Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Cuca Che Guevara
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Clube de Regatas Barra do Ceará



Croqui do Clube de Regatas da Barra do Ceará. 
Projeto do Arquiteto Ivan Brito. Acervo Sérgio Roberto

O clube em construção.
Fonte Alberto de Souza
O Clube de Regatas em um tempo não tão pretérito foi um importante pólo de lazer de Fortaleza. Nos anos 50 e 60, Fortaleza ainda era uma cidade provinciana e acanhada, com poucos habitantes e poucas opções de divertimento. 

A moda na capital da Terra do Sol era participar de clubes que ofereciam diversas modalidades esportivas, tertúlias, concursos de beleza e eventos culturais em seus salões elegantes.

Obra de construção do Clube em 1959. Edificação projetada pelo arquiteto Ivan Brito, professor da Escola de Arquitetura da UFC. Acervo Sérgio Roberto

Vista aérea do clube em 1959. Foto: A. Capibaribe Neto

Foto de 1977- Foto Gentil Barreira

A existência dos clubes sociais se justificava porque nos fins dos anos 50, as casas das famílias, mesmos as mais ricas, não possuíam piscinas ou quadras esportivas. Em vista disso, as famílias mais abastadas frequentavam clubes, não apenas para ter acesso ao esporte e ao lazer, mas para garantir status.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Os clubes mais importantes estavam localizados no entorno da Aldeota e do Meireles, como o Ideal, Náutico, Iate e, um pouco mais afastado do circuito tradicional havia o Clube de Regatas, na Barra do Ceará, encontro do Atlântico com o Rio Ceará.

O Clube de Regatas iniciou suas atividades no início da década 60. O clube era propriedade de Oswaldo Rizzato, em sociedade com o político Antony Costa.

Parte interna do prédio do Clube de Regatas

Fachada do prédio principal do clube

O lançamento foi marcado por diversas estratégias de marketing, como a publicação da planta do clube nos jornais para a venda de ações, feitas também no interior. Por esta razão, muitos dos sócios do clube não residiam na Capital.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Ivan Bezerra foi o arquiteto que elaborou o projeto do arrojado clube, cujas instalações incluíam: piscina, salão nobre com um imenso lustre de cristal trazido de São Paulo e quadra de tênis. O clube não era, portanto, um empreendimento para as pessoas mais humildes da região. No início, o clube era frequentado por pessoas que vinham de outros bairros.

Clube de Regatas da Barra do Ceará nos anos de 1970

Os sócios do clube que moravam nas áreas nobres enfrentavam um percurso longo para chegar ao Regatas. O esforço valia a pena, sem dúvida.

O Clube na década de 70 - Acervo Alberto de souza

Desfile da Rainha do Colégio Júlia Jorge no clube.
Acervo Vandinha Feliz
Nos anos 60, muitas gerações de fortalezenses foram embaladas pelas tertúlias e festas realizadas no Clube de Regatas Barra do Ceará. Portentoso, o local recebia a classe média não só dos que residiam no seu entorno, mas pessoas vindas de todas as partes da Cidade ou até mesmo do Interior. Era a única opção em termos de clube social daquela área de Fortaleza.

Ali, muitos estudantes tiveram o sonho da conclusão do ensino de Segundo Grau consumado nos finais de ano, com grandes festas. 


Arquivo Pompeu Macário

O Clube de Regatas foi palco para shows de artistas de renome nacional, bailes de formatura e festas de confraternização. Outro atrativo interessante eram os bingos com prêmios que iam de automóveis a passagens aéreas.

Assim como muitos dos clubes sociais de Fortaleza, o Regatas começou a entrar em decadência no final dos anos 60. Os clubes passaram a competir com outras formas de lazer e foram perdendo importância.

E como ficou o Clube de Regatas e a população jovem da Barra do Ceará?

Na desigual sociedade fortalezense, os jovens das camadas mais ricas têm acesso a clubes e academias de esporte ou ginástica onde são iniciados em diversas atividades esportivas.

Na periferia não é assim e a juventude destas áreas está mais vulnerável aos riscos de uma cidade como Fortaleza, que apesar de importantes conquistas sociais, ainda apresenta muitas desigualdades.


Terreno do CUCA

A grande área com mais de 14 mil metros quadrados, localizada na Barra do Ceará, na maior Secretaria Executiva Regional de Fortaleza (SER I), insere-se em um meio urbano-paisagístico de extrema beleza e importância. Mas também vem acompanhada de graves problemáticas sócio-urbanas.

Configura-se em um quarteirão limitado ao Norte pela Avenida Radialista Leal Lima Verde e o Rio Ceará, ao Leste pela Avenida Presidente Castelo Branco, ao Sul pela Rua Vila Velha e à Oeste pela Rua Estevão de Campos. A ponte que dá continuidade à Avenida Presidente Castelo Branco faz ligação de Fortaleza a Caucaia, ajudando a compor a beleza cênica da região e potencializando o fluxo turístico para ambas as regiões.


A citada área, outrora dedicada às atividades de um clube recreativo (Clube de Regatas Barra do Ceará), atualmente encontra-se em estado de abandono. Sua utilização se dá em certos casos, quando jovens realizam partidas de futebol e brincadeiras coletivas diversas.

O terreno abriga atualmente, além de pequenas ruínas, uma grande edificação e uma piscina semi-olímpica (aterrada), sendo que estas serão aproveitadas por meio de sua reciclagem.

O terreno apresenta topografia com níveis definidos pela antiga configuração de uso e uma série de árvores adultas, que complementam e direcionam as premissas para o futuro projeto. Serão previstas, conforme decisões da coordenação do concurso, um total de 30 vagas para automóveis, sendo 02 para portadores de necessidades especiais, além de 02 vagas para ônibus de médio porte e espaço para guarda de motos e bicicletas.

Texto retirado do Projeto de José Otávio Sorato, Gustavo Braz Carneiro e Fábio Marcizio Gonçalves para a construção do primeiro Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte de Fortaleza, o CUCA em 18 de março de 2006.



O prédio do antigo Clube de Regatas, outrora restrito, hoje é palco do Cuca Che Guevara, construído na gestão da prefeita Luizianne Lins. Um sonho coletivo, realizado por uma gestão democrática e popular. Um espaço de juventude com esporte, lazer, cultura, arte e ciência.

Por quase duas décadas, o local ficou abandonado, até que a Prefeitura resolveu construir o Centro Urbano de Cultura, Arte e Esporte (Cuca).

Em 2009, o equipamento, que recebeu o nome do médico e guerrilheiro Ernesto Guevara de la Senra (Che Guevara) e passou por reformas durante mais de um ano, foi inaugurado com uma festa que contou, inclusive, com a participação do presidente Lula.

Nos 14 mil m² de área, foram construídos ginásios, anfiteatros, pista de esportes radicais, piscina semiolímpica, campo de futebol, salas de aula e de dança, biblioteca e um cine-teatro com moderna estrutura de som e iluminação, com capacidade para 220 pessoas. "Isso aqui é tudo para nós, que não tínhamos o que fazer nas férias", conta o estudante Inácio Albuquerque Filho, que reside no bairro e frequenta o Cuca.

O Cuca Che Guevara foi inaugurado no dia 10 de setembro de 2009.


O Cuca Che Guevara vem para tentar mudar um pouco a realidade dos jovens de Fortaleza. Trata-se de uma ação efetiva das políticas públicas para a juventude. No Cuca, os jovens terão acesso livre à cultura, esporte, lazer e qualificação profissional em um espaço coletivo que contempla ginásio coberto, anfiteatro, pista de esportes radicais, piscina semi-olímpica, campo de futebol de areia, cine-teatro, salas de aula e laboratórios equipados para cursos de informática e artes visuais.

A Secretaria de Esporte e Lazer de Fortaleza é parceira do Cuca porque compreende o esporte e o lazer como direitos humanos, sociais e universais, direito de todos, instância de emancipação social e desenvolvimento humano.


Fonte: Diário do Nordeste e Blog do Prof. Evaldo

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