Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Rua Padre Mororó
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.
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terça-feira, 29 de março de 2016

Das antigas - João Pilão e o transporte coletivo em Fortaleza


"João Pilão Personagem Popular na galeria dos Esquecidos.

João Amora Moreira, nasceu em Aquiraz aos 14 de junho de 1914. Faleceu em 2 de maio de 2000. Casado com Nedir Nogueira Moreira, falecida dois meses antes dele, deixou sete filhos. Veio para Fortaleza em 1941, já trabalhando como motorista de uma fabrica de aguardente. Nesse mesmo ano trocou o caminhão pelo ônibus e trabalhou com os primeiros empresários de ônibus de Fortaleza, na Empresa Pedreira (1929) de propriedade dos Srs. Oscar Jataí Pedreira e João de Carvalho Góes, de onde faziam as linhas: Vila São José/Centro; Jacarecanga/Centro; Brasil Oiticica/Centro e Carlito Pamplona/Centro. Depois o Sr Oscar Ficou comandando sozinho o empreendimento.
Eram essas as quatro concessões inicialmente dadas aos empresários. Foi aí que João Amora popularmente em toda Fortaleza motorizada e usuária de transporte coletivo, ficou conhecendo João Pilão. Folgava rapidamente uma mão do volante e acenava para o povo.

Só dirigia de bem consigo mesmo, e sorria para os passageiros. Foi um vereador que não tivemos, se tivesse sido um aproveitador por sua popularidade. Trabalhou ao volante até 1972 quando merecidamente obteve sua aposentadoria previdenciária, aproveitando o encerramento das atividades e perca de concessão da Empresa Pedreira. Ainda cheguei a passear em seus veículos da marca GMC e Ford com carrocerias de madeira, fabricadas em 1946. Depois a frota recebeu ônibus de carroceria Grassi, que com o encerramento das atividades da empresa, ainda me lembro de um dos carros vendidos por Pedreira fazendo a linha Centro/Antonio Bezerra Via Genibaú.

A rua Padre Mororó em 1943. Arquivo Nirez

Rua Padre Mororó ao lado do Cemitério São João Batista. Acervo Diário do Nordeste

João Pilão residindo na Capital, primeiro morou na Rua Padre Mororó defronte ao Cemitério S. J. Batista, depois foi para o Bairro Carlito Pamplona, vindo a residir na Rua Assis Bezerra e por ultimo na Rua Coelho Fonseca até quando nos deixou.
Busquemos recuar no tempo. Foi em 1910 a aprovação pelo Governo Federal do primeiro regulamento para o transporte rodoviário, embora o empreendedorismo fizesse com que o presidente do Ceará, Nogueira Accioly no ano de 1908, arriscasse e concedeu privilégio por cerca de dez anos a Júlio Pinto explorar empresa de carros automóveis, objetivando transportar passageiros e cargas. Dentre as cidades e vilas contempladas mencionamos: Maranguape, Aquiraz, Itapipoca, Canindé e Aracati.
Julio Pinto e seu associado Meton de Alencar importando carros, fundaram a Auto Transporte Cearense. O primeiro carro a circular em Fortaleza foi um HAMBLER que aos 28 de março de 1909, rodou na cidade causando apoteose aos que o viram rodar. Foi um veiculo muito precário.

Automóvel do Dr. Meton de Alencar e Júlio Pinto - Arquivo Nirez

Em 1915, nosso Estado recebeu das mãos do governo um órgão que se destinou peremptoriamente ao controle do serviço de transporte. A Inspetoria fora subordinada à Secretaria de Justiça e Segurança Publica.

A Associação dos Chauffeurs teve sua fundação aos 19 de julho de 1924, sendo anos depois transformada em Sindicato. Depois o dia 25 de julho foi instituído como o DIA DO MOTORISTA, para coincidir com a tradição religiosa fazendo menção a São Cristóvão.
Só lembrando: Oscar Jatí Pedreira faleceu em dezembro de 1977, deixando a viúva a Sra. Francisquinha, daí sua Mansão na Avenida Francisco Sá nº 1855 se chamar VILA QUINQUINHA. Depois a família resolveu vender a propriedade e quando de sua demolição desnecessária, desapareceu um grande galpão, que era a garagem da empresa do Pedreira. Assim é que a aristocracia do Jacarecanga foi se acabando."


Assis Lima
Radialista/Escritor



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A nomenclatura numérica das vias públicas da Fortaleza antiga (Parte II)


Em 1890, de acordo com a resolução aprovada em 29 de outubro daquele ano pelo Conselho da Intendência, foi implantada a nomenclatura das vias públicas da cidade.

Na relação abaixo, adotei o seguinte ornamento:


  • Em primeiro lugar o número atribuído à via pública;
  • Em segundo, o nome atualmente adotado;
  • Em terceiro, o nome possuído na ápoca em que se passou a usar a nomenclatura numérica.

Ruas Pares

Nº 2 - Rua Senador Pompeu - Amélia, em 1877.



Rua Senador Pompeu em 1940 - Arquivo Nirez


Nº 4 - Rua General Sampaio - Chamou-se  da Cadeia e dos Três Cajueiros.


Rua General Sampaio sentido Sul norte. O fotografo está na esquina da Clarindo de Queiroz tendo a sua direita a Praça Clóvis Beviláqua. Arquivo Nirez

Antiga Praça da Bandeira - hoje Praça Clóvis Beviláqua - em 1936, antes da construção da Faculdade de Direito, vendo-se, à esquerda, a rua General Sampaio.

Nº 6 - Rua 24 de Maio - antiga Do Patrocínio.


Arquivo Nirez

Supermercado Sino na Rua 24 de Maio entre as ruas São Paulo e Guilherme Rocha
Hoje é o Mercadão Shopping. Acervo Carlos Juaçaba

Nº 8 - Tristão Gonçalves - anteriormente da Lagoinha; em 1888, 14 de Março, do Catavento e do Trilho.


Rua Tristão Gonçalves conhecida como rua do Trilho - Arquivo Nirez

A então rua do Catavento (Hoje Tristão Gonçalves). Arquivo Assis Lima

Nº 10 - Avenida do Imperador - 15 de Novembro.


Avenida do Imperador, vendo-se o prédio da antiga Escola Doméstica São Rafael, inaugurado no dia 30 de novembro de 1938. A escola ficava no nº1490 da avenida. 
Arquivo Nirez

Tradicional Padaria Ideal na Avenida do Imperador - Arquivo Nirez

Nº 12 - Dona Tereza Cristina - Antiga rua do Paiol e Santa Tereza.


Rua Teresa Cristina. Acervo Sérgio Roberto

Linda casa na rua Teresa Cristina. Acervo Sérgio Roberto

Nº 14 - Princesa Isabel - Santa Isabel.


Rua Princesa Isabel cruzando com a rua Guilherme Rocha. Arquivo Nirez

Mesmo cruzamento hoje.

Nº 16 - Padre Mororó - Mororó e, em 1888, São Cosme.


Rua Padre Mororó em 1943 - Arquivo Nirez

O Cemitério São João Batista na rua Padre Mororó - Arquivo Nirez

Nº 18 - Agapito dos Santos - Filgueiras e Concórdia.


Casa na rua Agapito dos Santos, onde morou o jornalista Jáder de Carvalho. Arquivo Nirez

A casa hoje - Acervo do Blog Sertão Poesia

Nº 20 - Conselheiro Estelita.

Nº 22 - Oto de Alencar - Foi chamada de Natal e Dr. Francisco Salgado.


Grupo Fernandes Vieira (Hoje Colégio Juvenal Galeno) na rua Oto de Alencar. Foto da década de 30.

Corpo de Bombeiros - Rua Oto de Alencar. Década de 60


Veja também a parte I com as ruas ímpares



Fonte: Livro Fortaleza Somos Nós - Aurileide Silva/Sara Braga


domingo, 17 de junho de 2012

Execução de Pe. Mororó ocorreu há 187 anos



Filho ilustre do município de Groaíras, Padre Mororó foi um dos mártires da Confederação do Equador


Fortaleza. Há 187 anos morria Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque Melo, que consagrou-se na história do Brasil como Padre Mororó, um dos expoentes do movimento político que ficou conhecido como a Confederação do Equador. Padre Mororó foi morto a tiros de arcabuz no dia 30 de abril de 1825, numa execução ocorrida no Passeio Público, em Fortaleza, após ter sido preso e acusado de praticar três crimes: proclamação da República de Quixeramobim; secretariado o governo revolucionário de Tristão Gonçalves e redigido o “Diário do Governo”, o primeiro jornal do Estado do Ceará.


Passeio Público em 1900

A condenação determinava o seu enforcamento porém, por não haver quem quisesse servir de algoz, a pena comutada para fuzilamento, ou melhor, tiros de arcabuz, uma antiga arma de fogo portátil, espécie de bacamarte. A crônica de Viriato Correia descreve com perfeição os últimos minutos de Padre Mororó: Naquele dia 30 de abril de 1825 havia em Fortaleza um grande rumor de multidão emocionada. Ia ser executado pelas tropas imperiais o Padre Mororó. Na praça em que vai haver a execução, a multidão é tanta que, a custo, as tropas conseguem abrir passagem. Mororó é colocado na coluna da morte. Um soldado traz a venda para lhe por nos olhos, ´Não´, responde ele, ´eu quero ver como isto é´. Vem outro soldado para colocar-lhe sobre o coração a pequena roda de papel vermelho que vai servir de alvo. Detém a mão do soldado: ´Não é necessário. Eu farei o alvo´ e, cruzando as duas mãos sobre o peito, grita arrogantemente para os praças: ´Camaradas, o alvo é este´. E num tom de riso, como se aquilo fosse brincadeira diz: ´e vejam lá! Tiro certeiro que não me deixem sofrer muito´”.

Segue Viriato, em seu relato: “Houve na multidão um instante cruel de ansiedade... A descarga estrondou. O Padre Mororó tombou sem vida. A seus pés tinham caído três dedos da mão que as balas deceparam”.

O seu nome, como de muitos outros mártires brasileiros, encontra-se na gaveta empoeirada do esquecimento, inclusive na sua cidade natal, Groaíras, pouca atenção tem sido dispensada àquele que foi seu filho mais ilustre. Nas décadas de 60 e 70, o então prefeito Cezário Feijó de Melo, um de seus descendentes, colocou o seu nome numa rua e numa praça. Na década de 80, quando governava o município, Joaquim Guimarães Neto, foi feita a divisão da cidade em bairros, o local onde ele nasceu, conhecido como Mato Grosso, passou a chamar-se bairro Padre Mororó, porém, pouca gente hoje tem conhecimento disso e, por tal razão, continua a ser conhecido pela antiga denominação.

Falta de atenção

Naquela mesma década, por sugestão de um grupo de groairenses que criaram a Associação dos filhos de Groaíras residentes em Fortaleza, e por influência do desembargador José Maria Melo, foi construído um memorial: prédio moderno, bonito, porém, abandonado, infelizmente.

Esta falta de atenção já foi percebida, em 1975, pelo ilustre historiador sobralense, padre João Mendes Lira, que assim se manifestou: “O Padre Mororó foi tão elevado em seus ideais cívicos, religiosos e sociais quanto o General Sampaio. Por que, então, não deixar em Groaíras uma lembrança que perpetue a bravura, o destemor, o heroísmo de um homem que soube dar sua vida pelos nobres ideais que professava?”. Embora padre Lira não tenha dito expressamente, ao citar a cidade de General Sampaio, outro grande cearense, nascido na localidade que hoje tem o seu nome como homenagem, quis o ilustre professor sugerir a mudança do nome de Groaíras para “Padre Mororó”, idéia com a qual concordo e aproveito para conclamar os groairenses a apoiá-la.

CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Religioso destacou-se na luta republicana

Fortaleza. Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque Melo foi o nome de batismo de Padre Mororó, que nasceu no dia 24 de julho de 1778, no Riacho dos Guimarães, atual Groaíras. Ele iniciou os estudos no Interior do Ceará. Ainda moço foi mandado para o Seminário de Olinda, onde se ordenou. Como padre, foi capelão nas Vilas de Boa-Viagem, Tamboril e Quixeramobim.

Ele foi professor de língua latina em Aracati e jornalista, redator do primeiro jornal do Ceará — lançado em 1º de abril de 1824. Foi também político e secretário do governo revolucionário de Tristão Gonçalves, quando teve participação ativa no movimento da Confederação do Equador.

Pe. Mororó destacou-se como idealizador e signatário da histórica sessão de 9 de janeiro de 1824 da Câmara de Quixeramobim. Neste dia, reunidos clero, nobreza e o povo, proclamou-se a primeira República do Brasil, rompendo assim com a monarquia absolutista de D. Pedro I.

O motivo daquela histórica sessão foi a grande traição cometida pelo imperador, que dissolveu, em novembro de 1823, a Assembléia Geral Legislativa e Constituinte que ele mesmo houvera instalado para escrever a primeira Constituição do Brasil, em maio do ano de 1823. Tudo isso aconteceu em 1824, 65 anos antes da proclamação da República, em 1889, sete meses antes da Confederação do Equador, iniciada em 26 de agosto de 1824.

Movimento autonomista

A Confederação do Equador, o mais significativo movimento autonomista e republicano acontecido no Brasil, no início do século XIX, foi causado pelo descontentamento que a dissolução da Assembléia Constituinte de 1823, e a outorga da Constituição de 1824, por D. Pedro I. Isto provocou, no Nordeste, uma insatisfação geral.

Pernambuco foi o centro irradiador deste descontentamento. No entanto, no Ceará, ao receber a notícia, vinda pelas mãos do diácono José Martiniano de Alencar, que à época estudava no seminário de Olinda, a Câmara da Vila de Campo Maior de Quixeramobim, numa memorável e heróica sessão, acontecida no dia 9 de janeiro de 1824, proclamou a primeira República do Brasil, quebrando, então, todos os laços que havia com a realeza, acusando, inclusive, o imperador de traidor da Pátria e declarando-o e toda a sua descendência decaídos dos direitos ao trono.

Determinou também que de imediato se organizasse um governo republicano para, o quanto antes, substituir o Governo Provisório existente na Capital e que ainda fora nomeado pelo usurpador deposto. Essa histórica sessão deu início ao movimento libertário que tantos sacrifícios custaram aos nossos conterrâneos.

Heróico movimento

Comandadas pelo groairense Padre Mororó — que, além de liderar, participar e subscrever aquela memorável ata, determinou que fossem enviadas deputações a outras Vilas para comunicar e conseguir adesão, como de fato sucedeu — as Câmaras das Vilas de Icó, Aracati e São Bernardo das Éguas Russas aderiram de imediato à causa, reproduzindo e fortalecendo o movimento que daí se espalhou por toda a província do Nordeste.

O heróico movimento teve figuras ilustres dos cratenses: Bárbara de Alencar e seus filhos José Martiniano e Tristão Gonçalves, do groairense, Mororó, do sergipano de Santo Amaro da Brotas, Pereira Filgueiras e tantos outros heróicos e valentes conterrâneos. Todos escondidos por trás de alcunhas como Alecrim, Anta, Araripe, Aroeira, Baraúna, Beija-flor, Bolão, Carapinima, Crueira, Ibiapina, Jaguaribe, Jucás, Manjericão, Mororó, Sucupiras, Oiticica. E, mesmo cientes de que a luta poderia lhes trazer serias conseqüências, foram adiante. De fato, muitos pagaram com a vida.


Parte II
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Crédito: Diário do Nordeste

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Escola Moura Brasil



28 de fevereiro de 1937 - Inaugura-se um Grupo Escolar no Arraial Moura Brasil, denominado Escolas Reunidas Moura Brasil. "Esta é a escola inaugurada em 1937 com o nome de Escolas Reunidas Moura Brasil, na Rua Braga Torres no Arraial Moura Brasil, bairro que praticamente não mais existe. Só resta a Igreja de Santa Teresinha" Nirez

A Escola Moura Brasil na década de 30/40 - J Terto

A Escola em foto do Jornal Unitário de 22 de março de 1952 - Acervo Lucas Jr.

A E.M.E.I.F. Moura Brasil foi criada pelo Decreto Nº 12379 de 13 de maio de 2008, publicado no DOM de 16/05/2008. Sua origem, no entanto, data do ano de 1932, funcionando como escola isolada. Em 1934, foi inaugurada em sede própria, nas proximidades da capela de Santa Terezinha, no Arraial Moura Brasil, bairro habitado por uma população muito carente.

Foto do acervo do Blog da Escola

Foto do acervo do Blog da Escola

Em 1937, no governo de Menezes Pimentel, passou a funcionar como Grupo Escolar Moura Brasil. Em 1971, devido à ação violenta do mar, suas instalações ficaram danificadas, e o serviço de engenharia da SEDUC interditou o local. Mais tarde, o prédio foi demolido.

Foto do acervo do Blog da Escola

Com a demolição, nova sede foi construída, situada à rua Padre Mororó, 189, bairro Moura Brasil, esquina com Av. Presidente Castelo Branco, com inauguração em 15 de agosto de 1972. Em 1974 recebeu a denominação de Escola de 1º Grau Moura Brasil.
Seu ato de criação inicial é o Decreto 11.493, publicado no DOE de 17/10/1975. Em 2002, por ato do governo do Estado, através do Decreto 26.881, publicado no DOE de 30/12/2002, passou a se denominar Escola de Ensino Fundamental e Médio Moura Brasil. O ensino médio funcionou nos anos 2005 e 2006, porém não prosperou.

Foto do acervo do Blog da Escola

Diante dessa situação, a SEDUC entregou o prédio para a Prefeitura Municipal de Fortaleza para que , dessa forma, fossem atendidas as demandas de vagas para crianças do Ensino Fundamental pertencentes às comunidades do entorno da escola.


Endereço da Escola: Rua Pe. Mororó, 189 - Jacarecanga 






Crédito: Blog da Escola e Nirez

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Rua Padre Mororó - A rua e o padre


Rua Padre Mororó em 1943 - Arquivo Nirez

"Fotografo de costas para o sertão e de frente para o Pirambú. Logo mais a frente, no final da rua, à esquerda, está o Cemitério São João Batista. Fotógrafo no cruzamento das ruas Pedro Pereira com a Padre Mororó.
Esta casa à esquerda era uma belíssima chácara pertecente ao Dr. Jadir Weyne, filho de um grande cearense, Álvaro Weyne. Hoje esse trecho está quase todo descaracterizado.  A chácara do Dr Jadir hoje é uma Cooperativa.  A maioria das casas hoje deram espaço a bares, restaurantes, oficinas... Este Ficus à direita ainda está lá, cada vez mais bonito e frondoso. O fotógrafo estava em frente à Padaria Modelo, que ainda existe, desde 1930."  Nirez

Conforme registrado no livro Idéias e Palavras, na época em que o bairro Arraial Moura Brasil, se chamava Morro do Moinho, e a rua Governador Sampaio, era o Beco da Apertada Hora, a atual Rua Padre Mororó, era chamada de Rua São Cosme.
Em 29 de outubro de 1890, todas as ruas e avenidas de Fortaleza, por resolução do Conselho da Intendência Municipal, passam a ter números no lugar de nomes, modismo que durou alguns meses.
A rua Padre Mororó passou a ser a
 Rua Nº16.
Outros exemplos: a Rua Formosa (Rua Barão do Rio Branco) passou a ser a Rua Nº 1; o Boulevard Duque de Caxias, Travessa Nº 1, etc.

No dia 28 de abril de 1891, a Sessão do Conselho torna sem efeito a resolução do dia 29/10 do ano anterior, que mudou os nomes das praças e ruas, retirando nomes próprios e colocando nas ruas números, voltando todos os nomes anteriores.
Parece que o intuito era retirar todos os nomes próprios de todos os logradouros públicos.


Em 30 de abril de 1825, são executados por sentença da Comissão Militar, o padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó* (Padre Mororó), nascido na povoação de Riacho Guimarães (Groaíras) em 29/07/1778 e o coronel de milícias João de Andrade Pessoa Anta, nascido em Granja, a 23/12/1787. Ambos hoje são nomes de vias públicas em Fortaleza, Rua Padre Mororó e Avenida Pessoa Anta.


A Escola Moura Brasil na Rua Pe. Mororó, 189 - Acervo do Blog da Escola

A Praça do Muriçoca fica em frente a Rua Padre Mororó - Foto de Ápio

Prédio do DNOCS na Rua Padre Mororó - Foto de Ney Madeira

Fatos históricos da rua Padre Mororó





Cemitério São João Batista - Foto de Ápio


  • 18/novembro/1893 - Fundada em Fortaleza a Cal-Marmórea Cearense, de Álvaro Teixeira de Souza Mendes e Manuel Vila Nova, na Rua Padre Mororó nº 27/27 (antigos), em frente ao Cemitério de São João Batista e também no km 73 da Estrada de Ferro de Baturité em frente à estação de Itapaí.

Rótulo dos cigarros Ideal Club - Arquivo Nirez

  • 1931 - A firma A. Beleza & Cia. Ltda., na Rua Padre Mororó nº 67 (antigo), lançou os Cigarros Ideal Club Cearense, onde aparecem na carteira (maço) a bandeira do clube e as instalações localizadas na Avenida João Pessoa, nas Damas.

 Rua Padre Mororó - Foto de Ney Madeira


  • 1935 - O português Manuel da Silva Praça estabelece-se com a Padaria Globo, na Rua Padre Mororó nº 1155, esquina com Rua Pedro Pereira. 


  • 23/junho/1955 - Inaugura-se o primeiro bloco da nova sede da Sociedade Cearense de Fotografia e Cinema - SCFC, na Rua Guilherme Rocha nºs 1264/1296 entre a Rua Padre Mororó e a Rua Luís Hortêncio, fazendo esquina com esta. A construção ficou a cargo do arquiteto Enéas Botelho


Rua Padre Mororó - Foto de J. Reginaldo C.  


  • 10/maio/1976 - Criado em Fortaleza o Clube do Chorinho, na Rua Padre Mororó nº 1072, por Raimundo Dias Calado (Mundico Calado). Com a morte do fundador, a família continuou as apresentações. 


  • 27/dezembro/2002 - Fundação, na rua que tem o nome de um rebelde da Confederação do Equador, o Padre Mororó, na casa em que morou um padeiro da Padaria Espiritual, o escritor Eduardo Sabóia, e o seu quintal dá comunicação para a casa do polêmico escritor Jáder de Carvalho, com endereço Rua Padre Mororó, 952, o Instituto de Filosofia da Práxis, que é um espaço de reflexão, discussão e divulgação da teoria da Crítica Radical, que defende o projeto da emancipação humana. 

Rua Padre Mororó - Foto de Ápio

Rua Padre Mororó vendo-se os muros do Cemitério São João Batista - Foto de Ápio

Praça do Muriçoca - Foto de Ápio

*Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Mello - O Padre Mororó

Mais conhecido como Padre Mororó, Gonçalo Inácio de Loyola Albuquerque e Mello, foi sacerdote, jornalista e revolucionário brasileiro.

Nasceu em Groaíras (então chamada de Riacho dos Guimarães), em 29 de julho de 1778 e morreu em Fortaleza, em 30 de abril de 1825.

Filho de Félix José de Sousa e Oliveira e de Teodósia Maria de Jesus Madeira. Era primo-irmão do padre Miguelinho e primo-tio de Tomás Pompeu de Sousa Brasil. Avós (paternos): Francisco de Sousa Oliveira Catunda e Tecla Rodrigues; Avós (maternos): Manuel Madeira de Matos e Francisca de Albuquerque e Mello. O pai do Pe. Mororó era do Norte Rio Grandense e sua mãe, era filha de português casado com uma Albuquerque (de Pernambuco). Gonçalo teve o sobrenome registrado o de sua avó materna.

Iniciou seus estudos no interior do Ceará, partindo, aos vinte e dois anos, para Pernambuco, onde se matricula no curso de Teologia. Ordenou-se sacerdote em 1802 no Seminário de Olinda, que segue orientação iluminista e com influencia na formação de idéias anti-absolutistas numa geração de jovens. No seminário teve como colegas Frei Caneca, Padre Miguelino e Padre João Ribeiro.

Exerceu a atividade religiosa em várias cidades do interior do Ceará, onde chegou a pregar contra a Revolução de 1817. Aos poucos, porém, começou a ter contato com as idéias liberais, graças à leitura do jornal Correio Braziliense.

Quando soube da notícia do fechamento da Constituinte de 1823, liderou o repúdio de Quixeramobim ao autoritarismo do D. Pedro I. Formou-se, então, o movimento que culminaria na Confederação do Equador. Utilizou-se como veículo de comunicação dessas idéias o Diário do Governo do Ceará, o primeiro jornal publicado no estado, cuja redação e direção coube ao Pe. Gonçalo Inácio de Albuquerque Mororó. Em pouco tempo o jornal deixou a condição natural de porta voz do governo para transformar-se em peça de artilharia da campanha por um Nordeste independente e que posteriormente se passasse para todo o Brasil.

 


O nome Mororó, surgiu por nacionalismo típico da época, assim como de muitos líderes revolucionários nordestinos, que substituíram os seus cognomes por nomes que lembrassem alguma coisa do país e traduzissem adesões a independência como: Araripe, Ibiapina, Arerê, Sucupira, Buriti, Anta, Sussuarana, Carapinima, Capibaribe, Montezumas e tantos outros. Era uma afirmação pública de nacionalismo, ou melhor, brasilidade. Dando origem assim ao sobrenome, que famílias locais posteriormente adotariam, buscando assim resgatar e manter viva a memória do mártir que sacrificou a sua vida em prol dos nordestinos.

 
Antigo Campo dos Mártires - Arquivo Nirez

Com o fracasso do movimento, foi preso e condenado à morte pela forca. Entretanto, a pena foi convertida em fuzilamento já que ninguém se prontificou a exercer a vil tarefa de ser o carrasco. Assim, Padre Mororó foi executado no antigo Campo dos Mártires, hoje chamado Praça dos Mártires ou Passeio Público.



Fonte: Blog Maracatu Fortaleza, Livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza 
de Miguel Ângelo de Azevedo e Wikipédia

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