Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Casa Barão de Camocim
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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terça-feira, 10 de março de 2015

As casas senhoriais na Fortaleza da década de 40

Royal Briar - A Fortaleza dos anos 40
Marciano Lopes

Na década de 40, ainda não havia apartamento em Fortaleza, muito menos as hoje cobiçadas “coberturas”sinônimos de status da sociedade emergente e símbolo maior dos novos-ricos. Naquele tempo, as famílias tradicionais moravam em grandes e confortáveis casas que podiam ser classificadas como palácio, palacete, mansão, solar ou, pelo menos
num caso especial, castelo

(Foto ao lado do acervo de Raimundo Gomes)


Riquíssimo e de gosto requintado, Plácido de Carvalho fez construir o que se pode classificar como uma das mais monumentais residências do Brasil, o Palácio Plácido, na Aldeota, antigo Outeiro. Ocupando uma quadra, entre as atuais ruas Carlos Vasconcelos, Monsenhor Bruno, Costa Barros e a Avenida Santos Dumont.
Castelo, era o de Plácido de Carvalho, na Aldeota, construído para agradar sua mulher, Maria Pierina Rossi, italiana, de Milão, que, nostálgica da pátria distante, teve sua
saudade amenizada pelo suntuoso castelo que seu marido fez construir no local onde a Aldeota ainda era uma floresta de cajueiros. Essa singular moradia, copiada de um castelo de Florença, a partir de informações de Pierina, foi criminosamente demolida nos anos 70, porém, mesmo com tão bestial ato de vandalismo, continuará a ser, pelos anos afora, a mais monumental residência da região.


Castelo do Plácido em foto de A. Capibaribe Neto
No Benfica, espécie de feudo da família Gentil, estava o aristocrático Palacete Gentil, morada do banqueiro e comerciante José Gentil, com suas elegantes varandas, suas colunas coríntias, seus amplos terraços, vastos jardins com estátuas e vasos vindos da Europa. Também no Benfica ficava a residência de Antonio Gentil, bem como as de José Thomé de Sabóia e de inúmeros outros milionários da época, como a família Manços Valente, que ocupava bonito solar, logo no início da Avenida Visconde de Cauípe. Essa senhorial moradia tinha até  capela. De pé, restam o palacete de José Gentil, hoje abrigando a reitoria da Universidade Federal, e o solar dos Manços Valente, sediando, presentemente, o Convento Santa Rosa de Viterbo, cujas freiras adulteraram a fachada da capela.


Palacete  de José Gentil - Arquivo Nirez

A maravilhosa mansão de joão Gentil, no Benfica. O extenso mangueiral a se
perder de vista cedeu lugar, mais tarde, ao bairro da Gentilândia e à constru-
ção do estádio Presidente Vargas, Escola Técnica Federal e Ginásio Aécio de Borba entre outros prédios.
Vizinha a residência dos Manços Valente ficava a casa de Rufino de Alencar, exatamente na esquina da avenida Visconde de Cauípe com a rua Antonio Pompeu. Estreita e sinuosa ocupando faixa mínima de terreno, era diferente e graciosa. A pouca largura foi compensada com um térreo, quase porão, o andar social e uma torre vigia. Na varanda muito estreita, eu via, ao passar, a bela Ruth de Alencar, os imensos olhos Verdes contemplando o mundo que passava à sua frente. Transformada numa loja da maçonaria,
ganhou um "banho" de falsa faiança e tantos detalhes de mau gosto, inclusive um horroroso galo de cimento, pintado de branco com crista vermelha, além de umas indecorosas flores em relevo, que a casa pode ser vista, agora, como um verdadeiro monumento ao antiestético. De qualquer forma, a construção permanece inalterável na sua forma original e merece louvores o belo e artístico portão de ferro, cuja origem desconheço.


Arquivo Nirez
Na antiga Praça da Bandeira, atual Praça Clóvis Beviláqua, há o palacete do Barão de Camocim, que já esteve ocupado por sua neta, Carmen, viúva do doutor Lauro Chaves.
Embora adulterado em sua fachada, que recebeu chapisco, numa reforma efetuada em 1945, não perdeu sua nobreza e seu interior guarda verdadeiras preciosidades em móveis, lustres e tantos objetos de materiais finos, todos adquiridos na Europa, onde o barão residiu por algum tempo.


Casa do Barão de Camocim - Acervo MCals
O bairro de Jacarecanga, que até os anos 40 era o mais aristocrático da cidade, possuía um conglomerado de magníficas moradias, sobressaindo-se a casa de três andares de Pedro Sampaio; e o monumental palacete de Thomás Pompeu Sobrinho, com 38 cômodos, localizado na Avenida Francisco , 1801, logo após a praça do Liceu. Copiado de uma residência de Portugal, na sua construção foram empregados os mais nobres materiais, quase tudo importado do Velho Mundo. Até os azulejos e o cimento vieram de Portugal. A sala de jantar tem as paredes revestidas de peroba e o piso de sucupira. Todo o madeiramento do telhado é de maçaranduba. Construída em 1924, a moradia, ainda em poder dos descendentes do seu autor, possui preciosidades em móveis, lustres e pratarias no mais autêntico art nouveau.


Casa de três andares de Pedro Sampaio em frente a Praça do Liceu. Arquivo Nirez

Palacete de Thomás Pompeu Sobrinho na Avenida Francisco Sá - Hoje é uma escola de arte

Na mesma avenida Francisco Sá, existia a linda casa de Luiz Correia, já demolida, e o casarão de Florival Seraine, transformado em repartição pública, porém,
ameaçando ruir, devido a falta de manutenção. Em 1929, o advogado Raimundo Brasil Pinheiro de Mello construiu sua casa na avenida Coronel Filomeno Gomes, a partir de uma revista alemã. Graciosa e simpática, possui todas as características das moradias alemãs, inclusive o telhado inclinado, para “escorrer a neve”.


Solar de Luiz Moraes Correia nos anos 40

Raimundo Brasil Pinheiro de Mello 
Magnificamente conservada, tanto na sua estrutura quanto nos móveis e adornos, continua em poder dos descendentes de Raimundo Brasil Pinheiro de Mello, residindo, ali, sua viúva, dona Guiomar, e sua filha, Maria Luíza. É a casa de número 836 da Avenida Coronel Filomeno Gomes.
Na Praça do Liceu, diversas casas de belo estilo não existem, demolidas que foram para dar lugar a feios prédios de apartamentos. Da mesma forma, os soberbos casarões que
conferiam dignidade a rua Guilherme Rocha, entre as praças da Lagoinha e do Liceu, foram postos abaixo, pelo descaso ou pela especulação imobiliária. Assim como o desprezado palacete da esquina da rua Padre Mororó, onde funcionou a Secretaria de Educação e Saúde, nos anos 40/ 50; o palacete do coronel Hortêncio de Medeiros, ocupado pela Procuradoria da República e a Itapuca Villa, abandonada desde 1946, quando faleceu seu titular, Alfredo Salgado. Símbolo da grandiosidade das moradias do passado, sofreu os efeitos do abandono, em tantas décadas, bem que o Governo do Estado poderia ter feito o tombamento daquela outrora soberba vivenda, transformando-a numa fundação cultural, inclusive, num museu da abolição, quando se sabe que foi Alfredo Salgado, apesar de homem de vasta fortuna, um abolicionista dos mais ardorosos.


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Palacete demolido no cruzamento da rua Padre Mororó com Guilherme Rocha

Rico e de muito bom gosto, Alfredo Salgado desejou o melhor para construir
sua mansão, a ltapuca Villa, na rua Guilherme Rocha. Todos os materiais vieram
do exterior, inclusive as madeiras. Periodicamente viajava a Europa para contratar novos jardineiros. A ltapuca Villa era um dos orgulhos de Fortaleza.
Tombada pela Prefeitura de Fortaleza, a Villa Morena, antiga residência da família Porto, na beira do mar, na Praia de Iracema, é graciosa e diferente na sua concepção. Toda de taipa, desafia os anos, já foi clube dos soldados americanos, durante a Segunda Guerra Mundial. Desde então, é o Bar e Restaurante Estoril, reduto da boemia intelectual e artística da cidade.
A mansão, que atualmente é ocupada por um posto da Previdência Social, na esquina da Avenida Tristão Gonçalves com a rua Antonio Pompeu, era a residência de Renato Silva e Yeda Markan Silva. Depois, foi moradia da família Carlos Jereissati.


Arquivo Nirez
Uma das mais grandiosas fachadas de Fortaleza é a da mansão da família Carlito Pamplona, na rua 24 de Maio, entre Meton de Alencar e Antonio Pompeu. Continua como residência da viúva do seu titular, inalterada, pelo menos no seu exterior.
A vetusta casa da família Thomás Pompeu, na praça da Lagoinha, lado da Avenida do Imperador, é outra que se mantém inalterada, pelo menos em sua fachada de aspecto soturno, não só pelas linhas arquitetônicas de inspiração inglesa, como pela pátina de tantos invernos. Mas é na sua sisudez que está seu aspecto de aristocracia.



Casa da família Thomaz Pompeu na avenida do Imperador
A mansão de Meton de Alencar Pinto, na esquina das ruas Senador Pompeu e Antônio Pompeu, é um belo exemplo de como uma residência, que conta várias décadas, pode
ter a aparência digna e jovial. Ali, tudo está igual a década de 40, até nas sebes do jardim. 


Mansão Meton de Alencar Pinto
Mas, corno nem sempre a sensibilidade, o bom gosto e o amor ao passado são características da nossa gente, lamenta-se que o célebre Solar dos Távora, na esquina das ruas Sena Madureira e Visconde de Saboia, esteja transformado num monstrengo. Palco deformado de memoráveis acontecimentos da política, permitiram que aquela nobre residência fosse totalmente mutilada para abrigar uma loja de materiais de construção. Com seus móveis, quadros, biscuíts, estatuetas, pratarias, lampadários e tantas outras preciosidades, quem entrava ali tinha a nítida impressão de estar ingressando numa
sóbria morada belga ou francesa do século XIX. A atmosfera era perfeitamente europeia, no romantismo de suas peças de arte, na tranquilidade que parecia emanar de tudo. Por que os descendentes do velho Fernandes Távora não tiveram a ideia de transformar aquele solar numa fundação da família e, assim, perpetuar o nome de seus maiores?


O austero solar dos Távora, na esquina da rua Conde D'Eu (antiga rua dos Mercadores) com rua Visconde de Saboia. Um recanto da Europa no centro de
Fortaleza. E cenário de importantes decisões da política local e nacional. 
Quando ser chic era habitar grandes e aristocráticas casas, com amplos espaços, jardins e pomares, Arlindo Gondim fez construir seu palacete, encravado em vasto terreno da rua General Sampaio, entre o Boulevard Duque de Caxias e a rua Pedro Ido “lado da sombra”. Casa elevada, com porão e elegante escada externa em bonito trabalho de mármore, inclusive o corrimão, tem como detalhe mais bonito a varanda fechada que se estende por toda a extensão da ala esquerda daquela moradia.
Espécie de chácara, fartamente arborizada, teve seus espaços externos sacrificados em benefício de um estacionamento de veículos. A casa, que permanece quase intocada,
ainda é habitada por membros da família. 


Palacete na rua General Sampaio, entra a Duque de Caxias e a Pedro I
A casa de Carlos Jereissati, na praia do Meireles, precisamente na esquina das avenidas Getúlio Vargas (Beira-Mar) e Rui Barbosaainda pode ser contemplada e não sofreu grandes alterações em sua estrutura, muito embora, sem utilização como residência, há vários anos. É símbolo das suntuosas casas de veraneio que as famílias abastadas de Fortaleza mantinham na Praia de Iracema e adjacências, nos idos de 40.


No meio do quarteirão da rua General Sampaio, entre as travessas Guilherme Rocha e São Paulo, estava o maravilhoso solar da família Theophilo. Possuía jardins laterais, com
gradeados e portões de ferro e seus salões ostentavam, além de magníficos lustres Baccarat, muitas obras de arte, inclusive, retratos a óleo, de membros da família, em ricas molduras de talha dourada. Ha alguns anos, passou a ser escritório de uma empresa comercial e entrou em processo de decadência. Atualmente, totalmente adulterada, a construção quase mais nada ostenta da sua antiga nobreza, exceto meros relevos na fachada.
O palacete de Raimundo Gomes de Mattos, na rua 24 de Maio, entre as travessas Liberato Barroso e Pedro Pereira, tinha sua bela fachada desgastada pelo tempo, acho que para fazer contraste com o soberbo lustre de cristal emoldurado pela janela do salão principal. Seus assoalhos eram do mais autêntico pinho-de-riga, e os jardins eram verdejantes e bem cuidados. Foi demolido para dar lugar a um restaurante popular do SESC, como se não existisse outro local, no Centro, para sediar tal estabelecimento. 


O palacete de Raimundo Gomes de Mattos
Moradia de linhas aristocráticas e erguida com materiais nobres, além de contar com acabamento primoroso e detalhes sofisticados, era a residência de Fausto Cabral, na Avenida Barão de Studart. Depois de servir como residência da família Cabral, funcionou, durante alguns anos, como sede oficial do Governo do Estado, já abrigou o Museu Histórico e Antropológico do Ceará e, atualmente, abriga o Museu da Imagem e do Som - MIS . Notável a prática e funcional distribuição de suas peças. 
Quando a Avenida Duque de Caxias era uma das mais aristocráticas e simpáticas vias de Fortaleza, destacava-se, em sua paisagem bucólica, o palacete do doutor Leite Maranhão, encravado na esquina daquele Boulevard, com a rua 24 de Maio. Diferente e aconchegante, tinha inúmeros detalhes externos que chamavam a atenção, tais como pequenos terraços, varandas, nichos, chafarizes, telhados em vários níveis. Altaneiros pés de eucalipto, em seu minúsculo jardim, emprestavam-lhe a elegância própria das moradas nobres. Depois de um curto espaço em que sofreu abandono e decadência, foi demolido.


Residência de Fausto Cabral hoje abrigando o MIS
Certamente influenciado pelos suntuosos bangalôs de Hollywood, o milionário Checo Diogo fez construir o seu na aristocrática Avenida do Imperador, entre as travessas Liberato Barroso e Pedro Pereira. Todo vermelho, tinha imponente terraço no piso superior e ricas eram as suas portas internas, no melhor cristal bisotado. Com jardins bem tratados e a pintura vermelha de sua fachada, sempre retocada, era um atestado de bom gosto. Ainda existe, funcionando como colégio, o que muito o dilacerou.


Bangalô do milionário Checo Diogo. Hoje funciona um colégio 
Gigantesco era o palacete do milionário Waldir Diogo de Siqueira, na esquina das avenidas Tristão Gonçalves e Duque de Caxias. Tinha porão, em toda sua extensão e um único piso social. Sem ter fachada muito rebuscada, chamava a atenção pelo grande número de portas com sacadas de ferro, principalmente no oitão que compreendia a avenida Duque de Caxias. Ao número dessas portas correspondiam as “vigias” do porão. Demolido, deu lugar a uma construção moderna que abriga um fórum trabalhista.

Na rua Barão do Rio Branco, local onde está agora, o prédio das Lojas Americanas, ficava o sobrado dos Paula Pessoa. Sua última ocupante foi dona Eloah, solteirona e monarquista intransigente que reinava, absoluta, no velho, mas simpático solar. Ainda nos anos 60, saia para a missa, na igreja do Rosário, toda de preto e com chapéu. Ficava indignada com as propostas de compra do seu sobrado e dizia que o mesmo só seria demolido se ela estivesse morta. Infelizmente, seus herdeiros não tinham a mesma sensibilidade e, tão logo a titular do belo solar faleceu, este foi vendido e, consequentemente, demolido, dando lugar ao popular magazine.

Muitas outras casas nobres tinha Fortaleza, na década de 40. Casas senhoriais, aristocráticas, símbolos de uma época de requinte, quando as famílias sabiam fazer tradição, porque havia cultura, bom gosto, refinamento, berço. Muitas dessas moradias foram demolidas, outras mutiladas, outras, simplesmente, estão fechadas, abandonadas, decadentes, como que chorando, na escuridão e no silêncio, a saudade dos tempos
de faustos e de luzes.  

Créditos/Fonte: Livro Royal Briar de Marciano Lopes, Arquivo Nirez, Pesquisas na internet, Google Earth, Arquivo MCals, Arquivo A. Capibaribe Neto e Raimundo Gomes



sábado, 1 de fevereiro de 2014

Barão de Camocim


Geminiano Maia - O Barão de Camocim- Acervo Nilson Cruz

Barão de Camocim (título português) - Título nobiliárquico passado pelo Governo de Portugal, por decreto de 13.04.1893 e por carta de 25.04.1893 a favor de Geminiano Maia.  


              Título                       Data de criação         Primeiro  titular      Tipo     Atual titular/pretendente


   Barão de Camocim    13 de Abril de 1893      Geminiano Maia    em vidaextinto

ORIGEM DO TÍTULO

Título de origem toponímica - «Rio que vem da Serra da Ibiapaba; passa pela cidade de Granja, e com 50 léguas de curso deságua no oceano 7 léguas ao poente de Jericoacoara, em 3° 12’ de latitude e 43° 7’ de long.; é navegável até perto da cidade da Granja 7 léguas e forma na barra um bom porto para sumacas, que ai carregam muito algodão, couros e outros gêneros do país. Os vapores da companhia Maranhense e Pernambucana entram nela 2 vezes por mês cada um. O porto chama-se Camocim, o rio para cima chama-se Coreaú. Barra do Camocim - na costa 7 léguas abaixo da cidade da Granja: forma o melhor porto desta província, onde tem entrada franca, fundo, espaço para qualquer navio mercante, e dá desembarque á pranchas. É assaz frequentado, e é escala dos vapores das companhias do Maranhão e Pernambuco. Povoação de Camocim - na freguesia da Granja, 6 léguas da cidade, na barra do rio Camocim.» (Escrito em 1861, trinta e dois anos antes da concessão do título - Thomaz Pompeo de Souza Brasil - Diccionário Topographico, p.8).

FAMÍLIA

Geminiano Maia nasceu em 02.02.1847, em Aracati, então província do Ceará, e faleceu em 25.10.1916, em Fortaleza, Ceará. Filho de Cosme Afonso Maia e de Teresa de Jesus Maia.
Grande comerciante e proprietário em Fortaleza. Capitalista filantrópico, vice-cônsul da Rússia e da Bolívia, em Fortaleza. Foi Vice-presidente da Província do Ceará. Foi agraciado por D. Carlos, Rei de Portugal, pelo decreto de 20.04.1893, com o título de Barão de Camocim.
Casado em 30.09.1878, em Ile de FranceParis, França, com Rosa Nini Liabasterbaronesa de Camocim, nascida em 01.05.1856, em Bordeaux, França, e faleceu em 20.05.1917, em Fortaleza, Ceará. Tiveram três filhos, dois falecidos na infância.

Pais de

I-1. Cecília de Roseville Liabaster Maia, Ceci, nascida por volta de 1884, em Paris, França. Casada em 22.11.1911, em Fortaleza, Ceará, com Maximiano Leite Barbosa Filho, nascido em 08.09.1889, em Fortaleza, Ceará - onde foi vice-cônsul do Uruguai, em 1927. Filho de Maximiano Leite Barbosa, Industrial e comerciante; diretor, em 1912, da Associação Comercial do Ceará; e um dos diretores da M.L.Barbosa & Cia.



Pais de:

II- Newton Leite Barbosa, nasceu em 02.10.1912, em Fortaleza, Ceará, onde casou em II-1. 24.10.1935, com Elza Barroso Parente – com geração, que deixo de citar.

II-2. Carmen Leite Barbosa, nasceu em 06.01.1916, em Fortaleza, Ceará, onde casou em 21.09.1935, com Lauro Vieira Chaves, Médico – com geração, que deixo de citar.

II-3. Lígia Leite Barbosa, nasceu em 26.07.1917, em Fortaleza, Ceará. Casada em 19.10.1935, com o Dr. João Gabriel Perboyre Quinderé, advogado, secretário da Junta Comercial – com geração, que deixo de citar.

II-4. Ilma Leite Barbosa, nasceu em 14.05.1919, em Fortaleza, Ceará, onde casou em 24.05.1941, com Audizio Pinheiro.

II-5. Neide Leite Barbosa, nasceu em 14.12.1920.

II-6. Lucí Leite Barbosa, nasceu em 07.03.1923.

II-7. Aila Leite Barbosa, nasceu em 14.03.1925.

II-8. Olga Leite Barbosa, nasceu em 04.12.1926.

II-9. Heitor Leite Barbosa.

II-10. Maria de Lourdes Leite Barbosa.



A primeira foto data de 1910. É o Palacete Guarani, construído e inaugurado em 20 de dezembro de 1908, funcionando nos altos a Associação Comercial do Ceará e no térreo o London Bank a partir de 1910.
Naquela esquina, ficava antes o matadouro de Fortaleza, cujo caminho para o mercado era chamado de rua das Hortas (Rua Senador Alencar). Depois, foi construído no local o sobrado do coronel José Eustáquio Vieira, onde residiu o comendador Luiz Ribeiro da Cunha, seu genro, até incendiar-se em 1902. 


O terreno foi então adquirido pelo Barão de Camocim que trouxe de Paris uma planta e fez construir o Palacete Guarani. Como o Barão de Camocim era o presidente da Associação Comercial, a mesma passou a funcionar ali, nos altos. Em 1925 o London Bank deixa o prédio e o Banco dos Importadores passou a funcionar na parte térrea e o Clube dos Diários nos altos. Lá também esteve a Boate Guarani.

Depois o prédio foi adquirido pelo Estado que logo fez uma reforma, tirando o canto agudo da esquina, cortando com uma diagonal, fazendo nesta parte duas portas, uma térrea e outra no pavimento superior. 



Lá passou a funcionar a Agência Metropolitana Castelo Branco do Banco do Estado do Ceará (BEC). 
Ainda existe uma parte do prédio que foi alterada e esteve alugada à firma "La Fonte".
Hoje o prédio é ocupado por uma loja da BCP e está pintado de branco com os ornamentos em azul escuro e pode ser visto na foto mais nova.
Ao longo do tempo, o prédio sofreu várias alterações. A primeira delas foi a retirada do telhado de ardósia, estilo europeu para enfrentar nevascas. Outra foi o fechamento das portas laterais que se transformaram em janelas, além da já citada retirada do canto da esquina.
A evolução descrita acima pode ser vista nas três fotos que ilustram esta matéria.

Saiba mais:

Filantropo dotado de fortuna, Geminiano prestou muitos benefícios, principalmente no setor sócio-religioso. Por vários anos dirigiu a Associação Comercial do Ceará, em cuja gestão foi construído o Palacete Guarany, sede da agremiação.
Ao lado dos irmãos José Nicolau Afonso e  Vicente Maia, manteve por muito tempo em Fortaleza o estabelecimento comercial O Louvre, casa importadora de grande importância no Estado.

Fonte: Portal da História do Ceará - Nirez


Ao falecer no dia 25 de Outubro de 1916, o 1º Barão de Camocim foi enterrado no Cemitério São João Batista.




 

Casa do Barão de Camocim


A casa antes das reformas e alterações


"A casa do Barão de Camocim, Geminiano Maia em frente a Praça Clóvis Beviláqua. Em 1911, sua filha Ceci casa-se com Maximiano Leite Barbosa Filho. Depois, na década de 1930, a casa sofreu reforma e alterações, ficando como se encontra hoje."  Nirez

"Foto tirada em frente a Mansão do Barão de Camocim, hoje Praça Clóvis Beviláqua.
Temos como personagem principal este Prefect que circula despreocupadamente"Nirez


A famosa mansão fica ao lado direito da Rua General Sampaio (lado da sombra) e da Faculdade de Direito

Suntuosa por suas linhas arquitetônicas - considerado o mais rico solar da época, por ser o único a ostentar, para atender a comodidade da família, um elevador para o único pavimento superior, o que lhe dava mais conotação à sobriedade e à aristocracia da época.

O palacete do Barão de Camocim, construído em 1880 e por onde já passaram quatro gerações de Geminiano Maia (o Barão), localizado à Praça Clóvis Beviláqua, vai se transformar em um novo complexo cultural da cidade, onde será criada a Vila das Artes.

O acordo foi confirmado no palacete, pelo Ministro da Cultura, Gilberto Gil, e a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. A solenidade contou com a presença da neta do Barão de Camocim, Neide Leite Barbosa; da bisneta Maria Luíza Leite Barbosa Chaves (uma das últimas moradoras da casa); e de uma trineta e de outros intelectuais, jovens e convidados.



A prefeita demonstrou, na oportunidade, a sua satisfação na desapropriação do palacete, que se transformará “em uma casa aberta para a criação, para a juventude ousar”. “A cultura é um investimento”, disse ela, que salientou a necessidade de se aproveitar o potencial de Fortaleza. Ao finalizar sua fala, Luizianne colocou dois botons na lapela do ministro da Cultura, um da Fortaleza Bela e outro, do brasão da cidade; e fez a entrega de uma caixa com projetos de tombamento de imóveis de referência histórica, cultural e simbólica no espaço urbano, que considera a cidade no seu conjunto, valorizando diferentes áreas e expressões da arquitetura local.

Gilberto Gil justificou sua presença no evento, afirmando que “o ministério veio dizer sim, com apoio financeiro, e dizer sim ao que se faz no Ceará e em Fortaleza”. Falaram ainda, na solenidade, a presidente da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo, de Fortaleza (Funcet), Beatriz Furtado, e o secretário de Audiovisual do Ministério da CulturaOrlando Senna.


No palacete do Barão de Camocim, será criada a Vila das Artes, onde funcionarão as escolas do Audiovisual e da Dança de Fortaleza, além do Núcleo de Produção DigitalAgência de Notícias CulturaisCentro de Artes VisuaisBiblioteca, VideotecaCafé da Imagem. O complexo será gerenciado pela Funcet, que este ano conta com recurso que ultrapassam a 1% do total do orçamento previsto para o Município. Em 2005, o percentual foi de apenas 0,4%.

Fotos Google Earth









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