Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Pessoa Anta
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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domingo, 17 de junho de 2012

Execução de Pe. Mororó ocorreu há 187 anos



Filho ilustre do município de Groaíras, Padre Mororó foi um dos mártires da Confederação do Equador


Fortaleza. Há 187 anos morria Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque Melo, que consagrou-se na história do Brasil como Padre Mororó, um dos expoentes do movimento político que ficou conhecido como a Confederação do Equador. Padre Mororó foi morto a tiros de arcabuz no dia 30 de abril de 1825, numa execução ocorrida no Passeio Público, em Fortaleza, após ter sido preso e acusado de praticar três crimes: proclamação da República de Quixeramobim; secretariado o governo revolucionário de Tristão Gonçalves e redigido o “Diário do Governo”, o primeiro jornal do Estado do Ceará.


Passeio Público em 1900

A condenação determinava o seu enforcamento porém, por não haver quem quisesse servir de algoz, a pena comutada para fuzilamento, ou melhor, tiros de arcabuz, uma antiga arma de fogo portátil, espécie de bacamarte. A crônica de Viriato Correia descreve com perfeição os últimos minutos de Padre Mororó: Naquele dia 30 de abril de 1825 havia em Fortaleza um grande rumor de multidão emocionada. Ia ser executado pelas tropas imperiais o Padre Mororó. Na praça em que vai haver a execução, a multidão é tanta que, a custo, as tropas conseguem abrir passagem. Mororó é colocado na coluna da morte. Um soldado traz a venda para lhe por nos olhos, ´Não´, responde ele, ´eu quero ver como isto é´. Vem outro soldado para colocar-lhe sobre o coração a pequena roda de papel vermelho que vai servir de alvo. Detém a mão do soldado: ´Não é necessário. Eu farei o alvo´ e, cruzando as duas mãos sobre o peito, grita arrogantemente para os praças: ´Camaradas, o alvo é este´. E num tom de riso, como se aquilo fosse brincadeira diz: ´e vejam lá! Tiro certeiro que não me deixem sofrer muito´”.

Segue Viriato, em seu relato: “Houve na multidão um instante cruel de ansiedade... A descarga estrondou. O Padre Mororó tombou sem vida. A seus pés tinham caído três dedos da mão que as balas deceparam”.

O seu nome, como de muitos outros mártires brasileiros, encontra-se na gaveta empoeirada do esquecimento, inclusive na sua cidade natal, Groaíras, pouca atenção tem sido dispensada àquele que foi seu filho mais ilustre. Nas décadas de 60 e 70, o então prefeito Cezário Feijó de Melo, um de seus descendentes, colocou o seu nome numa rua e numa praça. Na década de 80, quando governava o município, Joaquim Guimarães Neto, foi feita a divisão da cidade em bairros, o local onde ele nasceu, conhecido como Mato Grosso, passou a chamar-se bairro Padre Mororó, porém, pouca gente hoje tem conhecimento disso e, por tal razão, continua a ser conhecido pela antiga denominação.

Falta de atenção

Naquela mesma década, por sugestão de um grupo de groairenses que criaram a Associação dos filhos de Groaíras residentes em Fortaleza, e por influência do desembargador José Maria Melo, foi construído um memorial: prédio moderno, bonito, porém, abandonado, infelizmente.

Esta falta de atenção já foi percebida, em 1975, pelo ilustre historiador sobralense, padre João Mendes Lira, que assim se manifestou: “O Padre Mororó foi tão elevado em seus ideais cívicos, religiosos e sociais quanto o General Sampaio. Por que, então, não deixar em Groaíras uma lembrança que perpetue a bravura, o destemor, o heroísmo de um homem que soube dar sua vida pelos nobres ideais que professava?”. Embora padre Lira não tenha dito expressamente, ao citar a cidade de General Sampaio, outro grande cearense, nascido na localidade que hoje tem o seu nome como homenagem, quis o ilustre professor sugerir a mudança do nome de Groaíras para “Padre Mororó”, idéia com a qual concordo e aproveito para conclamar os groairenses a apoiá-la.

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Religioso destacou-se na luta republicana

Fortaleza. Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque Melo foi o nome de batismo de Padre Mororó, que nasceu no dia 24 de julho de 1778, no Riacho dos Guimarães, atual Groaíras. Ele iniciou os estudos no Interior do Ceará. Ainda moço foi mandado para o Seminário de Olinda, onde se ordenou. Como padre, foi capelão nas Vilas de Boa-Viagem, Tamboril e Quixeramobim.

Ele foi professor de língua latina em Aracati e jornalista, redator do primeiro jornal do Ceará — lançado em 1º de abril de 1824. Foi também político e secretário do governo revolucionário de Tristão Gonçalves, quando teve participação ativa no movimento da Confederação do Equador.

Pe. Mororó destacou-se como idealizador e signatário da histórica sessão de 9 de janeiro de 1824 da Câmara de Quixeramobim. Neste dia, reunidos clero, nobreza e o povo, proclamou-se a primeira República do Brasil, rompendo assim com a monarquia absolutista de D. Pedro I.

O motivo daquela histórica sessão foi a grande traição cometida pelo imperador, que dissolveu, em novembro de 1823, a Assembléia Geral Legislativa e Constituinte que ele mesmo houvera instalado para escrever a primeira Constituição do Brasil, em maio do ano de 1823. Tudo isso aconteceu em 1824, 65 anos antes da proclamação da República, em 1889, sete meses antes da Confederação do Equador, iniciada em 26 de agosto de 1824.

Movimento autonomista

A Confederação do Equador, o mais significativo movimento autonomista e republicano acontecido no Brasil, no início do século XIX, foi causado pelo descontentamento que a dissolução da Assembléia Constituinte de 1823, e a outorga da Constituição de 1824, por D. Pedro I. Isto provocou, no Nordeste, uma insatisfação geral.

Pernambuco foi o centro irradiador deste descontentamento. No entanto, no Ceará, ao receber a notícia, vinda pelas mãos do diácono José Martiniano de Alencar, que à época estudava no seminário de Olinda, a Câmara da Vila de Campo Maior de Quixeramobim, numa memorável e heróica sessão, acontecida no dia 9 de janeiro de 1824, proclamou a primeira República do Brasil, quebrando, então, todos os laços que havia com a realeza, acusando, inclusive, o imperador de traidor da Pátria e declarando-o e toda a sua descendência decaídos dos direitos ao trono.

Determinou também que de imediato se organizasse um governo republicano para, o quanto antes, substituir o Governo Provisório existente na Capital e que ainda fora nomeado pelo usurpador deposto. Essa histórica sessão deu início ao movimento libertário que tantos sacrifícios custaram aos nossos conterrâneos.

Heróico movimento

Comandadas pelo groairense Padre Mororó — que, além de liderar, participar e subscrever aquela memorável ata, determinou que fossem enviadas deputações a outras Vilas para comunicar e conseguir adesão, como de fato sucedeu — as Câmaras das Vilas de Icó, Aracati e São Bernardo das Éguas Russas aderiram de imediato à causa, reproduzindo e fortalecendo o movimento que daí se espalhou por toda a província do Nordeste.

O heróico movimento teve figuras ilustres dos cratenses: Bárbara de Alencar e seus filhos José Martiniano e Tristão Gonçalves, do groairense, Mororó, do sergipano de Santo Amaro da Brotas, Pereira Filgueiras e tantos outros heróicos e valentes conterrâneos. Todos escondidos por trás de alcunhas como Alecrim, Anta, Araripe, Aroeira, Baraúna, Beija-flor, Bolão, Carapinima, Crueira, Ibiapina, Jaguaribe, Jucás, Manjericão, Mororó, Sucupiras, Oiticica. E, mesmo cientes de que a luta poderia lhes trazer serias conseqüências, foram adiante. De fato, muitos pagaram com a vida.


Parte II
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Crédito: Diário do Nordeste

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Fortaleza em suas Ruas, Avenidas, Travessas...



 Essa foto é da época das cadeiras nas calçadas... Foto Assis de Lima

A tranquilidade dessa rua me encanta... Foto Assis de Lima

Um bondinho puxado a burro. Foto Assis de Lima



Av. Pessoa Anta


O fotógrafo está ao lado da Secretaria da Fazenda (Sefaz), olhando para a Avenida Pessoa Anta, tendo ao lado direito o início da Avenida Alberto Nepomuceno. Hoje em dia, do lado esquerdo há um posto de venda de combustíveis. Pelo aspecto da foto deve ser de aproximadamente 1920. Arquivo Nirez




Foto do mesmo ângulo da anterior. Essa feita em 2006 - Arquivo Nirez

Essa foto é muito interessante, é antes de onde hoje é o Centro Dragão do Mar, na Praia de Iracema. Esse prédio abrigou antigamente uma firma do Alfredo Salgado, depois foi uma repartição estadual, hoje é aquela rampa do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Arquivo Nirez



Rua Direita

Antiga Rua Direita, foto restaurada por Sidney Souto






Travessa São Francisco - Rua Perboyre e Silva


Esse é o quarteirão da antiga Travessa São Francisco, hoje Rua Perboyre e Silva, entre as ruas do Rosário e Coronel Bizerril, atual General Bizerril. Hoje essas construções são ocupadas por casas que vendem produtos de informática, CDs, DVDs, tinta para impressora, reabastecimento de cartuchos, etc. Arquivo Nirez





Av. Barão de Studart


Foto de 1973 da Av. Barão de Studart quase próximo ao Palácio da Abolição olhando para o Mucuripe. -Foto de Arnaldo Pinheiro






Foto da Av. Alberto Nepomuceno do início para o fim. Hoje o Mercado Central fica onde estão essas casas e árvores da esquerda. Do outro lado é o quartel.
A data exata é difícil determinar, mas foi tirada de um cartão postal editado em 1908. Arquivo Nirez




Av. Duque de Caxias

Essa é a Av. Duque de Caxias com General Sampaio.
Nesse local hoje se encontra o Edifício Jacy Avenida. A casa em frente foi o Instituto Brasil/Estados Unidos na década de 1940 e Grupo Escolar Presidente Vargas na década de 1950. Nirez


Mesmo ângulo em outra época - Arquivo Nirez




Avenida Aguanambi 

Foto de 1972 logo que a Avenida Aguanambi foi aberta. Vê-se o cruzamento com a Rua 13 de Maio. Arquivo Nirez

Avenida Aguanambi (aguanambi sm (tupi áua-nambi, por auará-nambi) Orelha de cão) no cruzamento com a Av. 13 de Maio, onde hoje tem um viaduto mal planejado. O viaduto deveria ter sido construído na Aguanambi e não na 13 de Maio. Teria prolongamento até unir-se com a BR-116, com uma "parna" para a Borges de Melo, de forma que seria desnecessária a rotatória, pois seria a Av. do Canal. Iria se unir diretamente à Visconde do Rio Branco e ruas perpendiculares. Ao longe o prédio da Escola de Polícia e a Base Aérea. Arquivo Nirez




Avenida Bezerra de Menezes

Foto da década de 1940 - Arquivo Nirez




O Beco dos Pocinhos


Este é beco dos Pocinhos visto da Rua Pedro Borges na direção do nascente vendo-se ao fundo a Igreja do Pequeno Grande.







Na Major Facundo iremos falar sobre essa belíssima casa. Ela ainda existe e embora abandonada está em boas condições. Fica na Rua Major Facundo já no bairro José Bonifácio. Foi construída e nela residiu o Sr. Anastácio Braga Barroso, que foi esposo da professora Edite Braga. Quando ele faleceu a casa foi alugada para o Sr. Heráclito de Castro e Silva, que fundara o Curso Comercial Carlos de Carvalho em 9/5/1935 que depois se chamou Escola de Comércio Carlos de Carvalho, conhecido por CCC. Em 1964 morreu o Sr. Heráclito de Castro e Silva, no dia 1º de janeiro. A casa fica logo depois da Rua Antônio Pompeu, uns 30 ou 40m, e tem fundos para a Rua Floriano Peixoto na Praça José Bonifácio, que foi muito tempo entrada do Colégio. Os trilhos são da linha José Bonifácio, a mais curta de Fortaleza, que terminava a cinco metros da Domingos Olímpio. Hoje esta casa pertence a D. Hebe Barroso, descendente de Anastácio Braga Barroso. Arquivo Nirez


Outro belo casarão também na Major Facundo.

Essa casa ficava - e acho que ainda fica - na Rua Major Facundo 53 a 65, no chamado lado do sol, foi construído em 1924. Funcionou aí um clube dos operários e depois o Centro dos Inquilinos e por fim começaram a se reunir aí a União Síria, que seria os primórdios do Clube Líbano Brasileiro, que depois foi para a Av. Santos Dumont e terminou na Tiburcio Cavalcante. Depois funcionou aí uma fundição e casa de ferragens da firma Thomas Pearce & Filho. Hoje não sei como está nem o que funciona lá.
as portas do térreo foram todas violentadas e as superiores estão repletas de cobogós. Nem parece a mesma casa. Nirez



Esta foto data de 1951 e mostra a esquina da Rua Major Facundo com a Rua São Paulo que abrigava uma loja de tecidos pertencente ao Sr. José Meireles. Ficava diagonal com a Casa Victor dos Irmãos Pinto, depois Cimaipinto. Aquele prédio que fica no fundo é o Sobrado Mole, que foi sede da UDN.
O prédio de detrás era um antigo sobrado que nesta época estava sendo usado por várias lojas e escritórios. Parece-me que hoja aí está a Casablanca.
A sombra é do Edifício América, onde funcionou a Cimaipinto. o espaço entre o fim do sobrado e o sobrado mole que se encontra no final, é a praça que fica em frente ao Museu do Ceará. Não foi eberta nenhuma rua. Vejam a perspectiva que a linha da calçada segue exatamente a do sobrado mole. Nirez



Av. 13 de maio

Esse é o cruzamento da Av. 13 de Maio com Av. da Universidade -Foto anterior a 1974. Arquivo Nirez





Cruzamento da Guilherme Rocha com General Bizerril- Nirez

A árvore é o oitizeiro famoso, derrubado em 1929 por ordem do então Prefeito Álvaro Weyne.
O prédio da esquerda era o Rotisserie hoje Caixa Econômica. O prédio a direita, no andar de cima, é atualmente o Restaurante L'escale. Na esquina desse prédio funcionou o famoso Café Globo, hoje é a financeira BV. O local onde está o carro estacionado ao lado do prédio, a direita, funcionou por muito tempo o famoso Posto Vitória onde operava com carros de luxo, principalmente o Chevrolet Belair. Os motoristas todos com paletó e gravata.
Pode- se ver também no cruzamento das ruas Guilherme Rocha com Floriano Peixoto uma parte da Intendência Municipal e mais adiante ainda na esquina com a Major Facundo o Café Art Noveau, muitos anos depois a Esquina do Pecado. Essa foto foi tirada da entrada do Palácio da Luz
José Vieira de Moura

Ao lado do Art Noveau o sobrado do Comendador Machado, onde funcionava o Café Riche no térreo, tendo este sobrado sido demolido para a construção do Excelsior Hotel. Foto provavelmente da década de 20, pois não se vê mais os Cafés da Praça do Ferreira, e há ainda a presença do Oitizeiro do Rosário, derrubado em 1929. 
Ricardo Batista



Esquina da Rua Floriano Peixoto com a Rua Guilherme Rocha, onde foi construído em 1914 o sobrado do Eduardo Pastor, onde por muitos anos esteve a loja Rosa dos Alpes, de Rubens Carvalho e depois o Café Globo, depois o Armazém Paissandu e hoje tem uma loja na esquina e em cima está o Restaurante L'escale.  Nirez



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Passeio Público II






Em Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção,
a Câmara reuniu-se, em grande sessão, aos 09 de
janeiro de 1824,
para declarar decaída a dinastia Bragantina.


Foi esse o inicio da revolta
que tantas lágrimas e tanto sangue

custou ao Ceará.


Debandado por José Félix
na contrarrevolução

do


Crato, e proclamada de



novo a Monarquia, ele assumiu a
presidência

da Província, como substituto de


Tristão Gonçalves.


Seguiu-se a perseguição dos principais chefes, a captura dos cabeças do movimento republicano. O Padre Mororó, preso em Fortaleza, à Rua dos Mercadores, hoje Rua Sena Madureira, foi condenado à pena máxima, assim também seus companheiros de ideais Pessoa Anta, Azevedo Bolão, Carapinima e Padre Ibiapina. Foi, então, fuzilado na atual Praça dos Mártires, lado norte do Passeio Público, no dia 30 de Abril de 1825, há cento e oitenta e cinco (185) anos, juntamente com o coronel de milícia João de Andrade de Pessoa Anta.



Vestido na sua alva, indagaram-lhe qual seria o último pedido a fazer; ele levantou o braço flexionando, colocou a mão direita sobre o peito para que fosse feita a mira do fuzil e disse: "Aqui!!!" - tombando já agonizante e, segundo a lenda, a cabeça separada do tórax, espetada no poste em praça pública, comovia a todos que ali passasse. Caiu envolto nas ensanguentada vestes, por tiro fatal de baioneta, compungindo a multidão de assistia aquele heroico e corajoso gesto, que enlutou a nossa Fortaleza, cobrindo funesto e penumbroso manto a todos quanto da noticia tomavam conhecimento. O Padre Mororó - segundo Dicionário Bibliográfico Barão de Studart - era Profundo latinista, com pregador socro, jurisconsulto e, também, botânico.



O Diário do Ceará

Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Melo Mororó - Padre Mororó, exerceu como diretor e redator do jornal "O Diário do Governo do Ceará", de 1824, que ficou desenvolvido nos anais da Imprensa Cearense, publicada pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1908.

A ele cabe também a glória de ter sido o secretário na sessão memorável de 26 de Agosto de 1824, chamada de Grande Conselho em que foram proclamadas a República no Ceará e sua completa adesão à Confederação do Equador.

Sua biografia encontra-se com detalhes nos trabalhos do coronel João Brígido dos Santos, intitulados Miscelânea Histórica, 1889, e Biografias, Revista do Instituto do Ceará, 1889, nos de Paulino Nogueira na mesma Revista, ano 1889, pág. 204 e ano de 1894, pág. 18 (págs. 248/9).


O movimento revolucionário

O movimento da Confederação do Equador teve inicio em Pernambuco em 1824, atingindo as províncias do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e Piauí, cuja mensagem assinada em 02 d e julho de 1824 pelo Presidente da Junta do Governo de Pernambuco, Manuel de Carvalho Paes de Andrade. Eis o conteúdo dessa mensagem:


"O dia fatídico

Assim naquela manhã do dia 30 de abril de 1825, Padre Mororó foi fuzilado na
Praça do Passeio Público. A Rua Dr.João Moreira teve varias denominações - antiga Rua da Misericórdia, Rua Nova Fortaleza, Travessa do Gurgel. No início da rua bem à altura da metade da Praça do Passeio Público, casa grande de nº 243 onde nasceu Dom Helder Câmara, com entrada com corredor lavado na entrada da casa dividida por quatro varandas, duas de cada lado; que serviu também de residência para o proprietário e sua família Dr. Gustavo da Frota Braga, parentes de Dom Helder Câmara, pais dos meus estimados amigos José Raimundo Barreira de Gustavo Braga e Fausto Barreira da Frota Braga, e demais irmãos, por quem sempre tive muito admiração.

O percurso

Padre Mororó, nasceu em Santa Quitéria na povoação do Riacho Guimarães, no dia 24 de julho de 1774, sendo seus pais do Rio Grande do Norte, Félix José de Sousa e Theodora Madeira. Ordenou-se no Seminário de Olinda, onde além dos estudos eclesiásticos dedicou-se aos das ciências físicas e naturais. De volta ao Ceará, foi capelão do lugar Boa Viagem em 1810 e mais tarde 1814 de Tamboril.

Afirma Barão de Studart - in Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense as págs. 348 - "Favorecido com a amizade do Governador Sampaio, foi nomeado professor de latim da Vila do Aracaty - 1818, de que se demitiu em Dezembro de 1821, passando então a morar em Campo Grande, outrora Vila Nova D´El Rei, para onde chamou para sua companhia, afim de educá-los ao Cel. Felix José de Sousa, seu sobrinho e Francisco José de Sousa, seu primo que residia em Campo Maior, Capela dos Barros, de Campo Grande passou-se à Barra do Sitiá e depois para a fazenda da Canafistula e Quixeramobim."


p2

Gustavo Barroso

O insigne e ilustre homem de letras da Academia Brasileira de Letras Gustavo Dodt Barroso nasceu em Fortaleza no dia 29 de Dezembro de 1888-2010, teria 122 (cento e vinte e dois anos), filho de Antônio Felino Barroso e Anna Dodt Barroso e neto pelo lado paterno de José Maximiano Barroso e Dª Isabel Alexandrina da Cunha Barroso e avós maternos Dr. Gustavo Luiz Guilherme Dodt e Elisa Dodt. (Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense - Barão Studart) dá-nos excelentes subsídios de Padre Mororó.

Como se constata, a Praça do Passeio Público quando de sua origem teve diversas denominações. Por ser uma das primeiras praças de Fortaleza do Século XVIII, teve a denominação - Largo da Fortaleza. Recebeu essa denominação em virtude de ficar ao lado do Forte Schoonenborch, cuja construção se iniciou a 10 de abril de 1649 pelos holandeses do Capitão Matias Beck, dirigidos pelo engenheiro Caar - Praças de Fortaleza, pág. 269. Maria Noélia Rodrigues da Cunha, em "Praças de Fortaleza", tornou-se exímia no detalhe, com profundidade das nossas praças, o que merece o mais elevado respeito à tão valiosa e minuciosa pesquisa tornando inédito, digno do mais alto apreço e admiração por tão valiosa obra elaborada. Outras denominações vieram à Praça dos Mártires.


Na rota do espaço

A Praça do Passeio Público, Largo da Pólvora, Praça dos Mártires, situa-se na parte norte da Cidade de Fortaleza, ao lado direito (leste) do Quartel General da 10ª Região Militar, na Av. Alberto Nepomuceno, Praça da Sé, e, da Rua General Bizerril, fazendo vértices com as quadras das Ruas Floriano Peixoto, Major Facundo, Barão do Rio Branco, cuja praça localizada ao longo da Rua Dr. João Moreira até a Rua Barão do Rio Branco, lado da sombra, onde se situa a casa onde nasceu um dos mais ilustres cearenses - Gustavo Dodt Barroso, vizinho ao Conservatório de Música Alberto Nepomuceno, depois Câmara Municipal de Fortaleza, na esquina da rua Dr. João Moreira, prédio que serviu de residência do Dr. João Moreira. Na outra quadra ao lado o Hospital da Santa Casa de Misericórdia, Rua Barão do Rio Branco de frente para Praça Passeio Público, na descida do gasômetro até a Praia da Draga. Ainda vizinho ao Quartel General da 10ª Região (lado sul) na Av. Alberto Nepomuceno, existiu prédio elevado com pequena escadaria de degraus para dar acesso ao Arquivo Público, antes funcionavam o Instituto do Ceará e o Museu Histórico; e, após demolição ergue-se Edifício com 5 andares, funcionando, por alguns anos, o Fórum Clóvis Beviláqua até sua implosão e transferido para a Avenida Desembargador Floriano Benevides nº 220, no bairro Edson Queiroz.


ZENILO ALMADA



Fonte- Diário do Nordeste

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