Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Praça dos Voluntários
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Especial Fortaleza 288 anos - Praças da cidade (Parte II)



Apesar de não figurar na planta da cidade em 1875, a sua demarcação é anterior a 1859. A praça foi construída sobre uma pequena lagoa (daí a nomeação de Praça da Lagoinha) depois de aterrada por haver se convertido em depósito de lixo, e em foco de doença.
Chamou-se também Coronel Teodorico (1881) em honra ao médico, Vice Presidente da Província, Deputado, Presidente da Assembléia e Coronel Comandante da Guarda Nacional.
Outro nome foi Praça 16 de novembro (1890), data da instalação do Estado do Ceará em 1889.
Comendador Teodorico (1891) - A denominação anterior ficou sem efeito. 
Foi arborizada com mongubeiras em 1923. 
Sua área foi reduzida para a construção de dois Institutos de Beneficência e Caridade.
Em 1929 foi construído um coreto, onde servia de palco para exibições da Banda da Polícia Militar.

Em 1930 se construiu um lindo jardim com Fonte luminosa (Hoje na Praça Murilo Borges). Nessa época a praça tinha o nome de Thomas Pompeu de Sousa Brasil.

A praça é uma das mais antigas e tradicionais de Fortaleza.
João Capistrano de Abreu: Intelectual destacado, cearense de Maranguape, dedicou-se intensamente ao ensino do jornalismo, da crítica literária e dos assuntos históricos.



O antigo Largo do Patrocínio era um areial, como todas as antigas praças da cidade. Foi chamada de Largo do Patrocínio até 1870, por ficar em frente a Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, construída em 1849.
Em 1870, por proposta de um vereador, teve seu nome mudado para Praça Marquês de Herval, mas o povo continuou a tratá-la como do Patrocínio.


Em 1890 passou a ser oficialmente Praça do Patrocínio, mas em 1891 voltou a ser Marquês de Herval. No ano de 1903, houve a inauguração do Jardim Nogueira Acioly (Antigamente, cada praça de Fortaleza ao ser urbanizada, tinha dois nomes, o da praça e o do jardim. Na Praça do Ferreira tinha o jardim Sete de Setembro; a Praça Caio Prado, ou da , tinha o Jardim Pedro Borges; a Praça José Júlio (ou Coração de Jesus) tinha o jardim Bárbara de Alencar, a Praça Comendador Teodorico (ou da Lagoinha) tinha o jardim Tomás Pompeu e a nossa Marquês do Herval, tinha o Jardim Nogueira Acióli, que foi inaugurado na administração do intendente Guilherme Rocha. No dia 24 de janeiro de 1912 houve uma revolta e a consequente derrubada do Governo Acióli, quando o povo rebatiza o jardim como Franco Rabelo).
Recebeu o nome de Praça José de Alencar em 1º de maio de 1929, por ocasião do centenário de nascimento do romancista. Nesta ocasião, também foi inaugurado o conjunto escultório. Somente em 1938, foi oficialmente denominada de Praça José de Alencar.



A Praça Clóvis Beviláqua já chamou-se Visconde de Pelotas (Por volta de 1870), em virtude de decreto da Câmara dos Vereadores, numa homenagem ao herói da guerra do Paraguai, marechal José Antônio Correia da Câmara
Em 1926 recebeu o nome de Praça do Encanamento, quando se estendeu, desde o Benfica, o abastecimento d'água para a cidade, com a localização de chafarizes. 

Em 1930, na administração de Álvaro Weyne, a praça foi urbanizada no atual trecho e recebeu o nome de Praça da Bandeira, mas oficialmente só foi mudado em 1937, por decreto do então prefeito Raimundo de Alencar Araripe

Em 1943 foi construído, com projeto do desenhista Rubens Diniz, um obelisco em homenagem aos Aliados da 2ª Guerra Mundial, o "Obelisco da Vitória". A iniciativa foi de estudantes da Faculdade de Direito, que promoveram um concurso. 
Em 10 de julho de 1959, na gestão do prefeito Cordeiro Neto, seu nome foi novamente mudado, passando a chamar-se Clóvis Beviláqua. O nome de Praça da Bandeira passou para a Praça do Colégio Militar.

Quando a praça tinha o nome de Visconde de Pelotas, ia da Rua General Sampaio até a Senador Pompeu em sua largura e no comprimento ia da Rua Clarindo de Queiroz até a Rua Antônio Pompeu, atravessando a Rua Meton de Alencar. Primeiramente foram construídas as caixas d'água que ocuparam um espaço considerável do lado da Rua Antônio Pompeu. Depois veio a Faculdade de Direito que ocupou o restante da parte que ia até a Rua Meton de Alencar. Aos poucos a Faculdade foi tomando as laterais e o espaço entre ela e as caixas d'água. Depois a praça foi destruída, na administração Walter Sá Cavalcante, sendo nela feita uma caixa d'água subterrânea que a deixou sem arborização e sem função por mais de uma década.


A praça foi criada no início do século XIX, chamada de Praça da Alfândega em virtude do prédio da Alfândega  (inaugurado em 1891). Antes de o prédio ser construído, a Alfândega funcionou em prédio modesto no local onde depois seria a Praça Almirante Saldanha. Tem uma área de 5.820,00 m². Fica entre a Avenida Pessoa Anta, Rua Dragão do Mar, Almirante Tamandaré e Almirante Jaceguai.

Após 1915,  recebeu o nome de Praça Fausto Barreto, em homenagem ao Dr. Fausto Barreto, médico, Presidente do Rio Grande do Norte e Deputado pelo Ceará.

Em 1932, na gestão do Prefeito Raimundo Girão, volta ao nome original (Da Alfândega).

Na gestão do prefeito Álvaro Weyne (1935/1936), recebe o nome que tem hoje, Praça Almirante Saldanha.


No local existia apenas um grande campo onde foram concentrados, aqueles que voluntariamente se alistavam para a Guerra do Paraguai em 1864.

Depois, pelo local ficar bem próximo a Lagoa do Garrote (que se transformaria no Parque da Liberdade), antes de 1932, a Praça dos Voluntários recebeu o nome de Largo do Garrote; essa Nomenclatura deveu-se segundo os historiadores eruditos, em que nos cajueiros e demais árvores que ficavam na beira da Lagoa do Garrote, abatia-se gado provenientes de Messejana e Parangaba, para o abastecimento de carne verde para a cidade.

Nomes que recebeu a praça:

Largo do Garrote - Anterior a 1932. A Praça estendia-se até onde hoje é o Parque da Liberdade.
Largos dos Voluntários da Pátria - Homenagem aos cearenses que seguiram voluntariamente para a Guerra do Paraguai, como componentes do famoso Batalhão 26 de Voluntários da Pátria, contra o ditador Paraguaio Solano López.
Praça Voluntários - Em 1932.
Em 1941, foi remodelada e colocado um busto do Presidente da República na época, Dr. Getúlio Vargas.


Leia aqui a Parte I
Fontes: Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Livro Fortaleza - Praças, Parques e Monumentos de Lídia Sarmiento e José Capelo Filho e Portal do Ceará de Gildásio Sá.

Fotos: Arquivo Pessoal, Arquivo Nirez, Arquivo Assis Lima e Acervo Clóvis Acário Maciel



terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Inauguração do serviço telefônico automático em Fortaleza




Conforme vinha sendo anunciado, teve lugar no primeiro dia do ano a inauguração dos telefones automáticos entregues à cidade pela Prefeitura Municipal de Fortaleza.

O ato, que se revestiu de grande brilhantismo, teve lugar às 11 horas, num dos salões do amplo prédio da Praça dos Voluntários, construído para o serviço telefônico, e em presença de altas autoridades federais, estaduais e municipais, civis e militares, representantes de classes, da imprensa e incomputável número de pessoas.


Iniciou-se a solenidade com a benção do prédio e das instalações, oficiada por Mons. João Alfredo Furtado, após o ato inaugural.

O Sr. Raimundo Araripe, prefeito da capital, com a palavra, fez uma síntese dos trabalhos de seu governo, para referir-se ao melhoramento ora inaugurado. Esclareceu que todo o serviço importara em cerca de mil e duzentos contos, exceção do prédio, que custou quatrocentos contos, e ressaltou a maneira correta como Ericson & Cia Ltda. cumpriram o contrato firmado pela municipalidade.

A seguir, o Sr. Interventor Federal declarou inauguradas as novas instalações, em sintéticas palavras, após o que os presentes empreenderam uma visita a sala dos aparelhos, onde foram feitas as primeiras ligações.

Prédio da Telefônica na Rua Sena Madureira.
A foto data da segunda metade da década de 30. Acervo Assis de Lima

Às autoridades foi servida uma mesa de champagne, tendo nesse momento falado o Dr. Francisco Saboia, ilustre advogado da Cia Ericson, o qual apresentou agradecimento à administração municipal, em nome da empresa.


Matéria publicada no Jornal O POVO, em 03/01/1938

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Largo dos Voluntários da Pátria - A Praça dos voluntários


(Placa ampliada da foto abaixo)

Arquivo Assis de Lima

Prédio da Policia Civil - Foto de Assis de Lima

Vista aérea com destaque para a praça - Assis de Lima

No local existia apenas um grande campo onde foram concentrados, aqueles que voluntariamente se alistavam para a Guerra do Paraguai em 1864 e que em 1865 no Governo do Dr. Lafaiete Rodrigues Pereira realizou-se a organização pelo 26° Batalhão, onde concorreu 6 Mil homens, sob o comando dos Generais Tibúrcio Ferreira e Antonio Sampaio.


Vista da Praça dos Voluntários da Pátria em 1941, já com o busto de Getúlio Vargas. Em construção, vemos o prédio da Polícia Civil. Adiante, avistamos o Excelsior Hotel e o “esqueleto” do Ed. São Luiz. A foto foi batida do Ed. do Clube Iracema, hoje sede da SEFIN. Acervo Lucas Jr


Foto de 1934 - Ao longe um circo armado* na Praça dos Voluntários

Aéreas - Arquivo Assis de Lima


Foi um luta sangrenta que durou seis anos, onde se formou a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina, Uruguai) e em combate o Marechal Solano López, foi abatido pelo Cabo Chico Diabo, do Exército Brasileiro. Dentre alguns voluntários se destacou Antonio Tibúrcio, Jose Martiniano Peixoto de Alencar (Porta Bandeira), Francisco Pedro dos Santos, Antonio Cândido de Guerra Passos (Padre Guerra), Francisco Frederico Filgueira de Melo, Antonio Pompeu de Albuquerque Cavalcante entre tantos....., como destaque a jovem de 17 anos vinda de Tauá, que cortou o cabelo e se vestiu de homem, mas que fora barrada no Rio de JaneiroAntônia Alves Feitosa, Jovita era apelido. Pelo desgosto de não poder defender a pátria praticou suicídio, quando perfurou seu próprio peito com um punhal. (Ler sobre a Guerra do Paraguai).


Fotos Históricas
 Marechal Francisco Solano Lopez - Arquivo Assis de Lima



Foto raríssima - Conde D'eu e seus homens no Paraguai - Biblioteca Nacional - Arquivo Assis de Lima

Guerra do Paraguai - Biblioteca Nacional - Arquivo Assis de Lima


Raríssima - Conde D'eu com oficiais em 1870 - Arquivo Assis de Lima

Foto rara da guarda do General Caxias - Arquivo Assis de Lima

Prisioneiros da guerra do Paraguai - Arquivo Assis de Lima

Tropas brasileiras nos campos do Paraguai - Raríssima - Biblioteca Nacional

Voluntário da Pátria - 1870 - Arquivo Assis de Lima

Depois, pelo o local ficar bem próximo a Lagoa do Garrote que se transformaria na Cidade da Criança (Parque da Liberdade) antes de 1932, a Praça dos Voluntários recebeu o nome de LARGO DO GARROTE; essa Nomenclatura deveu-se segundo os historiadores eruditos, em que nos cajueiros e demais árvores que ficavam na beira da Lagoa do Garrote, abatia-se gado provenientes de Messejana e Parangaba, para o abastecimento de carne verde para a cidade.



LARGO DOS VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA: Homenagem aos cearenses que seguiram para a Guerra do Paraguai.



Prédio do antigo Clube Iracema

Arquivo Assis de Lima 

Finalmente PRAÇA DOS VOLUNTÁRIOS, decreto n° 075 de 31 de dezembro de 1932, assinada pelo prefeito Raimundo Girão, no mesmo dia em que inaugurou a Coluna da Hora na Praça do Ferreira.



Praça dos Voluntários - Nessa época ainda existia o prédio do Liceu-Foto de Marciano Lopes

Modelo de Telefone Público - Nº 3 Praça dos Voluntários, o nº 1 Alto da Balança e o nº 2 Messejana - Arquivo Assis de Lima

Em 1941 já era Prefeito de Fortaleza, Raimundo de Alencar Araripe e a Praça Foi Remodelada quando, foi erguida uma herma “homenageando” o Presidente ditador Getúlio Vargas, isso após o empedramento e jardinagem do logradouro. Tem gente que até chama Praça Getúlio Vargas, e outros a Praça da Polícia ou Ordem Social, mas isso de modo informal.



1941- Inauguração do busto Getúlio Vargas

 A localização da Praça é no seguinte quadrilátero: Ruas do Rosário, Perboyre Silva, General Bezerril e Monsenhor Luis Rocha. No centro da Cidade, Ficou defronte ao Liceu Antigo, que demolido pelo General Cordeiro Neto, que era Chefe de Policia (Atual Secretário de Segurança) hoje está o edifício da Policia Civil.



Prédio da Polícia Civil - Marciano Lopes


"No inicio do terceiro quartel do século XIX, existia neste local apenas um campo retangular e bem cuidado, onde se reuniu voluntariamente alistado, para a Guerra do Paraguai, para enfrentar o Tirando Solano Lopez, em 1864. (Daí a Nomenclatura Largo dos Voluntários).
Devido sua localização próxima com a Lagoa do Garrote, onde seria aterrado em parte para a Construção do Parque da Liberdade (Cidade da Criança), referido campo passou a se chamar Largo do Garrote. Finalmente em 1932, com a construção da Praça E sua Urbanização e, bastante arborizada levou o nome de Praça dos Voluntários.
Com a transferência do Colégio Liceu do Ceará que lá Funcionava, em seu local fora construída a Secretaria de Segurança Pública, em foi construída uma erma homenageado o Presidente Getúlio Vargas. É uma Praça bonita, mas antipática." Assis Lima

*Em 06 de Julho de 1934 estréia o circo norte-americano, armado na Praça dos Voluntários, Dunbar Scheveyer. (Portal do Ceará)





Todos os créditos vão para o amigo e colaborador Assis de Lima

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Praça dos Voluntários - Praça da Polícia


Edifício do Liceu na Praça dos voluntários já demolido, onde hoje se encontra o prédio da Polícia Civil. Foto do acervo do Museu da Imagem e do Som do Ceará


Antigo Largo do Garrote, a Praça dos Voluntários ganhou esse nome em 1932 como forma de homenagear os cearenses que lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870). No entorno da praça, destaca-se o Palácio Iracema, ocupado atualmente pela Sefin. Projetado pelos arquitetos Emilio Hinko e Alberto Sá, na década de 1930, o prédio abrigou o Clube Iracema até 1947, quando foi comprado pela Prefeitura para servir de Paço Municipal até por volta de 1967. Na praça, também existe o busto do ex-presidente Getúlio Vargas.

Monumento escultórico em homenagem ao presidente da república Getúlio Vargas, do escultor Agostinho B. Odísio, fundido na Fundição Cearense Viuva Gurgel & Cia. Cantaria Mário Rosal. Inaugurado em 1941.

Um pouco
de tudo

“Amolamos Alicate”
“Fazemos chaves”
“Comprados e vendemos cartuchos”

Estes são alguns dos cartazes/serviços espalhados por diferentes tipos de estabelecimentos localizados no entorno do logradouro, alguns até com dois – ou três – comerciantes dividindo um só espaço.
A Praça dos Voluntários, localizada no Centro de Fortaleza, poderia ser chamada de Praça da diversidade. Poucos sabem seu verdadeiro nome.
Para dificultar ainda mais, a placa que a identifica, está na parte de cima de uma das lojas de rações que a cercam, quase escondida, com boa parte do nome recoberto pela tinta de parede da última reforma do proprietário. Muitas pessoas passam pela Praça dos Voluntários, sem mesmo saber que este é seu nome. A conhecem, simplesmente, como Praça da Polícia.
No início do século XX, era conhecida como Largo do Garrote, uma alusão ao lago que começava no local e se estendia até à Cidade da Criança, atual Parque da Criança, em frente à Igreja do Coração de Jesus. O gado que vinha de Messejana tomava água e fazia descanso na sombra das árvores. Muito mato e semideserto, o local seria o que atualmente se conhece como açougue ao ar livre, com pequenos currais, nos quais o gado era abatido, debaixo das árvores e vendidos à sombra dos cajueiros. Hoje, tão diversificado quanto o tipo de loja da praça, são as pessoas que aproveitam a arborização – com direito à sombra – proporcionado pelo retângulo das árvores que formam a Praça dos Voluntários, que ganhou este nome em 1932 como forma de homenagear os cearenses que lutaram na Guerra do Paraguai (1864-1870).


Foto Jairo Silas

Salão de beleza, Farmácia Popular, loteria, Polícia Civil, estacionamento, restaurante, gráfica, Secretaria de Finanças do Município (SEFIN), Associação dos Magistrados, lotérica, casa de ração, INSS, loja de máquinas, de consertos de fogões, de bijuterias, de roupas, lanchonetes, banca de revistas e muito mais. Sem sair da praça, é possível dispor de diferentes tipos de serviços. Alguns pioneiros, como a Maquilar e outros recém chegados como a Farmácia Popular. Não só as ruas Monsenhor Luís Rocha, Perboire e Silva, General Bezerril e rua do Rosário, que a formam, mas em todas as ruas paralelas que dão acesso, ou não, ao logradouro, continuam as variedades de comércio, espalhando-se por todo o centro.

Foto Ricardo Sabadia

Foto Fco Edson Mendonça

Foto Ricardo Sabadia

Denile, Milksa e Edso, grupo de três amigos e funcionários da empresa Hoepers S.A., localizada no prédio Vital Rolin, na Rua do Rosário, passam todos os dias pela praça às 7h30min quando vão para o trabalho e às 14 horas, quando retornam. Receosos em perder o horário, eles apanham o ônibus para descer na Praça Coração de Jesus. O percurso até a empresa é pela Praça dos Voluntários. Eles são unânimes em considerar que o espaço poderia ter melhor aspecto, ser mais limpo e organizado. “Aos sábados e domingos, as pessoas ficam nos bares em frente à praça até tarde e, muitas vezes, colocam mesas até em cima da calçada da praça”, critica Denile.
O intenso comércio no local e nos arredores forçou a abertura de três estacionamentos, dois na lateral do INSS, e outro, mais afastado da praça, no sentido do Parque da Criança. Desses, dois são cobertos e um a céu aberto. E, mesmo assim, o contorno da praça é todo feito por veículos de funcionários e proprietários que colocam seus carros em frente à praça ou em frente às lojas, deixando um estreito espaço para a circulação de outros veículos. De frente a um dos estacionamentos, Oliveira, 70, engraxa todo dia a R$ 3,00, o par de sapatos. Há 26 anos nesse
ponto, ele chega às 7h30min e vai para casa quando o movimento acaba, por volta das 18h30min. “Além de engraxar, conserto sapatos, vendo também usados, mas o principal serviço que faço é consertar sandálias femininas que se quebram quando as donas vêm ao centro”, diz o experiente engraxate. Integrante de um grupo de oito profissionais, todos com quase a mesma idade, os engraxates da praça se agrupam em filas, com o objetivo de disputar os clientes que passam. Oferecendo seus serviços, eles amontoam tamancos e chinelas no chão, cada um de frente a seu respectivo dono. Essa é a maneira natural de concorrer uns com os outros e apresentar seu produto. As pessoas que cruzam a praça e, principalmente, as que sentam nos bancos são a maior clientela, não só deles, mas dos vendedores de flanelas, de Totolec, de cartões de crédito, que bombardeiam o descanso de quem fica nos bancos.

Foto Jairo Silas

O movimento dos prédios públicos INSS, SEFIN, Polícia Civil e Farmácia Popular é de segunda à sexta-feira; só a Farmácia Popular funciona no sábado até meio dia. No INSS, que fica no mais alto prédio da praça, pela Rua General Bezerril, em frente à Polícia Civil, são feitos diariamente, pedidos de aposentadoria, laudos médicos, e entrada em licença maternidade. Na SEFIN, que fica pela Rua Monsenhor Luís Rocha, entre a Rua do Rosário e a General Bezerril, ocupava antigamente apenas um prédio. Recentemente, foi construído um anexo, para possibilitar melhor funcionamento. Na SEFIN são resolvidos casos de pagamento, regularização, retiradas de certidões negativas de débitos e fiscalização dos impostos arrecadados no município tais como: Imposto sobre Serviço (ISS), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto de Transmissão de Bens Imobiliários (ITBI). Com o objetivo de supervisionar o recebimento desses impostos a SEFIN é responsável por boa parte da movimentação de contribuintes e veículos na praça.

Foto Ricardo Sabadia

Recém chegada, mas com importância essencial para o setor de medicamentos, a Farmácia Popular, esquina da Rua Monsenhor Luís Rocha e Rua do Rosário, é um programa do Governo Federal, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, que reúne idosos e populares logo cedo em aglomerados de frente à Farmácia a procura de melhores preços. Maria Alice, de 71 anos, aposentada, moradora do bairro Bom Jardim sempre que precisa vai à farmácia garantir o desconto que tanta diferença faz no orçamento mensal. “Eu uso remédio para colesterol. Na
farmácia do meu bairro uma cartela com 10 comprimidos custa R$ 17,00 e compro aqui a cartela por R$ 3,50. Faz muita diferença, por que nem ônibus eu pago para vir comprar”, conta feliz.
Um dos primeiros prédios a fazer parte da praça, onde está a Polícia Civil, na Rua do Rosário, já foi sede do antigo Liceu do Ceará (primeira foto da postagem), no período em que a praça ainda se chamava Largo do Garrote. Depois o prédio foi demolido e construído no seu lugar a Central da Secretária de Polícia e Segurança Pública, depois desativada, para uso exclusivo da Polícia Civil. Na gestão do prefeito Raimundo Girão, a praça cedeu homenagear aos cerca de 6 mil voluntários que partiram para a Guerra do Paraguai, em 1865. A denominação foi dada em 1932 sob o decreto 75/31/12/1932 e passou a se chamar “Praça dos Voluntários”.
Em homenagem ao Chefe da Nação, da época, foi levantado em 1941 um busto do presidente Getúlio Vargas, na reforma feita pela Prefeitura, na gestão de Raimundo de Alencar Araripe. Nesse período foi toda remodelada: ganhou dois jardins e nova iluminação. Atualmente os bancos formam dois quadrados e dentro ficam os jardins da praça. Entre os bancos fica o busto de Getúlio. Nos dias atuais, populares ainda prestam homenagens, nas datas de seu nascimento e morte, depositando flores aos pés do busto. Há, até mesmo, aqueles que a chamam carinhosamente, de Praça Getúlio Vargas.

Foto Fco Edson Mendonça

Das bancas de revistas que ficam em cada extremidade da praça, uma em especial chama atenção pelo som de uma caixa acústica, com alcance em todos os cantos da praça. Ela já é parte integrante do local. Djavan é o dono, tanto da banca quanto da caixa.
Djavan, só Djavan, como ele prefere ser chamado, trabalha há 16 anos e além de revistas e jornais, vende alternativamente CDs de música brega. O jogo de dama em frente à banca ou o de baralho, ao lado, são alguns dos métodos práticos de promover a publicidade de seus CDs. Mesmo cismado quando é esse o assunto e, com medo da fiscalização, garante que só ajuda a melhorar o ambiente da praça e colaborar com a alegria dos amigos.

Mais antigo do que Djavan na praça só o dono da banca localizada atrás da dele. Não muito disposto a trocar idéias, ele – que preferiu não dizer o nome – fica assistindo TV e atende os clientes, apenas esticando a mão, sem mesmo olhar para as pessoas. A banca dele é uma das maiores da praça. Todo o espaço interno é preenchido e ainda recobre boa parte do chão. É dividida em três espaços diferentes: à direita, ficam os livros; no centro, as revistas; e à esquerda, a sessão pornô – por sinal a maior e mais visível. O nome da banca “Terra da Luz” ironicamente oferece os títulos que se vendem por si sós – porque o proprietário permanece sentado, assistindo.

Do mais antigo ao caçula: Francisco Freire comprou sua banca há três meses e até agora, satisfeito com as vendas, manda buscar as revistas nas editoras e ganha uma boa quantia de comissão em cima do preço de capa, que ele não revela. “O que não se vende, eu devolvo”, confirma, satisfeito por não correr risco.
Nos finais de semana, quando os prédios públicos estão fechados, o comércio ambulante da praça se estende na frente desses locais: calcinhas, sutiãs, piranhas, bijuterias, porta – cartões, imãs de geladeiras, tudo a partir de R$ 0,50. Alguns dividem a mesma locação com três tipos de comerciantes diferentes. Não dá para saber nem o nome da loja de tantos produtos diferentes no mesmo local: rações para peixes junto com venda de queijos, molhos e cachaças artesanais, salão de beleza junto com gravação de carimbos e consertos para relógios, banca do Paratodos e Totolec, com venda e troca de celulares e acessórios. Sem falar do comércio não fixo de carrinhos de cachorro quente, frutas, verduras e até enfeites e cartões de Natal.
Eles passam, vendem um pouco de um lado, um pouco do outro e partem para um novo ponto de venda.
Enquanto os ambulantes se movimentam na praça, dois rapazes com farda de fiscal da prefeitura, que deveriam estar observando se todas pessoas que estão vendendo mercadorias são cadastradas e, conseqüentemente, pagam impostos, não parecem muito interessados no serviço. Ao contrário, se afastam da área para se deliciarem cada um com uma porção de batatinhas fritas...
Além da diversidade, a Praça dos Voluntários abriga lojas especializadas no ramo de informática, como a Maquilar, que iniciou esta atividade ainda com máquinas de datilografia. Com a evolução tecnológica e a era dos computadores, a loja passou a trabalhar com venda e consertos de produtos de informática, impressoras, calculadoras, telefones e também com carga e recarga, compra e venda de cartuchos. Hoje, com mais de 25 anos de serviço, abre caminho para a concorrência que se inicia no próprio entorno da praça.
Na Rua Perboyre e Silva, vizinhas à Maquilar, há mais duas lojas, a “Júnior Faz Tudo” e, mais nova da praça, a “Jaspefor”, que dispõe de três lojas, duas ficam em frente à praça e a outra, na Rua General Bezerril.
Outra diferença nos serviços oferecidos nos estabelecimentos ao redor da praça é o atendimento e o estilo único. Ao som da banda Aviões do Forró, os freqüentadores do Restaurante Bon Appetit se espalham pelas mesas, que se estendem pela calçada e também pelo chão da praça. Sem precisar entrar no restaurante para ter acesso ao cardápio, que fica em duas caixas pintadas, logo na entrada, cada uma para um grupo de clientes específico: “Promoção p/ empresa: a partir de 5 pessoas self service, sem peso: R$ 3,20. Grátis 5 guaranás Kuat 290 ml, ainda acompanha fruta. Só o almoço R$ 3,00.” A outra faixa para promoção individual, muda apenas o preço para R$ 3,40. Um tanto cansativo para quem tem que ler em pé e com fome. Mas, segundo Aline Bento, freqüentadora quase diária do restaurante, a comida é o que se pode chamar de BBBBoa, Bonita e Barata”.
As entregas de refrigerante com gelo, água de coco e até aquela cervejinha no local de trabalho são alguns dos pedidos levados de um lado ao outro da praça, durante todo o dia. Muitas vezes sozinhos no ambiente de trabalho, comerciantes acham mais prático telefonar para fazer o pedido.
A certeza da entrega do produto fica por conta da fidelidade dos que freqüentam a Praça dos Voluntários.

“sai da vida para entrar na história”


Getúlio Dornelles Vargas nasceu em São Borja (RS) a 19 de abril de 1883. Foi chefe do governo provisório depois da Revolução de 30, presidente eleito pela constituinte em 17 de julho de 1934, até a implantação da ditadura do Estado Novo em 10 de novembro de 1937. Foi deposto em 29 de outubro de 1945, voltou à presidência em 31 de janeiro de 1951, através do voto popular. Em 1954, pressionado por interesses econômicos estrangeiros com aliados no Brasil como Lacerda e Adhemar de Barros, é levado ao suicídio a 24 de agosto de 1954. Com uma bala no peito ele atrasa o golpe militar em 10 anos e “sai da vida para entrar na história”... Contrariamente ao que todos os governantes fizeram antes dele e vêm fazendo depois dele, o governo Vargas conquistou a vinda de técnicos estrangeiros para incrementar a nossa economia. Todos os outros governantes brasileiros antes e depois de Vargas colocaram, em maior ou menor grau, a economia brasileira a serviço de interesses estrangeiros. Por isso, apesar de todos os seus defeitos, é considerado O MELHOR PRESIDENTE QUE O BRASIL JÁ TEVE EM TODA A HISTÓRIA.
Por volta de 1894 estudou em Ouro Preto (MG), na Escola de Minas. Em 1898 torna-se soldado na guarnição de São Borja e em 1900 matricula-se na Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo (RS). Não permaneceu lá por muito tempo, foi transferido para Porto Alegre (RS) a fim de terminar o serviço militar. Em março de 1904, matricula-se na faculdade de direito de Porto Alegre, onde conhece dois cadetes da escola militar, Pedro Aurélio de Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, dedicando-se, à ocasião, ao estudo das obras de Júlio de Castilhos (positivista, fundador do Partido Republicano no Rio Grande do Sul).Formou-se em dezembro de 1907, começando a trabalhar como segundo promotor público no tribunal de Porto Alegre, mas voltou a sua cidade natal, São Borja, para exercer as lides de advogado. Em 1909 elegeu-se deputado estadual, foi reeleito novamente em 1913, mas renunciou em sinal de protesto a Borges de Medeiros, que governava o Rio Grande do Sul. Voltou à assembléia legislativa estadual em 1917, e foi reeleito em 1921. Em 1923 torna-se deputado federal, e em 1924 torna-se líder da bancada gaúcha na Câmara. Washington Luís é eleito presidente em 1926 e escolhe Getúlio Vargas como ministro da Fazenda, devido ao seu trabalho na comissão de finanças da Câmara, mas ocupou o cargo por menos de um ano, sendo escolhido como candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Eleito, tomou posse a 25 de janeiro de 1928.


Créditos: Paula Cleidiany Queiroz Gondim, blog centro de Fortaleza e pesquisas de internet
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