Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Fortaleza Esporte Clube
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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quinta-feira, 20 de junho de 2019

Jóquei Clube - O sítio que virou bairro

O bairro Jóquei Clube foi erigido no local onde existiu, por volta de 1800, o cemitério dos índios Marupiara (bons caçadores). O território, que abrigou durante muito tempo o Hipódromo Stênio Gomes da Silva, começou a ganhar ares de bairro logo após Nestor Cabral ter o seu sítio hipotecado por seu filho Laurindo.

Um alemão chamado Franz Wierzbicki, que veio embora do seu país para o Brasil após a eclosão da I Guerra Mundial, instalou-se nas vizinhanças do futuro bairro, mais precisamente no Sítio São Pedro (Parangaba), por trás do local onde existe hoje o Terminal Lagoa.

Casamento de Franz e Hedwig
(apelidada de Margarida) em

12 de maio de 1918, em Berlim.
Em 1930, tomou conhecimento da hipoteca do vizinho e resolveu assumi-la dois anos depois. O pagamento foi feito com o dinheiro que usava para pagar o aluguel da antiga moradia. Na época, começou a comprar gado holandês e a vender o leite para os amigos que trabalhavam com ele na antiga Rede de Viação Cearense (com o ofício de caldeireiro Franz conseguiu emprego nas oficinas do Urubu, da RVC e assim conseguiu sua estabilidade financeira), o que o ajudou a sacramentar o negócio.

Assim, Franz tornou-se proprietário do sítio que recebeu o nome de Sítio Glück-auf, expressão alemã que significa "Feliz regresso" ou "Minerador sortudo". Foi essa propriedade que que deu origem ao bairro.
Por ser alemão, sofreu pressão dos militares durante a Segunda Guerra Mundial. Por isso, acabou vendendo a área onde depois seria construído o Jockey Club Cearense.
Banner escrito pelo bisneto Guethner Gadelha Wirtzbiki sobre Franz Wirtzbiki que está exposto no Ecopoint
 Página 139, do livro 17, Locomoção, temos o Registro de Pessoal Jornaleiro, que trata dos contratados da Estrada de Ferro, no caso específico, da RVC, Rede de Viação Cearense. Importante observar que Franz Wirtzbiki foi admitido no dia 22 de Novembro de 1922 e dispensado no dia 04 de Abril de 1938. Ou seja, permaneceu quase 16 anos no emprego da RVC. Acervo pessoal de Guethner Wirtzbiki.
A criação oficial do bairro é dia 05 de outubro de 1949. É um bairro que fica da zona centro-leste de Fortaleza e faz parte da Secretaria Executiva Regional (SER III). Segundo o Censo de 2010 do IBGE, a população era de 20 mil habitantes.
Sítio Glück-Auf (Feliz Regresso), primeiro imóvel edificado no bairro do Jóquei Clube. A sua construção foi feita logo após o alemão Franz tê-lo comprado, em 31 de março de 1932, do cearense Nestor Cabral.

Fotos e informações retiradas do banner escrito pelo bisneto do alemão, Guethner Gadelha Wirtzbiki, exposto no Ecopoint.
De acordo com Guethner Gadelha Wirtzbiki (bisneto de Franz), depois de anos morando na casa, e após algumas reformas, a família vendeu o imóvel para o Dr. Manuel Suliano Filho. O terreno compreende hoje o Centro Universitário Estácio e o Condomínio Residencial Jockey. Após comprar o sítio, Dr. Suliano instalou sua clínica na casa. Com o crescimento do negócio, ele construiu na parte livre do terreno, um novo prédio, que foi o seu hospital psiquiátrico, batizado de Clínica de Saúde Mental Dr Suliano. Alienou o terreno onde estava a primeira casa (clínica) e vendeu para a Construtora Mota Machado, que derrubou a casa e construiu os blocos de apartamentos.


A Clínica de Saúde Mental Dr Suliano hoje é o Centro Universitário Estácio
No lugar da antiga casinha (clínica), hoje está o Residencial Jockey
Em 2012, o bairro Jóquei Clube completou 63 anos de criação. O embrião do bairro foi o Sítio Glük-Auf. Aos poucos, ele foi atraindo moradores para a região.

Terminal Parangaba inaugurado em 7 de agosto de 1993
Acervo Fortalbus
Hoje, o bairro Jóquei Clube tem as suas ruas todas pavimentadas, água, luz, telefonia e rede de esgoto. Está a 6 Km do bairro Centro e a 9 Km do bairro Aldeota, com acessos rápidos por grandes avenidas, como a José Bastos, João Pessoa Senador Fernandes Távora.
Tem uma topografia elevada que lhe confere tranquilidade no período invernoso, pois, mesmo após chuvas torrenciais, as águas logo escoam para regiões mais baixas.
Tem na região dois terminais de ônibus (Lagoa e Parangaba) bem como dois ramais do Metrô (VLT) que se cruzam na Parangaba ao lado do Shopping e do Terminal de mesmo nome.

Terminal Lagoa inaugurado em 1993 - Acervo Fortalbus
O sapateiro João Bosco, que mora na rua Ribeiro Leitão, 576, é um dos maiores contadores de histórias do bairro. Morador do bairro desde 1964, ele relembra que o hipódromo Jockey Club era um local movimentado no início da década de 90. Segundo ele, o famoso palhaço Tiririca montou o primeiro circo na rua onde mora. "Isso foi na década de 80. Depois ele cresceu e hoje é deputado".

O Hipódromo

Stênio Gomes da Silva, então interventor do Estado do Ceará na época, cedeu o terreno vendido pelo alemão Franz Wierzbicki, para a construção do Jockey Club Cearense.
O Jockey foi então construído em 1947, tendo a sua primeira ata de sessão preparatória de fundação em 05 de agosto, com o objetivo de desenvolver o turfe no Ceará. Sendo realizada a primeira eleição de diretoria da sociedade aos 02 de setembro do mesmo ano.

Em 07 de setembro de 1947, o Exmo Sr. Desembargador Faustino de Albuquerque, Governador do Estado do Ceará declarou oficialmente fundado e instalado o Jockey Club Cearense e legalmente empossada a sua primeira diretoria eleita tendo como presidente o Dr. Acrísio Moreira da Rocha.

A primeira corrida aconteceu em 15 de novembro de 1949. Sua sede estava localizada à Avenida Lineu Machado, 419. O projeto de arquitetura era do competente arquiteto húngaro Emílio Hinko e chamava a atenção pela suntuosidade.

Jockey Club recém inaugurado. Registro da década de 40. Arquivo Nirez
No hipódromo foram realizadas grandes corridas de cavalo, onde se reuniram milhares de fortalezenses. O Jockey Club teve momentos de glória durante muitos anos. O seu funcionamento colaborou fortemente para o crescimento e valorização da região.





Diante de um intenso processo de especulação imobiliária, a diretoria do Jockey negociou a venda da sua antiga sede. Um acordo com a Prefeitura de Fortaleza, que pretendia construir em parte do terreno o Hospital da Mulher, garantiu a venda do terreno para a Construtora Diagonal & Rossi pelo valor de R$ 22 milhões e 500 mil.

Com os recursos, a diretoria do Jockey Club iniciou a procura de um local para a nova sede e a sua devida construção. Em 2008 a sede foi negociada e houve a aquisição de um terreno no Município de Aquiraz, com o início da construção das novas instalações.



A antiga sede do clube então foi vendida e o terreno deu espaço a novos empreendimentos. Além do Hospital de Mulher, também foi construído no terreno o North Shopping Jóquei e 5 condomínios de apartamentos, chamados de Jóquei Ville, também da construtora Diagonal & Rossi.

Morre o fundador do bairro

Dona Margarida com os netos
Com a morte de Franz Wierzbicki, em 10 de outubro de 1953, e a conclusão do seu inventário, em 1955, os quatro filhos - Erika, Geraldo, Heinz e Günther - e a viúva Hedwig Grete Alma Olga Frentz, apelidada de dona Margarida, passaram a negociar os lotes. 

Toda essa narrativa faz parte do livro que está sendo escrito pelo bisneto do alemão, o escritor e cordelista Guethner Wirtzbiki, intitulado Glück-Auf (o sítio que virou bairro).

De acordo com o escritor, quando foi iniciado o serviço de terraplenagem do terreno do futuro hipódromo, os trabalhadores se depararam com várias botijas dos originais índios Marupiaras (bons caçadores), pois, de acordo com a tradição deles, os seus utensílios eram enterrados com os seus corpos. Em Fortaleza, espalhou-se a notícia de que havia sido encontrada uma espécie de tesouro. O resultado foi uma grande correria ao local.

Franz Wierzbicki
Urge ressaltar o fato notório mas pouco enfatizado de que uma das razões principais do sucesso do bairro Jóquei Clube também se deveu ao fato de ter sido ORIGINADO DE UMA FAMÍLIA. Todo início determina uma história e "família" é a "célula mater" de qualquer sociedade. 

Ah, antes que eu esqueça, Franz (apelidado de Chico Alemão) foi padrinho de casamento da escritora Raquel de Queiroz.

Dona Margarida assinando a venda do terreno para a
construção do estádio.
Em 1955, já de posse da herança do marido, dona Margarida, vende o  terreno onde seria construído o Estádio Alcides Santos, pertencente ao time do Fortaleza Esporte Clube.
Na foto, vemos a viúva assinando o documento de venda.
A inauguração contou com as presenças dos ex-dirigentes do Leão, José Raimundo Costa e Luis Rolim Filho.

Dona Margarida, teve papel importante na formação do Bairro Jóquei Clube, após a morte do seu marido. Foi ela quem doou um terreno para o Círculo Operário de Fortaleza e outro para a Igreja Adventista do Sétimo Dia, além de vender muitos terrenos a particulares, o que facilitou o povoamento da região.

Hedwig, faleceu em Fortaleza, na Casa de saúde São Raimundo, no dia 21 de Maio de 1981, aos 84 anos de idade.


Ecopoint - Parque Ambiental

Em 16 de janeiro de 2001, foi fundado o Ecopoint. No local, os visitantes se deparam com uma espécie de zoológico, onde são encontradas espécies da fauna brasileira, como onça pintada, jacaré, pavão, tartaruga, macaco barrigudo, entre outras.

As suas instalações estão localizadas na esquina da Avenida Senador Fernandes Távora com a Avenida Lineu Machado, de frente para o North Shopping Jóquei.

Mudança na fachada durante os anos...


A concepção do Ecopoint contou com a participação do Instituto Homem Terra, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Zoológico Sargento Prata. A iniciativa é inédita no Ceará. Um convênio com a Prefeitura permite às escolas municipais a visitação ao local. Quase que diariamente, grupos de 40 alunos se encantam com esse pedaço da Natureza.

Hospital da Mulher

Promessa de campanha de Luizianne Lins ainda na primeira eleição para prefeita, o Hospital da Mulher, é um grande centro de excelência voltado para o atendimento no campo dos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres.

As obras tiveram início em maio de 2008 e o prazo previsto seria de um ano e seis meses para a conclusão da obra, mas demorou bem mais do que se esperava. Depois de vários  anúncios de datas de entrega, que não se cumpriram, a prefeita finalmente inaugurou o hospital no dia 17 de agosto de 2012.
Hospital da Mulher - Lado pela avenida Carneiro de Mendonça. 
Mudanças durante os anos...

North Shopping Jóquei

Inaugurado em 30 de outubro de 2013, o North Shopping Jóquei, chegou ao bairro para suprir uma necessidade de mercado. Foi projetado em todos os detalhes para atender aos desejos da nova classe média fortalezense. Com base nos mais modernos conceitos da indústria, o North Shopping Jóquei é um marco para o varejo local.

 Construção do Shopping


O shopping foi criado com 60.000 m², sendo 33.000 m² já na primeira fase; 5 lojas-âncoras; 18 mega lojas; 200 lojas satélites; complexo de cinema com tecnologia 3D e Game Station; “Espaço família” com fraldário, empréstimo de carrinho de bebê e banheiro infantil; 2.000 vagas de estacionamento, sendo 1.000 vagas cobertas no sub-solo.



Para o lazer de seus visitantes, o North Shopping Jóquei conta com um cinema, operado pela Cinépolis, com cinco salas (duas com tecnologia 3D) e Game Station, com mais de 1.000 m² de jogos eletrônicos. A praça de alimentação tem mais de 5.000 m² e vista panorâmica exclusiva, com uma fachada de vidro de 242 m², levando a luz natural para o espaço que reúne 27 operações de fast food e mais de 1.500 confortáveis lugares para os consumidores. A obra foi executada pela Construtora Diagonal.

Logo após a sua inauguração, no bairro vizinho, outro empreendimento, o Shopping Parangaba também foi inaugurado. Ambos trouxeram muitos atrativos de desenvolvimento para esta região, além de proporcionarem a população acesso às grandes lojas do Brasil, cinemas, área de lazer, etc.
O Shopping Jockey tem uma belíssima arquitetura, tanto externa quanto internamente e um gigantesco estacionamento, ao ar livre e subterrâneo. 


Observação:

Importante salientar que, antes da construção do Jockey Club Cearense, já tínhamos corridas de cavalo, o nosso Jóquei Clube era o Campo do Prado, que também era estádio de futebol. O campo ficava onde hoje está o IFCE e o PV.
O Campo do Prado abrigou os principais jogos do futebol cearense até a construção do PV. Títulos eram conquistados em meio à poeira e lama.
O campo era de terra batida e, ao redor, havia a pista de corrida de cavalos. Havia ainda algumas arquibancadas de madeira e cerca de arame farpado por todos os lados.

1930. Campo do Prado, antigo jóquei. Ficava entre o IFCE e o PV. Acervo Lucas

Antigo Campo do Prado, antecessor do Estádio Presidente Vargas. Foto: Airton Fontenele

Antes do Campo do Prado, as praças da cidade eram utilizadas como campos para disputa de partidas. Além do Passeio Público, o futebol era praticado na Praça de Pelotas (atual Praça Clóvis Beviláqua, em frente à Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará - UFC), Praça Castro Carreira (da Estação), Praça Capistrano de Abreu (da Lagoinha) e Praça Gustavo Barroso (Praça do Liceu). As ruas do Centro da cidade também eram utilizados como campos para jogos.

Campo do Prado surgiu em 1913, inaugurado em um jogo entre Hispéria - clube de alguns desportistas que acabara de surgir - e Stela - clube formado por alguns rapazes que estudaram na Suíça e que, mais tarde, originaria o Fortaleza Esporte Clube.

O Campo era de barro batido. Não havia gramado. Quando tinha partida importante ou então alguma temporada dos grandes clubes, vinha um carro do Corpo de Bombeiros e aguava o barro para diminuir a poeira.

Arquivo Nirez







Fontes: Ancestralidade de Guethner WirtzbikiSetydeias/ Diário do Nordeste: No Jóquei Clube, um sítio marca a história. Matéria de 09 de dezembro de 2009./ Globo Esporte/ ESC Construções/Biblioteca Nacional e pesquisas de internet.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Futerrádio ou radiobol



O PV na década de 40


De há muito, velho amigo, ex-repórter esportivo, insiste na produção de artiguete nosso sobre o futebol dos meados da década de cinquenta aos da de sessenta do século passado. Tempo em que o “pebol” era mais esporte, mais rádio e mais fraternidade. Televisão não existia e as jornadas esportivas” das tardes dos sábados e domingos, viam-se ao Sol. Iluminação elétrica para as “pelejas” surgiu anos depois. “Senhoras e senhores! Diretamente do Benfica, no Estádio Presidente Vargas, transmitiremos mais uma partida de futebol pelo campeonato alencarino! Agora mesmo, ingressam na Tribuna de Honra as autoridades civis, militares e eclesiásticas.” 

PV nos anos 60 - Grupo de árbitros

Na maioria das vezesali não existia ninguém.” Somente o floreio imaginativo do locutor de cabine ou, por vezes, o do de “pista”, este responsável por comentários e entrevistas com atletas no campo. “Preparado para a contenda?”E o “center half”, em um chavão de todos, não titubeava: “Estou pronto física, mental e psicologicamente!”. O PV dividia-se em duas partes de arquibancadas. A “geral”, do “lado do Sol”, com ingressos a preço popular. E, as “sociais”, do “lado da sombra”, com entradas mais caras. As torcidas não possuíam áreas diferentes. Todas juntas. Um colorido variado e festivo. O ato de violência maior consistia em jogar bagaços de laranja nos torcedores que teimavam em assistir o jogo em pé, prejudicando a visão dos demais. Até 1957, quando chegaram a Fortaleza os Spica, rádios portáteis inexistiam no Estádio. O Torneio Início abria o campeonato com a participação de todos os times, começando ao meio-dia e encerrando-se no final da tarde do domingo anterior ao começo do primeiro turno.


Time do Fortaleza 1947

Os auxiliares do árbitro principal eram osbandeirinhas. Escanteio conhecia-se por corner. Bola na trave dizia-se “pau-de-trave”. A defesa constituía-se de dois “backs”. Novos craques formavam-se na Escolinha do Fortaleza e dos Dentes-de-leite do Ceará Sporting Club

O Ceará em 1958

O programa esportivo cômico-satírico do rádio cearense era oBola-de-meia, produzido e interpretado pelo jornalista José Oli Moreira.

Geraldo Duarte 
 (Advogado, administrador e dicionarista)
  

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Armazéns A. Santos & Comp.



Fachadas dos grandes Armazéns A. Santos & Comp.- Funcionava na Rua General Bezerril, na Praça General Tibúrcio.

Notícia de 1925 com gráfia da época:



Em 1914 foi assignado o primeiro contracto da sociedade commercial, sob a razão de A. SANTOS & COMP. para a exploração do ramo de commissões e representações, sendo seus fundadores os actuaes socios: Alcides de Castro Santos* e Alberto Jacques Klein, cujos nomes são bastantes conhecidos. Entrou, depois, para a firma, tendo permanecido nas successivas renovações do contracto, o socio Alberto Jayme do Amaral.

Depressa a nova firma foi alargando o circulo da sua actividade e dentro de poucos annos, elevava-se ao plano das casas mais importantes do Estado.

Em 1919 a Ford Motor Company nomeava A SANTOS & COMP. seus agentes no Ceará.

Graças á actividade o tino administrativo dos seus socios, a firma tem se desenvolvido com admiravel rapidez depois de sua fundação, ha apenas 11 annos.

Presentemente, A. SANTOS & COMP. têm filiaes em Aracaty e Sobral, no estado e em Mossoró, Rio Grande do Norte, achando-se ainda em relações de negocios com algumas praças do Piauhy.

O estabelecimento administrativamente, divide-se nas seguintes secções: Agencia Ford, representações e importação.

A Secção - Agencia Ford - tem sub-agencias nos municipios mais importantes do estado, o  que prova o seu amplo desenvolvimento.
A secção de representações inclúe entre os seus representados, firmas das mais importantes da Bahia, Rio, São Paulo e outros estados, com os quaes mantem ininterruptamente o intercambio commercial.

A secção de importação comprehende motores a kerosene e electricos, bombas, arados, etc.

O estabelecimento, que se encontra situado á Praça General Tibúrcio, 152 e 154, está installado em dois espaçosos edificios contiguos de dois pavimentos cada um, cuja fachada apparece estampada nesta noticia. (Foto à cima)

Agentes dos automoveis e caminhões Ford e tractor Fordson, dos pneumaticos e camara de ar Goodyear, do cinema Pathé-Baby e dos Grammophones Victor.

Hoje, a firma A.Santos & Comp., tem o capital registrado de R$ 300:000$000 e gosa de optimo conceito não só no estado como tambem no resto do paiz e no estrangeiro, achando-se classificada entre as firmas de primeira ordem da cidade de Fortaleza.




*Alcides de Castro Santos:

Filho do político e professor Agapito Jorge dos Santos, Alcides Santos estudou na Europa de onde trouxe a paixão pelo futebol.

Foi próspero comerciante, sendo sócio e fundador de diversas empresas cearenses, e primeiro representante da Ford Motor Company no Brasil. Foi fundador da Sociedade Cearense de Filatelia e Numismática. Comprou e doou ao Fortaleza Esporte Clube o campo do Alagadiço (próximo onde hoje é a Igreja de São Gerardo), Construiu o Campo do Prado (onde hoje é a Escola Técnica) e o doou a Federação Cearense de Futebol (fundada em 23 de março de 1920, sob a liderança de Alcides Santos, presidente da Assembléia de fundação). Trouxe o 1º atleta de fora do estado para jogar no futebol cearense, Nelsindo, em 1919).

Alcides Santos foi nadador, ciclista (correu por duas vezes a Tour de France) e atleta de remo do Flamengo, quando morou no Rio de Janeiro com o pai, deputado federal.

Hoje dá nome ao estádio do Fortaleza, o estádio Alcides Santos.



Fatos Históricos:


  • Maio de 1915 - Funda-se, em Fortaleza, o Stela Foot-ball Club, tendo na presidência Alcides de Castro Santos (Alcides Santos).


  • 30 de maio de 1915 - Fundada a Liga Metropolitana Cearense de Futebol, que teve na presidência interina Alcides de Castro Santos (Alcides Santos), presidente do Stela. Foi escolhido para presidente da Liga, o Heitor Augusto Borges e para vice o Clodoveu Morais. Os clubes fundadores foram: Stela, Ceará (que oficialmente ainda era Rio Branco), Rio Negro e Maranguape.

  • 14 de julho de 1935 -Funda-se a Sociedade Numismática Cearense, sob a presidência de Alcides de Castro Santos (Alcides Santos). Depois se fundiu com o Clube Filatélico do Ceará, passando a denominar-se Sociedade Numismática e Filatélica Cearense, em 1938, continuando Alcides de Castro Santos na presidência.

  • 27 de outubro de 1971 - Morre, em Fortaleza, aos 81 anos de idade, o filatelista, desportista e comerciante Alcides de Castro Santos (Alcides Santos), primeiro presidente do Fortaleza Esporte Clube - do qual foi fundador, da Sociedade Cearense de Filatelia e Numismática e da Liga Metropolitana de Fortaleza. Era sócio da firma Studart & Cia Ltda. Era cearense de Maranguape, filho do jornalista e deputado Agapito dos Santos. Foi um dos introdutores do futebol no Ceará e trouxe da Inglaterra a primeira bola específica para o jogo. Hoje é nome de rua em Parangaba e do estádio do Fortaleza Esporte Clube.


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Fonte:  Livro Terra Cearense 1925, Portal da História do Ceará e Wikipédia

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fortaleza Esporte Clube - O LEÃO

O Stella Foot-Ball Club - Time que deu origem ao Fortaleza - Arquivo Aquelas Camisas

Fundado em 18 de outubro de 1918, por Alcides de Castro Santos¹, um dos maiores esportistas cearenses, que se apaixonou pelo futebol durante o período em que estudou no Stella Collège na França.

Fortaleza em 1923 - Arquivo Aquelas Camisas


Equipe do Fortaleza Esporte Clube do ano de 1924 - Nirez

Em 1912, o futebol volta a ser praticado em larga escala na Fortaleza da Belle Époque, que tinha a França como ponto de partida para seu processo de civilização e maior inspiradora dos valores e padrões que se difundiram na cidade, onde os filhos da aristocracia realizavam seus estudos.


Fortaleza em 1927 - Arquivo Aquelas Camisas

Em sua volta da França em 1912, o jovem Alcides Santos funda um clube chamado Fortaleza, mas logo seria extinto. Em 1918 no dia 18 de outubro, funda o Fortaleza Sporting Club (primeira denominação do clube) na rua Barão do Rio Branco. Participaram da primeira reunião: Alcides de Castro Santos (primeiro presidente), Clóvis Gaspar, Clóvis Moura, Humberto Ribeiro, Jayme Albuquerque, João Gentil, Oscar LoureiroPedro Riquet, Walter Olsen, Walter Barroso e entre outros tendo as cores do clube: o azul, branco e vermelho originado da bandeira da França.



Fortaleza Esporte Clube de 1947, raríssima imagem. Fortaleza de 1947, em Manaus, no jogo amistoso entre Fast e Fortaleza, que terminou 4 x 3 para os cearenses: Em pé: Jombrega, Rodrigues, Stenio, e Zé Sergio. Agachados: França (que jogou no Rio Negro), Pipiu, Arrupiado, Carlinhos, Piolho e Jorge. Arquivo Botões para Sempre

Em seu primeiro ano de vida, o Fortaleza sagra-se campeão de um dos torneios realizados pela extinta Liga Metropolitana Cearense, dando início à sua trajetória de títulos chegando a duas finais do Campeonato Brasileiro de Futebol Série A, uma final e um quadrangular final do Campeonato Brasileiro de Futebol Série B, conquista de dois regionais e sendo o clube detentor de vários títulos estaduais.



Escudo retrô do Fortaleza, com as iniciais "FEC". O time usou muito este distintivo na saudosa Déc. de 50 e também quando tornou-se vice-campeão brasileiro, da Taça Brasil, em 1960 - Arquivo: Botões para Sempre.


Fortaleza 1957 - Arquivo Botões para Sempre

Alcides de Castro Santos primeiramente fundou em 1912 um clube também chamado Fortaleza, que posteriormente veio a ter suas atividades encerradas. A seguir, participou da fundação do Stella Foot-Ball Club, em 1915 (Stella era o nome de um colégio suíço onde estudavam os filhos de alguns nobres representantes da alta sociedade de Fortaleza). Este clube teve estreita ligação com o Fortaleza Esporte Clube (FEC), principalmente pela presença de Alcides Santos na formação dos dois, tendo o Fortaleza sido fundado em 18/10/1918. Como grande desportista que era, também estimulou e participou da fundação de Riachuelo, Tabajara e Maranguape, todos antes de 1918. Esteve ligado ao Fortaleza EC em seus primeiros 20 anos de história.

Fortaleza, vice-campeão em 1960 - Arquivo Botões para Sempre

Em 1921, o Fortaleza foi bicampeão cearense, com um time-base formado por Peter, Moacir e Riquet; Arnaldo, Bauerfeldt e Djalma Botelho; Clovis Moura, Artur Oliveira, Humberto Ribeiro, Juracy e Clodomir. O artilheiro do certame foi Juracy, do Fortaleza, com 13 gols.

Em 1922, o FEC foi vice-campeão, mas reconquistou a hegemonia cearense em 1923, numa grande final com o América. A time-base era Peter, Moacir e Caranã; Calixto, Nonato e Turíbio; Pirão, Roque, Arthur Oliveira, Juracy e Clodomir. O artilheiro foi, pela segunda vez, Juracy, com 11 gols.

A edição de 1924 foi um passeio. Oito jogos, oito vitórias, 30 gols marcados e 11 sofridos. A campanha terminou com uma humilhante goleada no Ceará por seis gols. Juracy foi novamente artilheiro com 12 gols. Neste ano, o Fortaleza alugou para sua sede, uma sala no Edifício Majestic Palace. O time-base era Peter, Moacir e Caranã; Calixto Nonato e Turíbio; Pirão, Roque, Arthur Oliveira, Juracy e Clodomir.



"Fortaleza pode ser campeão do Brasil", na Taça Brasil de 1960, quando a equipe do "Tricolor do Pici" sagrou-se campeão do Norte/Nordeste e fez a final com o Palmeiras. O POVO -Arquivo Botões para Sempre


Fortaleza Esporte Clube, vice-campeão brasileiro, da Taça Brasil, 1960 - Arquivo Botões para Sempre

Em 1925, um campeonato equilibrado foi decidido somente no jogo extra, quando o FEC perdeu por 2 a 1. No ano seguinte, um campeonato tranqüilo, decidido duas rodadas antes do final, e marcado por diversas goleadas do Tricolor sobre todos os adversários (6 a 2 no Ceará, 6 a 1 no Maranguape, 7 a 1 no vice-campeão Guarany, 9 a 1 no Cutuba). Mais uma vez o artilheiro foi tricolor, com Antônio Oliveira marcando 11 gols. O time-base era Rolinha, Moacir e Correia (Caranã); Zezé, Nonato e Calixto; Xixico, Roque, Arthur Oliveira, Juracy e Pirão.

Mantendo a base do ano anterior, 1927 foi mais um ano tranqüilo para o Fortaleza. Humberto Ribeiro sagrou-se artilheiro com nove gols, e novamente aconteceram muitas goleadas humilhando os adversários, como 4 a 0 no Maranguape, 9 a 2 no Brasil, 7 a 3 no Guarany, 7 a 0 no América e um 8 a 0 no Ceará, esta ocorrida no histórico dia 17/07/1927, com gols de Hildebrando (3), Pirão (2), Xixico, Humberto Ribeiro e Juracy. Até hoje, esta é a maior goleada no clássico cearense. O grande adversário daquela edição foi o Fluminense, único a não perder para o Tricolor. O time-base era Rolinha, Moacir e Correia; Hildebrando, Zezé e Calixto; Xixico, Roque, Humberto Ribeiro, Juracy e Pirão.


1968 - História do Fortaleza Esporte Clube. O POVO - Arquivo Botões para Sempre

O ano de 1932 marcou a volta do Fortaleza ao certame estadual, apresentando um time de atletas mais jovens e com sede mais distante da parte central da cidade. Antigos jogadores tricolores voltaram durante o ano. O time de jovens fez bonito, ficando em terceiro lugar no campeonato.

O título de 1933 foi disputado ponto a ponto entre Fortaleza e
Ceará. O empate nos pontos proporcionou uma partida extra, que terminou em 1 a 1. A segunda partida extra apontou 2 a 1 para os tricolores (marcando Bacurim e Bila, contra Olin). O Fortaleza sofreu apenas uma derrota em todo o certame. O artilheiro foi Bila, com 12 gols. O time-base era formado por Zé Augusto, Francisquinho e Chiquinho; João César, Caboclinho e Mário; Bacurim, Nuvoia (Hildebrando), Bila, Jandir e Vicente. Naquele ano, começou a cobrança sistemática de ingressos para os jogos.

A supremacia do Fortaleza continuou em 1934. Três clubes abandonaram o campeonato após serem derrotados pelo Tricolor: o Liceu (4 a 2), o Gentilândia (6 a 2) e o Ceará (5 a 0). Além disso, o FEC jogou contra o Maguari (5 a 1), Flamengo (4 a 2 e 3 a 2), Argentino (3 a 2) e Sam Christovam (2 a 0). O América foi o grande adversário, com seu ataque de quase 100 gols (contra apenas 44 do Fortaleza). No turno, empate de 3 a 3. No returno, uma surpreendente goleada de 9 a 2 para o Fortaleza, campeão invicto. O artilheiro foi Bila, com 16 gols. O time-base era Zé Augusto, Pé Duro e Zé Felix; Correia, Joãozinho e Mário; Bila, Nuvoia, Zé D’água, Jurandir e Mozart.

Em 1935, o Fortaleza fez péssima campanha, escapando da lanterna apenas por causa da péssima campanha do Argentino.


O Fortaleza Esporte Clube no Maracanã, na final contra o Botafogo em 1968, pela Taça Brasil. O POVO - Arquivo Botões para Sempre

O campeonato de 1941 marca a inauguração do Estádio Municipal Presidente Vargas. As arquibancadas eram de madeira e uma cerca separava o público dos atletas. Mas ele tinha uma importante diferença: era o único campo gramado. Nesse ano, a ADC (Associação Desportiva Cearense) muda de nome para FCD (Federação Cearense de Desportos) por decreto presidencial. O Fortaleza, depois de campanhas ruins nos anos anteriores, chega ao vice-campeonato.

O campeonato de 1942, para o Fortaleza, só durou uma partida. Após vencer o América na estréia, um protesto lhe tirou os pontos conquistados. Como, em situação semelhante, não ocorreu a mesma providência, o Fortaleza abandonou o campeonato, sendo seguido por outros dois clubes, fazendo do mesmo um fracasso para os três restantes. O ano de 1942 marca também a única mudança de nome do Fortaleza. Numa onda nacionalista, ocasionada pela guerra, vários clubes retiraram os nomes estrangeiros dos clubes, notadamente quando faziam referência aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). O Fortaleza, apesar de ter nomes ingleses, muda de Fortaleza Sporting Club para Fortaleza Esporte Clube, como outros clubes Brasil afora também fizeram.



Fortaleza Esporte Clube 1973. Primeira partida do estádio Castelão, contra o Ceará, pela Primeira Divisão do Nacional - Arquivo Botões para Sempre

Em 1951, o Estádio Municipal (PV) foi fechado para reformas. Como alternativa, todos os jogos do campeonato foram disputados no Estádio Carlos de Alencar Pinto. A FCD ainda fez um empréstimo de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros), valor considerável, ao Ceará Sporting, para ajudá-lo no tratamento ao dito estádio. O vencedor do certame foi justamente o clube agraciado com tal benesse. O detalhe foi que tal equipe só não conseguiu derrotar um adversário: o Fortaleza, com quem empatou em 3 a 3.

Em 1952, o FEC foi terceiro lugar, numa campanha discreta, mas o artilheiro foi Moésio, filho do Coronel Mozart Gomes, com 10 gols. O Cel. Mozart foi um homem de extremado amor ao Fortaleza, e teve dois filhos que brilharam com a sagrada camisa tricolor: o já citado Moésio e seu irmão mais novo, Mozart Filho. Este é considerado por muitos desportistas, o maior craque que já jogou em clubes cearenses em todos os tempos. Uma das muitas histórias sobre o Cel. Mozart fala da renovação do zagueiro Sapenha, também personagem de muitos outros causos. Os valores recebidos pelos atletas naquela época eram muito diferentes dos de hoje. A maioria, quando não conseguia emprego público ao encerrar a carreira, ficava na miséria. Pois Sapenha resolveu que só renovaria contrato se lhe dessem uma geladeira, artigo de luxo para a época. No dia seguinte, Cel. Mozart apareceu na sede do Fortaleza com uma geladeira, usada, mas em bom estado. O problema de Sapenha estava resolvido.



Fortaleza Esporte Clube 1973. Estádio Presidente Vargas (PV) - Arquivo Botões para Sempre

Em 1968, depois de um jejum de 16 anos sem títulos, o Ferroviário toma o bicampeonato do Leão. Mas, no âmbito nacional, o Fortaleza volta a brilhar. A Taça Brasil de 1968 durou mais de um ano. Começou em 04/08/1968 e foi decidida em 04/10/1969. O Fortaleza mais uma vez não joga as primeiras fases, graças a seu nome e prestígio. Moto Club-MA, Paysandu-PA, Olímpico-AM, Piauí-PI, América-RN, Campinense-PB, CSA-AL e Bahia-BA disputam o privilégio de enfrentar o Fortaleza. Nosso adversário é o Bahia, que elimina CSA, Sergipe e Moto. O FEC perde por 1 a 0 em Salvador, mas devolve a derrota pelo mesmo placar em Fortaleza. O jogo-extra aponta nova vitória do Fortaleza, agora por 2 a 1. Nosso adversário na semifinal é o Náutico, hexacampeão pernambucano e vice-campeão brasileiro do ano anterior. O Tricolor vence por 2 a 1 em casa, mas perde também por 2 a 1 no Recife. O jogo-extra, fora de casa, parecia selar o destino leonino, mas o Tricolor de Aço vence por 1 a 0, credenciando-se mais uma vez a decidir o título máximo nacional. O adversário era o Botafogo, do Rio de Janeiro. No primeiro jogo, empate em 2 a 2, numa grande atuação do time tricolor. Na segunda partida, o Botafogo é campeão vencendo por 4 a 0 e jogando com Cao, Moreira, Chiquinho (Leônidas), Moisés e Valtencir; Carlos Roberto e Afonsinho; Rogério, Roberto, Ferreti, Paulo César. Jairzinho, contundido, não jogou a final. O Fortaleza formou com Mundinho, William, Zé Paulo, Renato e Luciano; Joãozinho e Luciano Frota; Garrinchinha, Lucinho, Erandir (Amorim), Mimi. 

Com exceção de Mundinho, Garrinchinha e Erandir, o Fortaleza dispensa todos os atletas “estrangeiros”, ou não cearenses, do elenco e vários juvenis são promovidos no ano de 1969. José Raymundo Costa, o presidente de então, chama Moésio Gomes, dos juvenis, para assumir a direção técnica. Dá tudo certo. Com apenas uma derrota, o Fortaleza vence os três turnos e é campeão arrastão. A política criticada é vencedora. O artilheiro foi Erandir com 15 gols. O time base era Mundinho (Gilberto), William, Zé Paulo, Renato e Luciano Abreu; Luciano Frota e Joãozinho; Garrinchinha, Mozart (Lucinho), Erandir e Mimi.



Fortaleza Esporte Clube 1974 - Arquivo Botões para Sempre

Em 1980, o Fortaleza começa o ano na Taça de Prata (2ª divisão brasileira). No grupo C da primeira fase, a equipe fica em segundo lugar do grupo. Na segunda fase, novamente o segundo lugar, mas só o primeiro colocado se classificava para a final (foi o Botafogo-SP). No final, o Fortaleza é o 11º colocado, entre 60 concorrentes. No cearense, campanha fraca, e nenhum turno ganho. O 3º turno poderia ter sido leonino com a vitória, por um placar mínimo, do Ceará sobre o Ferroviário. Mas o Ceará colocou um quinto amador em campo propositalmente, para perder os pontos do jogo. O Fortaleza protestou contra a manobra, mas o TJD foi conivente. O STJD não foi. A “abertura” foi punida e o Ceará perdeu a vaga na Taça de Ouro (1ª divisão brasileira) para o Fortaleza.

Naquele ano é concluído e “reinaugurado” o Estádio Castelão
, com o maior público pagante de sua história: 118.496 pagantes (Brasil e Uruguai). É daquele ano também o maior público entre clubes do campeonato cearense: 59.780 pagantes para Fortaleza e Ceará.

Caderno de Esportes de "O Povo" - 1975. Fortaleza e Ceará -Arquivo Botões para Sempre

Em 1984, o FEC fez um belo papel no Campeonato Brasileiro. Na primeira fase, o time se classificou no grupo A, vencendo Vasco da Gama e São Paulo. Para a segunda fase, a equipe caiu no grupo K, com Santos, Palmeiras e CRB. A estréia foi contra o Santos, na Vila Belmiro, num empate em 1 a 1. Depois, no estádio do Morumbi, contra o Palmeiras, uma vitória por 1 a 0. O time se classifica novamente, junto com o Santos. Na terceira fase, novamente no grupo do Vasco (vice-campeão brasileiro daquele ano), mas sem grande desempenho e sendo eliminado. Ao final, o FEC terminou com o 15º lugar num campeonato com 41 clubes. O destaque da equipe no campeonato foi o goleiro Sérgio Monte. Com grandes atuações, tornou-se líder da Bola de Ouro, prêmio conferido ao melhor atleta do campeonato. O goleiro do Vasco, Roberto Costa, teve que ‘merecer’ cinco notas 10, além de duas notas 9, nos seus últimos sete jogos, e receber um bônus de 0,2 na média final por ser finalista, para, mesmo com isto tudo, apenas empatar na média com o goleiro tricolor. Sérgio Monte acabou sem nada, porque tinha jogado algumas partidas a menos na competição. Foi uma grande injustiça. Este excelente goleiro surgiu nas categorias de base, e esteve cogitado para militar no São Paulo FC. Uma perna quebrada em um lance casual abreviou sua curta, mas marcante carreira. A saída de Ney Rebouças e seu grupo de amigos no segundo semestre torna o time fraco para o estadual, embora termine o campeonato no segundo lugar.


Fortaleza Esporte Clube 1982 - Arquivo Botões para Sempre

1990 é o ano de Pedro Diniz, Racinha e Bugrão. Ainda assim, o FEC é vice pela segunda melhor campanha, mas sem decisão de campeonato. Para o segundo semestre, o Campeonato Brasileiro, no qual o time é relegado à terceira divisão. No Grupo A, o FEC se classifica em segundo lugar (junto com o Paysandu). Nas quartas-de-final, o adversário é o América-RN, com quem o Leão empata em casa e perde po 1 a 0 fora. O Tricolor termina o certame em sétimo lugar, dentre trinta clubes.

Em 2001, o Fortaleza repetiu a boa atuação do ano anterior e mantendo a base do time, com o goleiro Maizena, o volante Daniel Frasson, o meia Bechara e o atacante Clodoaldo, conquistou o bicampeonato arrastão, novamente em cima do Ceará Sporting. Depois de ter conquistado o primeiro turno pelo Leão, o ídolo da torcida Ferdinando Teixeira saiu para a chegada do técnico Luiz Antônio Zaluar, que conseguiu manter o mesmo padrão de qualidade na equipe, inclusive mantendo o tabu, iniciado em 1999, de não perder nos Clássicos-Reis (foram 16 jogos de tabu). Enfim, o Fortaleza foi superior durante todo certame e sagrou-se campeão arrastão sem dar chances aos adversários. Venceu o Ceará na final do segundo turno por 3 a 1, com dois gols de Vinícius e outro de Clodoaldo e levou o trigésimo segundo titulo para o Parque dos Campeonatos e a décima sexta partida sem derrota para o Ceará. Clodoaldo foi o artilheiro do certame com 16 gols.

Nesse mesmo ano, o Fortaleza fez brilhante campanha na Copa do Nordeste, liderando a competição por várias rodadas, sendo eliminado na semifinal pelo time do Bahia, numa partida disputadíssima na Fonte Nova, em Salvador. Na Copa do Brasil, o Tricolor fez a melhor campanha da sua história, eliminando adversários como o Sampaio Corrêa, Bahia, Internacional, e caindo somente nas quartas-de-final, para a Ponte Preta. No Campeonato Brasileiro da Série B, a equipe oscilou e fez apenas uma campanha razoável. Com o time brigando para não ser rebaixado, a diretoria trouxe de volta Ferdinando Teixeira, que comandou uma incrível reação. Foram nove partidas sem derrota na reta final. Por apenas um ponto, o Leão não conseguiu a classificação, terminando em quinto lugar do grupo.


Na Copa do Brasil, o Fortaleza foi eliminado pelo Guarani, ainda na segunda fase da competição. Na Série C, o tão sonhado acesso foi adiado. Mesmo invicto, o Fortaleza terminou em terceiro no grupo A e foi eliminado da competição. Pelo Campeonato do Nordeste, o Tricolor fez campanha pífia e se salvou do rebaixamento na última rodada, após vitória contra o Fluminense, em Feira de Santana. O gol da vitória foi de Paulo Isidoro, de cobertura, aos 48 minutos do segundo tempo.



O Mascote

Leão, símbolo da força, determinação e da raça tricolor é o mascote do Fortaleza Esporte Clube, e quem mais contribuiu para popularizar o apelido foi o jornalista Vicente Alencar. Após a transferência da sede do Clube da Gentilândia para o Pici na década de 1960 passa a denominar de Leão do Pici, referência ao bairro onde está localizado o Parque dos Campeonatos
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Uniformes:

As cores do uniforme do Fortaleza, o vermelho, o azul e o branco, foram inspiradas nas cores da bandeira da França, país onde Alcides Santos, seu fundador estudava.


2005


2007


2008


2009


2010


¹Alcides Santos nasceu em 04/11/1889, filho do político e professor Agapito dos Santos. Estudou na Europa de onde trouxe a paixão pelo esporte bretão. Foi próspero comerciante, sendo sócio e fundador de diversas empresas cearenses, além de primeiro representante da Ford Company no Brasil. Foi fundador da Sociedade Cearense de Filatelia e Numismática. Comprou e doou ao Fortaleza o campo do Alagadiço (próximo de onde hoje é a Igreja de São Gerardo), além de construir o Campo do Prado (onde se situa a Escola Técnica Federal) e doá-lo à ADC (Associação Desportiva Cearense, fundada em 23/03/1920, sob sua liderança). Trouxe o primeiro atleta de fora do estado para jogar oficialmente em Fortaleza - Nelsindo em 1919. Além disso, foi atleta de remo do Flamengo, quando sua família morou no Rio de Janeiro, acompanhando seu pai, à época deputado federal.


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Créditos: Site oficial, Wikipédia, Botões para Sempre, Aquelas Camisas


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