Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Casa do estudante
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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sábado, 12 de junho de 2010

Emílio Hinko - Vida e obra



Emílio Hinko (Budapeste, 9 de abril de 1901) foi um arquiteto húngaro que radicado em Fortaleza realizou várias obras pelo Brasil, em especial Fortaleza. Estabeleceu-se na capital cearense em 1929. Em 1984 recebeu da Câmara Municipal de Fortaleza o título de "Cidadão de Fortaleza".


Projetos realizados:

Base Aérea de Fortaleza
Casa do Estudante
Clube Iracema
Hospital de Messejana
Igreja do Coração de Jesus
Igreja das Missionárias
Igreja de São Pedro
Jockey Club Cearense

Edifício Lopes
Náutico Atlético Cearense

Sede dos IFCEs de Fortaleza, João Pessoa, Recife, Salvador e Teresina.

Construção da Casa do Estudante

Inauguração do Ed. Lopes

A produção do arquiteto Emílio Hinko em Fortaleza é ainda pouco conhecida, mesmo entre os profissionais e estudantes de arquitetura, apesar do grande número de obras e do destaque de algumas delas na cidade, como grandes equipamentos públicos.

Emílio Hinko nasceu em 09 de abril de 1901 em Budapeste, na Hungria. Por influência do pai, que era construtor, interessou-se pela arquitetura, tendo-se formado pela Escola Politécnica da Hungria, com especialização em maquete e montagem. Durante a Primeira Guerra Mundial, passou por dificuldades, tendo inclusive perdido familiares no conflito.

A base de sua formação era a arquitetura clássica - passava muito tempo reproduzindo estilos, estudou os livros de Alberti, as ordens arquitetônicas, e dominava perfeitamente o detalhamento. Quando se graduou, saiu de Budapeste e foi para Roma, com dois amigos - arquitetos judeus - em uma viagem de estudos, em busca da arquitetura neoclássica, que merecia ser reproduzida.



Na Itália, Emílio arranjou emprego como apontador de obras, controlando a entrada e saída de material do canteiro. Este emprego, ao ar livre, lhe trazia grande desconforto, por causa do inverno rigoroso. Seus amigos, que tinham conseguido melhores posições em um escritório, lhe indicaram para uma oportunidade que surgiu, trabalhar no escritório de Stachine, arquiteto oficial de Mussolini. A filosofia que Hinko adotou a partir de então foi a de se entregar inteiramente ao trabalho - trabalhava 14 horas por dia, em média. Dessa intensa dedicação nasceu uma amizade com Stachine, com quem ele colaborou em diversos projetos, como no Banco de Tripoli e na Estação Ferroviária de Milão.
Emílio trabalhou na Itália por aproximadamente cinco anos, onde ainda desenvolveu projetos de bancos oficiais e vilas de veraneio. Durante esse período, tomou conhecimento do Brasil, através de uma família italiana que tinha uma casa de comércio em Belém do Pará, e se interessou em conhecer aquele país, motivado pela possibilidade de juntar dinheiro para se casar - sua noiva havia ficado na Hungria. Embarcou num navio, e veio dar em Fortaleza, em 1929, depois de escalas no Amazonas.



Fortaleza à época, na década de 20, com apenas 100.000 habitantes, se restringia a algumas ruas no Centro e a grandes faixas de praias, dunas e coqueirais. Essa primeira visão de uma zona tropical causou uma forte impressão em Hinko, que resolveu ficar por algum tempo. Ele ficou hospedado na pensão da Madame Gautier, e passava os dias fazendo croquis de casas nas mesas dos bares - o que despertou a atenção das pessoas, que não conheciam a palavra arquiteto, mesmo as mais ilustres. Assim começaram as primeiras encomendas, principalmente de casas, para médicos.

(A foto ao lado é de 1978 de Fátima Porto Belém)

A partir de então foram feitas várias residências, no Benfica e em Jacarecanga, de acordo com os desenhos esboçados - o cliente podia ver o que iria ser construído, fazendo alterações ainda na planta.


"Ele imprimiu nova concepção ao tratamento do lote urbano, modificando a disposição da edificação no mesmo. Os projetos de Hinko previam casas afastadas dos lotes, prédios recuados, jardins, muros baixos e banheiros no interior das mesmas. Com isso, ele promovia a saúde e a relação entre o público e o privado. Antes, as casas eram enfileiradas, sem recuo e com os banheiros fora delas. Essa visão de que as casas precisam ser ventiladas, o arquiteto trouxe da Europa, que amargava epidemias de doenças infecto-contagiosas, como a tuberculose".
Com o aumento do número de projetos, ele se socializou muito, principalmente com os clientes médicos, de cuja vida social participava.



Projeto de Emílio Hinko para a rua São Bernardo.

Casas construídas para aluguel, na rua Floriano Peixoto.

Casas na Av. da Universidade.

Casa na Av. Duque de Caxias com rua Major Facundo, onde hoje existe o Hotel Chevalier.

Hospital de Messejana - 1930 (antigo Sanatório).

"O início da obra de Emílio Hinko é marcado pelo grande número de projetos residenciais, onde se observa a preocupação com a salubridade, conforto e higiene das habitações. A implantação é feita de maneira a permitir a iluminação e a ventilação natural. Percebe-se também a utilização de elementos modernos, como o brise e a pérgula, além de um jogo bem equilibrado de volumes".
Em seguida veio o projeto do Hospital de Messejana, onde adotou os princípios de salubridade que seguira para as vilas, na Itália - pavilhões separados para evitar a contaminação, muita ventilação, integração com áreas verdes.

O projeto de Hinko de maior visibilidade talvez seja o Náutico Atlético Cearense, clube criado por profissionais liberais que se organizavam em quiosques, em busca de uma vida social mais dinâmica. A construção da atual sede completa agora cinquenta anos. O Náutico foi construído pela construtora de Hinko, também um empreendedor.

"No início da década de 40, foi convidado pelo brigadeiro Eduardo Gomes para elaborar e administrar a construção dos vários edifícios que compõem a Base Aérea de Fortaleza, inclusive das residências para sargentos próximas à Base, na av. Borges de Melo, e para oficiais superiores na Aldeota".

Sede do Náutico Atlético Cearense, onde predomina o estilo barroco genovês, com marcada influência da cidade italiana de Gênova, onde viveu vários anos antes de migrar para o Brasil.


A construção original da década de 50 é um primor em estilo barroco genovês. É uma edificação toda avarandada, com amplas marquises, colunas brancas e elementos vazados.

Com esse projeto, ele desenvolveu um estilo regional, fazendo uma arquitetura adaptada ao clima, com varandas, terraços, marquises e elementos vazados. "Outra importante característica diz respeito ao caráter permanente das obras projetadas e construídas por Hinko. Sua obra resiste ao tempo, não apenas pela resistência dos materiais empregados, que embora simples não sucumbem à ação do tempo, mas também porque os usuários gostam das construções, e não fazem intervenções".

A essa época a família de Hinko vem da Hungria para o Brasil, passando a viver com ele em Fortaleza.


Base Aérea de Fortaleza,na av. Borges de Melo


Alojamento para oficiais da Base, na av. Borges de Melo.

Utilização de moringas (jarros de barro) na construção de colunas.

Emílio passa a ter contato com o empresário Plácido de Carvalho e sua esposa, Pierina, de quem adquire material de construção para suas obras. O casal morava em um palacete(*) na Av. Santos Dumont, já demolido. Após a morte de Plácido, Hinko constrói a pedido de Pierina uma série de casas para aluguel - os famosos castelinhos da CEART, na Praça Luiza Távora - em torno de seu palacete, que resistem até hoje. Os dois palacetes que têm fachadas para a Av. Santos Dumont, construídos inicialmente, são caracterizados pelo estilo lombardo (foto abaixo). Os quatro restantes são propensos ao barroco romano e genovês modernizados, influência da costa azul italiana.

Conjunto de seis palacetes ladeando o então Castelo do Plácido, na av. Santos Dumont.


Durante a construção, Emílio e Pierina se apaixonam, e se casam.
Emílio Hinko teve a visão do que seria a ocupação da avenida Beira-Mar, ainda um grande vazio, e previu o seu projeto, comprando grandes faixas de terra.

A primeira construção da Beira-Mar foi a sua casa de veraneio, já demolida, no terreno onde hoje fica o estacionamento da Pizza Hut na avenida da Abolição. O terreno do Clube dos Diários, ao lado, foi doado por ele para que tivesse alguma vizinhança.

Existe ainda uma série de obras projetadas por ele, como o Clube Iracema, a atual Secretaria de Finanças da Prefeitura, a Casa do Estudante (na rua Nogueira Acioly), a Igreja do Coração de Jesus, a Igreja de São Pedro e a Capela das Missionárias, além de várias casas na av. Santos Dumont e na Praia de Iracema. Um de seus principais colaboradores foi o engenheiro Alberto Sá, com quem trabalhou em diversas obras - e o desenhista Aldo Mesquita.

Croqui para a sede da Prefeitura Municipal de Fortaleza, atrás do Parque da Criança. Somente o bloco da esquina foi construído,sendo até pouco tempo ocupado pela Teleceará.


Prédio da Companhia Telefônica projeto de Emílio Hinko - Nirez

Após o desabamento da antiga Igreja do Coração de Jesus, elaborou o projeto e participou da construção da atual igreja.


Capela e Casa das Missionárias, na Av. Rui Barbosa.



Primeiro edifício de apartamentos da cidade, construído na praça do Liceu, na Jacarecanga.



Hoje é a Secretaria de Finanças da Prefeitura.


Emílio Hinko também atuou como construtor. São dele, como construtor, os primeiros galpões do porto do Mucuripe, assim como a ponta do Mucuripe (o quebra-mar). Sua construtora tinha sede no Rio de Janeiro, e trabalhava principalmente para o Ministério da Educação, em obras como as Escolas Técnicas de Salvador, Fortaleza e Teresina; e em reforma no Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro. Fez os armazéns do Porto de Cabedelo, e obras em Pernambuco e na Bahia.
Foi reconhecido como cidadão de Fortaleza e do Ceará. Nos últimos anos de trabalho, Hinko desenvolveu projetos com pré-moldados. Ele tinha planos de criar uma escola de arquitetura para estudantes carentes em Messejana. Há alguns anos, teve um derrame que o deixou incapacitado de trabalhar. Hoje, Emílio Hinko (**)vive no 4º andar do Excelsior Hotel, no centro da cidade.

"A obra de Hinko muito contribuiu para a rápida transformação urbana que Fortaleza sofreu a partir dos anos 30. A pequena Fortaleza de 100.000 habitantes cresceu, mas até hoje a obra de Emílio Hinko tem importância na configuração do espaço urbano da cidade".

Acervo Lucas Jr
Em 1941, o prefeito Raimundo de Alencar Araripe contratou os engenheiros Emílio Hinko (o mais alto) e Alberto Sá para a construção do prédio sede do município, que se localizaria onde se construiu o Abrigo Central. Duas torres com relógios de quatro faces, duas galerias térreas, quatro elevadores... Ficou só na maquete. Acervo Lucas Jr

Croqui para a atual Catedral de Fortaleza. O projeto escolhido foi um prédio neo-gótico.



Croqui de proposta do concurso para a Faculdade de Direito. Foi escolhido um outro projeto.




(*)Na década de 30 o castelo foi ocupado pelo Serviço de Malária, departamento federal que equivale hoje a Sucam.
Em 1974 o castelo do Plácido foi vendido para o grupo Romcy para a construção de um supermercado. Na iminência de seu tombamento, o Castelinho, como era conhecido, foi demolido da noite para o dia. Passaram-se os anos e o terreno ficou abandonado até que o governo o desapropriou e nele construiu a Central de Artesanato Luíza Távora.
(**)Emílio Hinko morreu em Fortaleza no dia 4 de janeiro de 2002, tendo chegado à idade
de 100 anos.

Fonte: Wikipédia, Cobogó e pesquisa na internet

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Casa do estudante - CEC


ORGULHO DE SER CEQUIANO!!!


Início das obras. Jornal do Estudante de 1936.
Acervo Renato Pires
"Ser cequiano é fazer parte de ex-morador e morador da Casa do Estudante do Ceará, que fica na Rua Nogueira Acioly, Bairro Meireles, perto do Coração de Fortaleza. Fui morador desta Casa durante 5 anos da minha Juventude. Entrei em junho de 1996 para fazer os meus preparativos para a UFC. Lá fiz muitas amizades, como os estudantes divertidos de Várzea Alegre, amigos como os da Serra Grande. Mas, foi com um amigo de Hidrolândia que fomos irmãos, estudamos muito. Muitas noites até 5 hora da madrugada. Lá tive contatos com o Movimento Estudantil de Fortaleza. Fiz muitas amizades também. Em 2000 passo para ser Estudante da Escola Técnica para o Curso de Turismo, naquele momento a Escola passava a ser Centro Federal de Educação (CEFET) e agora é Instituto Federal de Educação. E fiquei morando e estudando para o Vestibular da UFC e Turismo CEFET


Início das obras. Acervo Renato Pires
Em 2002 passo no Vestibular de Filosofia da UFC. Saí para a Residência UFC em 2002. Foi tempos maravilhosos. Amigos... amigas... Saudades... Jardim, Tabuleiro, Catarina. Milagres, Barbalha, Sobral, Crateús, Canindé, Juazeiro, Potiretama, Hidrolândia, Ipueiras, Pacujá e muitas outras cidades do Ceará. Estavam lá os estudantes do Ceará. Fomos muitas vezes lutar por melhores condições para a nossa Casa. Lembro da nossa ida à Câmara Municipal de Fortaleza e Assembléia do Ceará. E hoje a História se repete... Até quando vamos ter uma casa independente com recursos próprios... Quero aqui, desejar vida longa a Casa do Estudante do Ceará. Solidariedade...Casa do Estudante, um Direito que se conquista...
CANIDIA como era conhecido por todos cequianos. "


Danúsio Almeida



A Casa do Estudante é um importante equipamento dentro da realidade educacional do Estado. Sua pedra fundamental foi lançada em 11 de agosto de 1934, projeto do competente arquiteto Emílio Hinko. A casa foi inaugurada em 11 de agosto de 1958. Sua sede localiza-se à rua Nogueira Acioly. Desde o início de seu funcionamento, a CEC tem prestado relevantes serviços à educação de nosso Estado, abrigando em suas dependências estudantes vindos do interior, oriundos - em sua grande maioria - de famílias carentes.


Casa do Estudante em 1950
Pela CEC passaram nomes ilustres de nosso Estado, tais como os deputados Barros Pinho e Raimundo Macêdo e o ex-prefeito Evandro Aires de Moura. O que deveria ser motivo de orgulho para os cearenses é hoje, na verdade, o retrato perfeito da carência educacional da juventude brasileira. A situação da CEC é de total abandono por parte das autoridades estaduais. Os estudantes residentes vivem em situação extremamente precária.

As condições estruturais da CEC são as piores possíveis. Os sistemas hidráulico e elétrico da Casa estão completamente danificados. Não existem funcionários e nem material para fazer a limpeza do local. Deste modo, os estudantes têm de se cotizar para comprar o mínimo necessário, além de articularem escalas de serviços para que eles mesmos realizem estas tarefas. Há ainda necessidade de recuperação e atualização da biblioteca, quadra de esportes, informatização.



Estas condições obrigaram alguns estudantes a regressar às suas cidades de origem por não poderem se manter.Este problema porém não deveria existir. Existe toda uma legislação que obriga as entidades estudantis a repassarem 20% dos valores arrecadados com a emissão de carteiras de estudante para a Casa do Estudante do Ceará. Atualmente, a Lei 7.489, de 30 de dezembro de 1993, que estabelece normas para fiscalização da emissão das carteiras estudantis, em seu artigo 13, é taxativa: "fica assegurada à CEC o repasse de 20% sobre o valor de custo da identidade estudantil dos secundaristas". Esta lei é de autoria do vereador Idalmir Feitosa, com nossa contribuição através de várias emendas, que permitiram garantir os direitos dos estudantes.
Infelizmente, as entidades estudantis não a cumprem. Esses repasses, devidos legalmente, certamente mudariam a situação de penúria em que vivem os moradores daquela casa estudantil.

A Casa do estudante pede socorro. Seriam necessários hoje, dentro dos tristes padrões nos quais vivem a educação cearense, um esforço conjunto - Estado, associações estudantis e mesmo outras entidades da sociedade civil - para viabilizar o funcionamento em condições mínimas da CEC. É o mínimo que se pode fazer em prol da única instituição que se preocupa com o futuro dos alunos do nosso interior.


Dificuldades na Casa do Estudante

Funcionários demitidos, restaurante fechado, racionamento de energia elétrica, falta de dinheiro para pagar as contas. São muitas as dificuldades que enfrenta a casa do estudante por falta de recursos.


75 anos de história, 120 moradores. Todos do interior do estado. A única fonte de renda da casa do estudante vem dos 20% da confecção das carteiras de estudante. A decisão da Prefeitura de revalidar os documentos de alunos da rede pública acabou em prejuízo, segundo o presidente da Casa do Estudante, Daniel Monteiro.
A Prefeitura foi procurada e a resposta não agradou.
A situação ficou tão grave que os estudantes contam que já organizaram apagões para economizar energia elétrica. Demitiram quatro funcionários, o restaurante está fechado desde o começo do ano e a tão sonhada reforma da casa vai ser mais uma vez adiada.
Enquanto isso, os estudantes se revezam nas atividades.
A estudante Zilma Costa, de Juazeiro do Norte, mora na casa há sete anos. Ela disse que não é a primeira vez que o local passa por crises, mas dessa vez é diferente.
Segurança e alimentação são por conta dos estudantes. Cada um por si, mas quem será por todos?
O coordenador, Afonso de Souza, informou que o processo de revalidação das carteiras estudantis do município é um processo irreversível. E que a casa do estudante deve procurar parcerias com outras entidades para aumentar a arrecadação.
Tv verdes mares


Entidade sempre passou por dificuldades

Fundada em 1934, a Casa do Estudante abriga estudantes do Interior do Ceará que não têm família na Capital, nem condição de se sustentar enquanto estão na universidade. Apesar da capacidade para 180 moradores, somente 130 vagas estão ocupadas por conta da escassez de recursos. Segundo o presidente da Casa, doações são raras. Por isso, a administração pretende realizar também campanhas de arrecadação de alimentos.

Durante os último anos, a Casa do Estudante do Ceará ganhou a imagem de ser palco de festas e bebedeira. Mas desde o ano passado, moradores vem mudando esse perfil. Houve a proibição do consumo de bebidas alcoólicas e da realização de festas no ambiente.

Diário do Nordeste







A casa do estudante completará 76 anos em 2010

O local serve de moradia para adolescentes e jovens vindos do Interior do Estado e abriga 164 estudantes secundaristas e universitários. Para o atual presidente da casa, Daniel Monteiro, a instituição tem prestado um importante serviço à sociedade. Ele lembra que nomes conhecidos da sociedade cearense, como o jornalista Edilmar Norões e o deputado federal Eunício Oliveira, já moraram no local. Ao longo de sua história, a Casa passou por muitas dificuldades para se manter. Atualmente, Daniel Monteiro comemora o funcionamento de um laboratório de informática no local. Mas diz que a instituição precisa de doações de livros para a biblioteca e de ajuda para reformar sua estrutura. Uma exposição, com fotos e documentos do movimento estudantil, abriu as comemorações dos 73 anos em 2007.

Diário do Nordeste



A única fonte de receita da casa vem da confecção da carteira de estudante dos ensinos fundamental e médio de Fortaleza, mas desde o ano passado, a Prefeitura optou por não confeccionar novas carteiras. Por este motivo, o restaurante da casa teve que ser fechado. Apesar das dificuldades, os estudantes tem esperança de que alguma coisa melhore.
Estudar é um direito. Dar abrigo ao estudante, também. A queixa é sempre a mesma: falta de apoio. Junto com Samuel, outros 119 jovens moram na Casa do Estudante. Filhos do interior que largam a família e vem para a capital tentando ser alguém na vida, apostando nos livros. Os pais não vão gostar nada de saber que estão em dificuldades. Falta dinheiro para as despesas básicas. O restaurante está fechado desde maio. Os recursos que vinham de arrecadações com a carteira de estudante foram reduzidos mais da metade. Problema é o que não falta, desde que foi construída a Casa do Estudante.
A ideia é criar a Associação dos Ex-moradores da Casa do Estudante, um antigo sonho. Juntos, a nova e a velha geração da Casa do Estudante.



Tv verdes mares



Casa do estudante terá novo jardim

A Casa do Estudante, terá um novo jardim a ser inaugurado a partir desta sexta-feira (11). No local terão mais de 2.000 mudas de plantas nativas do Ceará – como a carnaúba, coco catolé e a grama gengibre – além de outras árvores do Nordeste e da flora brasileira.

A Casa do Estudante, fotografada do 7° andar do Hospital São Camilo (Cura d'Ars), na Nogueira Acioly.
 Foto Mary Viana
De acordo com o engenheiro agrônomo e doutor da área, José Wilmar da Silveira Neto, o objetivo é preservar a flora cearense. “As pessoas querem decorar jardins com plantas invasoras, de outros países, e esquecem que a flora brasileira, as nossas plantas do Ceará além de deixar um ambiente mais bonito ainda podem dar frutos, como palmeira coco catolé”, diz o engenheiro. De acordo com José Wilmar, a cera da carnaúba, por exemplo, é exportada para outros países a altos custos. Na Alemanha, o quilo da carnaúba pode chegar a R$ 20 mil.

Todo o projeto paisagístico e a doação das plantas foram realizados pela Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização de Fortaleza (Emlurb).

Demais reformas no local

Além da preocupação com o meio ambiente, a Casa do Estudante modernizou todo o espaço dos jardins com 10 novos bancos feitos de marmorite (mármore pedra), 28 jarros de plantas ornamentais e pintura do piso do pátio. A idéia é transformar os jardins num espaço de leitura, lazer e entretenimento.

Monique Oliveira



Créditos: Tv Verdes Mares, Diário do Nordeste e pesquisa na internet

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