quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Alfândega - Avenida Pessoa Anta
sábado, 19 de junho de 2010
O bonde (VI) - Praia de Iracema
“Verdes mares bravios da minha terra natal, onde canta a jandaia nas frontes da carnaúba! Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros! ... Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo do jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.” José de Alencar - Iracema.
Com certeza foi Iracema, a Jandira do Jaguaré - Ubirajara, do romance de Alencar, a musa inspiradora da antiga Praia do Peixe, que veio dar nome à Praia de Iracema, tão decantada por poetas, artistas, músicos e compositores que tantas evocações fizeram e deram “adeus Praia de Iracema”.
A terra dos amores que o mar carregou, como bem sintetizou - o maestro e compositor Luís Assunção - Ah! Quantas ruas foram tragadas pelas impetuosas ondas do mar, que se enfureciam com embates como se a natureza estivesse a se degladiar no resgate do território que propunha a recuperar com as suas próprias forças. E assim ruas e mais ruas, casas e mais casas, foram de repente se transformando nesse mar imenso, belo e traiçoeiro... Como o tempo passa rápido hein! E inexorável com a nossa lembrança, fazendo nessa azáfama do cotidiano procura apagar em nós os momentos bem vividos na claridade das noites de luar, o passeio que se fazia à Praia de Iracema, para ver e ouvir as juras de amor ao luar, tendo o céu por testemunha e depois se dirigir ao restaurante do português Ramon - para saborear a deliciosa sopa de cabeça de peixe, de “cangulo”, que somente ele sabia preparar tão afamada sopa, sem se falar na “peixada do Ramon”. Ah! Tempo bom que não volta mais...
A bem da verdade, a extensão da linha do bonde da Praia de Iracema, era relativamente pequena e foi inaugurada no dia 12 de janeiro de 1914, denominada linha da Praia; mas era muito movimentada como meio de transporte por atender a diversas classes sociais, desde os comerciários que trabalhavam nos armazéns da praia e outros estabelecimentos, comerciantes, funcionários públicos da Secretaria da Fazenda, estudantes e famílias que ali residiam até os que moravam nas pequenas casinhas à beira-mar. Apesar de curta extensão, o bonde “Praia de Iracema” fazia o seguinte trajeto: saía da Travessa Morada Nova detrás da antiga Assembléia Legislativa e dobrava à direita na Rua Floriano Peixoto até atingir a esquina da Travessa Crato; entrando à esquerda em frente à Catedral (Sé) seguindo pela Av. Alberto Nepomuceno até alcançar a esquina da Av. Pessoa Anta, onde funcionou por longos anos o “Café Gato Preto”, que depois dos anos 50 passou a pertencer aos “Irmãos Abiatá”.
O bonde seguia pela Av. Pessoa Anta até chegar ao majestoso prédio de alvenaria de pedra lapidada, onde funcionou por longos anos a Alfândega do Ceará e hoje Caixa Econômica do Ceará, esquina com a Rua Almirante Tamandaré, onde entrava à esquerda até alcançar a Rua dos Tabajaras, quando dobrava à direita, chegando ao ponto final na Igreja de São Pedro (lado direito). Ali, estacionava fazendo a última parada.
Na esquina da Rua dos Tabajaras, lado direito, havia o Departamento de Portos, Rios e Canais, que mais tarde mudou para Departamento do Porto e Vias Navegáveis, chefiado pelo nosso muito querido e estimado primo Dr. José Euclydes Caracas, pai do Dr. Hélio e Heliana Mota Caracas e, do lado esquerdo de quem entra na Rua dos Tabajaras - o Departamento de Obras Contra Secas, chefiado pelo ilustre e respeitado Dr. Antero, pai do ilustre Presidente (atual) do Tribunal do Trabalho, Dr. Antônio Carlos Chaves Antero. Havia uma singularidade no terreno onde existiam as casas de dois chefes e, eram inusitadas edificações constantes de vários depósitos de alvenaria em forma de tubo (cone) que serviam para armazenar cimento que vinha do exterior e àquela época ninguém sabia qual a sua serventia.
No início da Rua dos Tabajaras, existiam as melhores casas, das famílias que costumavam veranear na Praia de Iracema ou, às vezes, alugavam-nas para “passar tempo” como se costumava dizer.
De volta, o percurso do bonde era quase o mesmo. Somente à altura da Secretaria da Fazenda fazia uma ligeira curva e seguia pela alameda em frente ao Quartel da 10a Região Militar e entrando à direita na Rua Crato e logo em seguida dobrava à esquerda na Rua General Bezerril defronte ao Departamento de Correios e Telégrafos, seguindo pela mesma rua até chegar na Travessa Morada Nova.
Merece ressaltar que no seu ponto inicial, ou seja, na mencionada Travessa Morada Nova, os passageiros do bonde “Praia de Iracema”, por muitas vezes, ouviam os acalorados discursos dos senhores deputados no plenário, no horário das sessões da Assembléia Legislativa, diferente das discussões que se desenrolavam no Instituto Histórico e Antropológico do Ceará, o qual ocupava a parte térrea (lado oeste) do mesmo prédio, cujos sócios apresentavam suas teses e trabalhos de cunho científico nas diferentes áreas de abrangência do saber humano.
Lá estiveram e ainda estão os expoentes máximos das letras e das ciências, que tão bem sabem representar a nossa cultura, projetando o Ceará no mais alto patamar do cenário cultural do País, como têm dado inequívoca prova de sapiência que dignifica nossa terra, tão bem representada por seus sócios.
O nosso passageiro ilustre do bonde que fazia a linha Praia de Iracema é o insigne desembargador Lauro Nogueira, professor catedrático de Direito Constitucional da Faculdade de Direito do Ceará, autor de excelente trabalho jurídico acerca do “O Parlamentarismo e o Presidencialismo”.
Era casado em segundas núpcias com a Dra. Maria (Menininha) Cavalcante, uma das primeiras médicas do Ceará, especialista em obstetrícia, mãe da Srta. Glorinha Maria Cavalcante Nogueira, residente num lindo “bangalô” de dois pavimentos na Rua dos Tabajaras, 460 que se constituía numa das mais bonitas casas daquele logradouro.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Fortaleza na Belle Epoque
Olha que maravilhoso o Palace Hotel na Belle Epoque
Nessa foto, o prédio luxuoso do Fênix Caixeiral, com escadaria de madeira, grandes salões nobres e sociais
O belo edificio do Banco Frota & Gentil, de 1925
Antiga Alfândega, final do sec XIX
Movimento de carroças na Estacão Central
Fotografia dos membros da Padaria Espiritual, final do sec. XIX
Praia de Iracema, meados dos anos 30
Prédio da Intendencia Municipal
Inicío dos anos 40, vendo-se a Igreja Cristo Rei
Antiga fotografia da Igreja do Pequeno-Grande
Igreja do Pequeno Grande - 1903
Garagem Elite, 1923
Fotografia do Passeio Público em 1907.
Foto raríssima! Beira-mar, final anos 20
Foto rara vendo-se a Praça do Ferreira em seus primordios e a Caixa d'Água
Foto rara e maravilhosa do Passeio Público
Fortaleza, meados de 1930...raríssimo post-card
Final dos anos 20. Rua Barão do Rio Branco, raro postal da Loja Trianon
Faculdade de Direito, início sec. XX
Faculdade de Direito na Belle Epoque
Estacão Central, postal colorizado e antiquíssimo
Escola José de Alencar
Ed. Vicentino, inaugurado em 1912
O magnífico prédio do Cine Moderno
Cine Majestic Palace - Esse cinema possuia cadeiras da Áustria, era sem dúvida um luxo, infelizmente esse prédio não existe mais, foi todo destruido após um devastador incêndio (Na postagem sobre a Aba Fim tem foto da época)
Centro Artistico Cearense - Local da primeira transmissão radiofônica
Rara fotografia da Casa de José de Alencar na Belle Epoque
Cartaz com propaganda comercial da Farmácia Antônio Albano - Fortaleza, 1910
Cartão postal comemorativo da chegada de Franco Rabelo
Campo do Prado, primeiro campo de futebol na cidade, 1927
Campo do Prado, inicio do sec. XX
Campo do Passeio Público, 1904, local da primeira partida oficial
Olha como era belo o Café Elegante
Agora o Café do Comércio, registro de 1908, mostrando a elegância fortalezense
Bilhete Postal - Passeio Público
Agora uma foto do Antigo porto (ponte Metálica)
Antiga Praça da Independência
Foto da Antiga Catedral
Ancoradouro na Belle Epoque
Foto antiga da Aldeota
Fortaleza em 1960
Agora a cidade no ano de 1938
Um belo postal de 1925 da Praça do Ferreira
Ano de 1912 - Passeata em prol da candidatura de Franco Rabelo à presidência do Estado
Ano de 1908 do livro 'Vistas do CE', RFFSA - Estrada de Ferro de Baturité
Também do ano de 1908, 'Álbum Vistas do CE', Rua Visconde de Sabóia - Rua da Assembléia
Ano de 1900 - Casa Bóris, Porto e Alfândega
Ano de 1910 - Presidencial Palace
Ano de 1880 - Avenida Mororó
Essa foto da cidade é muito antiga, pertence ao Arquivo da Aba Film