. Em 1923 foi colocado outro coreto, este coberto. Em 1933 Raimundo Girão derrubou o coreto e levantou a Coluna da Hora. Em 1949 Acrísio Moreira da Rocha construiu o Abrigo Central. Em 1966 José Walter sem nenhuma consulta popular derrubou a Coluna da Hora e o Abrigo Central e construiu uma praça grosseira, que foi imposta ao povo que nunca a aceitou. Depois a praça foi reconstruída em 1991 pelo prefeito Juraci Vieira Magalhães.

As fotos: a primeira é de 1934, quando o Excelsior Hotel e o Edifício Granito eram novinhos em folha, os bancos da praça eram extensos, o edifício São Luiz ainda não havia sido iniciado, funcionando em seu lugar a Casa Amadeu, e o quarteirão da Rua Guilherme Rocha ainda existia. A Segunda foto é da década de 1940, quando o edifício São Luiz já estava em construção, mas o quarteirão da Guilherme Rocha já não existia e o Abrigo ainda não havia sido construído e os bancos da praça já eram menores.
A terceira foto é da época da odiosa praça do José Valter, de caixotes enormes de concreto e foi batida por Nirez; a última foto é do fotógrafo Osmar Onofre, com a praça de Juraci Magalhães e a nova iluminação.

RUA MAJOR FACUNDO NA PRAÇA DO FERREIRA

A foto antiga data do inicio do século passado. Mostra uma cidade pacata, com todas as características de uma cidade de interior, com a tranqüilidade de seus habitantes e seu comércio com pouco movimento. Ruas calçadas com pedras toscas, esgotos cobertos com tábuas, trilhos dos bondes de tração animal, calçadas irregulares tanto na largura como na altura, ausência do meio-fio, postes de madeira, alguns de ferro, combustores de iluminação a gás carbônico e ausência completa de carros.

Trata-se do quarteirão da Rua Major Facundo na Praça do Ferreira, aquele onde hoje fica o cine São Luiz. Na esquina ficava o "Malson Art-Nouveau", logo após a Agência de Loterias Nacionais, seguindo-se "O Menescal" e outras lojas que não é possível identificar na foto. A "Maison" surgiu em 1907, era café, bar, confeitaria além de vender artigos para copa e cozinha. O proprietário era Augusto Fiúza Pequeno e José Rola. Foi por trás desta loja que funcionou, em 1908, o primeiro cinema da Fortaleza, o cinematógrafo do italiano Victo Di Maio. No mesmo local estiveram depois a "Maison-Riche", o Restaurante Chic, A Pernambucana, a "Broadway", a Rouvani e depois a Tok-Discos.

A Segunda foto é da praça do prefeito José Walter, quando ainda havia passagem de carro pela Rua Major Facundo. Nada do que existia na foto antiga existia mais a não ser o céu e o subsolo, ambos já bastante poluídos. Já existia a Tok-Discos, seguida de estabelecimentos comerciais dos mais variados.



A foto mais recente, colhida pela objetiva de Osmar Onofre, mostra uma praça bem melhor que a da segunda foto, com este calçadão para os pedestres e os postes da nova iluminação. A poluição continua e por falar em poluição, o centro de Fortaleza está um inferno em poluição sonora. Além das lojas vendedoras; de discos, os alto-falantes nas lojas em geral chamando os clientes e os odiosos carros com serviços de som e o que não entendemos, o serviço de alto-falantes nos postes com o falso nome de "FM Centro", autorizado pela Prefeitura que assim rasga o próprio Código de Obras e Posturas.

PRAÇA DO FERREIRA - JARDIM SETE DE SETEMBRO

A Praça do Ferreira era antigamente o "beco do cotovelo" cortando o campo em diagonal. O resto era uma grande área de areia de tabuleiro com alguns cajueiros, rodeado de pequenas casas, destacando-se apenas os sobrados do comendador Machado e do Pacheco. Nascido em 1801, chega em 1825 a Fortaleza como caixeiro de Antônio Caetano de Gouveia, o boticário Antônio Rodrigues Ferreira, que fundou uma botica que era onde fica o Duda Burgher.

Em 1842 foi eleito presidente da Câmara Municipal e como tal aumentou as ruas de Fortaleza dando-lhes um traçado antes defeituoso.

Acabou com o "beco do cotovelo" criando a praça que no início foi chamada de Feira Nova e hoje tem o seu nome. Ele morreu em 1859, sendo sepultado no Cemitério de São Casemiro, onde hoje é a estação central da RFFSA, sendo seus restos trasladados em 1880 para o Cemitério de São João Batista. Em 1871 a praça passou a denominar-se Praça do Ferreira.

Em 1902 houve a primeira urbanização da praça, com a construção de um jardim cercado de colunas entremeadas de grades de ferro ocupando pequeno espaço em frente ao hoje Cine São Luiz. É deste jardim que trazemos a foto mais antiga, vendo-se, ao fundo, de costas, o café Elegante, que ficava de frente para o cruzamento da Rua Pedro Borges com Rua Floriano Peixoto.

O jardim inaugurou-se no dia 7 de setembro de 1902 e passou a denominar-se "Jardim 7 de Setembro". Era realmente um belo jardim, como pode ser visto na foto.

A Segunda foto é da praça de terrível mau-gosto implantada em 1967 pelo então prefeito José Walter Cavalcante, cheia de blocos de concreto que servia de trincheiras no caso de uma revolta.







A terceira foto é felizmente da administração de Juraci Magalhães que em 1991 demoliu o "monstrengo" e construiu a atual praça.







Coletânea de Fotos antigas da Praça do Ferreira

Postal 1934, vendo-se o Excelsior Hotel
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Década de 50
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Anos 30
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Foto de data desconhecida
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Coluna da hora década 50
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Anos 30. Postal raro, vendo-se um desenho de avião na praça do Ferreira
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1936. Panorâmica da Praça do Ferreira, vista do alto do Excelsior
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1934. Foto Sales. Excelsior Hotel

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1934, construção da Coluna da Hora. Ao fundo os cinemas Moderno e Majestic
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Postal de 1925
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Crédito: Fortaleza de Ontem e de Hoje/Portal da História do Ceará de Gildácio Sá e fotos de diversas pesquisas pela internet

sábado, 31 de outubro de 2009

Coração de Fortaleza - Praça do Ferreira


Praça do Ferreira - Anos 30


Foto de 1929 - Construção do Hotel Excelsior

A Praça do Ferreira, desde priscas eras sempre foi local de atração dos fortalezenses. Cedo aprendemos a admirá-la como local de encontro por ser centro nervoso do comércio retalhista, onde todos circulavam naquele quadrilátero para fazer compras, admirando antigas edificações quase sem prédios suntuosos, guardando memórias de antigos casarões, de muitas histórias.
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"Neste século vinte e um,
A praça ostenta beleza.
Por ser a mais freqüentada
Elege-se com certeza,
Como a rainha das praças,
Coração de Fortaleza"

Trecho de Cordel do
Rouxinol do Rinaré (Antonio Carlos da Silva)
Coluna da Hora

Desde o final do século XIX, a Praça do Ferreira é a praça mais conhecida e freqüentada da cidade, sendo considerada por muitos como o coração de Fortaleza tendo sido palco de importantes episódios da história da cidade. Por mais de um século, seus bares, cinemas, os antigos cafés ou seus bancos foram ponto de encontro do povo cearense. Por ela passaram os mais ilustres personagens da história de Fortaleza, como Quintino Cunha, o próprio Boticário Ferreira, os membros da Padaria Espiritual, entre muitos outros.

Nela, ocorreram vários episódios hilariantes, como...

... o inflamado discurso do Prof. Eduardo Mota, que incitava o povo à revolta e ao vandalismo, dizendo que nada devia-se temer, mas quando a polícia chegou mudou logo o discurso, dizendo: "..sim, mas dentro da ordem e do direito, respeitando as autoridades constituídas"...

... os momentos de celebridade do bode Ioiô...


... Os encontros do "Batalhão de Potoqueiros de Fortaleza", iniciados em 1904 pelos jovens Álvaro Wayne, Antônio Dias Martins, Henrique Cals, Porfírio da Costa Ribeiro, José Raimundo da Costa entre outros. Os encontros aconteciam sob o "Cajueiro da potoca" ou "Cajueiro da mentira", e tradicionalmente no dia 1º de abril era eleito o Potoqueiro do Ano. A votação tinha mesa, urna e ocorria debaixo do próprio cajueiro. Os encontros duraram por muitos anos, até que o cajueiro foi derrubado, em 1920, na gestão do Prefeito Godofredo Maciel...

Palacete Ceará

A Praça do Ferreira é rodeada ainda hoje, por várias construções que marcaram época em Fortaleza, como o Palacete Ceará, a Farmácia Oswaldo Cruz, a lanchonete Leão do Sul, o Cine São Luiz, o Edifício Sudamérica, e os hotéis Savanah e Excelsior Hotel (primeiro grande hotel de Fortaleza, construído onde ficava o famoso Café Riche).


Farmácia Osvaldo Cruz é um dos mais tradicionais estabelecimentos comerciais de Fortaleza.
Foi fundado em meados de 1934 e foi a primeira farmácia de manipulação da cidade. Sua arquitetura foi mantida e os móveis na sua maioria são antigos, dentre os quais alguns são originais.

Até meados do século XIX, a Praça do Ferreira era só um areial. Um areial com uma cacimbão no centro, algumas mongubeiras, pés de castanhola. Nos cantos do terreno, marcos de pedra para amarrar jumentos dos cargueiros ambulantes que vinham do interior. Nesse tempo, o areial era chamado de "Feira Nova" por abrigar uma feira movimentada.

Em 6 de dezembro de 1842, uma lei da Câmara Estadual autorizou a reforma do plano da cidade de Fortaleza. As alterações incluíam a eliminação da Rua do Cotovelo para a construção de uma praça, que deveria chamar-se Dom Pedro II. A Praça Dom Pedro II foi então construída por Antônio Rodrigues Ferreira (Boticário Ferreira), então presidente da Câmara.

Antônio Rodrigues Ferreira instalou uma botica na Rua da Palma, hoje Rua Major Facundo. Sua botica, conhecida "Botica do Ferreira", ficou bastante conhecida, chegando a ser ponto de referencia e ponto de encontro na praça. O Ferreira e sua botica tornaram-se tão célebres, que por volta de 1871, a praça passou a ser chamada de "Praça do Ferreira".


Em 1886, quando a praça ainda era um Areial com um cacimbão no meio, foi construído o primeiro café-quiosque da praça: Café Java. Depois chegara os outros três: Iracema, Café do Comércio e Café Elegante - um em cada canto da Praça.

Café do Comércio


Café Elegante

Café Iracema



Em 1902, o intendente Guilherme Rocha mandou fechar o cacimbão e em seu lugar, fez um jardim, o "Jardim 7 de Setembro". Em 1920 o prefeito Godofredo Maciel ladrilhou o areial, demoliu os quatro cafés, e derrubou o famoso "Cajueiro da Potoca" - onde se fazia anualmente a eleição do maior mentiroso de Fortaleza. O mesmo Godofredo Maciel, em 1925 construiu um coreto no centro da praça.

Em 1932, o prefeito Raimundo Girão iniciou uma pequena reforma. Ordenou a demolição do coreto para a construção de uma Coluna da Hora, com 13m de altura e quatro relógios votados para cada lado da praça, colocou novos bandos na praça e a ornamentou com vários canteiros e pés de ficus.

Em 1968 a praça foi radicalmente modificada. A coluna da hora foi demolida e em seu lugar foi construído um Abrigo Central, que não durou muito tempo. Apesar do grande fluxo de pessoas que proporcionava, logo virou reduto de desocupados.

Finalmente, por volta de 1991, durante a administração de Juraci Magalhães, a praça adquiriu sua configuração atual: em um projeto contemporâneo, os arquitetos Fausto Nilo, Delberg Ponce e León tentaram recompor simbolicamente cada época da Praça do Início do século. Hoje, a praça possui uma versão moderna da antiga coluna da hora, quiosques em cada canto da praça, um pequeno cajueiro, no mesmo lugar onde existiu o Cajueiro da Potoca e até o cacimbão foi reaberto, ao lado da coluna da hora.

sábado, 17 de outubro de 2009

Santa Casa de Misericórdia



O Hospital da Caridade, mais tarde, Santa Casa da misericórdia. O 2° andar só foi construído em 1920

A construção foi iniciada em 1847 e concluída em 1857. Inicialmente, tinha um só andar e se chamava Hospital de Caridade. Em 1961 volta a ser inaugurada, agora com o nome de Santa Casa de Misericórdia. Em 1915 passa do controle do Estado para o do Arcebispo de Fortaleza. O edifício é reformado em 1920 ( Projeto do arquiteto italiano P. Fiorillo ), sendo-lhe agregado mais um andar, e fachadas com características neo-clássicas, as quais são mantidas até hoje.



Em 1846, o Presidente da Província, Inácio Correia de Vasconcelos, determinou a construção de um Hospital de Caridade para Fortaleza. Em 1847 teve início a construção em um terreno doado por D. Maria Guilhermina Gouveia, localizado em frente ao Paiol do Forte, onde hoje é o Passeio Público.
Em 1854, o Conselheiro Vicente Pires da Mota, Presidente da Província propôs a criação da Irmandade da Misericórdia. Em 1857 foi concluída a construção de um prédio térreo com capacidade de 80 leitos. Ainda em janeiro de 1857, o Presidente da Província, Paes Barreto, cede salas e enfermarias para o Liceu, que permanece ali até 1861, quando só então ocorreu a inauguração formal da Santa Casa.



Santa Casa e sua Superiora JR Becker - Álbum Fortaleza 1931

Fachada da Santa Casa de Misericórdia e Passeio Público em 1932

Em 12 de fevereiro de 1861, o Presidente da Província Antonio Marcelino Nunes Gonçalves oficializou a Irmandade da Misericórdia, nomeou seus dirigentes com a missão de administrar o Hospital de Caridade. Em 14 de março do mesmo ano alterou o nome para Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, tendo como mantenedora a Irmandade Beneficente da Santa Casa da misericórdia de Fortaleza.


Fotografia aérea da Santa Casa em 1950.

Em 1925, a Santa Casa firmou-se como um hospital de alta tecnologia, foi o pioneiro no estado na introdução do serviço de radiologia ao inaugurar no dia 29 de junho de 1925 o primeiro aparelho de Raios X. Pelo espaço de 4 anos funcionou na Santa Casa o primeiro serviço de urgência em Fortaleza, quando em setembro de 1937 foi inaugurado o Pronto Socorro Dr. José Ribeiro Frota.

Em março de 1971 foi inaugurado um moderno centro cirúrgico composto de oito salas. Em pouco tempo a Santa Casa tornou-se o hospital a realizar o maior número de cirurgias em todo o Ceará. Os anos 80 foram marcados pela integração do Hospital ao Sistema único de Saúde – SUS. Sendo um hospital filantrópico sofre todas as conseqüências das medidas determinadas pelo Ministério da Saúde.



Curiosidade: O Dr. Joaquim Antônio Ribeiro foi o primeiro médico nomeado para trabalhar na Santa Casa, em 12 março de 1861. Formado em medicina pela Universidade de Harvard, Cambridge,na Inglaterra em 1853, foi o autor do "Manual das Parteiras".


Lá vem história...

A instituição surgiu em Lisboa, no ano de 1498, por iniciativa de frei Miguel de Contreiras, confessor da rainha Leonor, esposa do rei Dom João II. Daí surgiu a Irmandade da Misericórdia, que passaria a cuidar de pessoas doentes e necessitadas.

Com a expansão do domínio português, a irmandade foi sendo implantada nas novas terras conquistadas. Foi trazida para o Brasil em 1540, com a Santa Casa da Misericórdia de Santos. Depois vieram a de Vitória-ES (1545), a de Porto seguro- BA e a de Olinda-PE (1560), a do Rio de Janeiro - RJ (1582).

A Irmandade da Misericórdia gozava de grande prestígio durante o império, seus membros participavam de vários privilégios, tinham poder político e opinavam em vários assuntos ligados a cidade. Eram identificados pelo uso de uma capa preta e a sua bandeira era olhada com grande respeito pela sociedade.


Enfermaria de Cirurgia dos Homens à cargo de Dr Marinho na Santa Casa.

Enquanto as Santas Casas se espalhavam pelo Brasil, a do Ceará só se instalou 300 anos depois da Santa Casa de Santos. Preocupado com as conseqüências da seca de 1845, que deixara grande número de pessoas doentes e sem tratamento, o presidente da província Cel. Inácio Correia de Vasconcelos, tomou a iniciativa de construir o que ele chamou de Hospital da Caridade.



Mas o presidente foi exonerado em julho de 1847 e as obras foram paralisadas, pois seu sucessor, Casimiro José Morais Sarmento, preferiu investir na construção de um cemitério no Morro do Croatá, que recebeu o nome de São Casimiro, em homenagem ao fundador. (O cemitério de São Casimiro ficava na atual Praça Castro Carreira, mais conhecida por Praça da Estação).

Somente em 1854 as obras foram retomadas. Na época, todo o estado do Ceará havia sido atingido por uma epidemia de cólera, que devastou a população. O então presidente Padre Vicente Pires da Mota, com o apoio de pessoas de posses, resolveu retomar as obras do Hospital da Caridade. Entregou a direção da construção ao Boticário Ferreira, que era intendente da cidade e realizara um excelente trabalho na urbanização
de Fortaleza.



Curiosidade: A Santa Casa esteve sempre ameaçada de ceder lugar ao Liceu a ser fundado, ora a Biblioteca Pública, que não tinha ainda uma sede. Porém no ano de 1851 ocorreu uma grande epidemia de febre amarela. Sendo precário o estado sanitário de Fortaleza, embora ainda não estivesse concluída a construção, foram abertas duas enfermarias da Santa Casa aos doentes mais carentes,que logo ficaram lotadas.

O prédio ficou pronto em 1857 no mesmo local onde funciona até hoje a Santa Casa, que tinha o nome de Largo da Pólvora, por causa da existência de um paiol; depois que o paiol foi retirado, passou a chamar-se Largo da Misericórdia, e por fim, Praça dos Mártires.
A construção foi concluída, mas não iniciou o funcionamento porque não havia pessoal treinado para trabalhar no hospital.


Curiosidade: A Santa Casa foi construída inicialmente com recursos públicos fornecidos á Província para resolver os problemas advindos da última epidemia de febre amarela. O funcionamento da Santa Casa não era prioritário, sendo o funcionamento da Biblioteca e do Liceu priorizados no momento, devido a uma pressão da intelectualidade e das famílias abastadas, que desejavam ver seus filhos estudando em Fortaleza e não mais se deslocando para outras regiões, principalmente Pernambuco e Bahia, como ocorria até então.

Em 07 de outubro de 1859, o presidente Antonio Marcelino Nunes Gonçalves decidiu organizar a Irmandade da Misericórdia em Fortaleza, processo que durou até 1861. A Partir daí, o Hospital da Caridade passou a denominar-se Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, tendo como mantenedora a irmandade beneficente da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.

A Santa Casa da Misericórdia funciona na Rua Barão do Rio Branco, n° 20, Centro de Fortaleza, e atende em torno de 13 mil pessoas por mês. O hospital também trabalha com atendimento a preços populares.


Edifício da Santa Casa da Misericórdia na rua Barão do Rio Branco, de frente para o passeio público.

Curiosidade: Em 1961, a Santa Casa de Fortaleza completou 100 anos e contava então com 300 leitos e tornando-se um hospital de grande porte. As injeções de morfina e as contenções ativas foram substituídas por anestesias locais e tronculares, seguidas, após, das primeiras anestesias gerais a base de clorofórmio e éter em máscara aberta ou com a célebre Máscara de Ombredane. Em compasso com esta "modernização" surgiu os primeiros autoclaves e máquinas de lavar industrial. Na década de 70 a Santa Casa passou por profundas modificações em seus estatutos quando foi desligado o Sr. Arcebispo e a Diocese de Fortaleza da gestão da Santa Casa. Em março de 1971 foi inaugurado um moderno centro cirúrgico que em pouco tempo fez com que a Santa Casa fosse o hospital a realizar o maior número de cirurgias em todo o Ceará.

Fotos históricas

Acervo O Povo

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Fonte: Ofipro/santacasace.org.br/Pesquisas pela internet

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