Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Vila São José
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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terça-feira, 22 de novembro de 2016

Ordenamento urbano e a saudade...




A cidade de Fortaleza surge em meio a percalços, quando arruadores, agentes municipais eram incumbidos do cumprimento, fazendo realidade o Plano Diretor deixado por Antônio José Silva Paulet, conforme registros da administração do Senador Alencar (1834-1837), a quem a cidade deve imensamente, estava atribuída também à fiscalização do Presidente da Câmara, o Boticário Antônio Rodrigues Ferreira. O mesmo colocava a filantropia em primeiro e, política em segundo. 
Morando em um casarão, quando em Fortaleza chegou, sua casa que era de três portas, não dava para atender a demanda de pessoas enfermas, e foi com esses méritos que o mesmo já havia caído na graça do povo. A Fortalezinha crescia e se urbanizava com hercúleo esforço. A Capital da Província praticamente ficou plana, apesar de ser erguida sobre morros. A rua da Amélia (Senador Pompeu) das areias na Praia Formosa vai à tangente até as primeiras serras na hoje Região Metropolitana. 

Rua Senador Pompeu em 1940. Arquivo Nirez 

Praça do Ferreira em 1910. Destaque para o Café Iracema.

Nós fortalezenses tivemos a felicidade de ter edificações, mesmo passada por modificações as mais diversas. Tomou a feição dos arquitetos e da edilidade logo em suas primeiras casas quando foram feitas. No sentido de acomodação sempre obedeceu uma estética, devido a traçados dos arruadores primitivos. Do chamado coração da cidade (Praça do Ferreira), observam-se as quadras de ruas que foram elaboradas por Francisco de Paula e Adolfo Herbster, e as pessoas nos dias de hoje passam despercebidas pelo Centro fazendo compras, com cuidado nas bolsas e objetos manuais e/ou então reclamando da notória promiscuidade, principalmente da Praça José de Alencar, cujo patrono vive sentado por se tratar de um logradouro que não tem sossego. 

Antigas edificações de Fortaleza

Já é tempo da Gestão Municipal de Fortaleza, juntamente com o Estado tomarem providências quanto ao rejuvenescimento desses locais, senão o Centro vai morrer. Aí minha mente volta para minha VILA SÃO JOSÉ, em que alcancei muitas quadras ajardinadas que o Coronel Philomeno, talvez em suas andanças pelo Passeio Público, resolveu dar como lazer duas pracinhas dentro da própria Vila aos seus inquilinos. Nós a chamávamos de Avenidinhas, em numero de duas. O matagal ainda existia noutras quadras não divididas, e tinha o Campo de Baturité para partidas de futebol de subúrbios (ainda assisti partidas entre Usina São José X Usina Ceará, Messejana X José de Alencar, dentre outros). Tivemos um lado de infância selvagem, pois, até nossa comida era feita no local, tendo como combustível cascas de castanhas que levávamos para os matos, oriundas da lixeira da Caju do Brasil - Cajubraz, que subtraiu nosso espaço em 1966. 

Vista da cidade no início dos anos 40.

A cidade e seu traçado. Nesse postal, temos uma vista aérea parcial do Benfica nos anos 30, com destaque para a Avenida da Universidade (à direita). 
Acervo MarcosSiebra 

Restaram as quadras do Bar do Seu Telles com vários pés de Jurubeba, cujas raízes fazíamos lambedor para não gripar. Olhando para o Oeste e na diagonal uma estrada para pedestre que nos conduzia a Casa Machado e a mercearia do Seu Abelardo, point da bebida Blimp, Crusch e Grapette. Depois meu pai me dava umas porradas. Era fiado na conta dele. Hoje, chego à Vila e a impressão é que estou noutro local nunca visto. Casas diferentes, as ruas estreitaram e as quadra todas ocupadas, sem nada para apreciar. A infância passa rápido, a mocidade é transitória. Agora é se preparar para a velhice, afinal, quando ela chega é permanente. Todos querem envelhecer, mas ninguém quer ficar velho. Cada coisa pertence ao seu tempo, só restando evocar as ultimas palavra de José de Alencar no romance Iracema: “Tudo passa sobre a terra”.


Leia também:

Ruas e praças de Fortaleza


Colaborador: Assis Lima

Ex-Ferroviário, Assis Lima é radialista e jornalista.
Idealizou e mantêm o Blog Tempos do rádio


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domingo, 6 de novembro de 2016

Jacarecanga - Até seu solo faz história



PRÉ-HISTÓRIA DA VILA SÃO JOSÉ NO JACARECANGA 

A mata verde e viçosa ornamentada pelo espetacular voo da garça branca era cortada pelas límpidas águas do Rio Jacarecanga, que descendo como afluente das Serras de Pacatuba e Maranguape, ia desaguar na praia do Pirambu, nas terras que pertenceriam aos Moraes Correia. A única interferência do curso destas águas era um morro que, topograficamente localizado segundo manuscritos do Ceará Colonial, em local onde passa a Via férrea. Lenda ou não, a Sesmaria levou o nome de Jacarecanga de onde se extrai Jacaré + Canga= Cabeça de Jacaré, do Tupy Guarani. A história ou estória narra que os indígenas faziam canoagem ou a nado, diziam: “Vamos para a cabeça do Jacaré”, que era o morrinho no centro das águas. O liquido precioso era volumoso e profundo, com perfeitas condições para caça e pesca.

Avenida Francisco Sá

Largo do Jacarecanga - Praça Gustavo Barroso (Do Liceu)

A vegetação era do tipo flora alimentícia. Acredita-se que os indígenas remanescentes de Jacaúna plantavam lavoura de sobrevivência. O manguezal, cajueiros, Oiticica, Juazeiro, pé de mamão, graviolas e o pastoreio (animais de serviço como cavalo, jumento não fazem parte da fauna brasileira). A partir de 1700, começaram as invasões e aí a história tomou outro rumo, aí sim apareceu animais de serviço e domésticos. Os nativos ou viravam escravos ou eram exterminados pelos famigerados exploradores (não chamo de colonizadores). A primeira coisa que fizeram foi recrutar via escravidão, os indefesos contra armas de fogo para trabalhos forçados. Aí o meio ambiente começou a sofrer impacto ambiental. A primeira via construída no Jacarecanga Colonial, foi a carroçável Estrada do Jacarecanga ligando o litoral a uma primitiva Taba que, após ser destruída como se fosse uma espécie de quilombo, se chamaria Largo do Jacarecanga (hoje a Praça Gustavo Barroso, do Liceu). Lá começou a se estabelecer as famílias de posse. Depois, os ancestrais do Coronel Antônio Joaquim Carvalho se empolgaram e abriram também com mão de obra escrava outra artéria ligando suas terras também a esse Point da Nobreza. Era a Estrada do Urubu, que fora aproveitada a partir de 1815 para as construções dos Lazaretos de Jacarecanga e Lagoa Funda. É atualmente a Avenida Francisco Sá. Esse foi nos primórdios o primeiro atravessamento que sofreu o Rio Jacarecanga, com a presença de alvarengas para oferecer condições de travessia de carroças e charretes, e o cocheiro que se virasse, pois, o Coronel nem se mexia. A história remota assim.

 
Avenida Filomeno Gomes

Avenida Francisco Sá

O Jacarecanga foi explorado e a posteriori provou que sempre existiu a Aristocracia e o Proletariado. Vocês já repararam que os casarões da Avenida Philomeno Gomes e Francisco Sá já respiraram ar de Belle Époque? Assim como existe duas Fortalezas, existem dois Jacarecangas. O tempo tem resposta pra tudo, mas foi o Rio que fez com que percebêssemos tudo isso. A parte alta é a lembrada, porque somos quando estamos. O Coronel Philomeno Gomes adquiriu essas terras no primeiro quartel do século XX. Homem visionário, apesar de rígido com seus subalternos, construiu a Fábrica Gomes & Cia Ltda em concomitância com a Vila operária. A Usina São José na parte alta e a Vila na baixa, cujas conclusões datam de 1926. Agora, convém salientar de que originalmente a Vilazinha não era essa que lá está. A Vila São José no exordial era umas casas formando um L, ou seja, as Ruas Maria Estela e Isabel. Ficou muita vegetação nativa, com uma arborização impressionante. O lençol freático era cristalino e tinha um chafariz (o primeiro) onde em 1917 passaria a Linha Férrea de Sobral; Tão bom era o liquido, que recebeu o batismo de “Poço de São Jacó”. Com a urbanização da cidade que ainda hoje avança numa velocidade tremenda, o Rio Jacarecanga foi estreitando devido a perca de volume d’água e depois veio à poluição, sendo complementada em 1934 com uma ponte sobre o Riacho pela Avenida de 5 de Julho (Francisco Sá) e aí veio o descalabro. O frescor da natureza foi sendo reduzido.

 Fábrica São José

 Escola de Aprendizes Marinheiros

 Jacarecanga e a Escola de Aprendizes Marinheiros nos anos 50. IBGE

A Escola de Aprendizes Marinheiros de nossa Marinha do Brasil já havia chegado em 1908, ocupando o terreno do Curtume do agropecuarista Francisco Lorda e, o matagal da parte baixa ao oeste do Rio foi ocupado com residências. O Coronel Philomeno mandara construir em 1946 um segundo lote de casas, e foi nesta fase de construção que com mão de obra não qualificada, MEU SAUDOSO PAI VALDEMAR ALVES DE LIMA, matuto do Município de Jucás, semialfabetizado, nascido no Sítio Peixe em 1924 lá chegou. A Vila São José é assentada sobre a maior riqueza ecológica da Fortaleza Colonial. Vegetação nativa, lavoura de sobrevivência, comunidade pacífica e água à vontade.
 

"Jacarecanga, Jacarecanga um Rio que fez o Bairro nunca mudar de nome. Até seu solo faz história. Lá está a minha Vila São José, embora mutilada, mas ninguém pode negar seu passado. É meu berço."

Assis Lima


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Relembrando as tertúlias da Vila São José – Jacarecanga



A dança caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos ritmados ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela. A dança é uma das três principais artes cênicas da antiguidade, ao lado do teatro e da música. No antigo Egito já se realizava as chamadas danças astro-teológicas em homenagem a Osíris. Na Grécia, a dança era frequentemente vinculada aos jogos, em especial aos olímpicos. Pois bem, duas coisas são indeléveis no curso de nossa vida. Essas gravações devem-se as energias sensitivas da audição e do olfato. Traduzindo são coisas marcantes: Perfume e música, em que eu evoco uma combinação feliz do maior brega/chique do Brasil Waldick Soriano, quando gravou a música “Perfume de Gardênia”. 


Mas vamos lá. O bom é que na época das tertúlias, as moças e os rapazes se afinavam e dançavam até, por todo o tempo pela combinação de essências. Muitos se queixavam de rejeição ao convidar uma menina, mas tinha lógica, o cabra usava perfume feminino e a pessoa se sentia como se estivesse com alguém do mesmo sexo. Mulher também não deve usar fragrância masculina. Sabiam que isso funciona no psicológico? Agora, não existia nesses bons tempos nada de marcas famosas tais como hoje, com fragrâncias passando da casa dos R$ 100 (Cem reais). Apesar de eu me esforçar pelo meu Malbec, anos atrás, pelo menos minha loção pós-barba era leite de colônia, e o creme de cabelo era o Trim. É o novo! As calças eram boca de sino, blusão por dentro, e o medalhão só perdia para o Erasmo Carlos. Não se fumava dentro do recinto onde a luz negra tornava a sala um escurinho de cinema. Quem quisesse acender seu Hollywood, Minister, Albany, Charm, Marlboro, Consul, Camel Filters (o mais caro) ou até mesmo o Continental, deveria sair para a calçada e após o uso, chupava Piper ou azedinho para mudar o hálito. 




Caramelo do Zorro e Negrito eram chocolates e pregavam nos dentes. Chicletes Adams, Ping Pong, Ploc... O Manuel Pé Cagado levou um spray para se amostrar, e a válvula estourou quase cegando uma menina, e tome vaia. As casas mais tradicionais em cederem espaço para as tertúlias era a residência do Tutuca (Elenilson), da amiga Ilná e a Tayse que já ficava na Avenida Francisco Sá olhando para o Saps. Tayse era namorada do Magão que morava na casa do Artur, zagueiro do Ceará Sporting Clube na época (1973), rua Coronel Philomeno Gomes nº 26. 
A publicidade da tertúlia era notória, pois, o anfitrião saía nas casas solicitando por empréstimo, discos de vinil. Portanto era nossa parceria, bem como ficar próximo da vitrola para ficar virando e sequenciando as músicas. Como a dança era de cerca de três horas, nunca uma música era repetida. Na rua já ouvíamos Roberto Carlos: “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, “A Distância”, “Maior que meu Amor” ,“Amada Amante”; Os Pholhas: “I Never Did Before” (Nunca Fiz Antes); Roberta Flack: “Killing Me Softly” (Me Matando Suavemente); Stevie Wonder: “You Are Sunshine Of My Life” (Você é forte luz em Minha Vida); Demis Roussos: “Forever And Ever” ( Sempre pra sempre); The Fevers: “Mar de Rosa”, “Vivo a Sonhar com Você”, “Ninguém Vive sem amor”. Tinha também músicas eróticas como “Theme Love Airport”  (Tema romântico do Aeroporto) com Vicente Bell; “Nuvens, Amar Sonhar Sofrer”, JET´AILME... mol non Plus Erótico (Eu Te Amo em francês) e por ai ia... Todos os bailes da Vila São José eram na própria vila, com exceção do Carnaval e Natal que era no Clubinho Marcílio Dias, na Avenida Philomeno Gomes, por detrás do Cemitério São João Batista, depois do muro da Fábrica de tecidos
Quem é que queria saber e, também não podíamos! Náutico Atlético Cearense, Maguary, Diários, AABB, Clube de Regatas nem mesmo os clubes suburbanos que desapareceram, como podemos citar: O Uberlândia no Padre Andrade, Secai no Pirambu, Carlito Pamplona na Avenida Pasteur, Grêmio Recreativo dos Ferroviários na Francisco Sá, Internacional no Monte Castelo, Romeu Martins no Montese e o de Antônio Bezerra. Não, todos ficavam na Vila São José, porque aquele pedacinho tinha tudo de bom!



No escurinho, a gente combinava para chocar um casal com outro.  Se a jovem esboçasse desconforto, ficava como estava, mas do contrário a quentura do corpo (pinar mesmo) tornava mais gostosa a dança. Eram assim as tertúlias. A única despesa que tínhamos era quando o calor se intensificava e nos dirigíamos ao Bar do Chico Lima e/ou do Seu Telles para comprar refrigerantes como Blimp (sabor Limão), Crush (Laranja de verdade) e Grapette (Quem bebe repete). Os dois incidentes de que eu me recordo, foi na casa de um em que a Conefor (atual Coelce) no dia da festa cortou a luz pela parte da tarde. Nada se podia fazer porque era sábado. No outro incidente que também não vou mencionar o nome, foram fazer festa e nos deixaram de lado, trazendo gente estranha, querendo serem os "Reis da Cocada Preta". Fomos ao jardim do Seu Panchico e tiramos todas as pimentas malaguetas de seu jardim/hortaliça. À noite ao chegarmos na festa sem convite, discretamente soltamos pimenta ao chão. Daí começou a espirradeira e coceiras nos olhos e a festa acabou. Então veio a colheita desta travessura de mau gosto. Seu Panchico foi ao Padre Mirton Lavor, pároco da Igreja dos Navegantes e cabuetou (A brasileira) essa travessura. No sermão de sábado à tarde, ele baixou o Pau dizendo que “quem entrasse nos jardins alheios sem permissão, era ladrão e salteador”. Todos baixamos as cabeças. Aí os tertulianos ficaram bonzinhos. Quem achou ruim foram algumas meninas sapequinhas, mas nós que levamos o arregaço do sacerdote, passamos a obedecer ao para-choque de caminhão: dançando “mantendo a distancia”.  Depois as Tertúlias foram substituídas pelas discotecas e deu advento ao Rock não prestando mais... Por isso digo que 1º de novembro é o dia dos homens: “Dia de todos os santos”. kkkkkkkkkk

Bônus:

O Milionário com os incríveis não podia faltar!!! :)
Foi lançada em 1969 mas foi até o fim das tertúlias nos anos 80.

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Vila São José - Jacarecanga


Colaborador: Assis Lima

Ex-Ferroviário, Assis Lima é radialista e jornalista.
Idealizou e mantêm o Blog Tempos do rádio


terça-feira, 27 de setembro de 2016

E o trem nunca mais voltou...


Posto Clipper - Arquivo Assis Lima

Mercadinho ao lado da via férrea e o budegueiro Ozanan

Não sabemos se o Sr. Ozanan havia sido na década dos anos 50, morador das Vilas São Pedro ou São José. O que sei é que o mesmo estrategicamente procurou aquele ponto para negociar. Seu comércio ficava na esquina setentrional das ruas D. Maroquinha e Adolfo Campelo, vizinho a Dona Amália, mãe da Vela Branca, sua filha que nunca soubemos o nome, mas sua pele era antagônica ao sol. A residência do seu Ozanan era na rua Tereza Cristina, defronte ao Templo Central da Assembleia de Deus, no Centro.
Acredita-se que ele foi um dos pioneiros naquele pedaço, no ramo de comércio varejista, e foi concorrido pelo Abelardo sapateiro na Vila São Pedro, na beira da linha olhando para o portão principal da fábrica “Casa Machado”. Abelardo era um viúvo, e mantinha um caso com a também viúva D. Ana, casal engraçado, que nem banguelo comendo farofa. Não saía nada...

"Cruzamento da Av. Fco Sá com o lado da praia (atrás do fotógrafo) rua Jacinto de Matos e a esquerda da foto, Início da Av. J. Bastos. No local do "paredão" à direita hoje existe a Av. Jatahy e os trilhos existem somente até esse ponto pois era a antiga linha sul, hoje parcialmente desativada." Alex Mendes
Foto do acervo Assis Lima

O comércio do sapateiro entrou em decadência. Quando meninote fui lá pela primeira vez, consertar uma sandália de meu pai. As prateleiras empoeiradas com o correr dos anos, mas restando garrafas de refrigerantes vazias, tais como as do Crush, Grapette, Blimp, Guarasuco, Taí, Wilson e Kciki. Ainda posso me lembrar das também de cachaça: Bagageiro, Douradinha, Ypioca e Pitú.

Relembrando o Kciki e o Crush em fotos do Brazilian Beatles em Fortaleza nos anos 60. Acervo Aderbal Nogueira


Entre o Seu Ozanan e o Abelardo, existia o Mercadinho que ia da rua Adolfo Campelo até a Avenida Francisco Sá. Tinha três partes, sendo uma ao ar livre e duas em galpões.
Na parte ao ar livre se vendia animais vivos, galinhas, caprinos e porcos. No recanto noroeste do ar livre tinha o carvoeiro, ou seja, venda de carvão. O despachante era seu Manoel cara preta kkkk não me pergunte por que rí. O muro divisor do mercadinho com a vila São Pedro na beira da linha, era baixo e aí se via o quintal das casas.
O segundo pavimento, tinha uma forma de cruz com quatro comércios. O primeiro era o Sr. Arteiro, o homem do “Hoje Não”, isso porque muitos iam lhe falar fiado. Do mesmo lado tinha o restaurante da mãe do Cristóvão, meu colega de Grupo Escolar Sales Campos (ah! Depois falo do Grupo). Os outros comércios deste segundo pavimento, confesso não lembro. No primeiro pavimento ficavam as carnes verdes, peixes, sarrabulho, panelada e no canto a bodega do pai do Pimpão.


Pelo lado de fora, já pela Avenida Francisco Sá, tinha o mercadinho dois portões de ferro tubular de cor vermelha. Existiam três bares/restaurantes. Um era do Chico Lima, o do meio era o Esquisito Caladinho e o da esquina já beirando os trilhos, o famoso Caldo do Françoá, pai do Hélio queixo de tábua. Esse era o movimento comercial, na entrada principal da Vila São José, onde tinha na Avenida Francisco Sá, uma das principais paradas de ônibus no sentido Oeste das linhas que não eram do Jacarecanga.
As linhas eram Santa Maria via Vila Ellery, Gomes Passos = Nossa Senhor das Graças; Coelho Fonseca = Vila Santo Antônio; Floresta = Álvaro Weyne, Jardim Petrópolis = Goiabeiras/Regatas, Tyrol via 7 de Setembro, Brasil Oiticica Indo ao Carlito Pamplona, Jardim Iracema e Barra do Ceará indo aos 7 prédios.



Agora lamento: Seu Abelardo e seu Ozanan já nos deixaram. O mercadinho, já promíscuo passou por reformas na Administração Vicente Fialho, mas os permissionários não acharam mais interessante. Neste hiato da reforma, surgiram na Vila São José vários comércios.
Atendendo reclames, a Prefeitura vendeu este patrimônio por via legal, e as residências do Pedro Philomeno não suportaram a especulação imobiliária. Foi tudo ao chão.
Só restou daquele pedaço o Posto de Gasolina Clipper que, depois mudou de nome. A Firma Machado desapareceu, e ficou por pouco tempo uma parte mutilada da José Pinto do Carmo.
Até o trem vendo essa lamentável destruição, sentiu tristeza e foi embora e nunca mais voltou, nem eu também."

Assis Lima


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Vila São José


Colaborador: Assis Lima

Ex-Ferroviário, Assis Lima é radialista e jornalista.
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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Reminiscências da Avenida Francisco Sá - Jacarecanga



Jacarecanga -  Acervo Assis Lima
 
"A avenida Francisco Sá no final do Século XIX era um estreito caminho, que nascia ao noroeste do campo onde seria a Praça do Liceu. Após a ponte de madeira que transpassava o navegável riacho Jacarecanga, existiam à beira da carroçável estrada Oeste, três artérias: a que se dirigia ao Lazareto* do Jacarecanga (Hoje rua Adriano Martins esquina com Adolfo Campêlo); a segunda ganharia vida com a seca de 1932, quando os retirantes desordenadamente ocuparam o solo, que se denominou o hoje populoso bairro do Pirambú, cujo incremento social deveu-se ao Padre Hélio Campos; e a terceira artéria dava para um segundo lazareto que era o da Cacimba Funda, na hoje rua Hélio Campos esquina com rua monsenhor Rosa. Continuemos na estrada Oeste, cujo fim era na cerca da propriedade do Coronel Antônio Joaquim de Carvalho (atual Dr. Theberge). Ao lado e no fim dessa fazenda que já se chamou Jardim Petrópolis, foi construído um aterro sanitário popularmente conhecido como rampa, já que o forno crematório de lixo no bairro Matadouro (Otávio Bonfim) havia sido desativado. Todos sabem que lixos atraem urubus, e assim para toda aquela região, surgiu a nomenclatura “Bairro do Urubu”. Exemplos da popularidade contagiante foram percebidos quando: A Rede de Viação Cearense RVC inaugurou em 1930 seu parque de manutenção mecânica, e foi batizada de “Oficinas do Urubu”; igualmente, a Rádio Iracema de Fortaleza quando começou a irradiar em outubro de 1948, a estação transmissora foi instalada nas dunas do Urubu. Sendo assim, a Estrada do Urubu em 1928 passou a denominar-se Avenida  Demóstenes Rockert, cujo empedramento foi inaugurado aos 28 de junho de 1931 recebendo o nome de 5 de Julho

 A ponte ainda de madeira em foto de O. Justa

Construção da Ponte em concreto (antes era de madeira) sobre o Riacho Jacarecanga.  Acervo Assis Lima

 Avenida Francisco Sá - Acervo Assis Lima

O povo de Fortaleza já podia transitar em duas mãos do Jacarecanga até a Barra do Ceará, onde na época pousava os hidroaviões. Em 1936, ocorrendo a morte do Ministro da Viação e Obras públicas, Engenheiro e ex-Senador pelo Estado do Ceará Dr. Francisco Sá, posteriormente essa importante via recebeu o seu nome. Andar pela Avenida Francisco Sá é respirar um ar de aristocracia, afinal a Aldeota ainda era o Outeiro, o Bairro Dionísio Torres se resumia numa grande fazenda onde os coqueirais dançavam na brisa da velha Estância Castelo e o Meireles era um aglomerado de moradores simples e que resistem as especulações próximas ao Campo do América

Avenida Francisco Sá - Acervo Assis Lima  

 A Estrada do Urubu (Avenida Francisco Sá) à partir de 1939. A pavimentação asfáltica se deu em 1965. Acervo Assis Lima

 Casa de Pedro Philomeno Gomes ficava na esquina noroeste do cruzamento da Avenida Francisco Sá com a hoje Avenida Filomeno Gomes. Terreno à direita. Arquivo Nirez

 A casa de Pedro Philomeno vista da Avenida Francisco Sá.

Saindo da Praça do Liceu em rumo à Barra do ceará, quem não se lembra da mansão do Pedro Philomeno? Da Vila Quinquinha residência do empresário Oscar Pedreira com a garagem de seus ônibus? Do riacho Jacarecanga (ainda limpo); do SAPS, SAMDÚ; da Autoviária São Vicente de Paulo e o Mercadinho Público na beira da Via Férrea de Baturité? Após a passagem de nível, tínhamos a Fábrica Baturité (Depois José Pinto do Carmo), a Casa Machado, Alumínio Ceará, Brasil Oiticica etc. 


A Autoviária São Vicente de Paulo criou a linha “Francisco Sá”, cujo final do percurso era onde foi construído o Hospital Infantil. Estas são algumas saudades. A avenida Francisco Sá que compreendia da Praça do Liceu até os sete prédios da Barra do Ceará, era uma única artéria de Fortaleza com três cruzamentos com a via férrea. A primeira era no Jacarecanga; a segunda no Bairro Carlito Pamplona e a terceira no Urubu que seguia como ramal ferroviário da Barra, e que fora erradicado em 1954. Menino parece que enxerga melhor que gente grande; vez por outra trafego nesta avenida, e já cinquentão, não vejo mais nada disso. Nem mesmo a casa da vovó Ester defronte ao desaparecido SAPS. Eu não era neto daquela anciã, apenas com outros colegas de infância também moradores da Vila São José, tirávamos caju do seu sitio sem sua permissão, levando vez por outra carreira do seu caseiro. "

Assis Lima
(Radialista/Jornalista)


*Lazareto era como se chamavam os prédios que, abrigavam isoladamente os pobres com doenças transmissíveis e muitas incuráveis para à época tais como o Cólera, lepra e tuberculose. Ainda não tinha sido construído o Hospital da Misericórdia, hoje a Santa Casa. O da Vila de Jacarecanga foi inaugurado em 27 de maio de 1820, apesar de ser iniciado sua construção e funcionamento precário desde 8 de junho de 1814. O Galpão fora erguido ao Oeste do Riacho Jacarecanga.


sábado, 17 de setembro de 2016

Vila São José - Jacarecanga



Vila São José - Jacarecanga- Rua Maria Luiza -Casas construídas para trabalhadores da Fábrica São José. (Leia o comentário ao final do texto)

NOSTALGITE 

"Hoje amanheci com saudade da minha Vila São José, no ex-aristocrático Jacarecanga. A Vila como era popularmente conhecida, em cada casa era a extensão de outra, pois, seus primitivos moradores eram como uma família. Existiam grupos, mas não com sectarismo nefasto, ou rivalidade indígena tal qual Fortaleza x Ceará com torcidas organizadas. Existiam quatro entradas para a Vila São José, a Vivenda operária da fábrica de tecidos do Cel. Pedro Philomeno. A primeira era no beira linha, onde se passava defronte a Usina São José (fábrica). Os slogans eram Redes Philomeno “Durma bem e Viva Feliz” e o outro era: Toalhas São José enxugam e não molham”. Já ia mudando de assunto...

Vila São José. Meus primos Victor e César e vizinhos - Cruz Júnior

A outra entrada para a Vila era a Rua Monsenhor Dantas, aí existia um ar de aristocracia: Casa do Acrisio Moreira, e muitos bangalôs e na beira da ponte sobre o riacho Jacarecanga, no lado sul mato, leste a vacaria do Véi Alves e no oeste a cacimba do Cirilo que poucos sabem da historicidade daquele cacimbão: abastecia o Lazareto de Jacarecanga no segundo quartel do século XIX. A terceira entrada para a Vila era na Rua Adriano Martins que tinha o Campo de Baturité e finalmente a quarta que era a Rua Dona Maroquinha, homenagem à mãe do Coronel Dono de tudo. O Ícone de entrada era a caixa d’água do Seu Telles, mas antes apreciávamos as quadras que em 1965 uma foi ocupada pela Cajubraz, e na esquina da Rua Adolfo Campelo a bodega do Seu Ozanan. Por detrás ficava o Mercadinho e a Vila onde morava o Abelardo Sapateiro. Era maravilhosa a Vila São José que eu vivi. Os moradores ou eram operários e funcionários não subalternos da fábrica, ou funcionário público indicados por políticos, que respeitavam e tinham amizade com o Cel. Philomeno. 

 
A Fábrica de tecidos São José em 1957. IBGE

O Deputado Dorian Sampaio foi morador desta vila. Tinha perifericamente dois canteiros que receberam o nome de Avenidinhas, e tinha pés de castanhola. Os mais velhos, respeitavam as brincadeiras dos meninos. Hoje quando palmilho em meu berço, não vejo mais nada. Moradores antagônicos, crianças abandonaram brincadeiras de roda, para conversas infanto-juvenil virtual que é um perigo. A fábrica fechou em 1976, e com ela foi uma emigração social. Por onde anda meus colegas de infância? Sei que alguns já nos deixaram, como o Paulo pionque, Glauco Cueca, Jesus pea de fumo, Elder, Eldair e Messsim (precocemente) , Zé Maria das raias... Os de mais idade: seu Zé Bento, Telles, João Lima bodegueiro, Fernando de Branco, Clebão, José da Mundoca, e tantos outros. Ah! Encontrei o Miltão e seu irmão Ivo em Beberibe. Há! Vila São José, muitos de teus prédios deixaram de existir. Não existe mais as casa de sua entrada primitiva, até a casa que nasci foi ao chão. O barulho do trem que passava por ali foi ao silêncio. Só tem trem agora para Caucaia e passa por onde existia a mercearia do Edmilson. Já já eu falo mais sobre Jacarecanga..."

Assis Lima
(radialista)


Foto publicada no jornal Tribuna do Ceará em junho de 1967. Acervo Lucas

"Essa é a casa de Dona Isaura que era viuva de um mestre de linha da RVC. Na divisão das linhas Baturité e Sobral ficava a Mercearia do Edmilsom. A casa que fica no canto era da família do Gregório, cujo Dono trabalhava na Fabrica Arakem. O Francisco e o Sérgio Gregório estudaram comigo no Grupo Escolar Sales Campos na Entrada do Bairro Pirambu." Assis Lima

Localização da casa hoje:

A primeira foto é o local onde ficava a extinta casa e a segunda num ângulo mais distante - Assis Lima

Acervo Lucas

"Esta visão é de quem está na via férrea. Esse ferro era para evitar tráfego de carros. As pedras toscas soltas não era obra e sim devido ao desnível.Esse é o Início da rua Monsenhor Dantas. Lembra que eu falei das quadras e que uma fora ocupada pela Cajubraz? Então, aquelas paredes é da Cajubraz, que transversalmente passa a rua Dona Maroquinha seguindo à direita da foto para a Avenida Francisco Sá."  Assis Lima 

A fábrica no auge (Arquivo Nirez) e na decadência (Alex Mendes).

Bônus:

Vídeo da Fábrica São José.
Crédito: Philomeno Gomes Jr.
Agradecimento:Isabel Pires





A molecagem e os tipos populares da Vila São José - Jacarecanga

"A Vila São José não sei hoje, mas era um povoado moleque algo típico da cultura cearense. Era uma comunidade cômica, onde poucos eram conhecidos pelos verdadeiros nomes. Apelido tinha que ter, senão não era da Vila. Dentre os que eram apelidados, o que mais se destacavam tornava-se tipo popular. Ah! Que saudade daqueles anos de 1960, início dos de 1970 (A Fábrica de tecidos fechou em 1976). Dos que minha memória ainda não apagou, posso me lembrar do Bico de Papagaio (Videlmon); Maluquinho (Wilson); Cueca (Glauco); Fede a C....(Pereirinha); Fifi (Carlos); Piongue (Paulo); Morcego (Jorge); Manteiga (Marcos); Quinquim (Francisco); Patola (Fábio); Bambulê (Dedé da Raimunda); Burraldo (Seu Lázaro); Pirulito (Assis, eu); Saquim de Arroz (Olavo); Feijão (Flávio); Lery (Marquim); O Morte (Moisés); Passão (Pedro); Osso da Pá (Seu Valdemar); Orelhão (Ricardo); Tapioca (Elias); Ceroto (Eduardo); Geladeira (Waldir); Cabeção (Oto); C... de Grude (João Negão, sem racismo); Pé Cagado (Manuel coiote); Fala Fino 1 (Cesinha); Fala Fino 2 (Carlito); Boca de Fumo (Luís) lembrando que, nada de coisa ruim como hoje, era porque ele falava mascando. Prosseguindo... Irmãs Maisena; Pajeú (Nancy); Malagueta (Cesar); Bocão (Tito); Vai Pra Merda (Edvar); Batata (José); Chico Tripa (Francisco); Bocora (Francisco); Pé de Pato (Jose); Prego Nu (Hélio); Filho da Mutuca (Vandir); Os doidos Marcos e Vera, mas eram mentalmente saudáveis, apenas com atitudes atípicas. Muduba (Edilson); Dibanquinha (Lucia); Zambeta (Elisabete); Japonês (Cesar); Jumento (Charles); Patino (Valdemar); Dedão (Alsenete); Macacão (Francisco do Seu Antônio Perna dura); Bacurau (Jorge); Klebão Alma (Kleber); Boca de Piano (Antônio); Colorau (Jorge); O Sal (Seu João); Wanderléia (Dona Elsa); Zé da Mundoca (Seu José); Patola (Fábio); Castanha Preta (Jorge); Quinha (Francisca); Boneco (José); Chico menino nu (Francisco); Cajuina (Toinho); Cara de bêbado (Valter); Bebida Falsa (Quincas); Canário (Geraldo), e três que nunca soubemos o nome: Ourivinga, Firme e o Ziquilino. Agora se tornaram personagens populares, na Vila São José, nessa parte pobre do Jacarecanga, e eu me orgulho de hoje ser Jornalista, Turismólogo, ferroviário de carreira, e vivo nas ondas do Rádio, vindo desse proletariado, e não da Aristocracia das ruas e entorno da Praça do Liceu/Guilherme Rocha/Francisco Sá. Vamos com os personagens: Edgar cara de gato, Chiquim perna de Alicate; Ana chupa dedo; Loudinha jumenta cabeluda; Luciano pedra de calçamento; Miltão mãozona; Dona Maria dos Ovos; Pedro do Encosta; Daniel Oião; Edson Patitaca; Beto Macaco; Pedro Véi das fossas; José pifite; Priqt.....de Onça; Chico ferro doido; Adgerson sapateiro; Raimundinho fon fon; Chico sete cão; Sérgio trepinha; Nilo boca de privada; Cabo Xuxa; Zinebra; Fontenele pantaleão; Fedorento do Picolé e o Cheiroso pipoqueiro. A Vila São José era isso. Operários e filhos de operários, assim como eu, tinha uma só linguagem, mas predominava o dialeto do apelido. Nasci e morei lá 23 anos e, nunca ouvi dizer que houvesse gente intrigado. Quando alguém era procurado, o apelido levava o procurador em cima do endereço. Todos brincavam e os mais maduros, ficavam nas calçadas. Minha mãe ainda hoje tímida, era ligada nas novelas da PRE9. Quer dizer, existia vida coletiva. A noite era nosso encontro na calçada da padaria do português Augusto, também proprietário da Padaria Triunfo no Centro da Cidade, baixos do Edifício do mesmo nome. Reuniam-se pelo menos 30 meninos por noite. Eu só faltava, quando tirava nota baixa do Grupo Escolar Sales Campos e ficava em casa de castigo. Fui uma vez visitar meu berço, não conheci ninguém da época. Que boas lembranças, que tempo aquele! Hoje, as pessoas destratam até por redes sociais e se intrigam até com a "sala do Fuxico", apelido que eu dou ao famoso e líder de uso: WhatsApp. Crescemos e a vida foi traçando o próprio destino. Evoco a frase de Machado de Assis: “Cada Coisa Pertence ao seu Tempo”.

Assis Lima

"O pé de castanhola que falei é esse que aparece no canto. O muro na calçada era o fundo do quintal da Viúva Isaura. Seu marido era funcionário da RVC. A mercearia que aparece na Rua Júlio Cesar/Maria Luíza era do Seu Olavo. A Caixa d'água era na rua Leda e nos baixos era o depósito do Rosimiro, hoje na Rua Jacinto de Matos "Organização Gonçalves". Meu saudoso pai Valdemar de Lima, trabalhou de servente pedreiro nestas construções em 1946. As primeiras casa datam de 1926, e eu nasci na Rua Cel. Philomeno nº43 hoje desaparecida devido a outra construção.
Esta foto foi colhida do terceiro andar do único edifício existente. Edificio em que abrigou no térreo os Supermercados CHIBE (Chico Philomeno e Beatriz), e quem lá residiu de 1970 a 1980, quando o CREA o condenou, meu Tio Cazuza."   Assis Lima



Assis Lima é radialista, idealizou e mantêm o Blog Tempos do rádio.

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