Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Club Cearense
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Passeio Público e os Clubes na Fortaleza antiga


Passeio Público em 1900

O Passeio Público, inaugurado em 1880, era um dos lugares mais frequentados pela população de Fortaleza. Anteriormente este local era denominado de Praça dos Martíres em virtude da execução de alguns participantes da Confederação do Equador ter ocorrido em tal praça. Ao ser remodelada, esta área de lazer tornou-se um ponto de referência urbana na cidade. 

Lindo Passeio Público do Álbum Vista do Ceará 1908

Localizado no perímetro central e com ampla vista para o mar, o Passeio Público tornou-se de pronto a principal área de lazer e sociabilidade, até que despontassem outras tentadoras opções a partir do século XX, como o Theatro José de Alencar (1910) e os cines Majestic e Moderno.

No decorrer do segundo decênio do século XX, tal logradouro ainda era “cultuado” como importante espaço de sociabilidade. Sua divisão espacial em três avenidas especificava o lugar social dos seus usuários. 

 
 Passeio Público - Caio Prado - Arquivo Nirez

De acordo com o memorialista Otacilio de Azevedo, o Passeio Público era uma ampla praça dividida em três partes iguais. A primeira era a Caio Prado, onde fervilhava a fina sociedade local; a parte do meio era a chamada Carapinima, destinada ao pessoal da classe media e onde a Banda da Polícia Militar executava operetas e valsas vienenses. A terceira era a avenida Padre Mororó, frequentada pela ralé – as mulheres da vida, os rufiões e os operários pobres. 

Passeio Público - Caio Prado

Ao descrever o Passeio Público, Otacilio de Azevedo especifica os frequentadores correspondentes a cada avenida (ou alameda). Nesta divisão identificamos uma cidade marcada por um desenvolvimento urbano, e ao mesmo tempo pelo aumento de pobreza, o que leva a elite a buscar elementos de diferenciação e separação dos demais grupos sociais. 

 Álbum de Vistas do Ceará 1908

Álbum de Vistas do Ceará 1908

Os locais de passeio e lazer, as moradias fora do centro em bairros como Jacarecanga, são exemplos desta diferenciação social da elite fortalezense.
No que concerne à divisão do “Passeio Público”, a descrição feita correntemente nos escritos 
memorialisticos é desta perfeita separação entre os grupos sociais que frequentavam a praça, cada qual a ocupar uma de suas avenidas.
No entanto, tal “espontaneidade” é questionada pela historiografia mais recente em trabalhos como o de Antonio Luiz Macêdo:

"Defender a idéia do Passeio Público como amostra da harmonia social reinante em Fortaleza na virada do século XIX abriga certos riscos de ordem política. O primeiro consiste na afirmação de hierarquias, transformando a sociedade num simples mosaico dividido em superiores e inferiores. Em segundo lugar, a sugestão de que todos os frequentadores aceitavam a separação em três planos mascara os conflitos sociais, perpetuando a imagem conservadora do povo brasileiro como entidade pacífica, submissa e obediente. Por fim, insistir nessa divisão espacial rígida e espontânea é desconhecer a multiplicidade dos usos dos
lugares, continuamente recriados na vivência diária dos habitantes. Com seu apego a uma visão idílica do Passeio Público, a crônica histórica de Fortaleza se alinha a uma concepção elitista e preconceituosa em relação às camadas populares. Cabe indagar se a segregação espacial correspondia a uma prática aceita por consenso e sem qualquer traço de conflito, como tradicionalmente se quer insinuar."

Álbum de Vistas do Ceará 1908

Para o historiador Carlos Eduardo Vasconcelos Nogueira, tal divisão seria mais uma expectativa dos intelectuais, pautadas em uma visão elitista, do modo como o povo deveria se comportar, do que uma descrição do cotidiano no “Passeio Público”:

"Talvez essa distribuição nunca tenha funcionado do modo como foi descrita. Pois a memória de uma apartação espontânea dos grupos sociais que frequentavam o Passeio Público tinha raízes em uma alegoria constituída no domínio da escrita. E esta (como a memória) simplifica, idealiza. Não recebe passivamente os objetos de uma realidade exterior, mas os fabrica, a partir de procedimentos específicos e de um espaço próprio: a página em branco. Nessa perspectiva, a alegoria dizia menos sobre o povo que sobre as expectativas de intelectuais do modo como este devia portar-se. Não descrevia a realidade, mas a harmonizava, criando um mundo utópico, desprovido de conflitos e ambiguidades. "

Na década de 1930, o Passeio Público já não possuía o mesmo status de outrora, ao passo que já no decênio anterior começava a perder sua funcionalidade para outros espaços de sociabilidade como o cinema.
Em meio às contínuas mudanças na paisagem da cidade, o Passeio Público parecia conservar algo que escapava ao mundo moderno e sua lógica racional. Em função do sentimento de ruptura ocasionado pela mutação da cidade, afigurava-se em elo com o pretérito, restituía uma continuidade, assegurada mediante sua preservação enquanto suporte físico da memória. Guardava, em sua existência subtraída da atualidade, algo que faltava aos novos equipamentos, cinemas e novos jardins, perdidos em sua praticidade de lugar de encontro e
vitrine de ostentação de riqueza. Achava-se o lugar nesse cruzamento de tempos. Era vivido de outra maneira, pois em parte havia perdido sua funcionalidade; adquiria estatuto de objeto antigo, que existe tão somente para significar o tempo.

Outro espaço de lazer das elites eram os clubes, estes foram criados ainda no final do século XIX, passando a ter uma maior relevância no início do século XX, em especial na década de 1920. Os clubes em Fortaleza, foram criados por grupos específicos que se afirmavam economicamente e assim como no Passeio Público, buscavam espaços de lazer exclusivos.

No entanto, ao contrário do Passeio Público que era ao ar livre e frequentado por diversas classes sociais, os clubes eram espaços fechados de sociabilidade exclusiva das elites. Para se ter acesso aos clubes, “...era preciso ser sócio e pertencer ao grupo estabelecido. Nesse sentido, os clubes representavam as profissões e oficios que compunha a elite em ascensão, principalmente os comerciantes”.

Jantar de intelectuais, provavelmente no Clube dos Diários - Acervo Carlos Juaçaba

Funcionários da Ceará Rádio Clube, reunidos no Clube Maguary, em comemoração ao aniversário da rádio

De acordo com Diocleciana Paula da Silva, no início da década de 1920 havia poucos clubes, no entanto, a quantidade era suficiente para atender ao abonado público frequentador. Ao longo daquela década, os profissionais liberais, os industriais e os comerciantes foram fundando seus próprios locais de diversão com acesso restrito e definido pelo poderio econômico e pelo pertencimento a um grupo: 

"Em Fortaleza, ao longo dos tempos, conviveram inúmeras dessas agremiações. Com efeito, pode ser arrolada uma grande quantidade de nomes que compunham o vasto conjunto de clubes sociais que desfrutaram (alguns ainda desfrutam), no passado, de poder e prestígio, em maior ou menor escala, consoante os grupos que congregavam. Havia os clubes de natureza classista, esportiva, ou de colônias de cidades interioranas, assim como existiam os ditos “suburbanos”. Mas são, sobretudo, os clubes chamados “elegantes” que estão presentes nos jornais, com maior frequência, ocupando espaço com convites, convocações de reuniões e matérias referentes a toda espécie de eventos que lá aconteciam: bailes, desfiles, jantares, recepções, aniversários, acontecimentos comemorativos, homenagens, etc. Eram esses “clubes dos ricos” extremamente “fechados”, tendo o seu ingresso vedado aos não sócios. Os critérios para a associação também eram rigorosos, sendo a aprovação de nomes candidatos motivo de deliberação de diretoria."

Reunião da Academia Cearense de Letras no Clube Iracema em 1922

Uma das primeiras agremiações criadas em Fortaleza foi o Clube Cearense¹, inaugurado em 1867. Tal agremiação, era composta por políticos e comerciantes nacionais e estrangeiros, sobretudo os de procedência inglesa, francesa e portuguesa, que eram ligados às atividades de importação e exportação. O Clube Cearense era uma instituição elitista de acesso restrito não permitindo a presença de outros membros que não fossem de seu quadro social.

Desfile Miss Ceará em 1956 no Náutico Atlético Cearense

A postura discriminatória existente no Clube Cearense, estimulou a criação de uma outra agremiação, o Club Iracema, com sede na Praça do FerreiraSua fundação ocorreu em 1884, “... por moços do commercio e funcionários da alfândega desta capital, com o fim de combater o exclusivismo reinante em o antigo club Cearense, que vangloriando-se de aristocratas, não admittia no seu seio aquelles elementos das, hoje em dia, tão acatados, entre seus pares.” (Revista Ba-ta-clan, 8 de julho de 1926)

 
Clube dos Diários

Mesmo sendo hostilizados pela aristocracia, os grandes comerciantes cresciam economicamente, no início do século XX, tornando-se um forte grupo. Apesar de ter sido criado como forma de se opor ao exclusivismo” do Clube Cearense, o Club Iracema era um local de acesso restrito, ao passo que seus sócios eram compostos basicamente por grupos ligados ao comércio e a alfândega. Os outros clubes que surgiram foram: o Clube dos Diários, em 19 de março de 1913; o Maguari Esporte Clube, surgido em 1924, era uma agremiação inicialmente relacionada à prática do futebol tendo inclusive disputado o campeonato cearense. Posteriormente, na década de 1940, direcionou suas atividades exclusivamente para o setor social. 

O Náutico ainda na praia Formosa (1929 - Arquivo Nirez) e no luxuoso prédio da Praia do Meireles

No ano de 1924, é fundada mais uma agremiação o Country Club que veio a ser inaugurado para congregar, sobretudo, os integrantes da colônia inglesa que residiam na capital cearense. Ao final da década de 1920, foi inaugurado mais um clube, era o Náutico Atlético Cearense fundado por jovens ligados a setores do comercio. Localizado inicialmente na Praia Formosa, tal agremiação na década de 1940 foi transferida para o bairro do Meireles onde um novo e luxuoso prédio foi erguido. 
Nas décadas seguintes, outras agremiações surgiram na capital cearense demostrando que o lazer privado em clubes não se limitou aos primeiros decênios  do século XX.

Leia também:


¹Inicialmente este clube ficou localizado na Rua Senador Pompeu e posteriormente, em 1872, 
transferiu-se para um prédio no Passeio Público. Este clube desapareceu no final do século XIX. 

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Fonte: Nas telas da cidade: salas de cinema e vida urbana 
na Fortaleza dos anos de 1920 - Márcio Inácio da Silva  e Arquivo Nirez

sábado, 7 de maio de 2011

Hotel do Norte - Clube, Hotel e Museu – Um prédio, várias histórias!



Hotel do Norte

Durante o período imperial, mais precisamente em 1871, foi construído o belo sobrado da Rua Dr. João Moreira, 143 (esquina com a Rua Floriano Peixoto). Situado em frente ao Passeio Público, emoldurando o logradouro mais elegante da cidade, foi inicialmente a segunda sede do primeiro clube social de Fortaleza, o Sociedade União Cearense (Club Cearense), que antes esteve instalado num sobrado residencial na rua senador Pompeu.

O prédio em 1908.
(Ao lado, o prédio em 1910). Com a ida do Club Cearense para o palacete da esquina seguinte (hoje ocupado pela Associação Comercial do Ceará), instala-se no sobrado, em novembro de 1882, o Grande Hotel do Norte, de Silvestre Rendall, que no mesmo ano recebeu como hóspede o ilustre casal José Carlos do Patrocínio (abolicionista José do Patrocínio) e D. Maria do Patrocínio. Depois o hotel pertenceu ao francês Norberto Paulo Golignac (Norberto Golignac). Interessante salientar que no hotel foi instalada a primeira sorveteria do Ceará.  


(Ao lado, o prédio em 1930). Com a desativação do hotel, o prédio serviu de sede para a repartição dos Correios e Telégrafos (Adquirido por contrato de 24 de setembro de 1894 celebrado entre o administrador dos Correios Antônio Moreira de Sousa, e o representante da associação “União Cearense”, Alfredo Salgado - Este Contrato foi aprovado pelo Diretor Geral dos Correios em ofício de 13 de dezembro do mesmo ano). Nos cômodos do andar superior ficaram a primeira seção (Expediente) dirigida pelo Administrador e a segunda seção, a Contadoria; e no andar inferior a terceira seção, a Pagadoria e a quarta seção, compreendendo a Posta Restante e a Expedição das malas. A repartição dos Correios esteve no prédio de 04 de março de 1895 até 1935, quando é adquirido pela companhia inglesa The Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda, que explorava o serviço de energia e bondes elétricos de Fortaleza. A partir de 1948, pela Lei Federal nº 25.232, os serviços elétricos da capital cearense ficaram a cargo do governo municipal e com a nacionalização, a companhia passou a se chamar Serviluz - Serviço de Luz e Força do Município de Fortaleza. Com o decorrer dos anos, a empresa teve outras denominações: Companhia Nordeste de Eletrificação de Fortaleza (CONEFOR), Companhia Elétrica do Ceará e atualmente Companhia Energética do CearáCoelce.

O prédio ocupado pelos Correios.

Prédio espaçoso e elegante, com dois pavimentos, a edificação tem planta de forma retangular, ligados por escadaria trabalhada em ferro fundido, importada da Europa. Construída no sistema de alvenaria autoportante e com coberta em telha de barro e estrutura de madeira oculta pelas platibandas das fachadas. O prédio possui características da arquitetura eclética cearense. Em seu interior merecem destaque os amplos salões do pavimento superior, que ainda conservam o piso original, em tábua corrida. Apesar das seguidas reformas e alterações no prédio, suas fachadas ainda mantém as linhas originais. As aberturas são todas com vergas em arco pleno, sendo as do piso superior protegidas por balcões de ferro. Na fechada principal, voltada para o Passeio Público, uma armação em ferro fundido marca as portas centrais. O coroamento do prédio é feito por cornija e platibanda, onde, na parte central, é interrompida por elementos metálicos. Sobre a platibanda, pináculos de alvenaria trabalhados fazem os arremates. 


Na parte interna, foram feitas obras de importância como, a construção do mezanino que comprometeram especialmente a edificação, e em fachadas a marquise foi um agregado que comprometeu o prédio não só no aspecto estético, mas também no aspecto estrutural.
No ano de 1995, o prédio foi finalmente tombado pelo patrimônio histórico do estado, que reconheceu seu valor histórico e arquitetônico. Em abril de 2001, abandonado, o prédio desmoronou parcialmente durante uma chuva de inverno. As causas que provocaram a deterioração foram centradas fundamentalmente na falta de manutenção, provocando infiltrações na coberta, o que ocasionou o deterioro da madeira das vigas da estrutura do telhado, pisos, etc. com o conseguinte derrube. Ressaltando que, segundo o Jornal O Povo, em 1991, parte da estrutura interna do prédio já havia desabado. 

A situação em que se encontrava o prédio ao ser adquirido pela FIEC.
 Foto de Luís Carlos Sabadia.

Após 20 anos sem uso (Desde a saída da Coelce), no final de 2001 o prédio é adquirido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará FIEC. Suas obras de restauração são iniciadas em 2005 com apoio de leis de incentivo. Obra concluída, o prédio permaneceu fechado– com um único período aberto, para receber a Casa Cor de 2007 – mostra anual de arquitetura e decoração. As ações de restauro foram pensadas aliando a permanência das características originais às adequações de usos.  Para melhor compreensão desse processo de restauração, as intervenções do prédio que estão nas cores verde e branca são restauros e as novas intervenções estão na cor vermelha.

O prédio durante a restauração. Foto de Luís Carlos Sabadia.

Editado em 2014:

Nove anos após o início das obras de restauro – o espaço reabre em 10 de setembro de 2014, dando abrigo ao Museu da Indústria, projeto da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), por meio do Serviço Social da Indústria (SESI). O prédio do Museu é um equipamento que conta com salas de exposição, espaços para realização de palestras, desfiles, espetáculos, seminários e eventos sociais. Também possui salas para apresentações de teatro, cineclubes e biblioteca. Possui ainda dois ambientes para encontros: o jardim e o bistrô que tem funcionamento independente do museu, com cardápio diversificado e apresentações musicais. A edificação possui mais de dois mil metros quadrados de área disponível, distribuídos em espaços diversos, voltados para ações museológicas e culturais em geral. Foi devolvido para a cidade o centenário casarão todo restaurado!

O Museu da Indústria fica aberto de terça a sábado, das 09 às 19h.

Cronologia do Monumento: 

A edificação foi construída no final do século XIX . Inicialmente sediou a Sociedade União Cearense. Entre 1895 e 1935, serviu de sede para a Repartição dos Correios. 
Neste ano, o edifício foi adquirido pela “The Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda”, companhia inglesa que explorou a energia elétrica e o serviço de bonde na cidade.

A partir de 1948, pela Lei Federal nº 25.232, os serviços elétricos da capital cearense ficaram a cargo do governo municipal. A companhia passou a se chamar SERVILUZ, Serviço de Luz e Força do Município de Fortaleza
Com o decorrer dos anos, a empresa teve outras denominações: Companhia Nordeste de Eletrificação de Fortaleza (CONEFOR), Companhia de Eletrificação do Ceará (COELCE), e atualmente foi privatizada para uma empresa espanhola.
“Num prédio particular, o de nº 1 da Praça dos Mártires e nº2 da Rua da Boa Vista (Rua Floriano Peixoto), funciona o Correio”.

É um edifício espaçoso, com dois pavimentos, se prestando perfeitamente ao fim a que é destinado, e nesse sentido não tem igual nos estados, sendo somente excedido pelo o que funciona a repartição chefe no Rio de Janeiro.

Fachada Rua João Moreira

Foi adquirido por contrato de 24 de setembro de 1894, celebrado entre o administrador
Antônio Moreira de Sousa, e o representante da associação “União Cearense”, Alfredo Salgado, por nove anos. 
Este Contrato foi aprovado pelo Diretor Geral dos Correios em ofício de 13 de dezembro do mesmo ano. 
Mudou-se a repartição do correio do pavimento térreo do edifício da Assembléia Legislativa, onde estava, para este no dia 7 de março último, como da alta da instalação.

Depois instalou-se The Ceará Tramway Light and Power Co., cujo contrato foi rescindido na Interventoria do Capitão, depois Major Roberto Carneiro de Mendonça (1934). Substituiu na exploração da iluminação pública e particular o Serviço de luz e Força de Fortaleza (SERVILUZ), depois chamado Companhia de Eletrificação de Fortaleza (CONEFOR), mais tarde Companhia de Eletricidade de Ceará (COELCE).” 

Notas de: Raimundo Girão.
Antônio Bezerra de Menezes.
Descrição da Cidade de Fortaleza.

Fachada Rua Floriano Peixoto

Modificações realizadas:

Se adicionou mezanino, em a parte este da edificação, Rua Floriano Peixoto, e marquise corrida na esquina, abarcando as duas fachadas o que interferiu na arquitetura da edificação resultando um elemento totalmente anacrônico.

Análise dos elementos componentes da edificação: 


Edificação de dois pavimentos com mezanino, portas, e janelas ao largo de ambas fachadas e portas e janelas no andar superior, de arco pleno.

Análise da estrutura e possibilidades de recuperação:


O Monumento necessitava de uma intervenção urgente, já que se derrubou parte dele com as chuvas de inverno. Foram realizados alguns trabalhos de emergências, mas que precisava continuar em outras área do prédio.

Critérios específicos de recuperação:

Os critérios para a recuperação das fachadas principais foram fundamentados na restauração em linhas gerais, recuperação de alguns elementos perdidos e recomposição formal de outros.

  •  Manutenção geral de fachadas: rebocos, limpeza, eliminar plantas, parasitas, etc.
  •  Revisão e recuperação de coberta.
  •  Finalizar trabalhos de recuperação na parte demolida.
  •  Revisão e recuperação de calhas.
  •  Revisão de pontos de drenagem pluvial.
  •  Recuperação de janelas no térreo, ver projeto.
  •  Recuperação de aberturas de portas originais.
  •  Recuperação de grades de ferro.
  •  Eliminar revestimento de pedra em molduras de portas.
  •  Restaurar calçada com materiais originais.
  •  Eliminar e redesenhar entradas de fiação de redes elétricas e telefônicas.
  •  Recuperação de portas e janelas originais.
  •  Completar portas e janelas, com materiais e desenhos indicados em    projetos.
  •  Recuperar cores originais nas 4 fachadas do prédio.


O prédio completamente restaurado. Foto de Luís Carlos Sabadia



Fonte: Secult, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Jornal O Povo, Site oficial do Museu da Indústria e http://www.ofipro.com.br



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