Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Av. Almirante Tamandaré
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



Mostrando postagens com marcador Av. Almirante Tamandaré. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Av. Almirante Tamandaré. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A Prainha de outrora... Parte II


Avenida Monsenhor Tabosa na década de 60 - Arquivo Nirez

Prosseguindo na jornada e tomando o rumo leste, localizamos na atual Avenida Monsenhor Tabosa uma casa em que residiu a família de D. Nenem Bezerra de Menezes, que se casaria com o respeitável clínico cearense Dr. João Otávio Lobo, hoje nome de rua. E já na esquina com a rua Senador Almino, nos deparamos com um grande prédio atualmente subdividido em várias lojas, onde se situava a residência do comerciante Vicente de Castro, correspondente aos atuais nºs 83 a 139, com outros de permeio.


Seminário - Arquivo Nirez

No primeiro quarteirão, face sul, da Avenida Monsenhor Tabosa, foi construído o prédio do Seminário Diocesano, e, completando a quadra, com o oitão para a Praça Cristo Redentor, foi levantada a Igreja da Conceição da Prainha ou do Seminário.


Monumento Cristo Redentor - Arquivo Nirez

Círculo Operário São José

Quanto a praça, antes de 1915 a sua face oeste praticamente não existia, ocupada por casebres, motivo pelo qual foi fácil levantar o então suntuoso prédio do Círculo Operário São José, uma das primeiras e mais felizes iniciativas do 3º bispo do Ceará e 1º arcebispo de Fortaleza, Dom Manuel da Silva Gomes, que empresta seu digníssimo nome a uma das principais avenidas de nossa terra, que aliás tem início naquele logradouro. No centro da praça, foi erguida, em 1922, uma coluna com a imagem de cristo Redentor no seu ápice, abençoando a cidade com um de seus braços e segurando uma cruz com o outro. Segundo informações recolhidas, essa coluna foi construída em comemoração ao centenário da Independência do Brasil, por inspiração de Raimundo Frota, grande benfeitor do Círculo Operário, que concorreu para a construção do monumento com quarenta mil tijolos. O Círculo tomou a si essa tarefa e convocou os mestres Antônio Machado, Domingo Reis e Severino Moura, este último mais conhecido por "Chuva Branca", todos homens piedosos, vicentinos e terceiros franciscanos. Sem a assistência de engenheiros e arquitetos, o belo monumento provocou no Rio de Janeiro a maior admiração, através de apreciações de técnicos, em revistas especializadas. A coluna foi inaugurada a 7 de setembro de 1922. Enquanto os foguetes espocavam, os quatro novos sinos da Igreja da Prainha badalavam, dentre os quais o "Centenário".


Vista aérea da década de 20 ou 30 - Arquivo Nirez


Na ocasião pôs-se em movimento o relógio de quatro faces, depois retirado por inativo, em consequência da oscilação da coluna, e vendido à Igreja dos Remédios, no Benfica. A coluna teve seus dias gloriosos, costumando Dom Manuel da Silva Gomes celebrar, em dias especiais, na capelinha que lhe servia de base, enquanto a imagem era iluminada à noite até que, durante a 2ª Guerra Mundial, as autoridades militares impuseram a retirada das lâmpadas por questão de segurança pública, com a promessa de voltar ao que era no devido tempo, o que infelizmente não ocorreu. Aos domingo e dias festivos era franqueada a subida até o topo da coluna, através de escada interna em espiral, de onde se descortinava belo panorama da cidade e do mar. A imagem de Cristo Redentor infundia segurança em todos, aos de baixo e aos de cima.


A inauguração do monumento Cristo Redentor em  7 de setembro de 1922 - Livro Terra Cearense 1925

Descendo a Ladeira da Prainha, hoje rua Almirante Jaceguai, com fundos para o quintal da casa do Barão de São Leonardo e formando a esquina sudeste da referida ladeira com a rua do Chafariz, hoje José Avelino, tínhamos a casa de D. Benvinda e "seu" Floriano, primos do grande cearense Gustavo Barroso (menininho ao lado) que, em suas "Memórias", relembra inúmeras peraltices por ele praticadas sob a proteção de quem muito o estimava. Hoje, o prédio tem o nº 480 da rua José Avelino e 174 da rua Almirante Jaceguai. O primeiro volume daquelas deliciosas reminiscências, intitulado Coração de Menino, conta o que se passou numa segunda "Noite das Garrafadas" (ps. 256 a 264), assim chamada porque o irrequieto cearense resolveu reagir contra o chicote do português Chico Bracinho, carroceiro de Joaquim Amâncio Farias, residente em casa do bairro. O lusitano embirrava com os meninos que trepavam na traseira de sua carroça. Uma de suas chicotadas atinge Gustavo e este trama vingança. Arma-se de uma garfo velho que servia para revirar o adubo das roseiras da casa dos primos e convida para a desforra do caboclo João Pacheco, munindo-o de cacete, e o incita a vingar a honra cearense ultrajada por um ultramontano. Seria outra "Noite das Garrafadas". Na hora aprazada, os dois desafiam o português. Este reluta, prudentemente: que fossem para casa e deixassem de provocações com quem estava quieto. Os desafios continuam e o carroceiro, afinal, investe contra os provocadores, "com qualquer coisa branca na mão". Gustavo enfrenta-o e enfia-lhe o garfo na coxa. O homem solta um berro e, erguendo a acha de pau-branco que trazia, desce-a sobre Gustavo, que se desvia em tempo, recebendo apenas um raspão da cacetada que, mesmo assim, lhe endurece o pescoço por vários dias. João Pacheco apavora-se e falha na defesa do amigo desfalecido. Limita-se a pedir socorro à vizinhança, sendo Gustavo levado à casa dos primos para os primeiros curativos. Seus parentes nada dizem ao pai, avó e tias de Gustavo, enquanto o carroceiro vai tratar-se na Santa Casa. Encerrando sua lembrança do episódio, o escritor cearense dogmatiza: "A violência do Chicote provoca a violência do garfo, que provoca, por sua vez, a violência da acha de lenha. Felizmente pára aí. A violência somente gera a violência." O carroceiro demora no tratamento da ferida que supurou, escapando por milagre do tétano num tempo em que não se conheciam as injeções antitetânicas. Floriano, ao final, abraçou Gustavo, dizendo: "Eta bichinho bom! De garfo, não! Nunca mais! Mas vá tocando o pau, quando puder, e conte comigo que garanto a retirada. Desaforo não se traz para casa. Prega-se na cara de quem o fez. É melhor morrer do que viver desonrado."


Na rua Almirante Jaceguai, ficava essa casa, que era residência de Mister Hull

Ainda tendo por base a casa dos primos na Prainha, Gustavo armou outras, uma das quais narra no capítulo intitulado "O Mascarado" da publicação Liceu do Ceará, segundo volume de suas recordações (ps. 191 a 194). Próxima à residência de seus primos havia uma casinha, esquina nordeste das ruas Almirante Jaceguai (continuação, para o norte, da Ladeira da Prainha), e Dragão do Mar (antiga rua da Praia ou da Alfândega). Nela viviam modestamente duas irmãs de Telésforo de Abreu, Mariana a mais velha, viúva de um veterano da Guerra do Paraguai, e Demétria, solteirona. Telésforo de Abreu era um dos mais ricos habitantes do bairro da Prainha, cuja suntuosa casa, ficava no primeiro quarteirão da rua Boris, face leste, olhando para a sede da empresa que deu nome à essa rua, foi posteriormente ocupada por Bertrand Boris, quando este chegou ao Ceará


Rua Boris do Álbum Vistas do Ceará 1908

Casa Boris - Acervo de Carlos Juaçaba

Floriano, primo de Gustavo, costumava dar boa noite às duas irmãs de Telésforo e aceitar um cafezinho bem quente, certamente torrado em casa, que as duas lhe ofereciam. Determinada noite, sabendo Gustavo que o parente fora ao centro da cidade, escurece o rosto com cortiça queimada, arranja barba postiça, veste roupa do primo e enterra surrado chapéu de feltro na cabeça, indo à casa das velhinhas passar um trote. Dá-lhes boa-noite, como se fosse Floriano, mas, momentos depois, vêem as boas velhas o logro em que caíam e botam a boca no mundo, gritando: "Socorro! Um mascarado!"
A vizinhança corre pressurosa mas Gustavo, bom conhecedor do terreno, esgueira-se em tempo. Estranha-se o desaparecimento súbito do mascarado e nunca se esclarece o episódio. Somente Floriano, no dia seguinte, após tomar conhecimento dos fatos, diz reservadamente para Gustavo, batendo-lhe no ombro: "Foste tu!" E caem ambos na gargalhada.



Foto de 1900, onde vemos, a Casa Bóris, Alfândega e o antigo Porto de Fortaleza

Onde já funcionou a Capitania dos Portos (pequeno quarteirão entre as ruas José Avelino, Almirante Jaceguai, Almirante Tamandaré e Dragão do Mar) levantava-se a velha Alfândega. E, em diagonal com esta (esquina sudoeste das ruas Dragão do Mar, nº 207, e Almirante Jaceguai, nº 93), ficava a casa de Joaquim Amâncio Farias, de quem era carroceiro o português Chico Bracinho, já aqui referido como protagonista do episódio em que se envolveu Gustavo Barroso. Um dos filhos de Joaquim Amâncio, chamado José, integrava o grupo que depôs o Presidente do Estado, Antônio Pinto Nogueira Accioly, em 1912, tendo sido baleado no histórico dia 24 de janeiro daquele ano, de cujo ferimento faleceu. Outro seu filho, de nome Adalberto, foi para o Rio de Janeiro estudar Astronomia com um seu cunhado, Dr. Moritz, Diretor do Observatório Nacional. Vinha passar tempos nesta casa D. Ana Rabelo, tia do coronel Franco Rabelo, guindado à chefia do executivo estadual, em substituição a Accioly, e também destituído em 1914 pela Sedição de Juazeiro, sob a inspiração do Pinheiro Machado e do próprio Presidente da RepúblicaMarechal Hermes da Fonseca.


Continua...

Leia a primeira parte AQUI
Fonte: Prainha, um bairro decadente - Mozart Soriano Aderaldo

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A Fortaleza em suas Ruas, Avenidas, Travessas... Parte II


Rua General Bezerril

Rua General Bezerril nos anos 50 - Foto Sales

Av. João Pessoa

Av. João Pessoa próximo ao Bar Avião- Arquivo Nirez

Avenida João Pessoa, caminho da Parangaba. O muro é do Sanatório São Vicente de Paulo perto do Sesc Parangaba. A Igreja que fica em frente ao Bar Avião pertence ao Hospital Psiquiátrico São Vicente de Paulo, que antigamente era conhecido como Asilo de Alienados. A fotografia data de 1919 e foi batida pelo fotógrafo Justa. Arquivo Nirez 
Av. Almirante Tamandaré

Foto arquivo Nirez

Av. Almirante Tamandaré, essa foto mostra a construção de armazéns que atendiam o antigo Porto de Fortaleza, ao longe um navio de chaminé escura, que poderia ser um misto da Cia Nacional de navegação, quem sabe não seria o Itaité ou o Itaimbé. A direita no final da avenida seria o local do prédio da Segunda Diretoria Regioanal do DNOCS. No final dessa avenida inicia-se a rua dos Tabajaras. Começava já naquela época o tão decantado bucolismo da bela praia de Iracema
José Vieira de Moura 

Ao tempo desta foto a avenida chamava-se, com muita justiça, Avenida Epitácio Pessoa, o primeiro presidente nordestino e que por isso mesmo deu toda a assistência às obras do Nordeste
Nirez

Esta é a Avenida Epitácio Pessoa, atual Almirante Tamandaré, que no início da década de 1920 ia até a Ponte Metálica, que era o nosso porto. Na vista vemos os trilhos do bonde e seus postes com a fiação e um trilho de trem atravessando a avenida. Ao fundo a Ponte Metálica. 
Essa praia se chamava Praia do Peixe e o bairro onde moravam os pescadores, logo atrás, é que era "dos pescadores", mas isso na passagem do século XIX para o XX. 

Caminho da Praia

Arquivo Nirez

A linha Caminho da Praia era pela Rua Floriano PeixotoRua Castro e SilvaPraça da SéAvenida Alberto NepomucenoAvenidaPessoa AntaAvenida Almirante Tamandaré Rua Tabajaras, voltando pelas mesmas vias até a Praça da Sé, onde toma a Rua SobralRua General Bezerril Rua Guilherme Rocha, chegando na Praça doFerreira
Ivan Gondim

Av. Beira Mar

Av.Beira-Mar anos 60- Foto de Júnior Madeira 

Av. Bezerra de Menezes

Av. Bezerra de Menezes - Arquivo Nirez

Casa de Saúde São Gerardo, na Av. Bezerra de Menezes próximo à igreja. Foto por volta de 1949- Arquivo Nirez

Avenida Sena Madureira

Esta é a Avenida Sena Madureira - assim era chamada em 1920, época da foto - Hoje é a Avenida Alberto Nepomuceno, em frente ao Quartel da10ª Região Militar. Nesta bonita casa, por muitos anos, esteve a Capitania dos Portos do Ceará. Hoje o local é ocupado pelo "MercadoCentral", que na verdade é um mercado de artesanato. Arquivo Nirez
Rua Senador Pompeu

Estamos na Rua Senador Pompeu. Era a casa do desembargador Gabriel Cavalcante
Em 1978 passou a funcionar a firma dos calçados Clark que apenas alargou as portas e em sua fachada ainda se podia ver os enfeites da casa por cima. 
A firma dos calçados Clark, fez o tapume que até hoje existe. Do lado esquerdo da foto, no lugar da garagem de A. Pinheiro S/A, passou a funcionar uma das lojas "A Esmeralda" que ocupou as duas casas, fazendo galeria até a rua Barão do Rio Branco, vindo depois as "Lojas Americanas". Arquivo Nirez

Arquivo Nirez

A mesma casa já coberta com tapumes, mas vê-se, acima deste, parte dos ornamentos da casa. Essas duas fotos mostram as duas lojas que ali se instalaram em épocas deferentes.

Arquivo Nirez

Rua Pereira Filgueira com Avenida Barão de Studart
  
Na esquina da Rua Pereira Filgueira com a Avenida Barão de Studart havia esta entrada para a Casa de Saúde São Raimundo. O médico da foto é o Dr. Juvenil Hortêncio de Medeiros. Foto por volta de 1953 - Arquivo Nirez

Rua Guilherme Rocha

Esta é a famosa "Esquina do Pecado". É a esquina da Ruas Guilherme Rocha com Rua Major Facundo, na Praça do Ferreira, baixos do Edifício Granito. Por ali passavam as moças vestidas de saias, principalmente as normalistas e o vento forte levantava as saias fazendo a alegria da rapaziada que ali ficava aguardando a ocasião. Arquivo Nirez

Rua Major Facundo

Esta é a Rua Major Facundo há muitos anos, com a casa de Francisco Lima, a Estrela do Oriente, a Farmácia Francesa e seu consultório médico e no fundo da foto o sobrado do Barão de Ibiapaba. Nas calçadas, além dos combustores de iluminação a gás hydrogeno-carbonado, alguns apetrechos de trabalho como um carro de mão, um barril, etc., como que a denunciar que ou algum trabalho estava sendo feito ali ou os apetrechos seriam para fazer chegar material de construção à sua freguesia. Essa casa "Estrela do Oriente" pertencia à firma Areas & Cia, vendia tecidos finos, artigos para igrejas, coroas para túmulos, perfumes, etc. 

Rua Paulino Nogueira

Essa casa era no local onde hoje é o prédio que abriga estudantes da UFC, fica na Rua Paulino Nogueira, em frente à Pracinha da Gentilândia. Arquivo Nirez

Rua Conde D'Eu

Esta casa da esquina da Rua Conde D'Eu com Rua Sobral, na Praça da Sé, foi onde funcionou a primeira Assembléia Provincial
Essa casa que fica à direita, com essa árvore, é mais ou menos onde ficam hoje aquele prédio com casas de vender redes. Arquivo Nirez

Rua Sobral

Esta casa ficava na Praça da Sé, na atual Rua Sobral, ali onde foi um mercado, em frente ao Paço Municipal. Hoje em dia são algumas mercearias que vendem cereais, óleos, etc. Foi residência do governador de armas do Ceará em 1824. Arquivo Nirez



x_3be2df80

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: