Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Passeio Público
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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domingo, 13 de abril de 2014

Especial Fortaleza 288 Anos - Amor de pesquisador



MINHA FORTALEZA

Parabéns Fortaleza Minha
Tua memória não morrerá
O pesquisador te abraçará
Nunca ficarás sozinha

                                Assis Lima

"Objetivando criar uma feitoria na Índia (Ásia), e garantir domínio português, foi organizada por Portugal uma respeitável esquadra com 13 navios e 1.500 homens, sob o comando de Pedro Álvares Cabral e que, deveria respeitar o TRATADO DE TORDESILHAS assinado entre Portugal e a Espanha. Havia limites aos territórios que a partir de então fossem descobertos pelos dois países, onde fora estabelecido uma linha imaginária em que, 370 léguas ao oeste do arquipélago de Cabo Verde ficariam com a Espanha e a leste seria de Portugal.

A Europa tomou conhecimento da existência do Brasil, quando em 2 de janeiro de 1500, o olhar pioneiro do navegador espanhol Vicente Ianez de Pinzon captou as dunas do que seria o Siará Grande, porém, devido ao tratado de 1494, a descoberta oficial devia ser dos portugueses, coisa que só aconteceria na Bahia aos 22 de abril de 1500. Pedro Álvares Cabral que, não era bom navegador, mas, era Cavaleiro da Ordem de Cristo comandava a esquadra portuguesa, que além da missão de estabelecer uma rota comercial com a Índia, ele deveria no caminho desviar-se para a direita no Oceano Atlântico, e foi quando chegou ao litoral do Novo Mundo.

A principio as novas terras não despertaram muito interesse, porém, para garantir aos portugueses a posse da terra diante da ameaça representada pela presença dos navios estrangeiros, a partir de 1530 foi resolvida a colonização do Novo Mundo, através de um Governador Geral e a criação das capitanias hereditárias, cuja do Ceará, foi entregue ao donatário Antonio Cardoso de Barros que, nem chegou a tomar posse. 

Naquele momento, a coroa portuguesa estava concentrada nas riquezas asiáticas e africanas, porém, no litoral descoberto, a presença do Pau-brasil da qual se extraia tintura para tecidos, oferecia uma das poucas possibilidades de exploração econômica para os comerciantes portugueses. Portugal logo estabeleceria o monopólio real sobre essa riqueza e, arrendou o direito de exploração a um grupo de comerciantes portugueses, liderado por Fernando de Noronha. Nasceu assim o bonito nome BRASIL, a terra mais rica do mundo.

Como pesquisador curioso, quero Através deste opúsculo revelar um erro que, se comete com a nossa história. Cristóvão Colombo (italiano de Gênova) saiu e no caminho com um maremoto não sabia mais para onde ia; quando chegou não sabia onde estava e, quando voltou não soube onde esteve. Estando na América em outubro de 1492 pensou estar na Índia. Assim os verdadeiros nativos americanos, erroneamente foram chamados de índios. 

Voltemos ao Vicente Pinzon. Tomás Pompeu Sobrinho e outros historiadores renomados afirmaram ser: “O Cabo de Santa Maria de La consolacion, o Rostro Hermoso era a Ponta Grossa ou, Jabarana no Município de Aracati. Já o historiador Francisco Adolfo de Varnhagem defende que, o local visitado pelos espanhóis era a Ponta do Macorie, nome este encontrado no mapa das capitanias hereditárias em 1574. Posteriormente a nomenclatura Macorie sofreu modificações terminando em MocoripeMucuripe
José de Alencar, o romancista diz que, essa palavra vem de Corib “Alegrar” e Mo vem do verbo Monhang, tornando o ativo passivo. Talvez Alencar referiu-se aos morros, por ter causado alegria aos navegantes. Alencar concordou com os estudos, ratificando as conclusões de Adolfo Varnhagem.

Em 1603, Pero Coelho de Souza, português natural de Açores, munido da bandeira de Capitão-mor, chegando ao Ceará, não conseguiu se instalar no Rostro Hermoso tendo em vista, os nativos oferecerem resistência. Os habitantes primitivos da provável ponta do Mucuripe, aos poucos foram sendo dominados pelos invasores e, com a imposição da cultura lusa, esse povoado foi se adaptando à civilização, porém, por amor aos morros, ao navegável riacho Maceió e a calma oferecida pelo iodado vento leste, preferiram viver isoladamente, tendo a Caça e Pesca como produtos de consumo e exportação. 


Aos 20 de janeiro de 1612, Martins Soares Moreno nas margens do Rio Siará, (Barra do Ceará), fundou o Forte São Sebastião*, mas a cidade só se expandiu com o estabelecimento da ocupação holandesa, que levou Matias Beck a construir na margem esquerda do Rio Pajeú, no monte Marajaituba (próximo a Santa Casa e Passeio Público) um Forte que, recebeu o nome de Schoonemborch, como homenagem ao holandês Governador de Pernambuco

Aos 13 de abril de 1726, por Ordem Régia foi instalada pelo Capitão-mor Manuel Francês a Vila da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção do Siará Grande e, assim começou a crescer a Loura de Sol e Branca dos Luares, embora eu concorde com o historiador Raimundo Girão que, a data seja 10 de abril de 1649, com o erguimento do Forte. Esse mais de meio século excluído, já foi motivo de polêmicas política a e religiosa, pois, a Coroa portuguesa não admitia Fortaleza ser fundada por Matias Beck, que era holandês e Protestante (Calvinista). Com a expulsão dos holandeses em 1654, no local do Forte Schoonemborch, foi construído a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que dá nome a Cidade. 

Seja como for, é notório o engano de se comemorar a festa de Fortaleza, por um ato da Corte, e não porque a cidade nasceu. 

Hoje quando se fala na história de nossa querida Cidade, todos correm para o Forte ao lado da 10ª Região militar, para o Passeio Público, Praça do Ferreira... Falam da existência da Coluna da Hora, Velha Intendência, Abrigo Central, os Coretos, Jardins, e bancos que até eram nomeados. Tinham na Praça do Boticário quatro cafés: Do Comércio, Elegante, Iracema e o Java

É sempre lembrado no começo de cada mês de abril, o Cajueiro da Mentira
Os cines Polytheama, Majestic, Moderno, Diogo, São Luiz, o Rex, Jangada, Art.
No Bairro Farias Brito (Otávio Bonfim) tinha na Rua Teófilo Gurgel o Cine Nazaré; quando foi fechado aumentou a frequência do Cine familiar já na Praça do Bairro ao lado da Igreja Matriz. Em Parangaba tinha o Cine Tupinambá, sem esquecer o Atapu, e o de São Gerardo dentre outros. 

Os saudosistas recordam com tristeza, ao contemplar as transformações paisagísticas por conta da realidade, abominando os crimes contra a memória, que se opõem à sua geografia sentimental. 
Cadê os bondes da Tramway? Os ônibus do Oscar Pedreira instalados em 1928 desapareceram, juntamente com aVila Quinquinha e a casa do Pedro Philomeno, mansões que se situavam no inicio da Avenida Francisco Sá. Onde foram parar os ônibus elétricos da CTC que, com nove carros atendiam a demanda das Avenidas Bezerra de Menezes e João Pessoa? Por que derrubaram a Vila Itapuca na Rua Guilherme Rocha, a Fênix Caixeiral e o Edifício Guarany (Rádio Iracema) na Praça José de Alencar?

Fortaleza já foi palco de diversos acontecimentos cívicos e políticos, classificado como anarquia. Até já se vaiou o sol na Praça do Ferreira, no dia 30 de janeiro de 1942. 
É uma cidade que deixou para trás a presença de personagens populares. Ao paginarmos esta história encontramos oBembém da Garapeira, Chagas dos Carneiros”, “Manezinho do Bispo”, “José Levi”, “Pilombeta”, “Maria Rosa, a velha escrava”, “Pedro da Jumenta” e até mesmo o carisma que foi dispensado ao adestrado “Bode Iôiô”. Em um passado próximo tínhamos oPedão da Bananada”, “Feijão Sem Banha”, o “Burra Preta”, “Zé TáTá”, o “De Menor”,o “Deixa que eu Empurro” , “Bodinho Jornaleiro”, “José do Buzo”, “Coronel dos Bodes”, “O Waldo do Café”, “ O homem do facão”, “Casaca de Urubu, o cobrador”, “José de Sales, bandolinista”, “A Ferrugem”, “Maria Pavão”, “O furacão preto”, “Chico Tripa”, Zé Batata”, “O Cheiroso da Pipoca”, “O Fedorento do Picolé”, “Chapéu de Ferro”, “O Xaveta”, “O Boi sem Osso, e tantos que os anos carregaram. 
Fortaleza era o Xen-iem-iem do saudoso radialista Wilson Machado.


Fortaleza tinha de tudo, e não foi por conta do advento dos planos urbanísticos e projetos de remodelação e aformoseamento. Mesmo recebendo novas técnicas e mudanças de uso do solo, não consegue esconder a segregação, revelando-se uma cidade real com situação desigual. É luxo, é lixo. Com esse crescimento desordenado, vão surgindo áreas de risco. Em locais que outrora fora ocupados por residências estão transformados em comércio, onde, diga-se de passagem, não oferece o menor conforto. O Shopping do Camelô que, por ocupar uma área não urbanizada, recebeu como herança o nome da própria vilela: Beco da Poeira.
Todo fortalezense se orgulha pelo que ainda resta no Centro, pelas belas praias, a ponte dos Ingleses e Estoril. Cantam com orgulho seu hino, e participam civicamente dos festejos alusivos a todos 13 de abril desde 1726.
Bem que podíamos fazer um bolo maior e aumentar o número velinhas...."

Francisco de Assis Silva de Lima


Meu querido amigo e colaborador do Fortaleza Nobre, Assis Lima, é radialista Profissional Registrado e Sindicalizado, Sócio da ACI e Pesquisador.


*Interessante salientar que o nome do Forte São Sebastião não consta em nenhum documento português (Luso), apenas em documentos Neerlandeses. Ao invés disso, encontramos o "Forte do Siara". Os lusos o chamam de Forte do Siara/Seara.  Crédito: J Terto de Amorim


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Especial Fortaleza 288 anos - Praças da cidade



A Praça Caio Prado parece ser a primeira praça de nossa capital, pois na planta da Vila de Fortaleza descrita pelo padre Serafim Leite com desenho do Capitão Mor Manuel Francês e enviado a Lisboa em 1726, como demonstração de seus serviços, comprova o fato quando ele diz: "Em frente da Câmara e do Forte, a praça com os símbolos municipais, coincidindo o pelourinho com a frente da Câmara e a forca com a da Fortaleza." 
"Situada donde hoje é a Sé, reunia no seu espaço a valorização da casa da Câmara do Pelourinho, símbolo da autoridade Municipal, e a presença da igreja."

Já recebeu o nome de Praça do Conselho (em 1726) assim designado pela existência do prédio do Conselho (Hoje desaparecido).
Do Largo da Matriz (em 1854), quando da construção da igreja em 1854.
Da Sé - Quando a igreja Matriz passou a, em 1861.
Caio Prado (em 1889), em homenagem a Antônio da Silva Prado, paulista que foi presidente do Ceará em 1888/1889, tendo falecido nesse cargo em Palácio.
Novamente recebeu o nome de Praça da Sé (1890/1891), mas só durou 6 meses, quando voltou a denominação anterior.
Praça Dr. Pedro Borges (em 1903), homenagem a Pedro Augusto Borges, médico do Exército, Senador da República, Deputado Federal e presidente do Ceará (1900-1904).
Da Sé (1932 até hoje) - A praça era todo aquele espaço compreendido entre as ruas São José e General Bezerril (Norte-Sul), Rufino de Alencar, Sobral e Castro e Silva.


A origem da Praça General Tibúrcio remonta aos tempos da construção da Igreja do Rosário em 1730. Em 1831 o Largo do Palácio foi planejado e então a praça começa a ser urbanizada, sendo inaugurada em 1856. Depois da morte do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Sousa, herói da Guerra do Paraguai, em 1885, uma estátua foi erguida em sua homenagem na praça em 1888, sendo a primeira estátua pública da cidade. Já recebeu o nome de Largo do Palácio, Pátio do Palácio, Praça do Palácio, General Tibúrcio ( A estátua do general é a primeira a ser erigida em Fortaleza. Possui 2,50 m de pedestal e 2,00 m de escultura e sua fundição aconteceu em Paris por Tliebant Fréres, mas o pedestal foi feito por Frederico Sinner, aqui em Fortaleza (1887/1888).
Em 1820 passou a ser chamada de Praça 16 de Novembro para comemorar a instalação do Governo Provisório do Estado do Ceará. Durou apenas 6 meses e até hoje se chama Praça General Tibúrcio, mas é conhecida também como Praça dos Leões devido as estátuas de leões que a ornamentam. 



Fundada em 1817, a Praça Carolina era um grande largo que ficava entre a atual Rua São Paulo, Rua Floriano Peixoto, Rua Sobral e Rua General Bezerril, onde foi inaugurado, em 18/04/1897, o Mercado de Ferro.
Chamou-se, depois, Largo da Assembléia e Largo do Mercado.
Quando dividida, já se chamou Praça José de Alencar (o lado norte) e Praça Capistrano de Abreu (o lado sul).
Hoje, no local estão, o Palácio do Comércio, a Praça Waldemar Falcão, o Banco do Brasil (agência metropolitana) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - EBCT.
O Mercado de Ferro foi desmontado em 1939 sendo dividido em duas partes, indo uma para a Praça Paula Pessoa (São Sebastião) e a outra metade para a Aldeota, na Praça Visconde de Pelotas (Pinhões).
A parte da Praça São Sebastião foi desmontada em 1968 e levada para a Aerolândia, onde ainda se encontra e no local foi levantado um galpão de alvenaria, com telhas de amianto, que já foi demolido, para a construção de uma praça para o novo Mercado de São Sebastião.
Ao lado da Praça Carolina, foi construído o Mercado Central, que agora tem novo prédio na Avenida Alberto Nepomuceno, e já foi desativado em sua parte interna.
Na parte norte da praça, existia dois quiosques de ferro/madeira, a mercearia do João Aleixo e o Café Fênix, tendo por trás, um outro retangular, que abrigava o Engenho Bem Bem, que comercializava a garapa de cana, hoje chamada de caldo de cana.
A Praça Waldemar Falcão inaugurou-se em 1939.




No dia 29 de junho de 1830, inaugura-se o antigo Campo D'Amélia, uma homenagem à Imperatriz D. Amélia de Leuchttemberg, chamou-se também Senador Carreira em 1882, Da Via Férrea em 1890 e a partir de 1932, Praça Castro Carreira.
Popularmente, desde o advento da Estação de trem (1871), chama-se Praça da Estação.
No dia 24 de maio do ano de 1900, foi inaugurada no centro da praça a estátua do General Sampaio, sobre uma coluna de mármore.
No mesmo ato foram inauguradas também a Rua 24 de Maio e Rua General Sampaio.
No dia 24/05/1966 a estátua foi retirada e levada para a Avenida Bezerra de Menezes sem seu pedestal, que foi destruído, e juntados a ela os restos mortais do homenageado.
Em 1981 foi a estátua novamente deslocada, desta feita para a Avenida 13 de Maio, em frente ao 23º BC, sem que acompanhassem os seus restos mortuários.
Em 1996 por iniciativa do Instituto do Ceará, tanto a estátua como os restos mortais do general foram transferidos e hoje se encontram em frente a 10ª Região Militar, na Avenida Alberto Nepomuceno.


No dia 06 de dezembro de 1842, a Lei nº 264 autoriza a Câmara a reformar o plano da cidade de Fortaleza.
Existia no local da atual Praça do Ferreira o Beco do Cotovelo, que foi demolido por iniciativa do boticário Antônio Rodrigues Ferreira (Boticário Ferreira) para construção da Praça Pedro II, que ficou mais conhecida como Feira Nova, mas então apenas um areal até 1902, com quatro quiosques nos cantos e uma cacimba (poço) no centro e vários "frades de pedra" (colunas feitas de pedra de Lisboa).
Os quiosques eram o Café Java, no canto nordeste; o Café Elegante (assobradado), na esquina sudeste; o Restaurante Iracema, no canto sudoeste e o Café do Comércio (assobradado), no canto noroeste. Entre o do Comércio e o Java.
O intendente coronel Guilherme César da Rocha (Guilherme Rocha) em 1902 procedeu a primeira urbanização parcial, fazendo em um trecho o belo Jardim 7 de Setembro, murado com grades de ferro, uma caixa d'água, conservando nos cantos os cafés, inaugurada no dia sete de setembro.
Em outubro de 1920 o então prefeito Godofredo Maciel demoliu os quatro cafés, construiu um coreto sem coberta e mosaicou toda a praça.
Em 1925 constrói o coreto coberto.
Raimundo Girão em 1933 constrói a Coluna da Hora e derruba o coreto.
No ano de 1949, gestão de Acrísio Moreira da Rocha, é construído, entre a Rua Floriano Peixoto, Rua Guilherme Rocha, Rua Major Facundo e Travessa Pará, o Abrigo Central.
Em 1967 a Coluna da Hora é demolida na gestão de Murilo Borges e na gestão seguinte, de José Walter Barbosa Cavalcante, é destruída a Praça do Ferreira, demolido o Abrigo Central e feita uma nova praça com elevados blocos de concreto, posicionados em diferentes pontos, dificultando a circulação popular e os agrupamentos que a caracterizavam e um subterrâneo que abrigou a Galeria Antônio Bandeira.
Em 1991 o prefeito Juraci Vieira Magalhães manda derrubar a praça tão criticada pelo povo e pela imprensa e constrói uma nova com base na antiga praça, colocando uma nova versão da Coluna da Hora agora com fontes d'água e a antiga cacimba é redescoberta e conservada ao centro.


Nomes que teve a praça:
Feira Nova - Lugar onde se realizavam as feiras semanais, deslocando o centro da cidade da Praça da Sé, para o novo logradouro.
Largo das Trincheiras - Não se sabe bem se foi por uma batalha entre Holandeses e Portugueses, ou por causa do nome de um Senador que vivia ali e era apelidado de "Trincheiras."
Pedro II - Em 1859, em homenagem ao Imperador.
Do Ferreira - Em 1871, após a morte do Boticário Ferreira, em reconhecimento pelos relevantes serviços que prestou a cidade.
Municipal - Durou somente seis meses, retomando ao seu nome anterior.
Além dessas denominações oficiais também era conhecida por "Da Municipalidade", por estar defronte do prédio da Intendência Municipal.



Em 1864, é iniciada a construção do Passeio Público no Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora, que era a primeira praça da povoação, na gestão do presidente da Província Dr. Fausto Augusto de Aguiar, compreendendo três planos, o atual e outros dois mais abaixo, hoje tomados pela Avenida Marechal Castelo Branco (Avenida Leste-Oeste).
O Passeio Público já foi Campo da Pólvora, Largo da Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital de Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 03/04/1879, Praça dos Mártires.
Teve dois nomes não oficiais: Campo da Pólvora (1870) e Passeio Público, pelo qual é hoje conhecido.
A praça foi urbanizada em 1864.
Havia três planos em três níveis, destinados às classes rica, média e pobre.
Por volta de 1879 as duas praças mais baixas foram desativadas e a atual foi dividida em três setores com a mesma finalidade, ficando os ricos com a avenida do lado da praia, a classe média com a do lado da Rua Dr. João Moreira e os pobres com a central.
Foi nesta época que o passeio recebeu as bonitas grades de ferro que o rodeavam e que foram retiradas em 1939 e recentemente feitas novas de acordo com as antigas.
O nome de Praça dos Mártires é uma homenagem aos heróis tombados ali, pertencentes ao movimento República do Equador, que foram bacamarteados: João Andrade Pessoa Anta, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina, padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo e o tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.



Fontes: Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Livro Fortaleza - Praças, Parques e Monumentos de Lídia Sarmiento e José Capelo Filho e Portal do Ceará de Gildásio Sá.


Fotos: Arquivo Pessoal, Arquivo Nirez, Arquivo Assis Lima, Arquivo Carlos Juaçaba, Livro Terra Cearense de 1925 e o Relatório do Interventor Federal Carneiro de Mendonça - 1931 a 1934


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Os bancos da Praça do Ferreira


Não pense que a sociedade e a intelectualidade conterrâneas se reuniam somente em Cafés, restaurantes, confeitarias e demais casas do gênero, assim como nas livrarias da terra.

As esquinas e os bancos da Praça do Ferreira eram, também, pontos de reunião de pessoas representativas dos setores social e econômico, político e intelectual de Fortaleza.

O costume, aliás, nascera no Passeio Público, antes do embelezamento da Praça do Ferreira a partir da administração Guilherme Rocha, no começo do século em curso, ou mesmo antes, com a construção dos quiosques em seus quatro cantos e da escolha da Praça para ponto central dos veículos coletivos
(bondes a burro, a partir de 1880, substituídos por bondes elétricos em 1913/14 e posteriormente pelos ônibus, no fim da década de 1920. 



Era o Passeio Público, naquela época, o centro de convergência da sociedade fortalezense, dando-nos disso notícia o his­toriador Gustavo Barroso: - "Ventilado, agradável sobretudo pela manhã, à tarde e à noite, era o Passeio Público nos bons tempos passados o ponto de reunião preferido pela população fortalezense. Do porto se avistava a linha multicor de sua iluminação festiva. Num coreto chinês, as bandas militares tocavam às quintas e do­mingos. A gente fina enchia a avenida Caio Prado" (alameda que, no sentido leste-oeste, se debruça sobre o segundo plano do Pas­seio), "cujas batalhas de confete no Carnaval se tornavam famo­sas. A gente de menos tom frequentava a Carapinima" (alameda do centro do Passeio, naquele mesmo sentido, ligando o prédio da 10ª Região Militar à porta principal da Santa Casa da Misericórdia). "O povo miúdo ficava na Mororó" (alameda paralela à rua João Moreira). "Separação de camadas sociais natural e esponta­neamente feita. Nas tardes comuns, diante do mar, onde floriam os lenços brancos das jangadas voltando da pescaria, à sombra das castanholeiras, havia o Banco dos Velhos, reunião de homens de prol para um bate-papo erudito, e o Banco dos Moços, no qual se juntavam estudantes de direito e jovens jornalistas. O Banco dos Velhos transferiu-se mais tarde para a Praça do Ferreira, onde se tornou famoso sob esta singela rubrica - O BANCO"
("À Margem da História do Ceará", Fortaleza, Imprensa Universitária do Ceará, 1962, ps. 279 e 280, com parênteses do autor destas relembranças). Para Antônio Bezerra de Menezes, o Passeio Pú­blico era "a mais notável de todas" as praças da cidade na penúl­tima década do século passado. 

("Descrição da Cidade de Fortaleza", in Revista do Instituto do Ceará, 1885, p. 148.)


Ao lado do BANCO DA OPINIÃO PÚBLICA, na Praça do Ferreira, formou-se o OUTRO BANCO, o qual era presidido pelo Dr, Irineu Filho. Nas constantes reformas por que passou o principal logradouro de Fortaleza, o OUTRO BANCO foi arrancado. Ficou no seu lugar um banquinho de cimento, apertado, sem comodidade. Eis uma fotografia dos áureos tempos, mostrando a maioria de seus componentes. Da esquerda para a direita - sentados: O poeta Cruz Filho, Josafã Linhares, Gomes de Matos, Prof. Clodoaldo Pinto, Prof. Humberto Fontenele, Dr. Irineu Filho, Jornalista Daniel Carneiro Job e A. Batista Fontenele. De pé, na mesma ordem - Carlos Braga, Dr. Fidelis Silva, Aderbal Pamplona, Dr. Belo da Mota, Egídio Lobo, Prof. Martins Filho, Dr. Guilherme Sátiro Rabelo e João Gaspar. Deixaram de figurar nesta fotografia os habitués - Ubatuba de Miranda, Aluízio Gurgel do Amaral, Meton Lima, J. Leitão, Julio Albertino e outros. Foto Publicada no Almanaque do Ceará de 1962.

Enquanto isto a Praça do Ferreira hibernava, frequentada de dia pelos feirantes vindos de Messejana, Parangaba e Caucaia, que nela vinham vender seus produtos agrícolas, e durante todo o dia, principalmente à tardinha e à noite, pelos fregueses dos quiosques existentes nos quatro cantos do logradouro. Após os esforços do boticário Ferreira para tornar a chamada Feira Nova o polo central de Fortaleza, bem como depois da fixação dos pon­tos de estacionamento das linhas de bondes a burro em seu derredor, e a construção dos quiosques em seus quatro cantos a partir de 1880, foi o Prefeito Guilherme Rocha quem deu o passo decisivo no sentido de deslocar o movimento do Passeio Público para a Praça do Ferreira, com a inauguração do Jardim 7 de Setembro, no centro do quadrilátero, em 1902. 

Jardim 7 de Setembro

A afluência ao Passeio foi diminuindo aos poucos, à proporção que crescia a agitação na Praça do Ferreira. A construção do edifício em que passou a funcionar o Cine Majestic, em 1917, precedida da instalação do Cine Polytheama seis anos antes e da inauguração dos bondes elétricos em 1913/14, foi igualmente fator preponderante na já indisfarçada preferência de todos, elite e povo, pela Praça. Seria inevitável que o velho Banco do Passeio
para a Praça do Ferreira se transferisse, o que de fato ocorreu em torno de 1918, já sob a denominação de "Banco da Opinião Pública" ou simplesmente "o Banco" persistindo até 1968, pois a última reforma da Praça ocorrida neste ano e no seguinte não mais permitiria esse tipo de lazer. 

(Otacílio de Azevedo, "Fortale­za Descalça", Fortaleza, Edições da Universidade Federal do Ceará, 1980, p. 66). 

Situava-se O BANCO quase em frente ao Cine Majestic e à Farmácia Pasteur, esta sucedida pela loja Binoca (nº 538 da rua Major Facundo). Quem integrava O BANCO detinha as melhores e mais altas posições sociais, econômicas ou culturais de nossa terra: o alto comerciante Antônio Diogo de Siqueira (Sogro do futuro Prefeito, por duas vezes, médico César Cals, avô do futuro Governador Coronel César Cals Filho e bisavô do futuro Prefeito engenheiro César Cals Neto), João Quinderé (irmão do Pe. Quinderé, que a ele atribuiu a iniciativa da transferência de O BANCO do Passeio para a Praça), o médico Meton de Alencar, os comerciantes Vicente de Castro, Tibúrcio Targínio e José Rola, o professor Guilherme Moreira, o engenheiro João Nogueira, o Cartorário Felino Barroso, tendo este último participado dessa roda e de outras até quando passou a residir com seu filho Gustavo no Rio de Janeiro, em 1924. De uma dessas fazia parte Miguel Soares, pai do ex-seminarista, meu colega no Liceu e futuro Juiz Lourival
Soares e Silva
, o "Frei Joaquim", assim apelidado pelo professor Martinz de Aguiar. Miguel Soares tinha a delicadeza de levar, to­das as noites, Felino Barroso à sua residência na rua Major Facundo nº 170.

Porque se ausentassem do Ceará, porque a idade não mais permitisse o seu comparecimento ou porque a morte os fisgasse, foram uns sendo substituídos por outros, passando a comparecer às reuniões do grupo o jornalista Demócrito Rocha, João Mac Dowell, Manuel Pombo, Adolfo Siqueira (prefeito interino da ci­dade, como Presidente da Câmara Municipal, em substituição a Ildefonso Albano, que assumira a Chefia do Executivo Estadual com a licença e a morte de Justiniano de Serpa), o bancário Antônio Ferreira Braga (o Braguinha, do London Bank), os futuros desembargadores Eugênio Avelar Rocha, José Pires de Carvalho e
João Jorge de Pontes Vieira, os professores Luís Costa, Hermenegildo Firmeza, Raimundo Gomes de Matos e José Vítor Ferreira Nobre (os dois primeiros meus mestres de História Natural e História Universal no Liceu do Ceará, respectivamente, en­quanto os dois últimos eram consagrados catedráticos da Facul­dade de Direito), o banqueiro Luís Vieira (irmão de João Jorge), Joaquim Lima (irmão de Herman), o proprietário Afonso Medeiros, o assim chamado major Henrique Ellery e o próprio monsenhor José Quinderé ou, como toda a cidade o tratava, padre Quinderé.

(Raimundo Girão, "Geografia Estética de Fortaleza", 2ª edição, Fortaleza, Banco do Nordeste do Brasil, 1979, p. 195). 

Com as alterações feitas na fisionomia da Praça (em 1920 e 1925 pelos Prefeitos Ildefonso AlbanoGodofredo Maciel, em 1933 pelo Prefeito Raimundo Girão e em 1959/62 pelo Prefeito Cordeiro Neto, que abriu quatro passagens para carros, duas de cada lado, com sacrifício da área do logradouro), o banco sofreu 
deslocamentos que muito prejudicaram o comparecimento de seus membros. 


Nenhum outro endereço foi tão relevante para a história cultural do Ceará como a Praça do Ferreira, onde até mesmo os bancos sediavam encontros. As rodas de conversas justificavam denominações como o Banco dos Católicos e o Banco da Opinião Pública, reduzido depois para simplesmente "O Banco".


Outros bancos da Praça do Ferreira tiveram também frequentadores certos, podendo de logo ser citado um que somente funcionava à noite. Tinha-se de imediato a impres­são de que seu líder era o poeta Irineu Filho, e se compunha de gente do estofo do jornalista Perboyre e Silva, do profes­sor Clodoaldo Pinto, do cartorário Francisco Ponte (que chegou a exercer, interinamente, a chefia do Executivo cearense), do médico Antônio Belo da Mota, do agrônomo Renato Braga, do jurista Oswaldo Aguiar, do juiz Alerano Bandeira Barros, do economista Josaphat Linhares, do mais industrial do que médico Tomás Pompeu de Sousa Brasil Filho (neto do Sena­dor do mesmo nome), dos advogados Manuel Pinheiro de Sousa e Guilherme Sátiro Rabelo, do bancário Carlos Braga e do repórter Daniel Carneiro Job. (Raimundo Girão, idem, p.195). E de Tibúrcio Mota, acrescento eu. 

Esclarecido fique que, bem antes desses dois bancos, muito conhecidos e comentados por quantos cronistas falam da Praça, e ainda quando os quiosques permaneciam de pé (dos fins do sé­culo passado ao ano de 1920), organizaram-se outras turmas em torno dos assentos do principal logradouro da cidade, como aquele em que Otacílio de Azevedo se sentava, nas proximidades do Café Iracema (esquina sudoeste do quadrilátero), cujas tertúlias tinham início na barbearia de João Catunda (sita em modesto prédio da rua Floriano Peixoto), prolongavam-se em um banco próximo e findavam invariavelmente em torno de uma mesa daquele restaurante. Era a Academia Rebarbativa e dela faziam par­te, além de outros e do memorialista citado, Genuíno de Castro, Carlos Severo e José Gil Amora. (Obra citada, idem, p. 55).


Mozart Soriano Aderaldo


Continua...


Fontes: Portal da História do Ceará (Gildásio Sá), ACL 1995/1996, Nirez


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Postais Praças de Fortaleza



Percorrer a cidade no passado, é ficar deslumbrado com a beleza das nossas praças. 
Vamos juntos?


Belíssimo Cartão Postal da então Praça D. Pedro (Caio Prado). Ao fundo, o famoso Hotel Bitú.



A Praça do Ferreira era deslumbrante, não? Esse Postal é de 1952.



Outra panorâmica da praça



De outro ângulo








Postal Antigo Circulado em 1929 da Praça do Ferreira

Postal Antigo Circulado em 1929 da Praça do Ferreira (Verso)


Até a maneira de podar as árvores... Tudo era bem cuidado.

  


Passeio Público, sempre lindo!




Praça Capistrano de Abreu, que também já foi conhecida como Praça do Mercado (Praça dos Correios).


Vemos a construção do prédio do Cine São Luiz na Praça do Ferreira - Década de 40.


Nos anos 60, a Praça do Ferreira recebeu blocos que atrapalhavam a visão. Nessa época a praça teve instalações subterrâneas e que abrigaram a Galeria Antônio Bandeira


Postal datado de 16 de novembro de 1984.


Visão noturna da Praça do Ferreira.


A tranquilidade da praça, nada lembra a loucura de hoje em dia.


A praça que dividiu opiniões




De Beco do Cotovelo a Coração da Cidade


Outra noturna da Praça.








Viajar no tempo é um dos melhores passatempos!


Postais Praias de Fortaleza





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