Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Ponte metálica
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



Mostrando postagens com marcador Ponte metálica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ponte metálica. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Um passeio na história pela Praia de Iracema - Literatura de Cordel (Parte III)




Luís Antonio de Aragão


ANTIGAS MERCEARIAS



Tinha a Maria Biés
Bom Salão de Dança havia
Na Itapipoca, esquina
Aberta da noite ao dia
Todo mundo brincava
E a P.R.E NOVE irradiava
Festas na Dona Maria

Na rua Tigipió
Zé Gonçalves possuía
Uma grande bodega
Clóvis, após chegaria
Homem trabalhador
Era bom vendedor
Tinha muita freguesia

Acervo de Clóvis Acário Maciel

Na Tremembés tinha outra,
Proprietário foi o Simão
SamuelAraújoIvan
Depois, donos com ação
Sarrabulho e Feijoada
Peixe Frito e Panelada
E cachaça no balcão

O Raul já foi bodega
Na Vila Correinha
Hoje é a melhor picanha
Tinha arroz e farinha
Seu Raul trabalhando
O dia todo suando
Criou família todinha

Mercadinho da Dona Edite
De uma mulher de valor
O comércio se instalava
Onde o “São Luís” ficou
Assim, com sensatez,
A mãe do Lincoln se fez
Dos filhos muito cuidou

Tinha Panela, tem Cari
Seu Antonio é bodega
Pereba também é uma
Ao Rui gente se apega
A do grande Aracati
É tudo povo daqui
Tradição não se nega



A antiga Ponte dos Ingleses, antes da reforma dos anos 90. 
Praia de Iracema - Foto de Gentil Barreira

CLUBES ANTIGOS



Famoso clube na Tabajaras
Tinha sede social
Palco de boas festas
Nosso antigo Ideal
Que além de sua beleza
Se tornou em Fortaleza
Famoso cartão postal

Diários também aqui
A nossa Praia viu
Sua sede na Quadra
Ao tempo que existiu
Em todas as idades
Foi, deixou saudades,
Quando um dia partiu



Péricles Moreira da Rocha
Praia Clube dirigia
Tinha Quadra de Esportes
Salão de festas havia
Defronte à Piscininha
E a sociedade todinha
Presente, ali, se fazia



O Jangada Clube ficava em frente onde hoje encontra-se a Iracema Guardiã. Fizeram no lugar um Edifício e colocaram o nome de Jangada Clube, mas já mudou de nome. Arquivo Nirez

Clássico Jangada Clube
Pertinho da João Cordeiro
Fernando Pinto era tido
Amigo do jangadeiro
Velho canhão na entrada
Boca pro mar apontada
Alerta o marinheiro

Arquivo Nirez

Clube do América
Da Praia foi egresso
Lívio Amaro formou
Um time de progresso
Era onde é o Pirata
A localização é exata
O Clube foi um sucesso

Correios participavam
Do certame estadual
No Ararius tinha sede
O simpático Nacional
Que ao respirar nossa brisa
Em muito grande deu “pisa”
O querido time local

Ceará ficou maior
Na Iracema querida
Na década de Sessenta
A equipe decidida
Com sede na Cariris
Levou um de seus Tris
E aumentou a sua torcida

CREPE sempre cheio
Clube da Pernambucana
As pessoas adoravam
A juventude bacana
Cabelos soltos nas testas
Fomos donos das festas
Daqueles fins de semana
Meirelles de Idealzinho

Arquivo Nirez


MassapeenseComercial
Sexta, sábado,fervia
Domingo de matinal
Iracema lá curtia
Pensando que não haveria
Daqueles dias final

Bem na frente dos dois clubes
Boite Madrugada


Churrasco do Cirandinha
“Bibi” e “Muda Tarada”
Ildefonso e Aquidabã
Lá Todo mundo era fã
De Lalá do Carne Assada.




Acervo - Página do Alvorada

ESTORIL E SUA HISTÓRIA

Família Porto começa
História que se fez
Bucólica Vila Morena
Foi feita com altivez
Tudo ia bem na terra
Até a Segunda Guerra
Do homem, insensatez

Veio americano aqui
E logo se admirou
Na guerra era aliado
No local se alojou
Mudando seu destino
Instalando grande cassino
Jogo e festa começaram

Foi For All para todos
Swing e Chá-Chá-Chá
De luta não se falava
Europa era mais para lá
E as garotas Coca-Cola
Todas metidas a gabola
As piranhas do lugar

No final da batalha
Aos portos se devolveu
O prédio feito de taipa
Ali a família cedeu
Para o luso Zé Ferreira
Um português de primeira
Que um novo nome lhe deu

Em Quarenta e Sete
Já chamado de Estoril
De verde e vermelho
O prédio ele coloriu
Com as cores de Portugal
Da bandeira nacional
O Restaurante surgiu

Logo após, Zé Gonçalves
O local gerenciou
E as mãos de Zé Pequeno
Num ano ele passou
Em noventa e quatro o vento
Disse ao mar: “É o momento!”
E o velho prédio tombou

Uma passagem de glória
No Estoril se viveu
Aquele belo local
Fortaleza acolheu
Fosse ele rico ou pobre
Humilde, plebeu ou nobre
Distinção não ocorreu

Neném e Barão gerentes
Bebê a nos atender
Moreira o rubro Limão
Sitônio nunca esquecer
João Gouveia o Baleia
Chaguinha de cara cheia
Ninguém fosse se meter


"Na Praia de Iracema com os irmãos e um amiguinho, Júnior. 

Aviso aos amigos que o maiô também era moda." Vera Coelho

TIMES DA PRAIA ANTIGA

 Na década de Quarenta
Os times de futebol
“Iracema” foi à primeira
Equipe do arrebol
O onze era raçudo
E o Chico Cabeludo
Era o craque do pebol

Houve um time Corinthians
CEPI. Do Eliseu
A equipe lutava
Teve fama e apogeu
No torneio da Aldeota
Foi o melhor da pelota
O Título assim mereceu

RuiFernandinho e Mourão
Partiram CarrimGoiaba,
Mas tem Faço e Baíbe;
FerdinandBadoGari,
LucianoAracati
Zé Branco não se acaba

NacionalFerroviário,
Foi Seleção Cearense.
SportVasco da Gama,
Brilhava o Quixadaense
Santista Olaria
Em Portugal jogaria
Pacoti, o Iracemense.






Crédito: http://www.nehscfortaleza.com/



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Um passeio na história pela Praia de Iracema - Literatura de Cordel (Parte II)



Luís Antonio de Aragão


PONTES

Final Século Dezoito
Paredão Pedro Segundo
Antes das pontes havia
Nos ligava com o mundo.




E lá no Estaleiro ainda
A paisagem é muito linda
Com o “Mara Hope” ao fundo 



Acervo de Tiago Medeiros

Ponte Metálica foi feita
Para ser primeiro cais
No entanto, o mar revolto
Não permitiu, jamais.

Ao largo a nau ficava
Ela nunca atracava
A distância era demais



Acervo Assis Lima

Itaimbé, Itaquicé
Os Itas da Companhia
Alvarengas iam buscar
A cara mercadoria
Visitantes esperavam
Gasolinas chegavam
E todo mundo trazia



O fotógrafo está ao lado da Secretaria da Fazenda (Próximo onde funcionou a firma V. Castro & Companhia), olhando para a Avenida Pessoa Anta (endereço de muitos armazéns da época), tendo ao lado direito o início da Avenida Alberto Nepomuceno. Arquivo Nirez

Pro’s armazéns do Boris
Tinha a Loyd e V. Castro
Não “enricou” quem não quis
Sob trilhos em vagões
Carregam os peões
A riqueza do País

Ponte velha tremia
Ameaçando cair
Os estrangeiros tiveram
Outra que construir
Também não suportou
O mar não demorou
A dos ingleses ruir

Um Cais se conseguiu
Logo depois da Guerra
Mucuripe ondas do mar
Iracema aqui soterra
É bela página virada
De uma história contada,
Um período que se encerra

Catolé lidou nas pontes
Nelas bem trabalhou
Em anos 3 e 26
De tudo participou
Ele dizia: "Meu filho,
Da Ponte até os trilhos
A força do mar levou"
.
Lá do Alto da Balança
Escola de instrução
Por cima da Ponte veio
Pousar um avião
Do Aeroclube seu fundador
Mestre Clésio testemunhou
Esta única ocasião.



BONDINHO E MARIA FUMAÇA




Pelas ruas sempre calmas
Bondinho trafegava
Por sobre os trilhos do tempo
Passageiros se levava
Lá na Praça dos Leões
E em outras estações
O povo desembarcava



Turmas pegavam bochecha
Toalhada era sem dó
O condutor se zangava
A pivetada de cor
Zombava do Motorneiro
Gritava num coro inteiro
Mamãe... Mamãe Dorme só...



Tinha a Maria Fumaça
Que levava os operários
Para a construção do Cais
“Sapeca” com os diários
Pilotava a Cento e Seis
A Vinte Nove e a Três
Nunca faltou aos horários

Diante ao “Ferro de Engomar”
Uma pedra do trem caiu
Groairas com Tremembés
Tudo aquilo a turma viu
Foi a Pedra da Saudade
Ali se previu em verdade
A Praia se destruiu




ANTIGOS RESTAURANTES


Ramon, o espanhol
Tinha belo Restaurante
Defronte ao mar ficava
Tudo se foi num instante
Netuno enfurecido
Pelo Cais construído
No mar fez um levante

O Deus do mar não perdoa
Com ira e inclemência
Soterrou o litoral
Inclusive as residências
A de Ramon desabafou
O velho gringo chorou
Daí foi pra decadência

Sempre após meia-noite
O pontual Zero Hora
Sopa cabeça de peixe
Da Ressaca era a melhora
E dos clubes elegantes
Vinham de perto ou distante
Ver o romper da aurora

Recordando o Tony’s
Lembrando Figueiredão
Sorvete bem gelado
E show com nova atração
Vento trouxe Veleiro
Um “Barco” passageiro
Depois do aluvião

Edifício era o Restô
Ali foi o velho Lido
Monsieur era Charles
Francês muito querido
Após, Alcino ficou
Artistas apresentou
Sucupira muito ouvido



Tucupi com camarão
É gostoso Tacacá
Foi um bar restaurante
Estoril, junto de lá
Comida degustada
Umbelina “mãos de fada”
Viva o povo do Pará

Houve conosco o Nylu’s
Do Nilo que é Holanda
Ninguém esquece Dandão
Coração é quem manda
CaytonGlauberPebinha
GláuciaGueda,Toinha
A família, onde anda?

Se for pra escolher,
Preferisse a Opção.
Vir a ser recebido
Pelo Aroldo Aragão
Não é por ser parente
O homem é competente
Nosso querido “Aroldão”.



VELHOS BARES

Zaírton Gruta da Praia

O bar nunca fechou
Um, Sete, Quatro, Sete, Oito...
Alô, Gruta ao seu dispor
Peixe fresco, água de coco
De tudo tinha lá um pouco
Zairton, Deus levou

Era Beco do Rosalvo
A Canaã do Oliveira
Êta, que cachaça boa
Sempre pura e de primeira
Na hora que o bar fechava
A turma inda chorava
Por mais uma saideira




Ali esteve o Sambinha
Do tamanho d’ um polegar
Uma mulher a Maria
Ela foi dona do bar
Andando lá, gerações,
Cantaram suas canções
Reviver, é bom sonhar

Hoje é Bar Doce Bar
Do folclore parada
Didi é “Prateado”
Dessa Praia idolatrada
Maurício nome marcante
Pra’s mulheres, importante,
É o “Rei da Madeirada”

Bar Doce Bar recuou
No canto foi Gourmezinho
À esquerda do “São Luís”
Eram Lúcia Galeguinho
Getúlio é o dono do ponto
E fato e muito conto
Narra-se sobre o barzinho


No posto tinha o Postinho
Em meio à bifurcação
De José Néri, o Didi
Empresário de ação
O filho Othon chamado
Posto de Iracema tem dado
Trabalho e dedicação



Iara e Raimundinho
Os dois bares da paixão
Aleardo e Titico
Vicente do Violão
Carlinhos Seresteiro
No Acorde Violeiro
Com sua pura canção


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Fortaleza - A Paisagem e as Transformações


Gravura da futura cidade de Fortaleza em 1811

A Fortaleza de São Tiago foi erguida às margens do Rio Ceará pelo português Pero Coelho de Souza, que aportou na região em 1603. O fortim que acalentou o impulso de fixar-se nesta terra tão aprazível, que os portugueses houveram por bem apelidar Nova Lisboa, deu descendência a mais imponentes e estratégicas instalações à margem do Rio Ceará, às quais se chamou Forte de São Sebastião.

Em 1637 o Forte de Martin Soares Moreno é dominado pelos holandeses, graças uma ação conjunta com os índios do Ceará, e transforma-se base mais norte do Brasil Holandês. O forte foi reformado e 1644 é destruído pelos nativos indígenas.

Forte de São Sebastião na Barra do Ceará

Entre 1649 - 1654 os holandeses liderados por Mathias Beck assumem o território e erigem, na Colina Marajataiba, o Forte Schoonemborch e abre uma estrada que ligava o Forte e a Serra da Taquara. Com a saída de Beck das terras cearenses, o forte é rebatizado com a designação católica de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, ao retomarem o poder os portugueses, mormente Álvaro de Azevedo Barreto, que reassumem o controle no promontório do qual se divisava, ao lado esquerdo, o Rio Pajeú e, em frente, o oceano.
Posição que podia assegurar a defesa e a colonização daquela vasta e desolada área, pelas armas, por um lado, e por outro pela religião. Afastados os invasores, o ambiente ventilado também muito ajudou à fixação das gentes. A fartura dos recursos naturais e a beleza da paisagem contribuíram da mesma forma.
  
A grande planície onde se estabeleceu a Vila de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção tem ligeira inclinação para o Norte e criva-se de lagoas rasas e drenadas, na parte central, pelo pequeno (50 km) Rio Cocó e, lateralmente, pelos tributários da vertente oriental do Rio Ceará e da ocidental do Rio Pacoti. Oficializada município por D. Pedro I aos 17 de março de 1823, chamou-se a partir daí Fortaleza de Nova Bragança.
  
Planta de Silva Paulet

Detiveram-se sobre o traçado de Fortaleza, empreendedores como o Governador Sampaio e o engenheiro Silva Paulet, o prefeito Boticário Ferreira e o engenheiro Adolfo Herbster — cuja última contribuição à urbe foi sua Planta de 1888, pomposamente denominada Planta da Cidade da Fortaleza, Capital da Província do Ceará.

Planta de 1888 de Adolfo Herbster

Nos primeiros haustos do século XX, com a participação dos senadores Alencar e Pompeu, o Plano Sousa Bandeira — adotado pela comissão que planejava a concretização de um porto 
marítimo para a cidade — já recomendava que se intensificasse o plantio de grandes parcelas de grama nos morros do Mucuripe, “em toda a extensão da área entre o farol e o Rio Cocó” (LOPES, 1978).

Fotografia da Avenida Aberto Nepomuceno no princípio do século. A Fortaleza

de Nossa Senhora de Assunção ao fundo e a direita. (No detalhe ampliado)


Essas medidas atendiam à ideia da imprescindibilidade de dar-se curso aos trabalhos de fixação de dunas, já que sua mobilidade não interessava ao projeto de dotar a cidade de uma conexão marítima com o mundo. Para o que nos importa, a transformação efetiva da capital já dependia de alterações promovidas na região da Praia do Futuro — tal e qual agora. 

Possivelmente a fotografia mais antiga da cidade de Fortaleza. Se pode ver a linha do trem que ia ao porto. No circulo os baluartes da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Foto Ofipro

O antigo porto situava-se na região central, próximo ao monumento do Cristo Redentor e à Catedral da Sé, hoje próximo ao Poço da Draga e ao portentoso complexo arquitetônico do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, desenhado pelos arquitetos Delberg Ponce de Leon e Fausto Nilo à década de 90. 
De há muito se cogitava construir um quebra-mar sobre os recifes daquele porto e sobre a praia, e de cais ou molhes para acostagem dos navios, bem como o aprofundamento do canal da Barreta. Talvez fosse até preciso destruir parte dos recifes, para aumentar a velocidade das correntes e evitar o assoreamento no porto.

 
Poço da Draga

Antigo porto de Fortaleza

Em 1875, Sir John Hawkshaw propôs a construção de um quebra-mar de 670 metros de comprimento no antigo porto, ligado ao litoral por uma ponte de acesso. Porém, devido às grandes dificuldades para obtenção da pedra necessária às obras, a construção do quebra-mar foi iniciada somente em 1887. A iniciativa foi ainda prejudicada pelo acúmulo de areia, trazida pelos ventos à bacia abrigada pelo quebra-mar. Em 1897, essas obras foram, enfim, suspensas, quando o quebra-mar já alcançava 432 metros.
Com o fracasso do Plano Hawkshaw, as condições de embarque e desembarque naquele porto não mais satisfaziam nem viajantes e nem ao comércio. Retomando o problema em 1908, a comissão chefiada pelo engenheiro Manoel Carneiro de Souza Bandeira procedeu a minuciosa e completa pesquisa, tanto no antigo porto como na Enseada do Mucuripe, realizando levantamentos topo hidrográficos e estudando o regime dos ventos, das marés, das correntes e dos movimentos da areia. 



Data de 1910 a publicação do relatório em que Souza Bandeira apresentava os resultados de todos os trabalhos realizados no Ceará e o estudo elaborado para desenvolver um projeto de melhoria do porto.
Também nessa época, o engenheiro Lucas Bicalho, que dirigia a Inspetoria de Portos, decidiu implementar um outro plano, menos dispendioso, semelhante ao Plano Hawkshaw, que atendesse à condição de oferecer uma suficiente extensão de cais, com até 8 metros de profundidade. O projeto organizado por Bicalho foi aprovado em 1920 e a firma Norton Griffiths assinou o contrato de execução das obras no ano seguinte. Os trabalhos progrediram em 1922 e 1923, mas foram suspensos logo depois, por motivos administrativos diversos.

Viaduto Lucas Bicalho em 1923 - Arquivo Assis Lima


Foto da década de 20. Vemos o Viaduto Lucas Bicalho, conhecido por Ponte dos Ingleses e vários navios. Arquivo Assis de Lima


Somente em 20 de dezembro de 1933 foi outorgada ao Governo do Estado a concessão de uso 
da área por 60 anos, através do Decreto nº 23.606, em contrato registrado no Tribunal de Contas da União.

Em 7 de julho de 1938, o Decreto n.º 504 modificou o Decreto n.º 23.606 e transferiu a localização da construção do porto para a Enseada do Mucuripe. O canteiro de obras para a implantação da infra-estrutura do primeiro trecho de cais instalou-se em 1939. Enquanto isso, a Companhia Nacional de Construções Civis e Hidráulicas - CivilHidro garantiu a incorporação de 426 m de cais acostável às obras do Porto de Fortaleza.


Obras no porto do Mucuripe - Foto Assis de Lima




Obras no porto do Mucuripe - Foto Assis de Lima


Em 1952, foram construídos parte do primeiro trecho do cais de 6 metros e os armazéns A-1 e A-2 no Mucuripe. Em 1963, atracou o primeiro navio — o Vapor Bahia — no novo Porto de Fortaleza. No decorrer de 1964, deu-se a construção do armazém A-3, bem como foram iniciados os trabalhos de construção da estação de passageiros, do muro de

fechamento e do cais com 8 metros de profundidade.

Em 1968, foram inaugurados o armazém A-4, o prolongamento do cais de 10 metros de profundidade e a Estação de Passageiros. O cais pesqueiro foi inaugurado em 1980. 

Em 28 de janeiro de 1982, o píer petroleiro do porto e, em 1984, o armazém A-5. Hoje o Porto do Mucuripe atende a graneleiros e petroleiros, bem como recebe cargas diversas e um parque de
estocagem de contêineres surgiu no contíguo bairro Serviluz, trazendo consigo um grande movimento das carretas que os transportam. 

À parte o(s) porto(s), o derradeiro plano de Fortaleza foi elaborado em setembro de 1932, na gestão do prefeito Tibúrcio Cavalcanti, que, por razões financeiras, não o pôs em ação. O plano recebeu acréscimos da equipe da administração seguinte, de Raimundo Girão (1933-34), porém apenas no início da década de 40 o então prefeito Raimundo de Alencar Araripe restauraria a Comissão do Plano da Cidade — que tentaria, finalmente, efetivá-lo.


Crédito: Marco Antônio Krichanã da Silva


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: