Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Instituto dos cegos
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Raimundo Girão



O Prefeito de Fortaleza Raimundo Girão (1933)

Raimundo Girão, Filho de Luís Carneiro de Sousa Girão e Celina Cavalcanti, nasceu na fazenda Palestina, do Município de Morada Nova, perto três quilômetros da cidade sede municipal, no dia 3 de outubro de 1900, uma quarta feira.

Os pais de Raimundo Girão

Aos cinco anos de idade, com os pais, mudou se para Maranguape, cidade em que permaneceu até 1913 e teve a oportunidade de fazer os primeiros estudos frequentando a escola pública dirigida pela professora Ana de Oliveira Cabral (D. Naninha) e o colégio particular do prof. Henrique Chaves. Em novembro de 1913, transferiu se para Fortaleza, passando a frequentar o colégio Colombo, do prof. Manuel Leiria de Andrade, e em seguida matriculou se no Liceu do Ceará, no qual tirou os necessários preparatórios (1919). No ano seguinte, matriculou se na Faculdade de Direito do Ceará, cujo curso terminou, colando grau de Bacharel no dia 8 de dezembro de 1924. Nessa mesma faculdade, doutorou se em 1936, sendo aluno laureado. Advogado nos auditórios do Estado, quando em 1932 é chamado para exercer as funções do cargo de Secretário Geral da Prefeitura de Fortaleza (Secretaria Única) para a 14 de dezembro desse ano receber a nomeação de Prefeito Municipal interino. Efetivou se no cargo no dia 19 de abril de 1933 e o exerceu até 5 de setembro de 1934, dedicando todos os seus empenhos e experiências aos interesses administrativos da Capital cearense.

O casal Raimundo Girão e Marizot, em 1930

No ano seguinte, por ato governamental de 21 de setembro, foi nomeado sem que o pleiteasse, Ministro do Tribunal de Contas do Ceará, criado pelo Dec. n° 124, do dia 20, anterior, do Governador Francisco Menezes Pimentel. Nesse governo, foi distinguido com várias e importantes Comisssões, inclusive a Comissão que representou o Ceará nas Conferências de Assuntos Econômicos e Fazendários, a primeira reunida no Rio de Janeiro (1940) e a segunda em Salvador (Bahia, 1940). Outra Comissão, de alta significação, de que fez parte foi a encarregada de elaborar o Projeto de Estatuto dos Funcionários do Estado (1942). Nomeado em 2 de março de 1946 Livre Docente da Faculdade de Ciências Econômicas do Ceará, na Cadeira de Estudos Comparados das Doutrinas Econômicas. Em 1949, como representante do Estado do Ceará e do Instituto do Ceará (para o qual entrara como Sócio Efetivo em 1941 e do qual foi Presidente de Honra e recebeu, post mortem, o titulo de Sócio Benemérito), participou do I Congresso Histórico do Estado da Bahia, comemorativo do 4° Centenário de Fundação da Cidade de Salvador, realizado nos dias 18 a 30 de março.

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O casal Raimundo Girão e Marizot em Paris, 1968 

Quando Prefeito Municipal (1933 34) teve a oportunidade de concorrer para a instalação do primeiro Club de Rotary do Ceará, a que por duas vezes presidiu. De caráter rotário, tomou parte, além de outras, da Comissão Distrital de Manaus (1951), demorando se algum tempo na Amazônia para sentir melhor as belezas da Hiléia. Duas vezes mais esteve naquela maravilhosa região. Em 1952, é nomeado presidente do Conselho Penitenciário do Ceará, ao qual já servira como Conselheiro desde 1935. Foi Mordomo da Santa Casa de Fortaleza. Com o prof. Mozart Soriano Aderaldo participou do congresso comemorativo do Tricentenário da Restauração Pernambucana, realizado no Recife em julho de 1954. Foi um dos fundadores e primeiro Diretor da Escola de Administração do Ceará. Nomeado em 9 de janeiro de 1960 Secretário Municipal de Urbanismo, de cuja Pasta foi o primeiro titular, pois foi ela criada por sugestão sua. Nomeado, por Ato de 3 de outubro desse ano, recebeu a nomeação como primeiro titular da Secretaria de Cultura do Ceará (1966 71), pasta criada com o desdobramento (a primeira no Brasil) da anterior Secretaria de Educação e Cultura, em consequência de trabalho seu, constante e cuidadoso, adotado pelo Governo do Estado. Presidiu a Academia Cearense de Letras, no biênio 1957/58, na qual ocupava a Cadeira n° 21 de que é Patrono José de Alencar. Em 1985 foi aclamado "Presidente de Honra" e, posteriormente, eleito sócio efetivo da Sociedade Cearense de Geografia e História, tendo ocupado a Cadeira de n° 22, patroneada pelo romancista Franklin Távora.

O casal Raimundo Girão e Marizot, em 1986


Recebeu Raimundo Girão em vida, e mesmo in memoriam um grande número de honrarias, representadas por medalhas, troféus, títulos honoríficos e outras condecorações. A sua bibliografia é alentada: legou-nos 54 títulos entre livros e plaquetas, além de ter organizado 12 volumes de variados assuntos. Prefaciou 19 livros de terceiros. Sua colaboração em periódicos – jornais e revistas- alcançou a quase cinco dezenas, entre artigos, crônicas e entrevistas.

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Raimundo Girão, Marizot e os 10 filhos 

Em enquete promovida pela TV Cidade, de Fortaleza, no ano de l987, foi consagrado como um dos vinte maiores cearenses de todos os tempos.

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Raimundo Girão, o Prefeito, é o terceiro em pé da esquerda para a direita em foto com o Interventor Carneiro de Mendonça e seus auxiliares 


Faleceu em 24 de julho de 1988, nesta Capital. Em 1991, o Prefeito Juraci Magalhães, por decreto, prestou lhe expressiva homenagem, mudando a denominação da Avenida Aquidabã para Avenida Historiador Raimundo Girão. Casou se pela primeira vez corn Maria Monteiro de Lima, que veio a falecer em 19.11.1925, sem filhos. Era filha de Manuel Gonçalves de Lima e Maria do Carmo Monteiro. O segundo casamento deu se em 27.11.1926 com Maria Gaspar Brasil (Marizot), nascida em 18.03.1910, em Fortaleza, filha de Prudente do Nascimento Brasil e Inês de Moura Gaspar. Do casal nasceram dez filhos, que se multiplicaram em trinta e um netos e quarenta bisnetos.


Sociedades científicas, literárias e culturais a que pertenceu:



  1. ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS. Sócio efetivo e presidente no biênio 1957/58.
  2. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO CEARÁ. Sócio efetivo, Presidente de Honra e Sócio Benemérito, título este recebido post mortem.
  3. INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI. Sócio Correspondente.
  4. INSTITUTO HISTÓRICO DE IGARAÇU (RS). Sócio Correspondente.
  5. INSTITUTO HISTÓRICO DE NITERÓI. Sócio Correspondente
  6. INSTITUTO HISTÓRICO DE OEIRAS (PI). Sócio Correspondente
  7. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAIS. Sócio Correspondente.
  8. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO. Sócio Correspondente.
  9. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE. Sócio Correspondente.
  10. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO SUL. Sócio Correspondente.
  11. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SERGIPE. Sócio Correspondente
  12. ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE IMPRENSA. Sócio Efetivo.
  13. INSTITUTO CEARENSE DE GENEALOGIA. Sócio Efetivo.
  14. INSTITUTO GENEALÓGICO DO BRASIL Sócio Efetivo.
  15. SOCIEDADE CEARENSE DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA. Sócio Efetivo e Presidente de Honra
  16. INSTITUTO DO MUSEU JAGUARIBANO. Sócio Fundador.
  17. ACADEMIA SOBRALENSE DE ESTUDOS E LETRAS. Sócio Honorário.
  18. CENTRO DE DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL DO CEARÁ. Sócio Honorário.
  19. INSTITUTO CULTURAL DO VALE CARIRIENSE. Sócio Honorário.
  20. LEGIÃO BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA. Diplomas (2) pelos relevantes Serviços prestados a causa da Maternidade, Infância e Adolescência do Brasil.
  21. SECRETARIA DA CULTURA E DESPORTO DO CEARÁ. Diploma de Amigo da Cultura.
  22. INSTITUTO MARIA IMACULADA DE PACOTI. Diploma de Honra do Mérito.
  23. SOCIEDADE MUSICAL HENRIQUE JORGE. Patrono Benemérito.
  24. ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS. Sócio Correspondente.
  25. SOCIEDADE CAPISTRANO DE ABREU. Sócio Correspondente.
  26. INSTITUTO ARQUEOLÓGICO, HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE PERNAMBUCO. Sócio Correspondente.
  27. ACADEMIA LIMOEIRENSE DE LETRAS. Patrono da Cadeira nº 25
  28. ACADEMIA MORADANOVENSE DE HISTÓRIA E LETRAS. Patrono
  29. ACADEMIA CARIOCA DE LETRAS. Sócio Honorário.
  30. ACADEMIA CEARENSE DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES DO RIO DE JANEIRO. Sócio Honorário.
  31. INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO (Rio de Janeiro). Sócio Correspondente
  32. INSTITUTO DOS ADVOGADOS DO CEARÁ. Sócio Efetivo, título recebido post mortem.
  33. ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DO CEARÁ (ALACE) Patrono da Cadeira nº 21
  34. ACADEMIA DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO CEARÁ. Patrono.
  35. COMISSÃO NACIONAL DE HISTÓRIA (Rio de janeiro). Conselheiro
  36. INSTITUTO DO NORDESTE (Fortaleza-Ce). Sócio Efetivo.
  37. ROTARY CLUB DE FORTALEZA. Sócio e Fundador.
  38. ROTARY CLUB DE FORTALEZA - PRAIA. Presidente Honorário - Biênio 1987-1988).
  39. ASSOCIAÇÃO CULTURAL FRANCO-BRASILEIRA.Presidente.
  40. CENTRO JUAZEIRENSE DE CULTURA. Sócio Honorário.
  41. ASSOCIAÇÃO DOS VAQUEIROS E CRIADORES DE MORADA MOVA. Patrono.
  42. SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS CEGOS DO CEARÁ. Sócio Benemérito.

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Raimundo Girão - o Doutor em Direito (1937)

Raimundo Girão e a bandeira do Ceará

Raimundo Girão (1987)

Os Braços de Meu Pai

Por Raimundo Girão

"Vi-os sobre o seu corpo no caixão funéreo. Nunca os vira assim imóveis, inertes, impo tentes. Faz dez anos, hoje.
Os braços que ali estavam não eram mais os braços de meu pai, antes nem um só momento repousantes, quedos, em descanso. Sempre os vira em movimento, como que esgrimindo e na verdade lutando, construindo na ânsia de trabalhar, no insofrido, impaciente, incontido desejo de não parar.
Nas madrugadas aurorais do sertão já estavam a mover-se empenhados nas labutas suarentas do campo, que ele era do sertão, fundamente campônio, integrando-se no amanho difícil da terra e no pastoreio perigoso dos gados nas caatingas. E os dias todos, as horas todas, os minutos todos, aqueles braços másculos não cessavam de agitar-se como braços de guerreiros lendários em duelos renhidos.
Mas as maldades da politicagem forçaram-no a emigrar de lá, de sua fazenda, do seu chão nativo, do seu rio decantado - o Banabuiú de Morada Nova, "Deus magnífico, protetor das plantas e dos animais, bendito pelas estrelas nas alturas, e a quem, na imponente nave da terra, os ventos entoam exaltações, vibrando, festivos e farfalhantes, nos vastos carnaubais", - e o trouxeram para outro cenário todo diverso, o da serra, em Maranguape, o cenário alto de um sítio ali, no mais alto da montanha, adquirido quase em abandono, o mato tomando conta de tudo. E ei-lo com os seus braços, eis os braços de meu pai a por as coisas em febril apresto para a transformação produtiva - as laranjeiras carcomidas mudadas em laranjais, pomosos, os velhos cafeeiros, agora, feitos cafezais em flor, os roçados sáfaros estuando em bananais abundantes.
E os braços não tinham sossego, de manhã até noite, fazendo, refazendo e plantando e regando podando e colhendo, ajudados pelos meus doze anos a os dez do Raul, anos de recordações já distantes, ajustados nós ambos por força do exemplo e da necessidade ao ritmo de trabalho daqueles braços. Dobravam os nossos ombros de menino o peso dos fardos de frutas e ao da gravidade, puxando para baixo, nas ladeiras íngremes, desde que o sol se anunciava, rasgando o nevoeiro denso e aliviando um tanto o frio da serra, dilacerantemente frio, e até que resolvia esconder-se, tarde triste, nas quebradas do poente, onde reboavam os retinidos metálicos das minúsculas arapongas, como que saídos da bigorna de ferreiros coléricos e invisíveis.
E os braços de meu pai refizeram o desgosto da saudade do sertão, da pobreza com que o exílio o feriu. Recuperaram o sítio, refizeram o pão de cada dia, refizeram a roupa da família, amenizaram os sacrifícios de minha mãe, na solicitude de cada instante, maternalmente santa no auxílio que nos dava, resignada e forrada de ânimo, fabricando doces e bolinhos que vendia vintém a vintém, para jogar no mealheiro das despesas a sua admirável, sagrada contribuição.
Depois, veio o Sousa para a Capital, atraído por mão amiga, para os misteres de uma escrivania do foro, que encontrou em desmantelo e desordenado atraso, tal como o sítio da serra. E os braços de meu pai transplantaram-se para nova lida diferente, toda outra, e consertaram o cartório e deram marcha aos processos, garantiram a confiança das partes, conquistaram a estima dos magistrados - os sacerdotes daquele buliçoso templo da Justiça.
Não estancaram de um segundo sequer aqueles braços de coragem e de fé, escrevendo com letra firme e cheia de tinta e dignidade, as peças processuais, as certidões, os mandados, os depoimentos e - o que ele fazia com maior contentamento - os alvarás de soltura de culpados que a ignorância e a crueldade da sorte haviam empurrado às desgraças e agruras das prisões.
E o Sousa Girão fez-se o serviçal do templo, multiplicando favores a dando asos à sua bondade desafetada, à sua obsequiosidade que não pretendia volta, nem uma vez negando ou se excusando, antes sempre compreensiva, indulgente,tolerante para quantos a solicitavam - advogados, juizes, litigantes e réus, misturados no afã das defesas a das acusações, dos despachos e das sentenças.
Durante mais de trinta anos praticou o bem e foi útil, servindo com desinteresse, dando de si cordial e satisfeito, espontâneo e simples, na sua função pública e nos deveres do seu CONSULADO de mil providências em benefício de parentes e estranhos, sempre com os seus braços que os meus olhos fitavam agora sobre o corpo, sobre o peito com um coração sem sangue a sem calor, não mais a pulsar, como tanto pulsara dantes, pelos bons intentos, pelas probas atitudes sem qualquer mácula de ódio ou malquerença.
A morte prostrara os braços vigorosos de meu pai naquele silencioso adormecimento, que a dor dos filhos e da segunda esposa haviam enfeitado de flores, e nunca mais havia de ver fortes, diligentes, lestos, operantes, paternais, acolhedores, nunca mais havia eu de os ver fazendo, desfazendo, refazendo.
Os braços de meu pai não eram mais os braços de meu pai."

Pompeu Sobrinho e Raimundo Girão nos 80 anos do Instituto do Ceará

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Na redação do O Povo. Visita de Gustavo Barroso em companhia de Raimundo Girão e do seu primo Dr. Valdir Liebmann, recebidos pelo jornalista J. C. de Alencar Araripe 

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Raimundo Girão , Luís da Câmara Cascudo e outras personalidades na UFC 

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No Restaurante Lido com amigos e colaboradores da Secretaria de Cultura: Rui Guédis, João Ramos, Carlos Studart Filho, Mozart Soriano Aderaldo, Raimundo Girão e José Aurélio Câmara (1970) 

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Membros do Tribunal de Contas do Ceará: Brasil Pinheiro, Paulo Avelar Rocha, Raimundo Girão, Antônio Coelho de Albuquerque (Presidente) Dário Correia Lima e Eduardo Ellery Barreira (1956) 

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Academia Cearense de Letras 

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Raimundo Girão discursando no Instituto do Ceará 

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Raimundo Girão como Secretário de Educação (Governo Franklin Chaves) 

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Mozart Soriano Aderaldo (Secretário de Educação), Gal. Humberto Ellery (Vice-governador), Raimundo Girão (Secretario de Cultura) e o Governado Plácido Aderaldo Castelo

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Instalação da Biblioteca Pública do Estado, em prédio à praça Cristo Redentor. Renato Braga, Cel. Teles Pinheiro, Raimundo Girão,Parsifal Barroso, José Lins de Albuquerque

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Governador Plácido Castelo e o Secretário de Cultura Raimundo Girão. Na instalação da 1ª Secretaria de Cultura do Brasil

Uma de suas últimas fotos

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Raimundo Girão com o Reitor Antônio Martins Filho


"Afinal realizei-me. Sei que não existi; vivi. Vivi sabendo não ser coisa vã o viver como superior e essencial função do homem, não só biologicamente e sim também espiritualmente, moralmente.A vida biológica é autônoma, ele não a faz. A espiritual e a moral ele se ajuda a construir , pois que não as constrói sozinho, sem a influência arbitrária e multitentacular do meio social que a rodeia. Mas de qualquer modo terá na face os vincos das canseiras para - e este o seu verdadeiro destino - tornar digna a sua qualidade humana, conseguindo pouco às vezes, às vezes completando-se. Para que não seja tão só um número estatístico."

Raimundo Girão

Depoimentos Sobre Raimundo Girão:

Antônio Martins Filho

"O Meu Amigo Girão: as Origens do Nosso Relacionamento"
"Raimundo Girão, considerado um dos 20 dos maiores cearenses de todos tempos foi, acima de tudo, imperecível patrimônio para o Ceará e, particularmente, para esta cidade de Fortaleza - A Princesa Vestida de Baile - que ele tanto amou". Quando o visitei pela última vez, esse meu irmão espiritual e duplamente compadre pediu os óculos para fixar bem a minha fisionomia. E num gesto simbólico de aperto de mãos, com uma lucidez extraordinária, transmitiu sua derradeira mensagem: SEMPRE AMIGOS! Aquelas duas palavras me emocionaram profundamente e, durante o retalho de vida que o destino ainda me conceder, delas jamais esquecerei." (D.O. Letras Ano III nº 12 julho/setembro de 1988).
Barros Alves
"Adeus ao Mestre Raimundo Girão"
"Raimundo Girão morreu aos 87 anos deixando um vazio a todos nós. Principalmente naqueles que o conheciam e privaram de sua amizade, ouvira seus ensinamentos. Mas não nos esqueçamos que Girão é imortal . Não apenas pelo fato formal de pertencer a uma Academia de Letras, mas sobretudo porque sua obra é imorredoura. Pelo menos eu o terei sempre comigo e com ele deverei conversar ainda por muitos anos. Sempre a consultar suas inestimáveis obras é claro. Paz eterna para o mestre e amigo Raimundo Girão". (Tribuna do Ceará, ed. de 29.07.1988).
Eduardo Bezerra Neto
"Raimundo Girão - um Homem Bom"
"A saudade é sentimento humano legítimo. Mas há por outro lado, a compensar, a fé na imortalidade da alma, tal como a mensagem cristã anuncia. Neste sentido, a presença imaterial do mestre Raimundo Girão é um fato". (Tribuna do Ceará, ed. de 08.08.1988).
Eduardo Campos
"Raimundo Girão e o Ceará"
"Perde o Ceará, indiscutivelmente, uma das figuras mais respeitáveis da sua vida cultural. Raimundo Girão escreveu história com a capacidade só dada a conhecer aos privilegiados da arte de contar. Contar com desejável criatividade". (Diário do Nordeste ed. de 28.07.1988).
Moreira Campos
"Porte de Academia"
"Um polígrafo, portanto, com vocação de origem pela história, como já assinalei. Bem sei que ainda acalentava projetos, não obstante a idade de oitenta e sete anos com que morreu, tal a sua fortaleza de espírito". Pranteio aqui o homem de letras e o amigo leal, homem empreendedor, lúcido que sempre foi. Uma grande perda para os valores maiores da nossa terra e uma saudade a mais para todos nós". (O Povo, ed. de 13.08.1988).
Mozart Soriano Aderaldo
"Ele era um Homem Poliédrico"
"[...] Sua bagagem intelectual é das mais volumosas e valiosas. Destaco aqui as de minha especial preferência, como a sua apenas no nome "Pequena História do Ceará"; a publicação "O Ceará", em colaboração com Antônio Martins Filho; as monografias que escreveu sobre a nossa cidade, especialmente a "Geografia Estética de Fortaleza"; suas deliciosas memória sob o sugestivo título de "Palestina (a "fazenda" onde nasceu), uma Agulha e as Saudades" ; sua magnífica pesquisa sobre "A Abolição no Ceará"; "História da Faculdade de Direito de o Ceará"; seu "Dicionário da Literatura Cearense"; em colaboração com Maria da Conceição Sousa e finalmente a sua pioneira "História Econômica do Ceará". A relação é indiscutivelmente incompleta e outros salientariam diversas publicações de sua lavra que aqui não foram referidas. . Explico novamente: questão de inclinação pessoal.
Foi desse estofo o homem que o Ceará perdeu há pouco, deixando uma lacuna impreenchível no mundo cultural e associativo de nossa terra. E é sobre sua tumba que deposito as flores da minha saudade". (Tribuna do Ceará, ed. de 06.08.1988).

Lúcio Alcântara (Deputado Federal Constituinte)
Excerto do discurso pronunciado na ANC
"Cumpro o doloroso dever de participar à esta Casa o falecimento do professor e historiador Raimundo Girão falecido ontem em Fortaleza depois de uma longa vida dedicada à cultura e à história do Ceará.
Membro da Academia Cearense de Letras, do Instituto Histórico do Ceará, foi o inspirador da criação, no governo de Plácido Castelo, e primeiro titular, da Secretaria de Cultura do Estado. Deixou numerosos livros, sobretudo sobre temas cearenses aos quais dedicou invulgar eficiência. Foi ainda prefeito de Fortaleza. [...] Trata-se sem dúvida de um grande desfalque para a cultura cearense o seu desaparecimento. Conforta saber que seus trabalhos irão permanecer como símbolo de tenacidade de um homem voltado para as coisas do espírito com grande contribuição ao desenvolvimento cultural do Ceará. Ficará também em nossa lembrança o cidadão exemplar e o chefe de família bem constituída a que pedimos seja comunicada do voto de pesar da Assembléia Nacional Constituinte, pelo seu falecimento". (Sessão da Assembléia Nacional Constituinte, de 25.07.1988)".


Crédito: Site Oficial

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sociedade de Assistência aos Cegos - Tornando realidade o que parecia impossível


O casarão é em estilo clássico. É de cor rosa, cercado de árvores, de luz e belas sombras e uma brisa refrescante sopra suavemente. O espaço interno é enorme.

A Sociedade de Assistência aos Cegos, fundada em 29 de setembro de 1942, é uma sociedade civil sem fins lucrativos, que atua nas áreas de educação, saúde, profissionalização e inserção social da pessoa portadora de cegueira.Com uma abordagem da problemática da cegueira nos aspectos biopsicossociais, a SAC promove uma perfeita integração do deficiente visual na sociedade. Através de sua equipe multidisciplinar trabalha na prevenção à cegueira. Na escola, educa e socializa alunos cegos e portadores de visão subnormal. Além da assistência social, no final do processo a instituição profissionaliza e proporciona a conquista da cidadania para o deficiente visual abrindo-lhes as portas do mercado de trabalho.

A história da Sociedade de Assistência aos Cegos - SAC, é feita de inúmeros atos de amor, coragem e acima de tudo, da crença de que todos os seres foram criados por Deus, não importando sua cor, raça, credo ou limitações.

Fundada em 1942, vivia o mundo sob os auspícios da 2ª Grande Guerra Mundial, época em que a marca qualitativa da valorização do homem dava-se em razão de determinados requisitos estéticos hereditários e não em razão de seus valores morais.
Foi exatamente nesse conturbado período da humanidade que o oftalmologista Dr. Hélio Góes Ferreira e seu grande amigo Padre Arquimedes Bruno, iniciaram esse sublime trabalho em favor do ser humano, visando libertá-lo de sua obscuridade e limitações, dedicando assim, grande parte de suas existências no sentido de vencer os desafios que lhes foram impostos e de provar que o HOMEM enquanto SER, é capaz de transpor qualquer obstáculo.



Portanto, no dia 02 de Agosto de 1942, foi instalada a Assembléia Geral de Fundação da Sociedade de Assistência aos Cegos, no Clube Iracema, situado à Rua Coronel Bezerril, 751 - 2º andar em Fortaleza-CE.

1ª DIRETORIA: Presidente - Padre Arquimedes Bruno; Vice Presidente - Edite da Costa Braga; Secretária - Hélia Elery Barroso; Tesoureira - Elezira Elery; Diretor Geral - Dr. Hélio Góes Ferreira.

CONSELHO: Yanie Fontenelle Porto, Dr. José Leite Maranhão, Beatriz de Araújo Ferreira, Dr. Abner Amaral, Regina Bulhão Ramos, Maria José Moreira da Rocha, José Oriano Menescal Netto, Dr. Eugênio Avelar Cavalcante da Rocha, Dr. João Mendes Filho, Dr. Fernando Leite, Dr. Antonio Barros dos Santos, Maria José Menescal de Góes Ferreira, Dr. Sylvio Ildeburgue Leal, Luzita Albano, Lúcia Rocha, Alfeu Aboim, João Batista Saraiva Leão e Joaniuba Amaral.


A tenacidade dessas Diretorias em promover o cumprimento das metas estatutárias da SAC, fez com que cada uma delas usando os recursos existentes em seus respectivos períodos, conseguissem com muita dedicação: criar, implantar, promover a independência financeira e modernizar esta entidade, a ponto torná-la ao longo do tempo, um modelo moderno de entidade filantrópica, com atuação nas áreas de EDUCAÇÃO e SAÚDE.

ÁREA DE EDUCAÇÃO

1. INSTITUTO DE CEGOS DO CEARÁ: fundado em 1943 - escola pioneira no estado do Ceará para a educação de deficientes visuais e portadores de visão subnormal. Após o falecimento do Dr. Hélio Góes Ferreira em 1976, passou a chamar-se INSTITUTO HÉLIO GÓES, por sugestão do Dr. Fco. Waldo Pessoa de Almeida.

2. PROFISSIONALIZAÇÃO: esse setor foi criado também na época da fundação desta entidade visando promover o desenvolvimento profissional de pessoas cegas e/ou portadoras de visão subnormal. Hoje são ofertados grande número de cursos: Operador de Câmara Escura, Áudio Locução, Telefonia, Bijuteria, Massoterapia, Telemarketing, Artesanato, DOSVOX.

3. BIBLIOTECA BRAILLE JOSÉLIA ALMEIDA: criada nos anos 70, recebeu em 1994 o nome que hoje detém, em homenagem a essa Diretora, por seu empenho ao crescimento e modernização dessa biblioteca que continua a ser a única biblioteca Braille existente no Ceará.

4. IMPRENSA BRAILLE ROSA BAQUIT: instalada em 1993. Sua finalidade prioritária é suprir a carência de livros didáticos e curriculares em Braille. Atende a todos os deficientes visuais indistintamente no que diz respeito a transcrever livros de línguas estrangeiras, bem como na elaboração de apostilas dos diversos cursos ofertados pela SAC. Foi a partir da implantação dessa imprensa que os deficientes visuais do Ceará (ou do Brasil?) puderam ter acesso a leitura diária dos jornais “Diário do Nordeste" e “O Povo” e receberem suas contas de Energia e Água em Braille, tornando realidade o que parecia impossível.


5. ESPECIALIZAÇÃO DE DOCENTES NA ÁREA DE DEFICIÊNCIA VISUAL: criado em 1996, esse setor promove, sem nenhum ônus para o governo, a especialização de professores na área da Deficiência Visual, preenchendo uma lacuna existente na educação especial no estado do Ceará. A SAC, é a única entidade não governamental, reconhecida pelo Conselho de Educação do Ceará, para promover essa especialização.

ÁREA DE SAÚDE:

1. HOSPITAL ALBERTO BAQUIT JUNIOR: criado em 1966 pela Casa da Amizade. Em 1980 foi totalmente reformado e equipado sob os auspícios do Sr. Alberto Baquit, recebendo o nome que hoje detém numa homenagem póstuma a seu filho primogênito. Esse hospital é responsável por todos procedimentos cirúrgicos oftalmológicos de pequeno, médio e grande porte, inclusive transplante de córnea, cirurgias a laser e exames especiais. Sua clientela é oriunda de Convênios, Particulares e SUS.

2. UNIDADE DE PREVENÇÃO À CEGUEIRA CEL. JOSÉ BEZERRA DE ARRUDA: a prevenção à cegueira, foi a primeira atividade da SAC, atendimento a portadores de deficiência visual para posteriormente encaminhá-los ao Instituto Hélio Góes que como já dissemos, foi a primeira escola especializada para o deficiente visual no Ceará. Nesse setor, todos os alunos da escola, são atendidos por técnicos em Estimulação Visual / Estimulação Precoce / Fonoaudióloga / Psicóloga / Odontóloga / Terapeuta Ocupacional e Fisoioterapeuta.

3. BANCO DE OLHOS DO CEARÁ: fundado em 1976, pelo oftalmologista Dr. Francisco Waldo Pessoa de Almeida. Foi o primeiro banco de olhos do Ceará. Posteriormente, tornou-se clínica de transplantação, com o advento da central única de captação de órgãos do estado. Pela LEI Nº13.985, de 26 de outubro de 2007 ficou denominada de Doutor Francisco Waldo Pessoa de Almeida a Central de Transplante do Estado do Ceará numa justa homenagem ao seu pioneirismo.

4. UNIDADE OFTALMOLÓGICA IÊDA OTOCH BAQUIT: criada em 1985, recebeu numa homenagem póstuma o nome dessa Diretora, que durante algum tempo, ficou a frente da Tesouraria desta entidade. Modernamente equipada, atende a clientes particulares, Convênios e SUS.

"Tivemos a imensa felicidade de ter confirmada ao vivo grande parte da trajetória da SAC com imensa riqueza de detalhes, pelo seu 1º Presidente, Padre Arquimedes Bruno (1942/1946), quando visitou esta casa, em outubro/1997. Morando na França desde os anos 60, Padre Arquimedes ficou visivelmente emocionado ao rever esta entidade e definiu a SAC, como uma obra “fruto de uma série de corações sensíveis às necessidades do próximo e de vontades decididas em provar o valor do homem diminuído numa parte do seu esforço, mas íntegro na capacidade do seu espírito.” Portanto, não é a toa que dizemos: SAC, uma história que Só o Amor Constrói ..."



Fortaleza, 28/7/2008
Maria Josélia Sá e Almeida Presidente


Revista Histórias da SaúdeESPECIAL SUS 20 ANOS - Ano XI nº 17
Outubro, Novembro, Dezembro 2008
Fortaleza - Ceará - BrasilSAC - Breve histórico
Sociedade de Assistência aos Cegos




Assaltantes tiram a vida do “Anjo dos Cegos”

Dirigindo a Sociedade de Assistência aos Cegos, Dr. Waldo era o anjo daqueles que perderam a visão. Para uns, através de suas mãos divinas restaurou o milagre da visão. Para outros, irrecuperáveis, foi a solução ao mostrar que podiam exercer a cidadania plena pela capacitação para o trabalho.
Waldo deixa um vazio, pela perda de um amigo, e de um líder do servir.
O maior tributo que poderíamos prestar cidadão Waldo Pessoa, era iniciarmos imediatamente uma “Campanha pela Segurança e pela Paz”, tendo Waldo como patrono. Ela seria dirigida às crianças e adolescentes, objetivando por todos os meios evitar que eles se transformem nos marginais do futuro.


Drs. Waldo Pessoa e Sérgio Augusto Carvalho

Diretor de saúde da Sociedade de Assistência aos Cegos, fundou o primeiro banco de olhos do Ceará e foi o pioneiro no transplante de córnea neste estado. Idealizou e implantou em 1970 o Programa de Prevenção a Cegueira nas Escolas, e o Centro de Estudos DOSVOX na entidade que dirigiu.Colecionou títulos como o de Reconhecimento por serviços prestados pelo Rotary Clube de Fortaleza e pela Polícia Militar do Ceará. Recebeu o Prêmio Sereia de Ouro em 1990 e Título de Cidadão de Fortaleza pela, Câmara Municipal. Homenagem postuma ao ilustre colega que na sua vida profissional dignificou o exercício da oftalmologia no nosso estado, reitera Dr. Sérgio Augusto Carvalho Pereira - Presidente da Sociedade de Oftalmologia do Ceará.

O crime. Dois bandidos entraram na clínica oftalmológica de Waldo Pessoa, localizada na Avenida Bezerra de Menezes, no bairro São Gerardo, por volta de 17 horas do dia 14 de dezembro de 2006. Eles se passaram por pacientes e depois anunciaram o assalto. Um deles entrou no consultório do médico e o ameaçou com um revólver calibre 38. Roubou uma quantia em cheques e fugiu. Waldo Pessoa, em virtude de ter sido anteriormente vítima de roubo, tinha uma arma guardada no consultório e trocou tiros com o bandido.
Já do lado de fora da clínica, o oftalmologista disparou tiros contra o assaltante, que caiu morto, ao lado do posto de combustível que fica a menos de 100 metros da clínica. O outro bandido também saiu do consultório e atirou nas costas do médico, que foi encaminhado às pressas ao Instituto Doutor José Frota (IJF) , porém não resistiu à gravidade dos ferimentos.


O oftalmologista passou nove anos à frente da Sociedade de Assistência aos Cegos, mais conhecida como Instituto do Cegos. Foi presidente da entidade de 1980 a 1986, e de 2003 até ser assassinado. Pouco tempo antes do crime, Waldo Pessoa tinha iniciado um projeto de consulta popular, no valor de 30 reais. Ele dedicou grande parte da vida profissional à filantropia.



Dr. Waldo Pessoa
recebe homenagem na
festa do RC Fortaleza
Centenário



Sexta-feira - 16-04-2010

“Uma esmolinha para um pobre cego”. É comum o pensamento de que a mendicância ou o isolamento social são as únicas saídas para um cego. As próprias famílias dos deficientes visuais, na maioria das vezes, procuram afastá-los da presença das outras pessoas, às vezes por vergonha, às vezes por querer proteger o cego contra o preconceito da sociedade. Entretanto, várias são as provas de que os cegos são pessoas capacitadas para desenvolver as atividades mais difíceis, inclusive atividades profissionais. Dessa maneira, separar o cego do meio social ou condená-lo a viver à custa de favores pode parecer uma alternativa pouco conveniente.


Exemplos de superação:


História de um Visionário

Uma vida no escuro, uma existência nas trevas, um mundo sem luz... O que você faria se não conseguisse enxergar? Eliano Gino de Oliveira, mais conhecido como Gino, é assessor de imprensa da Prefeitura Municipal de Fortaleza, deficiente visual desde que nasceu e fez isso: foi aprender Braile na Sociedade de Assistência aos Cegos (SAC); depois fez um curso de orientação e mobilidade para aprender a caminhar sozinho pela cidade; estudou datilografia e computação; entrou para um curso técnico na área de turismo no IFCE (antigo CEFET), mas acabou se formando em Comunicação Social pela UFC (Universidade Federal o Ceará); já foi candidato a prefeito de Fortaleza e, atualmente, além de trabalhar no setor de Comunicação da Prefeitura, está estudando Pedagogia na UECE (Universidade Estadual do Ceará).

Diante do computador, os dedos ágeis digitam com facilidade. Diante das outras pessoas, um jeito de conversar e se comportar capaz de conquistar muitos amigos; tanto é que todos que entram na sala de trabalho de Gino não deixam de comentar a incrível capacidade que ele tem de “enxergar”. Uma memória capaz de gravar as datas mais improváveis e os menores detalhes. Com o rádio como companheiro desde pequeno e o amor à leitura, Gino é um jornalista que se orgulha em já ter produzido, juntamente com a sua equipe, até cinco pautas por dia.

Gino foi estudar na SAC (Sociedade de Assistência aos Cegos) ainda criança. “Lá era uma nova perspectiva de vida. Criado menino pobre do subúrbio, para enfrentar uma selva de concreto e opiniões”, lembra Gino. Na SAC, ele aprendeu com professores cegos a ler e a escrever em Braile, um sistema de leitura e escrita adaptado para deficientes visuais e no qual se utiliza o tato. Gino também teve lições de mobilidade e de como comportar-se em sociedade.
Quando concluiu os primeiros anos de escola, teve que sair em busca de uma instituição de ensino que aceitasse estudantes cegos. A falta de preparo das escolas fez com que Gino se deparasse com muitos preconceitos, vindos inclusive dos professores. E, segundo ele, a situação não melhorou muito desde essa época. “Até hoje o sistema [de ensino] é quase o mesmo”, diz Gino.

Ainda jovem, o assessor de comunicação fez um curso de locomoção na SAC, aprendendo a andar sozinho pela cidade apenas com a ajuda da bengala. Depois disso, estudou datilografia e até hoje é capaz de escrever no computador com uma velocidade impressionante. “Esses foram dois cursos [mobilidade e datilografia] que alavancaram a integração e a independência dos cegos em Fortaleza, afirma.
Aos 22 anos de idade, em 1975, Gino entrou para o curso de Comunicação Social, na UFC, fato que, pelo seu ineditismo, lhe rendeu uma colocação no Anuário do Ceará (publicação anual que fornece dados culturais, econômicos, sociais, geográficos, históricos, etc. sobre o Estado do Ceará). Mas, para fazer a prova do vestibular e ingressar na universidade, ele lembra que teve de enfrentar o preconceito de muitas pessoas, que não conseguiam entender como um cego seria capaz de fazer o vestibular.
Na universidade, Gino também teve de lidar com muitas dificuldades, como a falta de textos adaptados para deficientes visuais. E a solução era pedir a ajuda dos colegas, que liam os textos e gravavam para Gino escutar. “Talvez eu não tenha aproveitado cem por cento, como um colega qualquer, mas eu conseguia ser um aluno ‘normal’, diz Gino. E não parou por aí: instigado por uma amiga, fez vestibular para Pedagogia na UECE, curso no qual já está no sexto semestre e, mesmo assim, diz que ainda há professores que não sabem lidar com os deficientes visuais.
Um mundo sem luz talvez seja o de quem não consegue ver nos deficientes visuais um ser humano como qualquer outro, que tem direito a estudar e trabalhar e é competente o suficiente para desenvolver qualquer atividade.

Reportagens antigas sobre a Sociedade de Assistência aos cegos:

Aprovados os Estatutos e indicada a 1ª Diretoria da S. A. C.

Reuniram-se ontem pela manhã, no "Clube Iracema", os elementos que tomaram a seu cargo fundar nesta capital a Sociedade de Assistência aos Cegos.
O dr. Helio Gois Ferreira procedeu à leitura do projeto dos Estatutos, artigo por artigo, sendo discutida e aprovada a lei orgânica da nova entidade filantrópica, cuja vida era uma grande necessidade em nossa terra.
Foi Bastante animada a discussão, o que demonstra a boa vontade de quantos ali se reuniram.
Depois de aprovados os Estatutos, os socios presentes indicaram a diretoria a ser constituida, a qual é composta das seguintes pessoas:
Presidente: pe. Arquimedes Bruno, vice-presidente: d. Edith da Costa Braga, secretario: d. Helia Barroso, tesoureiro: snha. Elezira Ellery, diretor geral: dr. Helio Gois Ferreira.
A SAC. vai publicar, na forma da lei, os seus Estatutos adquirir personalidade juridica.
Como já foi publicado, o benemérito capitalista cearense sr. cel. Antonio Nunes Valente, por intermedio d`O POVO ofereceu meia quadra de terreno no bairro da Aldeiota para ali ser construido o edifício da Escola dos Cegos.



Como decorreu a solenidade

Revestiu-se de grande brilhantismo, o ato inaugural ontem, pela manhã, da "Casa dos Cegos" confortavelmente, instalado em amplo edifício da Avenida Bezerra de Menezes.
Às 8 hs. 30, precisamente, teve lugar e benção do predio por D. Manuel da Silva Gomes, ex-arcebispo de Fortaleza.
A seguir o padre Arquimedes Bruno celebrou missa á qual estiveram presentes os cegos e numerosas pessoas da sociedade cearense, especialmente convidadas.

A INAUGURAÇÃO

A inauguração da "Casa dos Cegos" ocorreu depois de 9 horas.
Aberta a solenidade pelo exmo. sr. interventor federal, dr. Francisco de Menezes Pimentel, falando o dr. Raimundo Girão, em nome da diretoria do núcleo cearense da Legião Brasileira de Assistência e o padre Arquimedes Bruno.
Finalmente, falou o cego José Esmeraldino de Vasconcelos, que em seguida, executou em um serrote, números de música, recebendo entusiasticos aplausos.

VISITA ÀS DEPENDÊNCIAS
DA "CASA DOS CEGOS"

Encerrada a cerimonia inaugural a nossa reportagem visitou as diversas dependencias da "Casa dos Cegos".



Aspecto da sessão solene realizada ontem pela manhã no Instituto dos Cegos do Ceará, por ocasião do encerramento do ano letivo e a inauguração de três novos pavilhões. Vê-se ao lado a mesa que dirigiu os trabalhos, sob a presidência do governador Faustino de Albuquerque, o dr. Hélio Góes, quando pronunciava o seu discurso, em nome da diretoria da instituição
A história da humanitária instituição - um grupo de abnegados a serviço dos que não vêem - Seis anos de sacrifícios e luta - As primeiras vitórias - O que foi o dia de ontem no estabelecimento da Avenida Bezerra de Menezes.

O dia de ontem foi um grande dia para o Instituto dos Cegos do Ceará. É que se comemorou, solenemente, dois grandes acontecimentos: o encerramento do ano letivo e a inauguração de três novos pavilhões. Grande número de autoridades, à frente das quais se encontrava o governador Faustino de Albuquerque, e de pessoas de nossa aristocrática sociedade, com predominância do elemento feminino, compareceram aquela utilíssima instituição, levando o seu apoio moral e material aos nossos infelizes irmãos que vivem no mundo das trevas. Lá se demoraram por varias horas, acompanhando todos os festejos, que tiveram inicio com a missa e terminaram com um lauto almoço. Vale salientar, entretanto, que a parte mais atraente do programa da festas foi a sessão litero-músical no decorrer da qual os cegos demonstraram as suas habilidades: uma executando número de música e outros lendo discursos, pelo método Braille. Diante de espetáculo tão belo e comovente, todos os visitantes se mostraram impressionados, sem esconder o seu entusiasmo. Para se ter uma idéia da magnificância da festa, nada melhor do que citar uma frase do Chefe do Executivo, quando pronunciou entusiástica oração de encerramento:
- Não conheço outra instituição no Ceará que com tão, pouco renda tanto.

A HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO

Durante a nossa permanência no Instituto dos Cegos, localizado no bairro do Alagadiço, à Avenida Bezerra de Menezes, aproveitamos a oportunidade para fazer uma reportagem, com o objetivo de mostrar aos nossos leitores o que é aquele conceituado estabelecimento. Principalmente com a sua história. A Instituição foi criada no ano de 1943, por um grupo de particulares e com o auxilio da Legião Brasileira de Assistência, com a denominação de Casa dos Cegos. Destinava-se a abrigar os que não vêem, sem distinção de idade e sexo. Era uma espécie de asilo. No ano seguinte, os seus dirigentes idealizaram transformar a Casa dos Cegos em Instituto dos Cegos, com outro objetivo mais útil, qual seja o de adaptar os asilados à sociedade. Tarefa difícil, muito afanosa, mas que tem logrado êxito, pois no curto período de seis anos, aquela organização já tornou dezenas de cegos úteis à sociedade. Numerosos exemplos teríamos que citar, se fossemos enumerar os casos de cegos adaptados pelo Instituto, durante este espaço de tempo. Citamos, porém, dois casos bem curiosos: o primeiro é de Sebastião Belarmino mais conhecido por "Ceguinho da PRE-9", que ali tirou o seu curso e foi se aperfeiçoar no Rio, no Instituto Benjamin Constant. Depois de Concluir os estudos com brilhantismo, foi convidado pelo governador da Paraíba para lecionar numa escola de cegos. O segundo é o de Jose Alencar Bezerra, vindo do Piauí, que após a conclusão do curso, daqui também se transportou à capital da Republica, onde se diplomou seguindo posteriormente para São Paulo, onde trabalha na imprensa e no rádio.
Maiores se tornam os sucessos do Instituto dos Cegos do Ceará, ao conhecemos detalhes de sua história, toda cheia de vicissitudes. Tem sido na realidade uma luta pela subsistência. Com uma subvenção anual de dez mil cruzeiros do governo Federal e um pequeno auxílio da Legião Brasileira de Assistência, tem-se erguido aquela instituição, da qual os cearenses podem se orgulhar. É que um grupo de abnegados, à frente dos quais os drs., João Matos, Hélio Góes, Raimundo Piquet, Valdemar Alcântara e Silvio Leal e d. Maria Braga, têm sabido dirigir a nau no mar porceloso. João Matos é um grande capitão, habilíssimo na arte de arrancar donativos do nossos ricos, principalmente do Rotary Club, que sempre acorre com recursos financeiros quando o Instituto atravessa momentos dificultosos. Os drs. Hélio Góes e Raimundo Piquet, por sua vez, fazem render as contribuições conseguidas. E d. Maria Braga, finalmente, sabe apertar o cinto, dirigindo a economia interna no Instituto, sem deixar os seus pupilos e as suas pupilas passarem necessidade. Não fosse o espírito abnegado dos administradores, aquela obra grandiosa, como muitas outras de nossa terra, já teria ido de água abaixo.


FESTIVAMENTE COMEMORADA A AUSPICIOSA DATA - A REUNIÃO DE ONTEM NA BENEMERITA INSTITUIÇÃO
Viveu ontem o Instituto de Cegos do Ceará um dos seus grandes dias, com a passagem do seu 7º aniversário de existência, fundado que foi, a 19 de Setembro de 1943, por um grupo de devotados da visão.
Comemorando o grato acontecimento, a direção do Instituto, em cooperação com os professores e alunos, promoveu interessante e movimentado programa litero-musical, fazendo-se ouvir, além de atraentes numeros de recitativos e discursos, o harmonioso conjunto músical do Instituto, tão bem orientado pelo prof. José Esmeraldino de Vasconcelos.

POSSE DO CONSELHO DELIBERATIVO E ELEIÇÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA

Aproveitando a auspiciosa data, realizou-se, antes da sesseão litero-musical a que acima nos referimos, a solenidade de posse do Conselho Deliberativo e a eleição da Diretoria Executiva da Sociedade de Assistência aos Cegos, que norteará os detinos da humanitaria entidade no biênio 1950-1952.
Por aclamação geral de todos os associados presentes, foi reeleito presidente o sr. João Matos, a quem a sociedade deve a sua properidade e o seu renome.Para a vice-presidencia foi escolhido, também por unanimidade, o dr. Silvio Ildeburque Leal, que, como secretario, teve, na diretoria passada, uma atuação digna de nota.
O nosso companheiro prof. Mozart Sobreira Bezerra foi distinguido com sua eleição para secretario da sociedade, o mesmo acontecendo com os srs. Aluisio Riquet, que foi reeleito tesoureiro, e o dr. Helio Gois Ferreira, que, pela sua relevante folha de serviços prestados a benemerita agremiação, foi conservado, por aclamação geral, no alto cargo de Diretor-Geral.
Para o Conselho Fiscal foram escolhidos o desembargador Eugênio Avelar Cavalcante Rocha, o padre Arquimedes e o sr. Afonso Cavalcante.
No final da reunião, que decorreu num ambiente de distinção e franca cordialidade, foi servido aos presentes uma taça de finas bebidas e saborosas iguarias.
A noitada de ontem deixou, como sempre, a mais grata das impressões a todos quantos compareceram a sede da grande e conceituada instiuição da Avenida Bezerra de Menezes.


Foi sepultado, às 17 horas de ontem, no Cemitério São João Batista, o conhecimento oftalmologista Hélio Góes Ferreira de 76 anos de idade. Sua morte ocorreu às 8h40min, nesta Capital, 53 dias após ser vitimado por um acidente vascular cerebral. Estava internado por na Casa de Saúde de São Raimundo, mas seu passamento verificou-se em sua residência, a avenida Tristão Gonçalves, 352 em presença de seus familiares.
Formado pela Faculdade Nacional de Medicina, em 1924, com a tese "Simulação em Oftalmologia" aprovada com distinção, o Dr. Hélio Góes Ferreira, fundou, além da Sociedade de Assistência aos Cegos, a Sociedade de Oftalmologia do Ceará, a clinica de Olhos do Instituto de Proteção à Infância do Ceará e a Casa de Saúde São Lucas, da qual foi Diretor durante 20 anos: Chefe, da Clinica Oftalmológica da Santa Casa de Misericórdia, durante 45 anos, médico da Saúde Pública, hoje Secretaria de Saúde do Estado, Presidente da Entidade de Classe dos Médicos Oftalmologistas do Ceará e Diretor do Clube Iracema.

LÍDER

Por três vezes o Dr. Hélio Góes Ferreira representou o Ceará em congressos Brasileiros de Oftalmologia, dois em São Paulo (1945 - 1950) e um no Recife (1947). Apresentou os seguintes trabalhos: “O Tracoma na Escolas de Fortaleza” e 25 anos de Cirurgia de Catarata e “Valor Social dos Cegos”.
A morte do Dr. Hélio Góes Ferreira foi bastante lamentada por todos que o conheciam. Durante o exercício de sua várias atividades ia diariamente à Sociedade de Assistência aos Cegos, que mantém o Instituto dos Cegos do Ceará. Ao seu sepultamento compareceram o vice-governador Waldemar de Alcântara, representando o governador Adauto Bezerra, os Secretário de Saúde, Segurança Pública, Industria e Comercio e Cultura e outras autoridades, colegas médicos e admiradores. O Dr. Hélio Góes Ferreira era casado com a Sra. Maria José Menescal de Góes Ferreira e deixou quatro filhos: Carmen Góes Ferreira de Arruda, casada com o Coronel José Bezerra de Arruda; Helena Menescal Góes Ferreira (solteira); Maria Lúcia Góes Ferreira de Filgueiras Lima; e Hélio Góis Filho, assessor parlamentar do Ministro de Industria e Comercio, casado com Rita Gonçalves de Góes Ferreira.


Comemorando, ontem, seus 38 anos de existência, o Instituto do Cegos do Ceará prestou homenagem ao Governador Virgílio Távora, com a aposição do seu retrato na sala destinada às fotografias das personalidades que colaboraram e apoiam aquela instituição. Além do Governador e da Primeira Dama do Estado, dona Luíza Távora, estiveram presentes o prefeito Lúcio Alcântara, o Secretário de Educação, Antonio de Albuquerque e Souza Filho, o Secretário de Obras, Luiz Marques, e outras autoridades, bem como o presidente daquela instituição, Francisco Valdo Pessoa de Almeida.
A sociedade foi aberta com um discurso de um ex-integrante e interno do Instituto, hoje cursando universidade. Falou, em seguida, o presidente da instituição, que se referiu a aposição do retrato do Governador como uma manifestação que representa ser ele um novo "filho da casa". Ressaltou a ajuda governamental ao Instituto dos Cegos, lembrando o apoio que Virgílio Távora também vem prestando.
Finalmente, falou o governador Virgílio Távora, que agradeceu a homenagem, lembrando o apoio que vem procurando dar as obras sociais do Estado, através do trabalho da Primeira Dama. Prometeu ajuda ao Instituto, com empréstimo que está contratando com o Banco Mundial.
Terminada a solenidade, o Governador do Estado e a Primeira Dama, acompanhados das demais autoridades e convidados, percorreram as dependências da instituição, visitando a biblioteca, salas de aula, refeitório e outros setores.
Em seguida, internos e externos do Instituto dos Cegos fizeram uma apresentação musical, cantando o "Manero o Pau" e, depois, um jogo de futebol de salão, disputado por times de cegos, que foram bastante, aplaudidos, em alguns lances, inclusive pelas autoridades. A banda de música juvenil da Polícia Militar do Ceará animou toda a festa.


A História da Sociedade em fotos:


Inauguração de um novo Pavilhão, aparecendo dois grandes beneméritos da Casa, Hélio Góes e Aluísio Riquet -anos 60


Rotary Club - Março 2007 - Dr. Waldo Pessoa e o ex-presidente Wellington Malta.

Jornal O Povo 02/07/1991 - Clínica Ieda Otoch Baquit conta com equipamentos ópticos modernos para atender aos cegos.

 Jornal O Povo 02/07/1991 - Waldo Pessoa acha que é hora de acabar com paternalismo no cego.

Jornal O Povo 12/08/1974 - Peça filatélica impressa em Braille.

Jornal O Povo 20/09/1978 - No instituto, as crianças aprendem a conviver naturalmente com seus colegas normais - 1978.

Jornal O Povo 08/01/1981 - Deficientes e seus familiares prestigiaram a solenidade da campanha do Ano Internacional do Deficiente.

Jornal Diário do Nordeste 30/08/1984- Instituto dos Cegos inaugura o Hospital Alberto Baquit Júnior.

Jornal Tribuna do Ceará 30/08/1984- Inaugurado o primeiro hospital para doenças de olhos do Estado.


Diário do Nordeste 07/11/1986"É crescente o índice de cegueira, principalmente a cegueira carencial. A cada ano aumenta o número de crianças com idade entre 10 e 12 anos que ficam cegas completamente pela falta de consumo de leite, carne e demais proteínas. a Secretaria de Saúde como a de Educação têm planos de prevenção da cegueira, mas não são executados. E o que vemos é o aumento significativo de crianças cegas." Dr. Waldo Pessoa de Almeida.

Diário do Nordeste 25/09/1990 - Waldo de Almeida recuperou a visão de mais de mil pacientes.

Diário do Nordeste 29/09/1990 - Sereia de Ouro - Oftalmologista Francisco Waldo Pessoa de Almeida foi apadrinhado por Alberto Baquit.

Diário do Nordeste 29/09/1990Sereia de Ouro 90: Industrial Walder Ary, jornalista Eduardo Campos, os médicos Waldo Pessoa e Aluysio Aderaldo.

Diário do Nordeste 02/08/1992 - Dr. Waldo Pessoa mostra os modernos equipamentos adquiridos pela SAC.

Diário do Nordeste 21/05/1994 - Instituto dos Cegos com Impressora para Braille - É o segundo equipamento no País. O equipamento importado da Noruega, representa um progresso na educação dos cegos.

Diário do Nordeste 14/08/1994 - Operação de catarata - Médico Valdo Pessoa: "Momento da cirurgia quem decide é o próprio doente".



Créditos: Jornal OPovo, Site do Sac e pesquisas na internet


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