Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Oscar Pedreira
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Os ônibus do Oscar Pedreira


Hoje se fala muito em Mobilidade Urbana, termo técnico gerado por simulação computacional em que, a engenharia de tráfego se apoia para resolver problemas de trânsito. Certos gestores até tira bônus perante condutores particulares e/ou coletivos, para lograrem êxito em suas pretensões políticas. Trabalhar na estética é melhor do que na infraestrutura, pois, esgoto não dá voto! 

Querem um exemplo histórico? 
Quem se lembra de alguma obra do Governo Adauto Bezerra? O que muitos vão dizer é que é o único Coronel vivo daquele trio do regime militar. Não, meus amigos! Os quatro anos na frente do Estado foi drenando Fortaleza, e jogando todas as manilhas no Interceptor Oceânico, e trazendo pedras da Monguba para fazer o espigão de retenção das águas oceânicas do meu Jacarecanga. Isso tem um custo tremendo, mas não dá voto. Observaram que em eleição direta para o Governo do Estado em 1986, ele foi derrotado por Tasso? Não estou como partidário e sim como observador político. Mas isso é outra história... 

Foto acima: Oscar Pedreira em destaque


 
Ao tempo do empresário Oscar Pedreira, ele tão bem servia as linhas de sua concessão adquirida na gestão de Álvaro Weyne (1928), que certos veículos saíam batendo da Vila São José para o Centro, mas ele jamais suprimiu algum horário por falta de passageiros. Tão logo construiu sua Vila Operária (1926), sua preocupação número um, foi o deslocamento dos moradores para o Centro da cidade. A garagem e escritório da Empresa Pedreira Ltda era próximo ao Liceu, na Avenida Francisco Sá ao lado de sua mansão que, em homenagem a Sra. Francisca Pedreira, sua esposa, denominou-se VILA QUINQUINHA, afinal na intimidade ele a chamava de Quinha, corruptela de Francisquinha. O galpão era alto. Lá os ônibus pernoitavam, passavam por revisão e abastecimento. A armação de sustentação do teto era de tesouras confeccionadas com madeiras de lei. Existia uma bomba de combustível abastecida pela Atlantic, e dois mecânicos habilitados para conduzirem carros grandes para a época. Faziam serviços de funilaria, elétricos, pinturas e quando a coisa era mais complicada, seu Oscar chamava técnicos da GMC e Chevrolet

O Posto Clipper da Avenida Francisco Sá, foi instalado em 1952 com a intervenção de Oscar Jataí Pedreira.

Falando em Atlantic, o povo do Jacarecanga deve ao Oscar Pedreira a instalação do Posto Clipper em 1951. O mesmo era na esquina da Avenida Francisco Sá com a Via Férrea. A Atlantic em 1993 foi absorvida pela Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga

Os primeiros combustíveis chegados ao Ceará remota de 1909, mas os vapores que aqui fundeavam no Poço das Dragas e Barra do Ceará, traziam em invólucros tipo tanquinhos derivados de petróleo. Era uma tensão muito grande do Capitão e, dos moços de convés em trazer essa carga. Oscar pedreira era um importador para abastecimento de seus coletivos. A partir de 1950, foi que se estabeleceu no Mucuripe a Shell Mix primeira distribuidora do ramo. Como apelido era o predominante na Vila São José e eu me lembro de já ter escrito sobre isso, nem os ônibus escaparam de nossa molecagem. Existiam na empresa sete veículos com motores pra fora: O número 1 era o do João Pilão (careca com cabeça de pilão), recebeu batismo nosso. Veiculo de marca GMC, só tinha uma entrada e perto da manivela da abertura da porta, tinha o ficheiro. O cobrador ia de banco em banco, com as cédulas entre os dedos. Quem ia pagando recebia uma ficha. O número 2 era o Portiguinho, ou seja o vidro traseiro era duas janelinhas para visão do condutor, e era guiado por Pedro Alegria”. Ele era igual a geladeira de restaurante, só vivia se abrindo. Nós íamos ao Centro de graça. O número 3 fazia a linha Brasil Oiticica indo ao Carlito Pamplona. Este fazia ponto final na Rua Frei Teobaldo, defronte ao comércio 4444 na esquina da Avenida Francisco Sá (nunca se soube quem era o condutor). O número 4, por seu comprimento, cara de jacaré, recebeu o nome de Pajelão, e o motorista era o Araújo Bigode de Nós Todos. Faleceu subitamente em 1968, e aí, em respeito, passou a ser Seu Araújo. O número 5 era um semelhante ao de hoje, com porta no meio, e sem cobrador. O condutor era Seu José, o Zezinho afobado, só andava adiantado. O número 6 era chamado oDifícil e só fazia a linha do Carlito Pamplona. Vez por outra entrava na Linha Jacarecanga indo a Vila São José. Motorista: Bigodinho Fresquim. Parecia com Dom Diego do seriado Zorro com Guy Willians. O número 7 era carro reserva, e fazia conforme a necessidade as duas linhas. Então em súmula a distribuição era assim: quatro carros faziam a linha do Jacarecanga, dois para o Carlito Pamplona e um reserva. 
Aí fica uma indagação: Por que o Carlito Pamplona, mesmo sendo mais longe, tinha veículos de menos? A justificativa era que o bairro era assistido por outras empresas. Era concorrido pelas linhas Barra do Ceará, Jardim Iracema, Floresta, Coelho Fonseca e Jardim Petrópolis (cidade do Petróleo, o petróleo chagava por ali), hoje é Goiabeiras

A Brasil Oiticica 

Os ônibus do Pedreira tem histórias!
Essa é apenas uma, conte a sua!
O terminal do Centro, segundo meu pai, era no Abrigo Central, indo em seguida para a Praça Jose de Alencar em 1965. 

Atenção: Quem tem seu papai, pergunte as coisas, não espere o arquivo se queimar!
Com o crescimento oeste, e abertura de avenidas, Jacarecanga foi ficando saturado com as linhas mais diversas. Por conta disso, desapareceram as linhas do Jacarecanga e Navegantes (Braga Torres); em seguida Carlito Pamplona. Em 1973 a frota foi renovada com carros de motor interno de carroceria Grassi, mas não deu mais para acompanhar. Oscar Jataí Pedreira morre em 1977. A viúva foi "Aldeotizar" com os filhos... Os carros foram vendidos juntamente com a Vila Quinquinha. Em seu local é erguido um majestoso edifício, e nunca mais circulou ônibus pela Vila São José

Agora vem o nostálgico: As lembranças daqueles onibuzinhos verdes, os motoristas já nos deixaram, e nada se compara a velocidade de nossa mente, quando retorna ao passado. Pena que não volta!

Assis Lima
(Jornalista/Radialista) 




quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Reminiscências da Avenida Francisco Sá - Jacarecanga



Jacarecanga -  Acervo Assis Lima
 
"A avenida Francisco Sá no final do Século XIX era um estreito caminho, que nascia ao noroeste do campo onde seria a Praça do Liceu. Após a ponte de madeira que transpassava o navegável riacho Jacarecanga, existiam à beira da carroçável estrada Oeste, três artérias: a que se dirigia ao Lazareto* do Jacarecanga (Hoje rua Adriano Martins esquina com Adolfo Campêlo); a segunda ganharia vida com a seca de 1932, quando os retirantes desordenadamente ocuparam o solo, que se denominou o hoje populoso bairro do Pirambú, cujo incremento social deveu-se ao Padre Hélio Campos; e a terceira artéria dava para um segundo lazareto que era o da Cacimba Funda, na hoje rua Hélio Campos esquina com rua monsenhor Rosa. Continuemos na estrada Oeste, cujo fim era na cerca da propriedade do Coronel Antônio Joaquim de Carvalho (atual Dr. Theberge). Ao lado e no fim dessa fazenda que já se chamou Jardim Petrópolis, foi construído um aterro sanitário popularmente conhecido como rampa, já que o forno crematório de lixo no bairro Matadouro (Otávio Bonfim) havia sido desativado. Todos sabem que lixos atraem urubus, e assim para toda aquela região, surgiu a nomenclatura “Bairro do Urubu”. Exemplos da popularidade contagiante foram percebidos quando: A Rede de Viação Cearense RVC inaugurou em 1930 seu parque de manutenção mecânica, e foi batizada de “Oficinas do Urubu”; igualmente, a Rádio Iracema de Fortaleza quando começou a irradiar em outubro de 1948, a estação transmissora foi instalada nas dunas do Urubu. Sendo assim, a Estrada do Urubu em 1928 passou a denominar-se Avenida  Demóstenes Rockert, cujo empedramento foi inaugurado aos 28 de junho de 1931 recebendo o nome de 5 de Julho

 A ponte ainda de madeira em foto de O. Justa

Construção da Ponte em concreto (antes era de madeira) sobre o Riacho Jacarecanga.  Acervo Assis Lima

 Avenida Francisco Sá - Acervo Assis Lima

O povo de Fortaleza já podia transitar em duas mãos do Jacarecanga até a Barra do Ceará, onde na época pousava os hidroaviões. Em 1936, ocorrendo a morte do Ministro da Viação e Obras públicas, Engenheiro e ex-Senador pelo Estado do Ceará Dr. Francisco Sá, posteriormente essa importante via recebeu o seu nome. Andar pela Avenida Francisco Sá é respirar um ar de aristocracia, afinal a Aldeota ainda era o Outeiro, o Bairro Dionísio Torres se resumia numa grande fazenda onde os coqueirais dançavam na brisa da velha Estância Castelo e o Meireles era um aglomerado de moradores simples e que resistem as especulações próximas ao Campo do América

Avenida Francisco Sá - Acervo Assis Lima  

 A Estrada do Urubu (Avenida Francisco Sá) à partir de 1939. A pavimentação asfáltica se deu em 1965. Acervo Assis Lima

 Casa de Pedro Philomeno Gomes ficava na esquina noroeste do cruzamento da Avenida Francisco Sá com a hoje Avenida Filomeno Gomes. Terreno à direita. Arquivo Nirez

 A casa de Pedro Philomeno vista da Avenida Francisco Sá.

Saindo da Praça do Liceu em rumo à Barra do ceará, quem não se lembra da mansão do Pedro Philomeno? Da Vila Quinquinha residência do empresário Oscar Pedreira com a garagem de seus ônibus? Do riacho Jacarecanga (ainda limpo); do SAPS, SAMDÚ; da Autoviária São Vicente de Paulo e o Mercadinho Público na beira da Via Férrea de Baturité? Após a passagem de nível, tínhamos a Fábrica Baturité (Depois José Pinto do Carmo), a Casa Machado, Alumínio Ceará, Brasil Oiticica etc. 


A Autoviária São Vicente de Paulo criou a linha “Francisco Sá”, cujo final do percurso era onde foi construído o Hospital Infantil. Estas são algumas saudades. A avenida Francisco Sá que compreendia da Praça do Liceu até os sete prédios da Barra do Ceará, era uma única artéria de Fortaleza com três cruzamentos com a via férrea. A primeira era no Jacarecanga; a segunda no Bairro Carlito Pamplona e a terceira no Urubu que seguia como ramal ferroviário da Barra, e que fora erradicado em 1954. Menino parece que enxerga melhor que gente grande; vez por outra trafego nesta avenida, e já cinquentão, não vejo mais nada disso. Nem mesmo a casa da vovó Ester defronte ao desaparecido SAPS. Eu não era neto daquela anciã, apenas com outros colegas de infância também moradores da Vila São José, tirávamos caju do seu sitio sem sua permissão, levando vez por outra carreira do seu caseiro. "

Assis Lima
(Radialista/Jornalista)


*Lazareto era como se chamavam os prédios que, abrigavam isoladamente os pobres com doenças transmissíveis e muitas incuráveis para à época tais como o Cólera, lepra e tuberculose. Ainda não tinha sido construído o Hospital da Misericórdia, hoje a Santa Casa. O da Vila de Jacarecanga foi inaugurado em 27 de maio de 1820, apesar de ser iniciado sua construção e funcionamento precário desde 8 de junho de 1814. O Galpão fora erguido ao Oeste do Riacho Jacarecanga.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Oscar Pedreira - O homem que implantou a primeira linha de ônibus em Fortaleza - Parte II


Fatos Relacionados: Empresa Ribeiro & Pedreira e Empresa Pedreira


O Caso da Empresa Ribeiro & Pedreira e a polícia - Matéria publicada no Jornal Gazeta de Notícias, pág. 07 de 04/06/1929:

Esclarecimentos dos srs. Perboyre e Silva e tte. Porphirio

A G A Z E T A noticiou hontem, em primeira mão, o incidente ocorrido no dia anterior entre o sr. Oscar Pedreira, socio de uma empresa de omnibus, e a policia.

O facto, segundo nossa local, revestira-se de certa gravidade dada a maneira, um tanto desabusada, com que agira o inspector de serviço - sr. Antonio Peixoto.

Aquelle cidadão, dentro da 2a. delegacia, tinha sido grosseiramente tratado pelo referido inspector, que, sem procurar ouvi-lo, como, aliás, é de praxe, quiz logo trancafia-lo.

Divulgando o facto, verberamos, como é natural, o procedimento do sr. Antonio Peixoto, chamando ainda a attenção do sr. Perboyre e Silva para o boato, que corria na cidade, de que alguns guardas estavam recebendo gorgetas da "Light", a fim de forgicarem contravenções por parte dos omnibus.


A proposito do mesmo assumpto, procurou-nos o jovem delegado Perboyre e Silva, que prometteu mandar apurar aquella nossa denuncia.

Disse-nos mais, que ao chegar, cerca de 16,30 hs., á Delegacia, de regresso de uma diligencia a Mecejana, já ali encontràra o sr. Oscar Pedreira.

Immediatamente, tomou conhecimento do que occorrera, procurando resolver o caso de accordo com o sr. secretario da policia, por isso que o mesmo, simultaneamente, estava affecto as duas Delegacias - o flagrante do omnibus, no Alagadiço, e a prisão do sr. Pedreira, na praça do Ferreira.

O sr. Perboyre e Silva declarara ainda que o inspector, enviando varios guardas para effectuar a prisão do socio da empresa, agira de accordo com as queixas do guarda, que allegara estar esse senhor procurando difficultar a acção da policia.

Isso mesmo o policial disse no seu depoimento.

Posteriormente, procurou o sr. tte. Porphirio de Lima, cujos esclarecimentos a nós prestados vieram corroborar in totum as palavras do sr. Perboyre e Silva.

Affirmou-nos s. s. que a policia, absolutamente, não usa de medidas vexatorias prejudiciais á empresa. Antes pelo contrario. Os guardas de vehiculos são por demais condecendentes com os chauffeurs dos omnibus.

Quanto ao fornecimento de dinheiro aos mencionados guardas, disse-nos que quem o fazia não era a "Light" e sim a propria policia.

E elles recebiam 5$ ou 6$ e até mais nos dias movimentados, a fim de melhor fiscalizarem a observancia do mandado.

Em vista das declarações do tte. Porphirio, ficámos até com vontade de mudar de profissão e... ir passear de omnibus...




As passagens de ônibus - O Sr. Oscar Pedreira não quer saber de aumento. Matéria publicada no Jornal O Povo de 13/09/1949:

"Na manhã de Domingo ultima em surpresa geral. Consumou-se o tão combatido aumento dos preços das passagens de ônibus.

A população de Fortaleza devera ter sido notificada previamente, por parte da comissão Estadual de preços a respeito das novas taxas que lhes tão sendo cobradas. Em conseqüência do inesperado ás resoluções, vários desentendimentos se registraram entre passageiros, condutores e motoristas de ônibus.

O caso do aumento dos preços de ônibus, era assunto para ser ainda longamente debatido ou, pelo menos, procrastinado, de vez que o aumento já não comporta majoração de preços de qualquer natureza.

Sem desejarmos entrar em maiores considerações, sôbre aumento em fóco, que deve envolver questões por demais complexas, temos a adiantar, ante o que já é do conhecimento publico, que os maiores prejudicados foram exatamente, os operários, por que recebem pequenos e por isso mesmo moram distantes do centro da cidade, em casos modestos. De alguns mais accessiveis. O destino lhes foi assim, adverso. As passagens mais caras são por sinal, as dos que não podem residir próximo do centro da cidade.

Pela manhã de hoje o sr. Oscar Pedreira, dono de uma das mais eficientes empresas um dos jornalistas desta folha para declarar-lhe que não aumentou nem pretende aumentar os preços das passagens nos veículos de sua propriedade acrescentando que ia mais cogitar dessa medida. Enquanto outros empresários lutaram, com todas as armas, em prol do aumento dos seus lucros majorando os preços. Tratam de aumentar o numero de veículos para melhor servir o publico.

A linha a que se refere o sr. Pedreira é a circular Praça do Ferreira - Colégio Estadual, via rua são Paulo, inaugurado hoje.

O exemplo dado pelo sr. Oscar Pedreira devia ser imitado por outras empresas, que não se conformam com o já considerável lucro que vem auferindo."


*Grafia da época

Veja a Parte I
Fonte: Cepimar

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Oscar Pedreira - O homem que implantou a primeira linha de ônibus em Fortaleza



Na foto, vemos Sr. Oscar Pedreira, a esposa e as sobrinhas. O bairro Jacarecanga concentrava o maior número de palacetes e mansões de Fortaleza. Com 3 pisos, o casarão do empresário Oscar Pedreira era uma das mais bonitas residências da área. 
Arquivo Marciano Lopes

Oscar Jataí Pedreira, filho de tradicional família cearense, foi o pioneiro do transporte de massa em Fortaleza. Dirigiu a sua empresa de ônibus durante 30 anos, até o final da década de 50. Filho de Luis da Silva Pedreira e de Francisca Jataí Pedreira nasceu em Fortaleza a 18 de julho de 1896, contando portanto, mais de 81 anos de idade. Casado com Dona Francisquinha Holanda Pedreira. Não houve filhos na união que, no entanto, foi das mais felizes. Dos 7 irmãos, apenas um, Artur*, o mais novo está vivo. Os demais também faleceram: Alzira, Amélia, Afonso, Alice, Luiz e Angélica. Esteve sempre presente à educação de seus inúmeros sobrinhos, caracterizando-se não apenas como correto e honesto empresário, mas ainda como chefe de família exemplar. 

Casa de Oscar Pedreira hoje

Uma das construções mais imponentes do Jacarecanga, o Bangalô de Oscar Pedreira, aguarda proteção urgente - Arquivo Diário do Nordeste

O Bangalô é uma das mais imponentes construções do bairro Jacarecanga. Está entre os espaços que possuem processo de tombo em aberto. Localizado na Avenida Filomeno Gomes, ainda abriga uma família. Marcado pela má conservação, o lugar vai se mantendo como pode. Mesmo com as paredes descascadas e janelas quebradas, o bangalô é um dos símbolos de que a história de Fortaleza está ali, ao lado do ponto de ônibus e do carrinho que vende sanduíches na calçada do casarão.


Morreu Oscar Pedreira: Foi ele o pioneiro do nosso transporte de massa

Matéria publicada no Jornal O Povo pág. 03 de 14 de dezembro de 1977


"Faleceu Oscar Pedreira (Oscar Jataí Pedreira), aos 81 anos de idade. Várias gerações, principalmente de estudantes do velho Liceu do Ceará, conheceram aquele que implantou a primeira linha de ônibus em Fortaleza, ao tempo em que a cidade contava apenas com os bondinhos da Ceará Light. Inicialmente, Pedreira, como era mais conhecido, organizou a Linha de Jacarecanga, ampliando em seguida a sua empresa coma criação de uma segunda, a do bairro de Carlito Pamplona. Começando a vida como motorista, Oscar Pedreira jamais deixou que a sua empresa servisse mal aos passageiros. Dinâmico e irrequieto, assumia ele mesmo o posto de chofer, quando um profissional faltava. O que não admitia era que a população de Jacarecanga e Carlito Pamplona ficasse prejudicada.

A Empresa Pedreira Ltda, primava pelo asseio e organização enquanto seu proprietário se popularizou pela presença constante na Praça do Ferreira, paradas intermediárias e finais de linhas, para a fiscalização do serviço que estava prestando a ponderável parcela do povo fortalezense.

Parada de ônibus próximo a Praça do Ferreira - Arquivo Nirez

Praça do Ferreira nos anos 40 com circulação de bonde, ônibus e táxis

Sepultamento 


O sepultamento de Oscar Pedreira será às 8 horas de hoje no Cemitério de São João Batista, saindo o féretro de sua residência, à avenida Francisco Sá, 1849.



Essa bela casa ficava na Avenida Francisco Sá, não sei a numeração. Seria essa, a última residência em que morou, Oscar Pedreira?

Com o seu falecimento coloca-se um ponto final, também, num dos capítulos da história."

Em 18 de julho de 1979, inaugura-se, em Fortaleza, a Rua Oscar Pedreira, no Jacarecanga, antiga Travessa Quixeramobim, projeto do vereador Luís Ângelo, homenagem a Oscar Jataí Pedreira (Oscar Pedreira), um dos pioneiros no transporte coletivo em ônibus em nossa terra.



Rua Oscar Pedreira. Encravada na Avenida Francisco Sá, entre a Av. Filomeno Gomes e a rua Antônio Bandeira. Foto de 2011

Oscar Pedreira era fortalezense, nascido em 1896.

Morreu aos 81 anos de idade, em sua casa, na Avenida Francisco Sá nº 1849 em 13 de dezembro de 1977, sendo sepultado no dia seguinte no Cemitério São João Batista.


Empresa Ribeiro & Pedreira




Ônibus com carroceria de madeira da década de 30/40

A empresa iniciou suas atividade em 1927, mas só foi registrada na Junta Comercial em
22/05/1928. Os ônibus tinham carroceria de madeira construídos sobre chassi de caminhão.
Os doze ônibus que pertenceram a Empresa Ribeiro & Pedreira, dez eram da marca
"Chevrolet" e dois eram da marca "Dodge". Esta empresa foi a primeira a operar uma linha
de ônibus em Fortaleza, ao tempo em que a cidade contava apenas com os bondes da Ceará
Light
. Após a firma ser extinta Oscar Pedreira ficou com os doze ônibus sob seu  poder,
registrando outra Empresa - Pedreira & Cia.

Funcionou de 1927 a 1929

Proprietários / Sócios
Humberto Ribeiro

Oscar Pedreira

Linhas Urbanas:

Escola Aprendizes Marinheiros (Fortaleza)
Outeiro, atual Aldeota / Centro (Fortaleza)
Parangaba
Via Férrea (Fortaleza)


Metropolitanas:
Fortaleza / Maranguape
Frota

1927 - 02 ônibus
1929 - 12 ônibus




Empresa Pedreira 

Primeira Empresa a adquirir chassis para ônibus (1941) e empregar moças como cobradora (1946). Em 2002, Oscar Jataí Pedreira foi homenageado com a medalha CEPIMAR de Transporte de Passageiros, na Categoria “Post Mortem”, outorgada pela Federação das Empresas de Transportes Rodoviários dos Estados do Ceará, Piauí e Maranhão 

A empresa começou a funcionar em 1929 e deixou de funcionar no final da década de 70.

Proprietários / Sócios
João de Carvalho Góes
Oscar Pedreira
Linhas Urbanas:
 
Brasil Oiticica / Centro (Fortaleza)
Carlito Pamplona / Centro (Fortaleza)
Jacarecanga / Centro (Fortaleza)
Vila São José / Centro (Fortaleza)


Frota

auto-ônibus


Foto da década de 50. Abrigo Central na Praça do Ferreira

Fatos Históricos



  • 1928 - Surgem os ônibus de propriedade de Oscar Pedreira, que apesar de bem recebidos pela população, são mal recebidos pela Light que abre processo acusando a nova empresa de usar seus trilhos.


  • 13/dezembro/1977 - Morre, aos 81 anos de idade, em sua casa, na Avenida Francisco Sá nº 1849, em Fortaleza, Oscar Jataí Pedreira (Oscar Pedreira), um dos pioneiros no transporte coletivo em ônibus em nossa terra. Era fortalezense nascido em 18/07/1896. Foi sepultado no dia seguinte no Cemitério São João Batista. Hoje existe uma rua no Jacarecanga com seu nome.


  • 18/julho/1979 - Inaugura-se, em Fortaleza, a Rua Oscar Pedreira, no Jacarecanga, antiga Travessa Quixeramobim, projeto do vereador Luís Ângelo, homenagem ao pioneiro dos empresários de ônibus.


Primeira residência de Oscar Pedreira no cruzamento da Avenida Filomeno Gomes com Monsenhor Dantas, ainda existe, mas se encontra em péssimo estado de conservação:







* Isso em 1977, data da reportagem do Jornal O Povo

Leia também a Parte II


Fontes: Cepimar, Diário do Nordeste, 
Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: