Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : abril 2011
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Praça General Tibúrcio - Dados históricos


Foto da Praça General Tibúrcio antes da reforma de 1912 promovida por Ildefonso Albano, onde vários imóveis foram desapropriados e demolidos. Arquivo Nirez

05 de fevereiro de 1872 - Instala-se em Fortaleza, no Largo do Palácio (atual Praça General Tibúrcio), o Circo Olímpico, de propriedade de Augusto R. Duarte.
No anúncio vem: "Roga-se às famílias trazerem as cadeiras".




02 de fevereiro de 1887 - Resolução da Câmara dá à Praça do Palácio o nome de Praça General Tibúrcio, onde seria depois erigida a estátua daquele militar.
Infelizmente hoje é chamada de "Praça dos Leões".


Foto de 1952 - Arquivo Assis de Lima

 Arquivo Nirez

08 de abril de 1888 - Inaugurada a primeira estátua erigida em Fortaleza, a do general Antônio Tibúrcio Ferreira de Souza (General Tibúrcio), que ainda hoje está no centro da praça que tem o seu nome e que o povo apelidou de Praça dos Leões.

O general cearense havia falecido no ano anterior, no dia 28 de março.

A segunda estátua foi a do General Sampaio (1900), na Praça Castro Carreira, e a terceira a de Pedro II (1913) na Praça da Sé.
Em 1847 grandes chuvas causaram escavações no largo do Palácio e o presidente Inácio Corrêa de Vasconcelos mandou fazer uma enorme muralha, para sustentar o aterro, dotando a Capital de um local aprazível, de passeio público, pois foram levantados pilares e gradarias de ferro e foram feitas escadarias para descida à Rua de Baixo.

Nascia assim, a futura Praça General Tibúrcio, que foi Largo do Palácio, Pátio do Palácio, Praça do Palácio, conhecida hoje como Praça dos Leões, que tem o privilégio de abrigar a primeira estátua erigida em Fortaleza, assentada em pedestal de granito do Estado, de 2,50m; é de bronze fundido e tem dois metros de altura.


Arquivo Assis de Lima

A estátua foi fundida nas oficinas de Thiebaut Fréres, e o pedestal de mármore foi esculpido, em Fortaleza, pelo artista Frederico Skinner, e foi inaugurada quando a praça já era General Tibúrcio, há um ano.
Em 1891, por iniciativa do vereador José Albano, a praça teve um alinhamento iniciado.

Em 16 de fevereiro de 1892, uma revolta do Colégio Militar iniciou um bombardeio contra o Palácio da Luz, ocupando a praça, e um tiro acertou a estátua, que caiu de pé.

Arquivo Nirez

Foi deposto o presidente do Estado, José Clarindo de Queirós.

A estátua voltou ao seu lugar, sobre um pedestal mais elegante, em 24/05/1893.


Em 1912, quando da deposição do comendador Antônio Pinto Nogueira Acioli e consequente deposição do intendente coronel Guilherme César da Rocha (Guilherme Rocha), assumiu o filho de José Albano, Ildefonso Albano, que logo cuidou de prosseguir o trabalho de seu pai, desapropriando várias casas em redor da praça e formando o atual quadrilátero, obra iniciada em 1913 e terminada em 1914.



Arquivo Assis de Lima

16 de fevereiro de 1892 - Cadetes da Escola Militar do Ceará, revoltam-se contra o governador do Estado, José Clarindo de Queirós, obtendo adesão das forças federais, e o depõem na manhã do dia seguinte.

Os tiros de canhões derrubam a estátua do general Tibúrcio na Praça do Palácio, mas ela cai de pé.
O motivo foi que Clarindo de Queirós era aliado de Deodoro da Fonseca e o golpe dado por Floriano Peixoto determinou a deposição de todos os governadores que apoiavam Deodoro.
Assume o governo o coronel José Freire Bezerril Fontenele (General Bezerril), que passou o governo para o vice-major Benjamin Liberato Barroso (Benjamin Barroso) no dia 18 de fevereiro de 1892.
O Palácio da Luz foi residência do Capitão-mor Antônio de Castro Viana.
Lá funcionou a Câmara Municipal.
Foi depois (11/01/1809) vendido ao Estado e passou a abrigar o Governo.
Em 1892 foi gravemente danificado quando da deposição do presidente Clarindo de Queirós pela Escola Militar.
Em fevereiro de 1960, na gestão do governador Parsifal Barroso, metade dele foi vendido, sendo aberta uma rua dividindo-o.
Já abrigou a Biblioteca Pública, a Casa de Cultura Raimundo Cela (1975) e hoje abriga a Academia Cearense de Letras.

Acervo Carlos Juaçaba
 
1914 - O alargamento das ruas e o alinhamento das calçadas é obra realizada na administração do Intendente Ildefonso Albano, que também reforma totalmente a Praça General Tibúrcio, refazendo todas as fachadas das casas da Rua General Bezerril, que foram recuadas.




Fonte: Portal do Ceará (Gildácio Sá)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

MIS - Museu da Imagem e do Som


Na época da foto, era a casa do senador Augusto Cabral. Arquivo Nirez
Detentor de expressivo acervo da memória audiovisual do Estado, o Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE), criado e implementado pela Secretaria da Cultura (Secult), desenvolve uma diversidade de atividades museológicas: ensino, pesquisa, antropologia cultural, cultura popular e expressões audiovisuais. Além do acervo disponibilizado ao usuário, o MIS possui biblioteca especializada (em fase de reorganização), sala de projeção multimídia e espaços expositivos.


Foto da fachada do então Museu Histórico do Ceará, localizado na Avenida Barão de Studart, 410, em frente ao Palácio da Abolição. Ano de 1974



O museu fica numa casinha charmosa com jardins e flores e na entrada, dois leões de porcelana do início do século XX que vieram da cidade de Porto, Portugal. No início dos anos 80 quando o Museu deixou de ser do Departamento de Patrimônio de Bibliografia e passou a ser do Departamento de Audiovisuais, seu acervo foi ampliado e além de fotos, cromos, fitas com áudios gravados e documentos, recebeu uma enorme coleção de filmes da TV Educativa. Além de uma viagem, um banho de cultura popular.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira 


No dia 14 de janeiro de 2009 o jornalista e historiador Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez), assumiu a direção do Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-Ce).

Após sete meses sob a gestão interina de Danilo Costa, o MIS/CE inicia 2009 sob nova direção. Com diversos trabalhos de pesquisa publicados na área da imagem e do som, atuando por mais de 40 anos como jornalista e historiador, Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, assume a direção da casa. Nirez já desenvolve trabalhos em torno da conservação e difusão da memória audiovisual do Estado, através de seu acervo pessoal que reúne mais de 22 mil peças, vindo a somar esforços junto ao Governo do Estado para tal. "Com a posse na direção do MIS, terei oportunidade de fazer oficialmente tudo aquilo que venho fazendo particularmente. Para mim é uma grande honra e uma grande satisfação", comenta. Além dele, toma posse o novo diretor técnico da casa, o museólogo Michel Platini Fernandes da Silva.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Jornalista, historiador e desenhista, Nirez publicou trabalhos relacionados ao aodiovisual cearense, entre eles, "A Imagem e o Som Pela Máquina" - trabalho publicado na "Revista de Comunicação Social" do Departamento de Comunicação Social da UFC; "Enciclopédia da Música Brasileira, erudita-folclórica-popular", co-autoria, Art Editora, São Paulo, SP; "O Balanceio de Lauro Maia" livro biográfico publicado 1991; "Fortaleza de Ontem e de Hoje" - pesquisa ilustrada com 200 fotografias e publicada pela Fundação de Cultura e Turismo de Fortaleza. Também é detentor de um acervo de mais de 100 mil peças, entre elas 22 mil discos de cera e 30 mil fotografias onde 15 mil aproximadamente são de Fortaleza Antiga.


Nirez e Célio Cury no MIS
Célio Cury é admirador de rádio. Na adolescência começou a frequentar auditórios de emissoras de rádio e a colecionar fotografias de cantores, locutores, etc. Hoje, é possuidor de um extenso acervo referente ao rádio e a televisão no Ceará. Todo trabalho feito sobre o rádio, a televisão e pessoas a eles ligados, obrigatoriamente Célio é consultado.

O Museu da Imagem e do Som do Ceará, vinculado à Secretaria da Cultura, é responsável, desde sua fundação, pela preservação, difusão e pesquisa da memória audiovisual do Estado. Inaugurado em 1980 e instalado no subsolo do prédio da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel. Após alguns anos, deixa o antigo Departamento de Patrimônio de Bibliografia, passando a pertencer ao Departamento deAudiovisual.

O Museu foi  re-estruturado no dia 7 de agosto de 1996 em sua atual sede, situada na Avenida Barão de Studart, 410, um dos pontos mais tradicionais de Fortaleza. A casa que hoje abriga o MIS-CE foi projetada pelo arquiteto José Barros Maia (Mainha) para ser residência do Senador Fausto Augusto Borges Cabral, sendo inaugurada em novembro de 1951 que, por determinação do Governador Virgílio Távora, em 1963, passou a ser residência oficial e sede do Governo do Estado, função que ocupou até 1971. Desapropriada pelo Governo Estadual, foi feita sede do Museu Antropológico do Ceará, que ali funcionou até 1990.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Além da arquitetura sóbria e harmoniosa, com jardins e flores, a casa conta com a proteção de dois leões de porcelana. Datadas do início do século XX, estas peças são a marca registrada deste prédio histórico que hoje abriga o MIS-CE.

Atualmente o acervo do MIS-CE é estimado em 150 mil peças entre discos de música brasileira e internacional (de 78, 45 e 33 e ½ rotações), CD’s, fitas de áudio, de rolo, cassete e micro-cassete, um acervo de imagem (fotografias cópia papel e digital) com imagens de Fortaleza Antiga, de outros municípios cearenses, de personalidades, festas e folguedos populares, artistas populares (cordelistas, artesãos, escultores, etc) cromos e negativos, filmes de diretores cearenses e registros de danças e festas da cultura popular tradicional (em diversos formatos como vídeos betacam, betamax,VHS e super VHS, DVD, H-8, películas de 16mm e 35mm, etc.), depoimentos de personalidades da história do Ceará, cordéis, partituras e muitos outros objetos que contam a história registrados em suportes audiovisuais.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Além do acervo disponibilizado ao usuário, o MIS possui biblioteca especializada (em fase de reorganização), sala de projeção multimídia e espaços expositivos.

O MIS-CE tem as atividades do Núcleo Educativo, setor responsável pela mediação das visitas e pelas atividades de formação, como cursos e oficinas.


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira


Foto de  Arusha Kelly Oliveira

Fatos Históricos sobre o prédio do MIS

  • 1963 - O Palácio da Luz, no início da Rua do Rosário, deixa de ser a residência do governador e sede do Governo, sendo transferido para a Avenida Barão de Studart nº 410/598, casa projetada pelo arquiteto prático José Barros Maia (Mainha), para residência do senador Fausto Augusto Borges Cabral (Fausto Cabral), em 1951. Em 1971 foi desapropriada e passou a abrigar o Museu Histórico e Antropológico do CearáHoje é ocupado pelo Museu da Imagem e do Som - MIS.


  • 10/junho/1969 - Criado o Museu da Imagem e do Som de Fortaleza, da Municipalidade, quando era Secretário de Educação e Cultura do Município, Epitácio Quesado Cruz (Epitácio Cruz). Ficou só no papel.




  • 07/agosto/1996 - Reinicia suas atividades o Museu da Imagem e do Som - MIS, da Secretaria de Cultura e Desporto do Ceará - Secult


  • 09/agosto/1997 - Reinaugurado o Museu da Imagem e do Som - MIS


  • 29/outubro/2001 - O pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo participa de mais um Encontro de Pesquisadores da Música Popular Brasileira, promovido pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e sob os auspícios da Associação Brasileira de Pesquisadores da Música Popular, realizado no Rio de Janeiro no auditório da UERJ no período 29/10 - 02/11/2001.


Fonte - Secult,  http://misceara.blogspot.com

sábado, 23 de abril de 2011

Aeroporto Internacional Pinto Martins - Antigo Alto da Balança



                                                                                                  

Fotos do Avião de Amélia Earhart pousado no Campo de Pouso do Alto da Balança - Cocorote 


O aeroporto teve suas origens na pista do Alto da Balança, construída na década de 1930 e utilizada até 2000 pelo Aeroclube do Ceará. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu de base de apoio às Forças Aliadas, época em que foi construída a segunda pista de pousos e decolagens (Base do Cocorote), a atual pista principal do Aeroporto de Fortaleza.


Velho terminal do Aeroporto Pinto Martins. - Arquivo O Povo


Em 13 de maio de 1952, o aeroporto ganhou o nome de Pinto Martins, em homenagem ao cearense Euclides Pinto Martins* que realizou o primeiro voo sobre o Oceano Atlântico entre Nova Iorque e o Rio de Janeiro, no início da década de 1920, a bordo do hidroavião Sampaio Correia


A segunda pista do Alto da Balança foi ampliada de 1.500m para 2.545m em 1963. O primeiro terminal de passageiros e o pátio de aeronaves foram construídos em 1966.

A administração do Aeroporto foi transferida à Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), em 7 de janeiro de 1974 (Portaria nº 220/GM5, de 3 de dezembro de 1973), quando deu início a uma série de obras para revitalização e ampliação do complexo aeroportuário, entre elas a do pátio e a do terminal de passageiros.


Varig - Desembarque no antigo Pinto Martins. Acervo Will Nogueira
Por meio de uma parceria entre a Infraero, governo federal e governo estadual, o aeroporto recebeu novo e moderno terminal de passageiros com 32.000 metros quadrados, inaugurado em fevereiro de 1998, pelo governador Tasso Jereissati. O novo terminal tem capacidade para 2,5 milhões de passageiros/ano, 14 posições para estacionamento de aeronaves e é dotado de modernos sistemas de automação, sendo classificado como Internacional em 1997 (Portaria 393 GM5,
de 9 de junho de 1997).


Atualmente, o antigo aeroporto de Fortaleza funciona como Terminal de Aviação Geral (TAG), onde opera a aviação de pequeno porte (aviação geral, executiva e táxi aéreo).   


Avião Varig na Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Avião Varig na Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Avião Varig na Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Avião Varig na Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Avião Varig na Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Crédito: Thiago Castro

*Já se perguntou, alguma vez, qual foi o primeiro avião a cruzar o céu do Brasil vindo dos EUA? E quem pilotava? Pois foi um cearense chamado EUCLIDES PINTO MARTINS. Na verdade, ele era o co-piloto, mas lhe foi cedida a honra de assumir a nave no espaço aéreo brasileiro por seu colega o piloto WALTER HILTON. A aeronave foi um hidroavião biplano cedido pela jornal "The New York Word"!

A viagem começou em 4 de Setembro de 1922 e terminou a 8 de Fevereiro de 1923.


Sua Vida

Euclides Pinto Martins nasceu em Camocim, no Ceará, a 15 de abril de 1892. Entretanto, só foi batizado três meses depois, (28 de julho de 1892), na Igreja Matriz de Macau, Rio Grande do Norte. O fato ocorreu porque seu pai, Antônio Pinto Martins, natural de Mossoró, naquele estado, foi convidado para representar a Companhia de Salinas Mossoró Assú, em Macau. Por isso, Pinto Martins foi batizado na Matriz de Macau e registrado no Cartório Civil daquela cidade. 



Aeroporto Pinto Martins em 1962.  Arquivo Totonho Laprovitera

Sua mãe chamava-se Dona Maria Araújo do Carmo Martins e dedicou-lhe muito amor e carinho. Euclides era um menino bem criado e de inteligência incomum. Aos cinco anos, (1897) já começava a estudar na escola pública local.

Três anos depois, (agosto de 1900), seus pais se mudaram para Natal e o jovem teve que continuar seus estudos primários no Colégio Americano, conhecido como Colégio das Capas Verdes



Charretes do Aeroporto, as crianças amavam!

Charretes do Aeroporto - década de 60

Em 1903, já com 11 anos, se transferiu para o Colégio Atheneu Norte Rio Grandense e, paralelamente, ingressou num curso noturno de náutica. Observem aí, o seu gosto pelas viagens e aventuras. 



 Aeroporto Pinto Martins no final de 1961 - Arquivo Nirez

Quatro anos mais tarde, (1907), embarcou no navio "Maranhão" saindo no ano seguinte, para ser segundo piloto do navio "Pará". Infelizmente, um acidente de bordo interrompeu esta rápida carreira naval e, Euclides, com problemas na carótida, desembarcou em Natal sendo aconselhado pelos médicos a abandonar a carreira.


Praça do Aeroporto em 1979 vendo-se a torre do antigo terminal.

No início de 1909, seu pai mandou-o para os EUA com US$300,00 e uma recomendação para que uma empresa de amigos lhe repassasse uma certa quantia mensal para sua manutenção. Euclides não perdera tempo, matriculou-se no "Drexell Institute" na Filadélfia onde, três anos depois se formaria em Engenharia Mecânica. (1911). Além de estudar, Pinto Martins trabalhava como estagiário na "Baldwin Locomotive", uma fábrica de vagões. Ali, o jovem aprendeu a falar inglês rapidamente e se inseriu na sociedade local, conquistou uma namorada e se casou com a Srta. Gertrudes Mc Mullan.

Nosso herói regressou ao Brasil logo após a formatura, (1911) desembarcou do navio "Booth Line", em Fortaleza. Convidado por seu pai, viajou para Natal, onde passou a trabalhar como engenheiro na "Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca" e na Estrada de Ferro. 



Convair no antigo aeroporto Pinto Martins. Década de 60- Carlos Juaçaba

Como seu pai era maçom, Euclides Pinto Martins acompanhou-o e ingressou na loja maçônica "21 de Março".

Em Natal - Rio Grande do Norte, nasceu em 1914 sua primeira filha: Ceres, que viria a morrer, tragicamente, aos 31 anos de idade num acidente de avião em Porto Rico, com seu marido. 



Avião Varig na Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

A vida de Euclides Pinto Martins foi marcada por constantes viagens e mudanças. No final da 1º Grande Guerra, (1917) ele se mudou para Recife onde viveu por 2 anos. Ali, ingressou na Loja "Segredo e Amor" (Loja Maçônica). A maçonaria foi outro fato marcante na vida de Pinto Martins.

Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro


Em 1918, faleceu sua jovem mulher e Euclides, muito sentido, retornou aos EUA. Apesar da dor da perda, acalentava no peito o desejo de uma grande aventura entre o Brasil e EUA.

Procurou parcerias e acabou se associando a Ladislau do Rego, que juntos, compraram um navio com a ideia de criar, no Brasil, uma companhia de navegação de cabotagem. Lamentavelmente, o negócio não deu certo, pois o navio afundou... 


Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Euclides permaneceu na América, enquanto seu sócio neste negócio fracassado, voltou ao Brasil terminando assim, sua primeira tentativa de fazer algo grandioso.

Euclides não esmoreceu, casou-se novamente com uma americana Adelaide Sulivan. Adelaide era advogada e doze anos mais velha que seu marido, tendo lhe dado em 1920, uma filha: Adelaide Lillian.

Avião Varig na Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Ainda jovem e em fins de 1922 foi escolhido como parte da tripulação de um avião fretado pelo jornal "The New York World", que patrocinava a tentativa de uma viagem aérea pioneira entre as Américas do Norte e do Sul.

Aquela foi uma época de grandes raides mas se hoje é ainda temerário sobrevoar a Amazônia em aeronaves pequenas, na década de 1920 isso quase beirava a loucura.


Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

A viagem começou em Nova Iorque, em novembro de 1922, e terminou no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1923, após terem sido cobertos os 5678 quilômetros do percurso com cem horas de voo a cada instante interrompidos pelos mais variados problemas, e primeiro pouso em águas brasileiras ocorreu no dia 17 de novembro de 1922, quando Martins e seus colegas americanos aterrissaram na foz do rio Cunani.

Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

O episódio foi posteriormente narrado pelo próprio Pinto Martins a um repórter do Jornal "O Estado do Pará":

"Quando levantamos voo de Caiena encontramos forte temporal pela proa. Rompemos o mau tempo com dificuldade, mas tivemos de procurar abrigo. Tomei a direção do aparelho (ele era co-piloto) e depois de reconhecer o rio Cunani aí descemos às 3,30 horas. O tempo, lá fora, era impetuoso e ameaçador. Não nos foi possível prosseguir e passamos a noite matando mosquitos e com bastante fome, pois não contávamos interromper a rota…"

Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Essa e outras aventuras tornaram a viagem New York-Rio uma terrível aventura de obstáculos, só superados pela coragem dos tripulantes. Martins foi recebido pelo presidente Artur Bernardes e recebeu um prêmio de 200 contos de réis. Viajou à Europa, voltou ao Rio e iniciou negociações para explorar petróleo. Foi quando ocorreu sua morte brutal, no dia 12 de abril de 1924. Até hoje o episódio não está bem explicado, mas Monteiro Lobato, em seu livro "Escândalo do Petróleo e do Ferro", sustenta que Martins foi vítima dos poderosos lobbies interessados em atrasar o desenvolvimento brasileiro.


Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

A verdade talvez nunca venha a ser conhecida. Depois de discutir com seu companheiro de viagem Walter Hinton ele sacou de uma arma e suicidou-se a vista da amante.


Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro

Em 1952, atendendo as aspirações dos seus conterrâneos, o Presidente Café Filho sancionou Lei no Congresso oficializando o nome de Pinto Martins para o aeroporto da capital cearense. Justiça, mas ainda pequena, para o homem dinâmico que na década de 1920 soube antever a importância econômica da ligação aérea regular entre os Estados Unidos e o Brasil. E que teve coragem de investir na exploração de petróleo, no Brasil, quando isso era por todos apontado como uma loucura (Sobre a relação de Pinto Martins com a exploração do petróleo, há algumas informações adicionais no livro de Monteiro Lobato "O Escândalo do Ferro e do Petróleo", que o coloca como um dos mártires dos estudos de prospecção de petróleo no Brasil). A viagem New York-Rio de Janeiro também era considerada loucura, mas ele a concluiu.


Pista do Alto da Balança (Pinto Martins) na déc. 50. crédito: Thiago Castro


Fonte: Wikipédia, http://www.literario.com.br , 
Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo e Youtube 



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