Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Igreja Sagrado Coração de Jesus
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Praça Coração de Jesus



Foto rara e antiga, infelizmente não datada

Não importa se é manhã, tarde ou noite. Com a presença dos boêmios, a Praça Coração de Jesus está sempre movimentada. Limitada pela Avenida Duque de Caxias, no Centro de Fortaleza, a praça tem como principal referência a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que fica entre as ruas Pedro I, Sólon Pinheiro e Jaime Benévolo. As árvores frondosas, bancos e um comércio movimentado proporcionam encontros agradáveis de amigos e vizinhos.
Batizada como Praça da Boa Vista, a Praça Coração de Jesus foi inaugurada em 1880, algum tempo depois que a igreja foi construída. Em 1881, em homenagem a José Júlio de Albuquerque Barros, o Barão de Sobral, passou a chamar-se Praça Dr. José Julio. Em 1890, por resolução do Conselho da Intendência Municipal, recebe a denominação de Praça da Liberdade.
Os principais motivos do movimento nas manhãs e tardes no entorno da igreja são as inúmeras paradas de ônibus e o terminal que fica ao seu lado direito.
O vai-e-vem dos passageiros faz com que vendedores ambulantes circulem diversas vezes ao redor da praça.
Os ônibus não passam pelos principais terminais da cidade.

A antiga igreja, antes do desabamento

Fazem a rota de um bairro específico e voltam para o centro. Funcionários da Empresa de Transporte Urbano (ETUFOR), instalados em uma pequena cabine branca, localizada ao lado do terminal, monitoram a ida e a volta do transporte coletivo mais usado pelos cearenses. As principais linhas de ônibus são: Conjunto José Walter/BR 116; Castelão/Visconde do Rio Branco; Av. Antônio Sales e o Bairro de Fátima e 13 de Maio/Rodoviária.
Ao embarcar ou desembarcar em qualquer parada de ônibus do terminal, as pessoas são abordados por vendedores de vale-transporte e passe card. Eles cobram 10 centavos mais barato e assim tiram o seu sustento.
“Olha o vale, olha vale”, é o apelo mais usado pelos vendedores.
Além do terminal de ônibus, a praça conta também com pontos de referência conhecidos como: o Tribunal Regional Eleitoral, o Supermercado Lagoa, a Faculdade Tecnológica(FATECI), a Padaria Romana e a Pousada Ideal.
No interior da praça, personagens do seu cotidiano: banqueiros de jogo do bicho, engraxates, comerciantes e funcionários de lojas propondo cadastro de cartão de crédito. Antes de voltar para casa, pessoas que aguardam a condução passam nas barracas para fazer um lanche ou comprar água. Os bancos servem de dormitórios para sem-tetos e são pouco usados pela população.
O engraxate mais antigo o e mais famoso da praça é José Ferreira. O “seu Zé” como é conhecido, trabalha há 15 anos na praça e também conserta sapatos. O horário de trabalho é de 7 da manhã às 18 horas. Torcedor do Ceará, muitos amigos se juntam perto do seu local de trabalho e conversam sobre futebol. Em final de ano, o movimento aumenta e o serviço de engraxate requer mais esforço e a hora de ir para casa (bairro Aerolândia) passa ligeiro. Muitas mulheres o procuram para consertar os sapatos. “Vem todo tipo de cliente engraxar sapato, do mais pobre ao mais rico”, afirma “seu Zé”.

A nova, já com a cúpula

Com bancas de guaraná e açaí, a praça é um ponto de encontro para quem gosta da fruta exótica. São sete bancas espalhadas na sua área. E pra quem deseja comprar cartão telefônico ou cartão de celular pré-pago, quatro cabines vendem cartões de todas as operadoras. A praça possui 12 bancas de revistas. A mais antiga é a banca O Freitas. Manoel de Freitas trabalha há 31 anos no ponto e é muito conhecido. “Eu moro aqui. Essa banca é minha casa”. A rotina é diária e o seu horário vai de 7 da manhã às 19 horas. Uma característica marcante que o dono da banca tem, é ajudar as crianças que necessitam de alguns trocados para comer. Seu Freitas oferece caixas de bombons e chocolates para que os meninos vendam ao redor do centro. Com isso, parte do arrecadado serve para que as crianças tenham como pagar o almoço e o lanche. “Ajudo as crianças porque sei como elas sofrem e serve de estímulo para outros banqueiros também possam ajudar”.




O número de meninos de rua é um problema. Eles circulam na praça e no Parque da Criança, bem ao lado. Antes de ir para a escola, o adolescente Daniel Monteiro, 15 anos, tem de trabalhar para ganhar algum trocado.
Daniel mora e estuda no bairro Tancredo Neves. Deixa a praça às 17h45min e entra na escola às 19 horas. “Meu pai está desempregado e minha mãe trabalha como dona de casa, por isso tento ajudar minha família a sobreviver."
Não apenas de bancos e bancas de revista vive a praça. Há outras inúmeras barracas que vendem de lanches a cds e dvds, e se misturam no patrimônio público. Se duvidar há 30 barracas espalhadas no local, com pessoas tentando sobreviver. Cerca de 20 orelhões também fazem parte do cenário e ajudam a quem deseja se comunicar. “Ei chapa, me arranja um trocado pra inteirar o almoço?”, pede um homem moreno, sem camisa, acompanhado de cinco amigos. O pedido veio de Francisco Leonardo Rocha Neto, morador de rua que, junto com os amigos, realiza trabalhos artísticos com o lixo que encontra nas ruas. Sem dinheiro e sem material, Leonardo pede esmolas para comer. Leonardo diz que,estudou até a 6ª série e há dois anos abandou a família para viver nas ruas com as drogas. “A gente está sem dinheiro, sem material. E o que a gente consegue é para comer, tomar uma pinga e fumar nosso baseado”, revela a rotina de todos os dias. Para se lavar e tomar água, Leonardo tem que ir ao Parque da Criança usar a torneira e o bebedouro. Mas quase sempre ocorrem problemas com os seguranças do parque. “Os homi não deixa nem agente lavar as mão, só porque agente tá mal vestido. Eles não deixa os moradores de rua usar o patrimônio. Prá nois eles não bota queixo porque se não eles come chibata."



"Para que a gente paga imposto? Eu sei que não tenho casa, mas se eu comprar uma caixa de fósforos eu pago imposto”. E a vida segue, com o entra e sai dos ônibus no terminal da praça.

Crédito: Mario Jorge Teles

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Igreja Sagrado Coração de Jesus



No dia 25 de março de 1886, inaugurou-se a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, sendo sagrado seu altar, pelo Bispo Dom Joaquim José Vieira. Sua pedra fundamental tinha sido assentada em 25/9/1878, logo após o término da seca de 1877, uma das razões da construção do templo: para aproveitar a mão de obra do flagelado.
A iniciativa da construção foi do casal José Francisco da Silva Albano (Barão de Aratanha) e Liberalina Angélica da Silva Albano (Baronesa de Aratanha), secundado pelo concurso de Dom Luís Antônio dos Santos. Ficou conhecida como Igreja dos Albanos. As obras se iniciaram em 25/9/1878.
O templo era singelo, em linhas neoclássicas e neogóticas. A grande seca de 1875-1877 deixou um grande número de flagelados em Fortaleza, e para dar trabalho a essa gente é que foi construída a igreja em frente à Lagoa do Garrote (Parque da Liberdade, Parque da Independência, Cidade da Criança), no "Morro do Pecado", onde existia uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores, em 1848, cuidada pelo padre Alencarino.
A igreja teve como primeiro administrador o padre Antônio Xisto Albano, filho do Barão de Aratanha, que ali ficou até 1901, quando foi transferido para o Maranhão, ocasião em que o bispo Joaquim José Vieira resolveu entregar a administração à Ordem Seráfica dos Capuchinhos da Missão do Maranhão, o que foi feito no dia 1º de junho de 1901, mas a transferência só se deu no dia 3.


No início da década de 1950, a torre, que era de zinco sobre armação de madeira, foi retirada, e em seu lugar foi levantado, sobre a velha alvenaria de tijolo da Tabatinga (branco), um bloco de concreto com um relógio de 4 faces e sobre ele a imagem de Jesus Cristo, que antes se achava no frontal do templo, causando o esmagamento das velhas paredes, que ruíram às 13h20min do dia 15 de março de 1957.
Ao invés de reconstruírem a igreja, pois apenas ruíra a torre, os capuchinhos acharam por bem derrubar toda a igreja, para construírem uma maior, que é a que atualmente lá está, mas a arquitetura usada é mista, feia, cheia de "combogós", e tem na sua fachada uma parede reta como se fora um oitão, além de rampas para subida de carros, uma torre vazada e uma grande cúpula sobre a nave principal.
A pedra fundamental da nova igreja foi lançada em 1958 e sua inauguração se deu em 1961.
As duas fotos mostram a antiga e a nova igreja, para que se tenha uma ideia das grandes diferenças entre uma e outra além das mudanças ocorridas na praça que são imensas, como a arborização, as bancas de jornais e revistas, telefones públicos, vendedores ambulantes, abrigos para espera de ônibus, asfalto, etc.


Fonte: Portal da História do Ceará/Arquivo Nirez

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