Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Casa do Português
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Patrimônios Tombados


Teatro José de Alencar - Tombado em 1964


Sobrado Dr. José Lourenço - Tombado em 2004

Praça General Tibúrcio - Tombada em 1991 (Foto do século XX)


Solar Carvalho Mota (Foto de 1918) - Tombado em 1983

(Postal raro de 1910) Mercado da Aerolândia - Tombado em 2005



Escola Normal (Postal por volta de 1900, Escola Normal; o teatro J. de Alencar ainda nao existia) - Tombada em 1995


Igreja do Rosário (Postal Igreja do Rosário, antiguíssima) - Tombada em 1983

Em 1892, na revolta contra o governo, uma bala de canhão de 11 kilos utilizada no bombardeio do Palácio da Luz foi arremessada contra a porta principal e arrebentou o púlpito, 2 balaustres da mesa de comunhão e a parede que dar para o corredor esquerdo, depois destruiu o altar de Nossa Senhora das Dores, outra bala dessas desmontou o General Tibúrcio de seu pedestal.



Estação Central (Postal de 1926 - Estação Ferroviária João Felipe) - Tombada em 1983



Parque da Liberdade (Cidade da Criança) - Postal de 1905 - Tombada em 1991



Passeio Público, postal da Belle Epoque - Tombado em 1965


Palácio do Bispo - Tombado em 2005



Palacete Ceará - Tombado em 1983



Mercado dos Pinhões - Tombado em 2005



Lord Hotel - Tombado em 2005


Escola Jesus Maria José - Tombada em 2005


Cinema São Luiz - Tombado em 1991


Casa do Português - Vila Santo Antônio de José Maria Cardoso - Tombado em 2005



Casa José de Alencar - Tombada em 1964


Banco Frota & Gentil, (postal de 1925) - Tombado em 1995



Assembléia Provincial (Atual Museu do Ceará), postal de 1930 - Tombado em 1973

Lista de prédios tombados em Fortaleza :

Antiga Escola Normal- Tombamento- 1995
Localização: Rua Liberato Barroso, nº 525, Centro
Depois de várias tentativas para a instalação no Ceará de uma Escola Normal que cuidasse do preparo dos professores, foi lançada a pedra fundamental do edifício em 2 de outubro de 1881. A escola foi inaugurada em 1884. O edifício sediou a Escola Normal até 1923, quando foi ocupada pelo Grupo Escolar Norte da Cidade. O aspecto da edificação foi provavelmente "modernizado" nessa época, quando teve sua coberta modificada, implantando-se uma platibanda no lugar da antiga coberta à vista. Em 1947 e 1954, o prédio serviu de sede para o Instituto Médico do Ceará e depois para a Faculdade de Odontologia da UFC. Desde 1987, sedia a 4ª Superintendência do Iphan.

Antiga Cadeia Pública- Tombamento- 1982
Localização: Rua General Sampaio, s/n - Centro
A antiga cadeia pública, hoje Centro de Turismo, foi projetada e construída a partir de 1850 pelo engenheiro Manuel Caetano Gouveia, levando cerca de 16 anos para ter suas obras definitivamente concluídas (1866). Em arquitetura neoclássica a edificação caracteriza-se pela clareza construtiva e simplicidade de suas formas.

Assembléia Provincial do Ceará- Tombamento- 1973
Endereço: Rua São Paulo, s/n, entre a Praça dos Leões e a Rua Floriano Peixoto - Centro
Atualmente sede do Museu do Ceará, de propriedade do Governo do Estado, o prédio da antiga Assembléia Provincial foi tombado por iniciativa do arquiteto Liberal de Castro, que solicitou o tombamento junto à antiga Sfhan, atual Iphan. É Liberal que aponta o provável autor do projeto do prédio, em estilo neoclássico: o arquiteto e engenheiro Adolfo Hebster. Paralisada por muitos anos, a obra do prédio foi concluída em 1871. Além da Assembléia, o prédio já abrigou a Faculdade de Direito, a Biblioteca Pública, o Tribunal Regional Eleitoral, o Instituto do Ceará e a Academia Cearense de Letras.

Banco Frota e Gentil- Tombamento-1995
Localização: R. Floriano Peixoto, nº 326, Centro
O edifício foi construído em 1925. Abrigou, inicialmente, a firma Frota & Gentil. Em 1931, transformou-se em Banco Frota & Gentil, funcionando até a década de 60. Posteriormente sediou uma filial do Banco Mercantil de São Paulo, o Comind. Insere-se no contexto do ecletismo arquitetônico.

Bar do Avião- Tombamento- 2005
Localização: Rua 15 de novembro, n° 9, Parangaba
Localizado nas proximidades do acesso ao antigo campo de pouso do Pici e o acesso a Base Aérea de Fortaleza, foi inaugurado em 1949 por Antonio de Paula Lemos. Atualmente funciona uma borracharia.

Capela de Santa Teresinha - Tombamento-1986
Localização: Av. Leste-Oeste
A edificação está situada no bairro popular do Arraial Moura Brasil, assim chamado antes da abertura da Avenida Leste-Oeste. A igreja foi preservada da demolição e posteriormente tombada após um intenso movimento popular local. Teve sua construção iniciada em 1926 pela iniciativa dos pescadores e moradores. Foi inaugurada em 1928. Tem características arquitetônicas singelas e bastante despojadas. Sua importância entretanto, deriva da marcante conotação popular.

Casa da Câmara da Villa de Arroches - Tombamento- Desconheço

Casa natal de José de Alencar- Tombamento- 1964
Endereço: Av Washington Soares, s/n, Alagadiço Novo
A casa onde nasceu o romancista José de Alencar está situada no sítio Alagadiço Novo, nos arredores da antiga vila - hoje bairro - de Messejana. A pequena casa em tijolos ficava junto à Casa Grande, hoje inexistente, e à casa de engenho, cujas ruínas ainda persistem.

Casa Rachel de Queiroz - Tombamento-2005
Localização: Rua Antônio Ivo, n° 290 - Jóquei Clube
O imóvel tem importância simbólica por ter sido a casa em que Rachel de Queiroz e família viveu por algum tempo, em Fortaleza. O prédio, apesar de degradado, exibe ainda suas feições primitivas, expressas na colunata que demarca varanda lateral, na coberta inclinada em telhas de cerâmica, do tipo marselha e nos vão decorados por ombreiras e bandeiras. À frente do lote, um conjunto de velhos benjamins.

Cine Messejana- Tombamento-2006

Cinema São Luiz- Tombamento-1991
Localização - Rua Major Facundo, n° 500 (Praça do Ferreira) - Centro
A construção teve início em 1939 e conclusão em 1958. O hall para a platéia e para o balcão com suas escadarias tem o piso e o revestimento em mármore de Carrara e três grandes lustres de cristal da Tchecoslováquia na parte inferior e cinco menores, na sala que leva ao balcão. Apresenta elementos "Art Decó" tardios, bem como elementos neoclássicos. A sessão inaugural, muito concorrida, aconteceu às 21 horas do dia 26 de março de 1958. Último dos cinemas a persistir funcionando no Centro, entrou no século XXI com ameaças de fechar as portas por insuficiência de público. Em 2005 foi transformado no Centro Cultural Sesc / Luiz Severiano Ribeiro)

Coleção arqueológica do Museu da Escola Normal Justiniano de Serpa-Tombamento-1941

Colégio Dorotéias - Tombamento-2005
Localização: Av. Visconde do Rio Branco, n° 2078 - Joaquim Távora
Localizado no antigo Boulevard, hoje Avenida Visconde do Rio Branco, foi construído no período de 1924 a 1929, no qual se instalou o Colégio Sagrado Coração, das irmãs dorotéias. A Capela foi inaugurada em 1940.

Sede do Departamento Nacional de combate à Seca (Palacete Carvalho Mota)- Tombamento-1983
Endereço: Rua Pedro Pereira, 683, esquina com rua General Sampaio - Centro
Construída provavelmente no início do século XX, a edificação foi residência do vice-presidente do Estado, coronel Antônio Frederico Carvalho Mota. Em 1915 foi adquirida pela Inspetoria de Obras Contra Seca (Ifocs), posteriormente Dnocs. A construção mantém a variedade estilística do ecletismo arquitetônico. Atualmente está em restauro pelo Iphan.

Edifício São Pedro- Tombamento- 2005
Localização: rua Ararius, n° 9 - Praia de Iracema
Ali funcionou o Hotel Iracema Plaza com a entrada no lado norte, dando para a praia e no lado oeste, entrada para os apartamentos. Foi inaugurado na década de 1950, e ficou inacabado (o último andar) durante algum tempo.

Escola de Música Luís Assunção- Tombamento- 2005
Localização: rua Solon Pinheiro, n° 60 - Centro
Construção da primeira metade do século XX. Edificação de pavimento único geminado na quadra. Há, atualmente, um projeto de restauração em análise pela Prefeitura de Fortaleza.

Escola Jesus Maria José - Tombamento- 2005
Localização: Av. Santos Dummont, s/n - Centro
Em 1902 foi lançada a pedra inicial para a construção da escola destinada aos meninos pobres, sendo inaugurada em 1905 e dirigida por irmãs de caridades. Depois funcionou no prédio o Cine Paroquial e a Rádio Assumpção. Encontra-se em péssimo estado de conservação, com risco iminente de desabamento. Está em processo de estudos para desapropriação pelo Município.

Estação João Felipe- Tombamento- 1983
Localização: Rua Dr. João Moreira - Centro
Edificação de fins do século XIX (1872 - 1880), com características neoclássicas bem definidas. Construída em grande parte com mão-de-obra dos trabalhadores da seca que afetou o Ceará no período de 1877-1879. Foi aberta ao público em 1880. Sua construção fez parte de um conjunto de medidas no sentido de incorporar esta região do nordeste brasileiro ao mercado capitalista mundial, possibilitando o escoamento de mercadoria do interior para exportação pelo porto da capital.

Estação Ferroviária da Parangaba- Tombamento- Desconheço

Estoril- Tombamento- 1986
Localização: Praia de Iracema
Construído de 1915 a 1920, pelo coronel Guimarães Porto para sua família, recebeu o nome de Vila Morena em homenagem a sua esposa. Em 1945 foi sede de um cassino para soldados americanos da Segunda Guerra Mundial. Depois passou a ser um bar freqüentado pela boemia e intelectuais cearenses.

Farol do Mucuripe- Tombamento- 1983
Localização: Av. Vicente de Castro, s/n, Mucuripe.
O velho Farol do Mucuripe teve sua planta aproada em 1829 e foi edificado no período de 1840/1846. Foi vitimado por um incêndio em 1846, passa por reformas em 1872, e em 1957 foi desativado por ter se tornado obsoleto. Foi recuperado em 1981/82, com projeto da Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Cultura e Desporto do Estado.

Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção - Tombamento- 2008

Galpões da RFFSA- Tombamento- 2004
Localização: Extensão do Conjunto da Estação João Felipe, na rua Dr. João Moreira, Centro
Localizados ao lado da Estação João Felipe, os galpões foram construídos em estilo Neoclássico, em 1924, para receber e armazenar as mercadorias vindas do interior pela estrada de ferro, que ligava a capital a Pacatuba. O terreno onde estes edifícios foram erguidos é o mesmo onde situavam-se os antigos cemitérios de São Casimiro e dos Ingleses, que encontravam-se em processo de desativação desde 1872.

Ideal Club - Tombamento- 2005
Localização: av. Monsenhor Tabosa, n° 1331 - Meireles
A atual sede, inicialmente "filial " da sede principal localizada nas Damas, foi construída no período de 1940 a 1946. Assim como o Náutico, além da função de sociabilidade e lazer, tem sido espaço para a realização de eventos culturais como exposições de arte, eventos literários, etc. A arquitetura da sede do clube possui característica do "Estilo Missões", uma vertente da arquitetura Neocolonial.

Igreja Nossa Senhora do Rosário- Tombamento- 1983
Localização: Praça General Tibúrcio - Centro
Prédio mais antigo em pé na cidade. Construída inicialmente em taipa e palha no segundo quartel do século XVIII, teve a capela-mor construída em pedra e cal em 1755, seguindo-se então os trabalhos até sua conclusão. Foi a Matriz de Fortaleza de 1821 a 1854. Sofreu reparos para sua conservação em 1855 e 1872, tendo dessa forma alguns elementos descaracterizados.

Igreja do Senhor do Bom Jesus dos Aflitos- Tombamento- 2006

Intendência Municipal da Villa de Porangaba- Tombamento- Desconheço

Lord Hotel- Tombamento- 2005
Localização: Rua Liberato Barroso, n° 555 - Centro
A edificação foi construída em 1956 com arquitetura avançada para a sua época. Recebeu importantes artistas e personalidades, e teve seu auge na década de 60 e 70. O proprietário original do edifício foi Pedro Philomeno Gomes, que o arrendou a um casal de suíços até 1959 e em 1992 foi fechado e transformado em residência-hotel. Um dos mais representativos edifícios da arquitetura moderna cearense.

Mercado da Aerolândia- Tombamento- 2005
Localização: BR-116, n° 5431, Aerolândia
Trata-se de um módulo do antigo Mercado da Carne. A idéia da construção do Mercado Público para Fortaleza foi iniciada em 1873, com uma tecnologia nova, a construção em ferro. O Mercado da Carne foi inaugurado em 1897, na gestão de Guilherme Rocha. Foi transferido em 38 do Centro da cidade para o local onde hoje está o Mercado São Sebastião, onde permaneceu até 1968, sendo transferido nessa ocasião para o atual local.

Mercado dos Pinhões- Tombamento- 2005
Localização: Praça Marquês de Pelotas - Aldeota
Corresponde a mais um módulo do antigo Mercado da Carne (ver tópico anterior). Foi restaurado com restaurado com recursos provenientes de um convênio entre a Empresa Brasileira de Turismo - Embratur, a Prefeitura Municipal de Fortaleza sob a responsabilidade da secretaria Regional II com as obras concluídas em dezembro de 1998.

Náutico Atlético Cearense- Tombamento- 2005
Localização: av. Abolição, n° 2727 - Meireles
O clube foi criado em 1929, e funcionou primeiro como uma guarita na Praia Formosa. Somente no início da década de 1950, com projeto de Emílio Hinko, é que foi construído o atual imóvel, considerado como a maior referência na Beira-mar. Exerceu múltiplas funções como clube - eventos sociais, restaurante, centro de convenções, cinema, pólo esportivo, galeria de exposições, palco de espetáculos, eventos políticos, etc.

Palacete Ceará- Tombamento- 1983
Localização: Rua Guilherme Rocha, n° 48 - Centro
Uma das obras mais representativas das primeiras décadas do século XX (1920), período em que ocorre grande transformação na aparência arquitetônica da cidade. A edificação era de propriedade do Sr. José Gentil Alves de Carvalho.Constava originalmente de amplos salões corridos, contíguos à escada de acesso, nos quais funcionavam, no térreo, um restaurante, e nos andares superiores, o Clube Iracema, núcleo de encontro do mundo elegante da cidade de então. Depois de várias funções, foi adquirido pela Caixa Econômica Federal em 1945. Vitimado por incêndio em 1982, teve seu interior totalmente destruído, conservando, no entanto, as fachadas em bom estado, justificando dessa forma sua recuperação.

Palácio da Luz- Tombamento-1983
Localização: Rua Sena Madureira - Centro
Edificação do século XIX. Funcionou ali o antigo Palácio do Governo. Em 1847, o presidente Ignácio Correia de Vasconcellos fez uma muralha de 384 palmos de extensão para sustentar o aterro do largo do palácio. Com essa medida, a capital teve um lugar que foi, por muito tempo, uma espécie de passeio público e que hoje é a Praça General Tibúrcio. Passou por reformas em 1856 e 1892, mandando-se substituir os beirais do telhado pelas platibandas que ainda hoje permanecem. O antigo Palácio da Luz, depois de vários usos, foi transformado em Casa de Cultura de Raimundo Cela a 1º de março de 1975.

Palácio do Bispo - Tombamento- 2005
Localização: Centro.
Pertenceu inicialmente a Antônio Francisco da Silva (sargento-mor), descendente da família Albano, depois foi adquirida pela Família Mendes Guimarães, que a transformou em chácara passando em 1892 para o Bispado do Ceará. Em 1973, a Prefeitura de Fortaleza adquire o imóvel e nele instala sua sede. Hoje funcionam alguns setores da Prefeitura.

Parque da Liberdade (Cidade da Criança)- Tombamento- 1991
Localização: Quadrilátero limitado pelas Ruas, General Bizerril, Pedro I, Pedro Pereira e Avenida Visconde do Rio Branco.
Logradouro construído em 1890, cujo nome faz alusão à abolição da escravatura. Na segunda administração do intendente Ildefonso Albano (1923-1924), o parque passou por remodelação e a antiga Lagoa do Garrote, que no século XIX servia de repasto e descanso para os comboios de animais vindos do interior em direção à capital, ganhou discreta amurada, assumindo as feições de um pequeno lago artificial. Em 1936, uma escola passou a funcionar no parque e seu nome mudou para Cidade da Criança.

Passeio Público (Praça dos Mártires)- Tombamento- 1964
Endereço: Rua Dr. João Moreira, s/n, Centro
Antiga Praça dos Mártires, pois lá foram fuzilados alguns líderes da Confederação do Equador em 1824, tornou-se Passeio Público a partir de uma reforma datada de 1877. Dos três planos interligados por escadarias, restou apenas um, que aloja um coreto e estátuas de figuras mitológicas compradas em 1881. Foi oficialmente inaugurado em 5 de junho de 1880.

Ponte dos Ingleses- Tombamento- 1986
Localização: Praia de Iracema
A construção foi iniciada em 1923, pela empresa inglesa Nestor Grifts, para ser o Porto de Fortaleza, substituindo a antiga Ponte Metálica, entretanto nunca funcionou como Porto; hoje funciona como um dos principais pontos turísticos da capital.

Praça General Tibúrcio- Tombamento- 1991
Localização: Rua General Bezerril, Rua São Paulo, Rua Sena Madureira - Centro.
A praça apresenta desenho de geometria regular, característica do período neoclássico, sendo sua construção datada de 1887. A pavimentação é em cimentado com coloração natural e coloração avermelhada nos quadros centrais da praça, circundada com um gradil de ferro ao longo da rua General Bezerril e dos prédios da Igreja do Rosário e Palácio da Luz. Pelos lados das ruas Sena Madureira e São Paulo, existe guarda-corpo em concreto aparente, assente em pequenos pilares. No centro da praça, ergue-se o monumento do General Tibúrcio, de 1888, e na confluência das ruas São Paulo e Sena Madureira, monumentos com leões. Era conhecida originalmente como Pátio do Palácio.

Prédio do IMPARH- Tombamento- 2005
Localização: av. João Pessoa, n° 5.609 - Damas
Foi residência do Dr. Manuel Sátiro, Deputado Constituinte Estadual. Foi adquirida em 1973 pela Prefeitura Municipal de Fortaleza. Funcionou a Funefor (Fundação Educacional de Fortaleza), posteriormente a Fundesp (Fundação Desenvolvimento Pessoal), e hoje o Imparh (Instituto Municipal de Pesquisa Administração e Recursos Humanos).

Prédio do Português- Tombamento- 2005
Localização: av. João Pessoa, n° 5094 - Damas
Foi batizado pelo Antonio Cardoso, que o construiu em 1950, como vivenda Santo Antônio, mas sempre foi chamado, pelos nomes de Prédio do Português ou Prédio do Cardoso. Depois da morte do proprietário, nele funcionou a ANCAR, posteriormente a Emater/CE, órgãos do governo de apoio técnico a agricultura, e também uma boate. Atualmente está abandonado, em litígio (espólio).

Santa Casa de Misericórdia- Tombamento- 2005
Localização: Rua Barão do Rio Branco, n° 20 - Centro
A construção foi iniciada em 1847 e concluída em 1857. Inicialmente foi projetada para ter apenas um pavimento e era chamada de Hospital de Caridade. Em 1961, volta a ser inaugurada, agora como Santa Casa de Misericórdia. Já no século passado (1915), passa do controle do Estado para o arcebispo de Fortaleza. O edifício é reformado nos primeiros anos do séc. XX, sendo-lhe agregado mais um andar e as fachadas com características neoclássicas. Em 2000, suas fachadas foram restauradas pelo Governo do Estado. O projeto recuperou as cores originais do edifício antigo.

Secretaria da Fazenda- Tombamento- 1982
Av. Alberto Nepomuceno, Centro
Construído pela necessidade do governo em se equipar com seus próprios prédios administrativos, teve sua pedra fundamental lançada aos 8 de julho de 1924 e foi inaugurado aos 27 de novembro de 1927. É um exemplar da arquitetura eclética.

Sobrado do Doutor José Lourenço- Tombamento- 2004
Localização: Rua Major Facundo - Centro
De propriedade do médico e deputado José Lourenço de Castro e Silva, nascido no Aracati em 1805, o sobrado foi construído em meados do século XIX, no lado par do quarteirão da rua da Palma (Major Facundo), entre as atuais ruas Castro e Silva e Senador Alencar. Após a morte do médico em 1874, a família alugou o sobrado ao Tribunal de Relação de Fortaleza. Também funcionou no sobrado a Fênix Caixeiral (Raimundo Girão) e a Prefeitura Municipal de Fortaleza. O edifício apresenta linguagem neoclássica e trata-se de um dos sobrados mais altos da cidade antiga, composto de três pavimentos.

Sociedade União Cearense- Tombamento- 1995
Localização: Rua Dr. João Moreira, nº 143, Centro.
A edificação foi construída no final do século XIX e inicialmente funcionou como o Hotel do Norte, sediando depois Sociedade União Cearense. Entre 1895 e 1935, serviu de sede para a Repartição dos Correios. Posteriormente foi adquirido pela "The Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda", companhia inglesa que explorou a energia elétrica e o serviço de bonde da cidade. Propriedade da Coelce até o início do século XXI, o prédio foi adquirido pela Fiec e, por meio da Lei Rouanet, está sendo reformado para abrigar a sede do IAB-CE, da Orquestra Sinfônica e o Museu da Indústria.

Solar Fernandes Vieira- Tombamento- 1995
Localização: Rua Senador Pompeu, nº 648, Centro
Foi construído no 3º quartel do século XIX para a residência do deputado Miguel Fernandes Vieira (1819-1879). Adquirido em 1883 pelo Governo Imperial para sediar a Tesouraria da Fazenda, o edifício passou por diversas reformas e ampliações quando sediou instituições públicas, dentre as quais a Receita Federal. Patrimônio da União, cedido pelo Contrato de Sessão e Uso do Governo Estadual, atualmente o edifício é ocupado pelo Arquivo Público.

Teatro José de Alencar- Tombamento- 1987
Endereço: Praça José de Alencar, s/n, Centro
As obras do teatro começaram em 1908 a inauguração se deu em 1910. O bloco de entrada tem características da arquitetura eclética,. O projeto da platéia e erguido em estrutura metálica trazida da Escócia. Foi considerado Monumento Nacional em 1964. Passou por diversos processos de restauração de pequena ou grande amplitude. Nas palavras do arquiteto Liberal de Castro, "o Teatro José de Alencar não apenas se constitui o mais importante conjunto arquitetônico da capital mas um dos mais notáveis do país".

Teatro São José- Tombamento- 1988
Localização: Rua Rufino de Alencar, 323
Foi criado em 1914 como alternativa de lazer cultural para trabalhadores que não tinham acesso fácil ao luxuoso Theatro José de Alencar. Num terreno baldio ao lado da Igreja da Prainha, o padre alemão Guilherme Wassen, identificado com o movimento dos trabalhadores cristãos, deu início à obra com a ajuda voluntária de operários. Em 1915 o Teatro São José passou a funcionar onde está até hoje. Na última intervenção sofrida no teatro em 1994, as cadeiras de madeira da platéia foram substituídas por assentos de plástico.




O que é um Tombamento ?
Tombamento é o reconhecimento de um bem material , de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e/ou simbólico para uma comunidade , protegendo-o de descaracterização ou de destruição através da aplicação de legislação específica. Finalizado o processo de Tombamento, o bem é inscrito no Livro de Tombo .
O que é um Livro de Tombo ?
É um livro onde se registram os bens que foram distinguidos como de valor excepcional para o Estado do Ceará, quer por seu valor histórico , artístico , paisagístico ou simbólico . No Livro de Tombo devem constar informações a respeito do bem, como um pequeno histórico, assim como sua descrição e propriedade .
Quem pode solicitar?
Qualquer cidadão pode solicitar que um bem seja reconhecido como de valor excepcional , através da abertura de um processo de Tombamento.
A quem se dirigir para abertura de um processo de tombamento?
A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará , através de sua Coordenadoria de Patrimônio Cultural é responsável por receber e encaminhar ao COEPA- Conselho Estadual de Preservação Cultural do Estado do Ceará as solicitações de tombamento de bens situados no Estado do Ceará . Se o bem for julgado de interesse vinculado ao município , deverá ser contatada a Prefeitura Municipal onde se localiza o bem, e no caso de interesse Federal , deverá ser contatado o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional .
Quando se pode solicitar um tombamento?
Quando o bem em questão for julgado de relevante interesse cultural para o Estado do Ceará , e especialmente quando por algum motivo se julgar que o bem sofre qualquer tipo de ameaça .
Como se procede um tombamento?
Um processo de tombamento é aberto através de uma solicitação formal encaminhada à SECULT por pessoa jurídica ou pessoa física , e identificada por um número de protocolo .
O processo deverá atender aos itens exigidos para abertura de processo. Após a abertura do processo , ele tramita inicialmente para a COPAHC - Coordenadoria de Patrimônio Cultural , para avaliar sua procedência e atendimento aos requisitos exigidos. O proprietário é convidado a se pronunciar a respeito da solicitação, podendo ou não discordar do pedido. Após esta análise, é encaminhado ao COEPA - Conselho Estadual de Preservação Cultural do Estado do Ceará para avaliação e parecer deliberativo. O parecer então é encaminhado para a Secretário de Cultura, para que possa ser enviado para avaliação pelo governador, que então homologa ou questiona o Tombamento. Ao longo de todo o processo poderá haver questionamento por qualquer das partes. Se homologado pelo Governador, o proprietário é então informado de que o bem constará no Livro do Tombo e enviado para publicação no
Diário Oficia.
Quais os itens exigidos para abertura de um processo de tombamento ?
Eis a relação mínima de dados requeridos para abertura de um processo de solicitação de inscrição de bens culturais materiais nos Livros de Tombo da SECULT.
Os dados, transcritos na ficha respectiva, devem constituir um estudo conciso mas circunstanciado do bem cultural material em exame, contendo informações sobre:
Histórico do bem cultural material (origem, forma original e eventuais alterações).
Implantação física do bem cultural material (urbana, rural, relação de vizinhança).
Estudo tipológico do bem cultural material (obra isolada ou formando conjunto), com descrição da arquitetura do imóvel, acompanhada de dados essenciais – características formais, espaços, usos, funções, sistemas construtivos, materiais de edificação, estado de conservação.
Relação eventual de bens móveis pertinentes ao bem cultural material ou outros bens nele integrados.
Documentação gráfica (mapas, levantamentos, desenhos técnicos).
Documentação iconográfica (desenhos, fotografias, filmes).
Referências testemunhais (escritas, fotografadas, filmadas, verbais gravadas).
Referências bibliográficas.
Justificativa do tombamento solicitado.
Recomendações e diretrizes específicas.
Por que Tombar ?
Porque alguns bens detém um inestimável valor, e devem por isso ser distinguidos por sua inscrição no chamado Livro do Tombo, o que visa. protegê-los de eventuais destruições ou descaracterização, uma vez que a Lei de tombamento aplica medidas punitivas para quem desrespeitá-la .
A partir de quando um bem é protegido pela lei do Tombamento ?
A partir do momento em que é aberto o processo de tombamento, segundo a lei, o bem passa a ser considerado Tombado provisoriamente até que se complete todo o processo, que confirma ou não o tombamento. Durante todo este tempo o bem está protegido pela lei e sujeito às sanções ou penalidades pelo seu descumprimento
Qual a lei estadual que instituiu a figura do Tombamento ?
A lei que criou o Tombamento estadual foi a lei nº 9 109 de 30 de julho de 1968 . Atualmente esta lei foi revista e complementada, agora figurando sob o nº . 13 465 de 05 de maio de 2004 .
Um imóvel tombado pode mudar de uso?
Sim, desde que o novo uso não agrida de forma violenta o imóvel tombado, o mesmo poderá mudar de uso . Mas é aconselhável que seja feita anteriormente uma consulta ao órgão responsável, no caso estadual a SECULT, para as orientações de praxe .
Um imóvel tombado pode ser reformado?
Sim, desde que a proposta de reforma seja avaliada e aprovada pela SECULT, não descaracterizando nem mutilando o bem tombado.
Um bem tombado pode ser alugado ou vendido?
Sim, desde que isto não signifique destruição ou modificação no bem. Ele deverá continuar sendo preservado.
O que é “ entorno” de bem tombado?
É a vizinhança imediata ou definida por poligonal específica em volta ao bem tombado. Esta área visa preservar a ambiência do bem e impedir que novos elementos obstruam ou impeçam sua visibilidade.

Fonte: Secult e pesquisas pela internet

terça-feira, 29 de junho de 2010

Casa do Português - Vila Santo Antônio de José Maria Cardoso

 A casa em foto de 1979 de Nelson Bezerra.


Nos quarteirões da Avenida João Pessoa alguns casarões antigos resistem ao tempo e guardam fragmentos da história do bairro. Dentre todos eles, merece destaque a Casa do Português, símbolo de ostentação quando foi construído em 1950.  A casa - na realidade Vila Santo Antônio- pertencia a José Maria Cardoso , um rico comerciante português, dono de madeireira fornecedora de lenha para a Light e para os trens da RVC (Rede de Viação Cearense). Por mais que a família crescesse, jamais ocupou todos os espaços do casarão e isso entristecia o proprietário. Há boatos de que Cardoso ficou mais desesperado ainda com o suicídio de seu filho, que saltou do alto da casa que o velho português construíra. Para o velho, o sonho acabou.


Foto da década de 60 - Acervo de Pedro Leite

Postal da casa na década de 50. 

A Casa do Português parece um navio e lembra a história dos navegantes portugueses que desbravaram os mares, que nas palavras de Fernando Pessoa, “tanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
Hoje as lágrimas são de abandono do lugar."


Acervo Eônio Fontenele


A casa é ponto de referência de quem mora ou passa todos os dias pela Avenida João Pessoa, no bairro Damas. Data de 1950, quando começou a ser construída, sendo inaugurada em 13 de junho de 1953.


Foto da década de 70. Acervo IBGE

Foto Any Lima

Chamam-na de Casa do Português. Três andares. Duas rampas laterais que davam aos automóveis acesso aos terceiro e quarto andares. Grades de ferro pesado circundam a frente e o lado esquerdo da casa, hoje, cor verde-musgo se misturando com ferrugem como se a casa, que muitos dizem parecer com um navio, estivesse no fundo do mar, sob o ranger dos motores de ônibus da avenida João Pessoa.


Raríssima foto do português José Maria Cardoso


Reportagem da década de 50 - Acervo Renato Pires

O proprietário era português realmente. Deu seu próprio nome, junto ao de um santo, a casa: Vila Santo Antônio de José Maria Cardoso. Sua família, por mais que se espichasse, não completava os cômodos do segunda andar, o único que realmente ocupou. Ainda em vida, alugou os outros dois acima para o empresário Paulo de Tarso, então dono da Boate Portuguesa. Quando morreu, em 1966, aos 72 anos, foi como um rasgo no casco da casa que já não era muito aprumada. No local, depois da boate, abrigou a Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural (Ancar) e a sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) de 1965 a 1984, e logo depois: uma oficina, um estacionamento e um cortiço.
A casa então foi vendida em um leilão.


Registro da década de 80 quando a casa abrigava a Ematerce. Acervo Renato Pires

Os atuais proprietários deixaram o aviso de não informar endereços e telefones. Nenhuma reforma foi feita e não há sinais de que algum plano esteja sendo tramado. Comenta-se que seu José Maria Machado (atual dono) queria fazer um shopping, mas os sócios dele não gostaram da ideia.  Salvando a quadra, o terceiro andar e o terraço estão com os escombros espalhados por todo o chão e as paredes pichadas.


A casa em 1954 - Arquivo Nirez

Inauguração da Boite Portuguesa em 1962 - Arquivo Nirez

O edifício está em processo de tombamento, aberto em janeiro de 2006 pela Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet), por isso mesmo está protegido de reforma que o desfigure ainda mais ou de uma possível demolição. "Alguns arquitetos contestam que aquele edifício seja um patrimônio da cidade, mas ele tem uma arquitetura diferente, é um referencial de espacialidade. As pessoas que se utilizam do espaço tem uma referência nele. É também uma referência da cidade, na década de 60 ele foi postal de Fortaleza", diz Ivone Cordeiro, diretora do Departamento de Patrimônio Histórico Cultural da Funcet.


Foto da casa publicada no Jornal O Povo em 26 de dezembro de 1970.


O processo deveria ter sido concluído em abril ou maio desse ano, segundo Ivone. Até agora nada foi pensado para o prédio e não se têm planos de uma possível reforma. Em 2005, os arquitetos Napoleão Ferreira e Mário Roque tiveram a ideia de transformar a casa em Centro Cultural. A proposta era a de um centro que integrasse a cidade e o estado com a cultura portuguesa. "A ideia é dar vida aquilo. A cidade está devendo à sua memória. Para mim aquilo é uma arquitetura que impressiona. É sem sombra de dúvida um marco urbano", reafirma Napoleão, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (Unifor).

Crédito do texto: Jornal O Povo



O trânsito na Avenida João Pessoa é caótico. Pessoas apressadas, estudantes, trabalhadores, moradores do lugar de nome bucólico: Bairro Damas. O presente de concreto, fumaça da via urbana não lembra o passado não tão distante em que o local era um espaço verde de inúmeros sítios, ideal para os que buscavam tranquilidade e ar puro. O nome Damas é uma homenagem às famílias aristocráticas que construíam ali suas chácaras, afastadas do tumulto do centro da cidade de Fortaleza, que se modernizava e aformoseava mas que perdia o charme provincial.



A Casa do Português é ponto de referência. O prédio, de propriedade particular, é uma construção ousada de 1950 que já abrigou a sede da Ematerce e a Boate Portuguesa - Diário do Nordeste.

Registro em cores dos anos 60 - Carlos Augusto Rocha Cruz

Em 1931 surgiu no Damas o “Ideal Clube”, frequentado pela elite econômica da cidade. Os aristocratas se divertiam no clube que tinha quadra de tênis, piscinas e ringue de patinação. A “mundiça”(ralé) ficava no sereno, no lado de fora, excluída dos esportes requintados das elites. O Ideal Clube ficou no bairro até a década de 60 quando foi transferido para o Meireles.
A principal rota que cruzava o Bairro Damas era a estrada Fortaleza-Porangaba, feita de areia batida. A poeira era intensa com o tráfego de boiadas, carroças e alguns poucos automóveis. Em 1929 o então presidente Washington Luis mandou revestir a estrada de concreto que foi batizada com seu nome. Deposto pela “Revolução de 30”, os novos donos do poder e os “revolucionários de véspera” mudaram o nome do lugar para João Pessoa, em homenagem a um dos líderes do movimento.


Foto Any Lima

A cidade cresceu e os problemas urbanos se manifestaram no Bairro Damas. Com a nova realidade, a Avenida João Pessoa ficou conhecida como “avenida da morte” devido ao grande número de acidentes registrados na via de mão dupla. Em 1982, quando a avenida passou a ter sentido único, com o contra fluxo apenas para transporte coletivo, o número de acidentes diminuiu mas o local ainda é perigoso.


Foto Any Lima

No bairro, o destaque é a casa do português e ainda hoje, o velho casarão estranho com rampa de garagem localizada no teto, é ponto de referência de quem mora ou passa todos os dias pela Avenida João Pessoa.

Texto do professor Evaldo Lima



Comentário de Cristina Cardoso (Uma suposta neta do português) ao texto do Evaldo Lima:

"A historia contada é uma inverdade, realmente esse casarão foi construído para netos e bisnetos eu como neta do português cheguei a morar no casarão até a morte do meu avô eu tinha seis para sete anos e convivi com os meus pais até catorze anos quando eu vim para São Paulo com minha mãe. Meu pai José Maria Cardoso Junior (filho único  de José Maria Cardoso e Antônia Gaia Cardoso, faleceu no ano de 1984, a morte dele foi causada por insuficiência respiratória devido ao tabagismo e não por suicídio  por favor se ñ sabe da historia da família Cardoso não faça comentários mentirosos, se tem curiosidade de saber sobre a realidade da família, em meados de novembro de 2010 sera lançado o livro contando tudo sobre a família Cardoso.O livro se chamará A Casa do Português (momentos de alegrias e tristezas da família) atenciosamente Cristina Cardoso"


Fatos Históricos


Em 13 de junho de 1953, é inaugurada a Vila Santo Antônio, construída por José Maria Cardoso, na Avenida João Pessoa nº 5094, ficando conhecida como a Casa do Português, toda de concreto armado, três andares com subida de carro até o teto.


Nela foram gastos 29 mil sacas de cimento, 540 toneladas de ferro, 180 milhões de tijolos e 40 mil latas de cal.

Depois foi ocupada por várias repartições públicas, começando pela Ancar.

Lá esteve também a Boate Portuguesa.



Em 30 de junho de 1962, inaugura-se a Boate Portuguesa, na Vila Santo Antônio, conhecida como Casa do Português, na avenida João Pessoa nº 5094.

Ficarei aguardando esse livro, deve ser bem interessante...






Fotos internas da casa feitas por Renato Pires:














Em conversa com uma neta do português, ela me contou algumas coisas interessantes sobre a família e a casa:


"Olá Leila!
Bom, meu pai era filho único, José Maria Cardoso Júnior. Eu, Maria Mirian Araújo Cardoso, filha e neta, porque meu pai me adotou aos cinco meses de nascida. Ele era casado com Francisca Nila Araújo, minha mãe. Meu finado avô José Maria Cardoso, o português, eu me lembro que era muito rígido com meus irmãos. A sua mulher, Antonia Gaya Cardoso, minha avó, sempre o respeitou. E depois que ficou viúva, saímos

para morar na avenida João Pessoa, nas casas de meu avô. Se eu não me engano, ele tinha 32 casas de aluguel. Ele deixou toda a herança para o seu único filho, meu pai, o qual me criou com muito amor e carinho. Meu pai se casou três vezes, eu sou da terceira família, mas éramos unidos e morávamos todos no mesmo prédio/casarão. Depois vivemos na João Pessoa, 5174, na casa da esquina. Minha avó com os outros irmãos, no meio da quadra. 
Vivi no casarão até os seis anos, nunca fui até o final dele. Antes tinha uma praça na frente do prédio, de mármore e globos iluminados em toda sua volta, era fascinante. Na entrada do casarão (abaixo) tinha uma capela, a qual meu avô rezava as missas. 

Vivemos uma vida luxuosa, tínhamos chofer, um Ford Landau, três empregadas, uma cozinheira, arrumadeira, uma lavadeira, um fotografo só da família, também um sitio...
Depois meu pai alugou o casarão para ANKA. Era assim que ele dizia.
Meus irmãos:  Maria do Socorro, Maria das Graças, Francisco e José (eram gêmeos e paralíticos, morreram adultos), Maria José e Paulo, Antônia Gaya, Cleia Simone, Francisco Jorge e Francisca Nila, que é a Cristina (já citada), porque meu pai queria Francisca e minha mãe Cristina, então a chamamos de Cristina.
Um dia, Antônia, adolescente, resolve morar em São Paulo. Minha mãe logo veio atrás, porque não vivia sem ela e nos levou para São Paulo enganando a gente, dizendo que voltaríamos, mas isso nunca aconteceu... Meu pai e ela se distanciavam mais um do outro e aquela vida que tínhamos se acabou como uma ventania passageira, todo aquele luxo se foi.
Quem mora em São Paulo é Simone, Antônia e Cristina. Jorge e eu, em Goiânia. 

Hoje somos todos trabalhadores e lutamos para ter algo melhor, mas riqueza só em sonho e até hoje eu queria saber para onde foi tudo aquilo. Virou pó? Minha mãe faleceu já faz 8 anos e meu pai faleceu em Fortaleza, somente com duas pessoas no seu enterro, Tanit do Nascimento, minha ex cunhada e seu ex marido, meu irmão Francisco Jorge.

O dinheiro não é tudo. Meus pais nos ensinaram a ter dignidade e ser honesto, que é o mais importante. O dinheiro não traz felicidade e sim a desigualdade. Assim aprendemos a valorizar cada centavo que entra em nosso bolso e aprendemos que nada cai do céu.

Leila eu vi o vídeo, que dor no coração, eu chorei ao ver a reportagem. Meus irmãos venderam a casa em 1985 e me enviaram Cr$
 1.200. Meu avô José Maria não queria que vendesse, era para usufruto da família. O advogado do meu pai na época, era o doutor Waldizar, ele era advogado da família e fazia todas as transações. Ele conheceu bem a família, não sei se ainda vive. 

Meu pai faleceu de insuficiência respiratória no dia 11 de agosto, se eu não me engano 1984 ou 85. Essa história que ele se matou porque a mulher o traiu é mentira! Minha mãe sempre o respeitou, ela faleceu aos 97 anos." 


Mirian Cardoso


Em outra ocasião, eu perguntei sobre a veracidade da notícia de que a partir de 1994, a casa foi ocupada por dois dos nove herdeiros: Paulo Vicente Cardoso e Maria das Graças Moura Cardoso, e por José Alberto Gomes, amigo dos legatários, que em 2002 ainda morava nesse local. 

Sua resposta:

"É verdade, minha ex cunhada Tanit do Nascimento Cardoso morou um tempo no prédio, não me lembro a data, foi logo após a morte de meu pai. A Graça e o Paulo (meus irmãos), moraram no prédio. A Graça que vendeu o prédio. Assim eu ouvia minha mãe falar. Não sei quem comprou, eu acho que tem um grande mistério nisto tudo. Este dinheiro nunca foi abençoado para ninguém, está todo mundo na mesma!"



Mirian Cardoso


Editado:


O imóvel foi tombado em definitivo em 2012, pela Prefeitura Municipal de Fortaleza como patrimônio histórico do município.

Em março de 2015, teve início a obra de revitalização pelo atual proprietário, mas a prefeitura embargou a obra por falta de licença. Por se tratar de um bem tombado, há todo um cuidado a ser seguido para manter a originalidade do imóvel, o que parece que não estava acontecendo. No ano anterior, ele já havia sido notificado, pois recebeu permissão de fazer apenas pequenos reparos e simplesmente retirou algumas paredes, modificando assim o projeto original da casa.
A casa do português pertence hoje ao empresário Sérgio Miranda que tem planos de transformar a casa em hotel. Segundo ele, 95% da estrutura do imóvel ainda permanece original.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Povo em 14 de janeiro de 2017, mesmo após decisão da Prefeitura de Fortaleza de embargar a obra em 2015, reparos estavam sendo feitos na casa, que teve os vitrais retirados nos dois pavimentos superiores e algumas grades. Até o letreiro original da construção, onde datava o imóvel de 1950, também foi removido. Como dito anteriormente, a casa, de propriedade privada, já havia passado por reformas há dois anos sem autorização dos órgãos legais, onde paredes na parte superior foram derrubadas durante os serviços. Dessa vez, a movimentação era menor. No local não havia indícios de entulhos ou materiais que indicasse construções civis, no entanto obras estavam sendo realizadas. De acordo com um dos funcionários que atuavam na casa, estavam sendo executados o lixamento das paredes e a retirada de alguns elementos para recuperação. “Sou eu e outra pessoa. Não é serviço grande, porque se fosse não era só nós dois. Essa casa é muito grande”, argumentou o funcionário na época.
Em nota, a Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) afirmou que as intervenções foram fiscalizadas por equipes técnicas no segundo semestre de 2016, que constataram que os serviços se referiam “a práticas de conservação”.
Editado em 15 de dezembro de 2018:
O equipamento que havia sido vendido em 2014 para o dono do antiquário, empresário Sérgio Miranda, foi, mais recentemente, novamente transferido. Infelizmente, não tenho informações sobre o novo proprietário.
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