Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : dezembro 2020
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Instituto Médico Legal (IML) - Atual Coordenadoria de Medicina Legal

Em 10 de novembro de 1986, durante o governo Gonzaga Mota, o Instituto Médico Legal (IML), que até então se localizava na Parquelândia, foi transferido para o bairro Moura Brasil.

Bom, mas vamos voltar um pouco mais no tempo e aprender um pouco sobre a história e a importância desse Instituto para o povo cearense.

No Ceará, a Medicina Legal advêm desde o período colonial, passa pelo período imperial e já no período republicano é instalado o Gabinete Médico-Legal. Porém, um marco é registrado na década de 1950, quando é decretada a lei estadual 8.102/1956, que criou o Instituto Médico Legal (IML). Nesse período, o trabalho é desenvolvido por meio de parceria firmada entre o Governo do Estado e a Universidade do Ceará (atual Universidade Federal do Ceará - UFC). 

As necrópsias eram realizadas nas dependências da primeira sede do curso médico, no Centro de Fortaleza. Já os exames de lesão corporal eram realizados nas delegacias e os de violência sexual, na maternidade estadual.

O então Gabinete Médico-Legal 

Prédio do primeiro Instituto Médico Legal (IML), centro de Fortaleza, rua Liberato Barroso, ao lado do Teatro José de Alencar 

Somente na década de 1970, buscou-se edificação em local exclusivo. Então, em 1975, o prédio destinado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) – que funcionava no bairro Parquelândia – torna-se a sede do IML. Por ser muito próximo às residências e por ter uma estrutura precária, em 1984, é iniciada a construção do novo IML, inaugurado dois anos depois, na sede onde atualmente funciona a Perícia Forense do Ceará (Pefoce). O marco da medicina legal cearense surge com a inauguração do IML Walter Porto, em 10 de novembro de 1986. No local, eram realizados os exames tanto no vivo, quanto no morto.

Sede do IML na Parquelândia

A partir dos anos 2000, surgem os desafios enfrentados em todo o país, como a expansão dos serviços periciais. Também é nesse período que se inicia o processo de interiorização da medicina legal em núcleos específicos da Perícia. Então, em 2008, foi instinto o IML e surgiu a Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) dentro da estrutura da Pefoce, órgão independente da Polícia Civil, dotado de autonomia administrativa e financeira, vinculado à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Maquete do prédio sede do IML no Moura Brasil - 
Foto de outubro de 1985. Acervo Daniel Chaves

Construção do prédio sede do Instituto Médico Legal no bairro Moura Brasil, em 1985. Acervo Daniel Chaves

Na Perícia Forense do Ceará (Pefoce), os profissionais da Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) executam inúmeras funções essenciais para o desvendar de um crime ou uma situação suspeita que tenha resultado em morte ou não. O que poucas pessoas sabem a respeito da profissão é que os médicos peritos legistas realizam a maior parte das perícias em pessoas vivas, sendo elas vítimas ou suspeitas de delitos. 
Entre as perícias em pessoas vivas, os médicos peritos legistas atuam na realização de exames de lesão corporal, exame de embriaguez, exames de violência doméstica, exame de acidentes de trânsito, perícias para constatação de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT), exames em crimes sexuais, exames cautelares em custodiados, exames de sanidade mental e perícias indiretas em prontuários.

Construção do prédio sede do IML no Moura Brasil.  Acervo Daniel Chaves


Construção do prédio sede do IML no Moura Brasil.
Acervo Daniel Chaves

Na Comel, que é uma das maiores coordenadorias existentes na Pefoce, existem núcleos com equipes de psiquiatria, odontologia, antropologia, tanatologia forense, traumatologia forense e de atendimento especial de mulheres crianças e adolescentes vítimas de violência. Por ser a coordenadoria que realiza exame no ser humano vivo, tem o seu funcionamento 24 horas por dia, “devido à necessidade de ser contínuo e sem interrupção, para atender tanto a demanda pertinente, quanto para garantir a proteção dos direitos fundamentais do custodiado seja que hora for”, explica o médico perito legista e coordenador de Medicina Legal, Hugo Leandro.

Construção do prédio sede do IML no Moura Brasil em setembro de 1986.
Acervo Daniel Chaves

Prédio sede do IML recém inaugurado em novembro de 1986.
Acervo Daniel Chaves

Um dos exames mais frequentes realizados na Comel é o exame de lesão corporal, que pode ser dividido em três situações. A primeira delas é o exame realizado o mais próximo possível do dia do ocorrido, para que se registre as lesões que são encontradas e se vincule ao fato alegado. Existe ainda o exame de sanidade de lesão corporal para saber se há sequelas ou não daquele fato ocorrido, e se aquela sequela gerou alguma limitação física na pessoa, que possa vir a ser usado para determinação ou agravamento de pena ou para classificar dentro da gravidade da lesão (uma lesão que o afaste do trabalho por mais de 30 dias ou afastamento definitivo devido a perda de alguma função). Por fim, existe o exame de lesão corporal cautelar, que é realizado em pessoas que estão sob a custódia do Estado. Esse mesmo exame é feito em quem é preso ou solto, ou ainda no momento em que é transferido e que ocorre algo enquanto ele está sob a guarda do Estado.



Fonte: Livro “Corpus Delicti – Medicina Legal no Ceará”. Autores: médicos legistas Renato Evando Moreira Filho e Sangelo Abreu, https://www.pefoce.ce.gov.br/, Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Usina Ceará - Fábrica Siqueira Gurgel

A Empresa, fundada por Teófilo Gurgel Valente e Antonio Diogo Siqueira, a 24 de outubro de 1924, Siqueira Gurgel S.A, Comércio e Indústria constitui uma das mais conceituadas e tradicionais empresas de nosso Estado.


Em meados da década de 70, sob a direção de Moysés Santiago Pimentel e Júlia Geraci de Mello, a Siqueira Gurgel, elevando consideravelmente a sua produtividade, mantendo a qualidade dos seus mais antigos produtos, realizou lançamentos de repercussão nacional.

Terra Cearense - 1925

Linha de Produção: O mais importante lançamento da Siqueira Gurgel, no ano
de 1977, foi o SABLET, denominação escolhida para simbolizar uma conquista excepcional dessa empresa no campo em que tradicionalmente vinha atuando. Realmente, esse novo tipo de sabão em tablete foi o resultado de longos anos de experiência. A excelente qualidade do produto, foi possível graças ao moderno equipamento que a empresa possuía — o primeiro do gênero no Ceará. Anteriormente, os produtos similares consumidos em nosso Estado, tinham que ser importados do sul do País ou da —Bahia, Pernambuco, Maranhão e ParáCom a trilogia PAVÃO (sabão marmorizado), PAJEÚ (óleo comestível) e SABLET (sabão tablete), a Siqueira Gurgel alargou a suas perspectivas no mercado nacional, estabelecendo uma linha bastante avançada, constante de óleos vegetais comestíveis e industriais de algodão, babaçu e tucum, bem como sabões, sabonetes e glicerina.

O Mercado: A Usina Gurgel (Usina Ceará), que daria origem à Siqueira Gurgel S. A. Comércio e Indústria, já em 1921, demonstrava o seu pioneirismo na fabricação de óleos e sabões, adquirindo equipamentos na Inglaterra e Estados Unidos e contratando os serviços de um químico inglês, visando elevar à qualidade dos seus produtos. Com essa preocupação, essa empresa pôde conquistar a preferência do mercado regional, hoje se estendendo à sua atuação aos mais longínquos pontos do território nacional. 


Como tudo começou

A decisão de constituir a firma Siqueira Gurgel, que teria como objetivo a fundação de uma grande fábrica de óleos vegetais e sabão, por parte das firmas A. D. Siqueira & Filho (de Antônio Diogo de Siqueira), Theophilo Gurgel Valente, Philomeno Gomes & Cia., Proença & Cia. e José Lauriaadveio da percepção de certos fatos, por parte de seus proprietários, quando partilhavam a experiência da instalação de um escritório comercial, cuja finalidade era a distribuição, no Ceará e fora dele, por um regime de quotas, dos sabões produzidos nas fábricas pertencentes a cada um deles. 

A experiência com esse escritório levou os seus participantes a perceberem que as vantagens para todos, decorrentes dos ganhos de escala, que seriam obtidas pela produção de óleos vegetais, que se destinariam à fabricação de sabões, em uma única e grande fábrica, seriam significativamente maiores que se a produção continuasse a se dar de forma fracionada. A partir dessa percepção, constituíram a referida firma e decidiram instalar a Usina Ceará


Antigo prédio da Usina Gurgel, de Theophilo Gurgel Valente, 
onde seria estabelecida a Usina Ceará.


Reclame veiculado no
Jornal do Ceará em
21 de junho de 1937
O quadro econômico-financeiro para o estabelecimento de tal usina 
mostrava-se extremamente favorável e isto foi também percebido por seus empreendedores: 1) a sua instalação e funcionamento poderiam vir a gozar dos favores concedidos, pela legislação federal e estadual em vigor, aos beneficiadores e/ou exportadores de algodão e subprodutos; 2) a cotonicultura cearense vivia momentos de grande prosperidade, o que significaria uma oferta de matérias-primas farta e barata e uma grande possibilidade de bons negócios de exportação; 3) os capitais já acumulados nessa fase de prosperidade, por seus empreendedores, com o beneficiamento e a exportação de algodão, bem como com a fabricação de seus subprodutos (fios, tecidos, óleos e sabões) financiariam os investimentos necessários para o seu rápido estabelecimento; 4) o amplo mercado interno para o sabão, cuja demanda crescera muito em decorrência da elevação da renda no  Estado - resultante da conjuntura favorável que estava a viver o seu comércio exterior e ainda dos vultosos gastos públicos da política de combate à seca do Governo Epitácio Pessoa (1919-1922) - e do crescimento da sua população, sobretudo a da capital.


Fachada da Usina Gurgel na avenida Bezerra de Menezes com avenida José Bastos, hoje Avenida José Jatahy. Arquivo Nirez

A Siqueira, Gurgel, Gomes & Cia. Ltda. foi constituída, em 24 de outubro de 1924, como uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com o capital inicial de 1.500 contos de réis, divididas em 150 quotas iguais de 10 contos, assim distribuído entre os sócios: Theophilo Gurgel Valente -30 quotas (300 contos); Philomeno Gomes & Cia. -30 (300 contos); A. D. Siqueira & Filho -30 (300 contos); Proença & Cia. -30 (300 contos); e José Lauria -30 (300 contos).
Os capitais que lhe deram origem eram exclusivamente os de seus sócios, não recebendo a firma no momento de sua constituição, ou depois, qualquer auxílio financeiro dos governos federal e estadual. Do mesmo modo, não usufruiu ela de nenhum dos favores da legislação já referida, tendo-se notícia apenas de que o governo estadual lhe concedeu, pela Lei nº 2.305 de 23/10/1925, isenção, por 15 anos, de todos os impostos de carácter estadual, para uma fábrica de artigos de
perfumaria a ser instalada na Usina Ceará.



A Firma Theophilo Gurgel Valente, como parcela de sua quota na sociedade, cederia o terreno e algumas instalações já pertencentes à Usina Gurgel*, no Bairro do Matadouro, onde seria estabelecida a Usina Ceará. Por sua vez, todas as firmas pertencentes à sociedade cederiam as máquinas que já utilizavam em suas respectivas fábricas de óleos e sabão, de modo que, de início, não houvesse necessidade de adquirir máquinas novas para a usina e ficassem as despesas, relativas à sua instalação, praticamente reduzidas às da construção de seu prédio. Esse procedimento, adotado pelos sócios, tornou possível a rápida entrada em atividade da usina, já em 1925.

Fábrica Siqueira Gurgel Ltda na Avenida Bezerra de Menezes com José Jatahy. Hoje no local se encontra o Big Bompreço. Anuário do Ceará de 1975. Acervo: Herlanio Evangelista

Foto aérea da Usina Ceará, Siqueira Gurgel & Cia Ltda, Bairro Farias Brito, em 1954. Acervo William Beuttenmuller

Com a entrega de todas as suas máquinas e equipamentos à Siqueira, Gurgel, Gomes & Cia. Ltda., todos os seus sócios se obrigaram, por cláusula contratual, a não mais atuar no ramo de óleos e sabão, não apenas enquanto permanecessem como sócios, mas também depois de suas retiradas da firma. Com isso, a Usina Ceará passou a ser, praticamente, a fabricante exclusiva de óleos e sabão em Fortaleza e a maior desse último produto em todo o Estado.



Em 1927, a Usina Ceará consumiu 3.606.273 kg de caroço de algodão, para produzir 3.146.543 kg de resíduo, 42.329 kg de línter e 354.558 kg de óleo, que eram destinados, integralmente, à sua fabricação de sabão, cujo volume de produção, desse ano, não consta na fonte onde foram encontrados tais dados (Relatório do Presidente José Moreira da Rocha de 1928).

Arquivo Nirez

Em 1928, segundo dados da Revista dos Industriais, essa usina produzia, mensalmente, 420t de resíduo em pasta (que eram exportadas, em parte, para outros estados e exterior), 60t de óleo de algodão, 40t de óleo de mamona, 400 t de sabão (destinadas a Fortaleza e ao resto do Ceará), além de 600t de sílex, ocupando 800 operários.

A partir de setembro de 1927, a Usina Ceará passou a pertencer apenas às firmas A. D. Siqueira & Filhos e Theophilo Gurgel & Cia. devido à retirada dos outros sócios: em 14/06/1926, registra-se a retirada de José Lauria da sociedade da Siqueira, Gurgel, Gomes, & Cia. Ltda. e, em 1927, respectivamente nos dias 16/03 e 05/09, as saídas das firmas Proença & Cia. e Philomeno Gomes & Cia. Com a retirada dessa última firma, será constituída uma nova firma denominada Siqueira & Gurgel Ltda., em substituição a Siqueira, Gurgel, Gomes & Cia. Ltda., que permanecerá com o mesmo capital de 1.500 contos de réis da firma extinta, tendo o total de suas 150 quotas ou ações a seguinte divisão: A. D. Siqueira & Filhos (72,75%) e Theophilo Gurgel & Cia. (27,25%). 

Reclame da Usina Ceará, publicado no Almanaque do Ceará, de 1930.


Anuário do Ce, 1977.  Renato Pires

Pedro Philomeno Gomes
, ao se retirar de tal firma, sairia definitivamente do ramo de óleos e sabão, passando a se dedicar apenas ao ramo cigarreiro e têxtil. Já Amarílio Proença, o sócio realmente atuante da Proença & Cia, na Usina Ceará, voltaria a atuar na indústria de óleos e sabão, posteriormente, não com a reativação da Fábrica Proença, mas como sócio, novamente, da Siqueira & Gurgel Ltda., a partir de 1930.
Com isso continuaria a Usina Ceará a ser, praticamente, a única grande produtora de óleo de caroço de algodão e sabão, no Ceará, até o surto de fundações de fábricas de óleos na década de 1930.

Em 1930, além de instalações para produzir óleos, resíduos, tortos e sílex, a Usina Ceará dispunha de modernas instalações, com capacidade para beneficiar 200 t de algodão, produzir 20 t de fios grossos para redes e cordões para embrulhos e 10 mil redes, mensalmente (Almanaque do Ceará de 1930). Posteriormente, adicionaria a essas atividades a produção de adubos agrícolas e farinha de ossos (Almanaque do Ceará de 1932).

Como as espécies de sabão produzidas pela Usina Ceará eram de baixa qualidade, teve ela sérios problemas, nos anos imediatos à sua instalação, com a concorrência no mercado cearense que lhe foi imposta pela Saboaria Amazônia (de Soares & Carvalho). Tal saboaria, situada no Pará, produzia sabões de melhor qualidade (os seus famosos sabões das marcas Borboleta e Tartaruga), que tinham maior aceitação que os da Usina Ceará nos segmentos populacionais de maior renda do Estado, sobretudo nos de Fortaleza. A estratégia encontrada, pelos dirigentes da Usina Ceará, para escapar dessa concorrência, foi a concentração das vendas de seus produtos nos mercados de baixa renda do interior cearense, para onde seguiam via E. F. de Baturité. Somente com a elevação da qualidade de seus sabões, conseguida com a aquisição da fórmula do sabão Borboleta, da Saboaria Amazônia, através do filho de um de seus sócios, que se desentendera com o pai, a Usina Ceará livrou-se definitivamente dessa incômoda competição. Superada essa crise inicial, a Usina Ceará sobreviveria até a década de 1990, mudando diversas vezes de proprietário. 

Os produtos da Siqueira Gurgel foram e são populares entre os cearenses. Os nomes dos produtos fabricados, tais como o sabonete Sigel, o óleo Pajeú, a gordura de coco Cariri e o famoso sabão Pavão, fazem parte da cultura do Ceará. Um dos textos de um dos famosos jingle do sabão Pavão, sobrevive na alma cearense:
"Uma mão lava a outra com perfeição, e as duas lavam a roupa com sabão Pavão".


Intervalo Sabão Pavão em 1994

O nome da personagem estampada na embalagem do óleo Pajeú, a
Neguinha do Pajeú, transformou-se em uma expressão bastante usada pelos cearenses para nomear uma pessoa sapeca e sem modos. A propaganda ficou famosa por trazer pessoas com fantasias vulgares de peixes e vegetais, dançando ao som do jingle da propaganda enquanto eram preparados em uma panela gigante.

Publicidade do Óleo Pajeú, publicada no Jornal O POVO em 12/05/1973. 

Chegou o novo Pajeú.

É um amor!

O novo Pajeú é o amor das donas de casas e das cozinheiras.

Leve! Delicado! Puríssimo!

E fazendo charme em sua nova embalagem cilíndrica: muito mas prática, fácil de usar, econômica.

Novo Pajeú é um amor!

Óleo Pajeú, um produto Siqueira Gurgel S.A.

Gif


Publicidade do Sabão Pavão, publicada no jornal  O POVO em 26.02.1930 

Sabão Pavão
Cuidado com as imitações grosseiras
Só é legítimo o que for consistente (duro) e tiver o carimbo:

PAVÃO

E os dizeres: Siqueira e Gurgel, LTD

Outros produtos que também fizeram muito sucesso entre os cearenses:

Rótulo do Sabão Elephante. Arquivo Nirez

Rótulo do sabão Águia. Esse era o rótulo da caixa de madeira. Arquivo Nirez

Rótulo do Sabonete Sigel, nome extraído da firma que o fabricava, Siqueira Gurgel. 
Arquivo Nirez

Rótulo do Saponáceo Pavão. "Saponáceo era um tijolo para fazer limpeza na hora de lavar a louça, substituía o Bombril." Nirez

No final dos anos 90, a Siqueira Gurgel foi vendida para a família Viana e as instalações da fabrica foi transferida para Caucaia. O terreno da avenida Bezerra de Menezes com José Jatahy (antiga José Bastos), onde funcionou a fabrica, foi vendido para a rede de supermercados Bompreço.

Usina Ceará , de Siqueira & Gurgel LTDA no Bairro Otávio Bonfim.
Registro de 1941. Acervo William Beuttenmuller

No dia 05 de dezembro do ano 2000, é então inaugurado, no local antes ocupado pela Siqueira Gurgel, o Hiper Bompreço.

Em 2004, a Siqueira Gurgel, já na nova sede, em Caucaia, foi premiada com o prêmio Delmiro Gouveia, um prêmio que elege as cem maiores empresas do Ceará, a Siqueira Gurgel ficou na colocação 94 entre os 100.


Fundada, em 12 de outubro de 1919, a Usina Gurgel, da firma Teófilo Gurgel Valente, em solenidade que contou com a presença do presidente do Estado, João Tomé de Sabóia e Silva, o governador do Arcebispado, monsenhor Joaquim Ferreira de Melo, o presidente da Associação Comercial do Ceará, coronel José Gentil Alves de Carvalho, o diretor da Rede Viação Cearense, Henrique Eduardo Couto Fernandes, etc.


Crédito: https://www.institutodoceara.org.br/
Cronologia Ilustrada de Fortaleza - Roteiro para um turismo histórico e cultural - 2005/Diário do Nordeste/ Biblioteca Nacional Digital Brasil/ Anuário do Ceará - 1976/ As múltiplas facetas de um marchante: a vida empresarial de Antônio Diogo de Siqueira - Carlos Negreiros Viana

domingo, 6 de dezembro de 2020

Solar da família Gentil - Atual Reitoria da UFC

 


José Gentil Alves de Carvalho nasceu em Sobral em 11 de setembro de 1867. Foi o maior empresário do Ceará. Em 1909, já residindo em Fortaleza, adquiriu a chácara de Henrique Alfredo Garcia, na Av. Visconde de Cauipe (atual Avenida da Universidade), no Benfica.

A casa que existia no local foi demolida em 1918. No terreno, José Gentil ergueu, no mesmo ano, um belíssimo palacete para ser a sua residência. O projeto foi do Dr. João Sabóia Barbosa. Em torno do palacete, José Gentil construiu vilas e ruas com residências de vários tamanhos e estilos, praças e áreas verdes.

Lugar que ficou conhecido como Gentilândia.

Família do Coronel José Gentil no palacete que hoje é a Reitoria da UFC. 
Foto de 1953.

Em 1956, a propriedade foi comprada pelo primeiro reitor da UFC, Prof. Antônio Martins Filho, da Imobiliária José Gentil S/A pertencente aos herdeiros de José Gentil.

Ampliação do Solar da família Gentil
(já adquirida pelo reitor) em 1964.

De acordo com o site oficial*, um ano após a compra, o Reitor Martins Filho resolveu demolir o casarão, construído em 1918, mandando projetar, pelo Departamento de Obras da UFC, a atual sede da Reitoria. Conforme sugestão do Reitor, o projeto elaborado pelo departamento de obras mantinha as mesmas linhas arquitetônicas da casa construída segundo o plano do Dr. João Sabóia Barbosa. O palacete projetado consta de duas alas laterais unidas por um corpo central conservando a torreta que já existia no projeto de João Sabóia.


Casa de José Gentil - Reitoria UFC - Nirez


O interior do palacete foi enriquecido pelo Reitor com duas escadarias de bronze e latão. Móveis de estilo foram adquiridos, assim como lustres de cristal, alguns comprados na Bahia, para ornamentação de vários salões.

Reitoria em 1965

No terreno onde se encontra a atual Reitoria da UFC, ergueiram-se duas casas, posteriormente demolidas para dar espaço às atuais proporções do parque em torno do edifício e possibilitar a construção da Concha Acústica.

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NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: