Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Imobiliária Antônio Diogo
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Praia do Futuro II - Antecedentes Históricos


Jornal O Povo de 10/03/82, barracas na faixa de berma em frente ao Clube de Engenharia.

Quando, no ano de 1948, o Jornal O POVO anunciou em forma de pergunta - Qual será, de futuro, a praia de banho de nossa bela capital? O jornalista talvez não vislumbrasse que seria essa, alguns anos na frente, a faixa de praia de Fortaleza mais requisitada por todas as camadas sociais, tanto os de classe de maior poder aquisitivo, quanto os de extrato médio e baixo. No caldeirão social da praia do Futuro, sem dúvidas, diferentemente de outras praias de Fortaleza, ela se caracteriza como um espaço onde todas as classes sociais, não só de Fortaleza como da região metropolitana, frequentam.
Praia do Futuro em 1972.  Acervo pessoal

Década de 70 - Arquivo Pessoal

bairro da Aldeota expandiu-se com a ocupação dos moradores “endinheirados” passando em prestígio antigos bairros da cidade - JacarecangaBenfica, Bairro de Fátima - que possuíam uma ocupação com residências de luxo. 
Essa expansão em direção à praia ultrapassou o Ramal Ferroviário Parangaba-Mucuripe, chegando às terras chamadas de Sítio Cocó, do Sr. Antônio Diogo Siqueira, que adquiriu as terras da margem esquerda do Cocó em direção ao Porto do Mucuripe, delimitando-se com os trilhos da ferrovia e a faixa de praia. 

Este recorte espacial era, em finais do século XIX e começo do século XX, “uma enorme extensão de terra com objetivos agro-pastoris, basicamente para o senhor Antônio Diogo, local para a criação de gado e salga da carne como objetivo de exportação do produto pelo porto do Mucuripe”. Lustosa da costa (1988).

Década de 70 - Arquivo Pessoal

A área possuía grande valor comercial pelas extensas salinas, sendo a principal situada à margem esquerda do rio Cocó, onde hoje se encontra a ponte sobre a Avenida Santana Júnior em direção à praia do Caça e Pesca. Segundo o Sr. Valdir Diogo, filho do proprietário, senhor Antônio Diogo, em entrevista em junho de 2004: “O comércio de salgar a carne era bastante usual e o preço do sal era muito caro, portanto adquirir uma salina era de vital importância”

Prolongamento da Avenida Santos Dumont em direção a Praia do Futuro em 1975

Jornal O Povo de 11/05/76 - Avenida Santos Dumont, aberta em meio as dunas, ao longe Edifícios Bagatelli e Demoselli em frente ao BNB Clube.

Diz a professora, Maria Clélia Lustosa da Costa (1988), que, passada a lucratividade do comércio da exportação de carne, a família Diogo vislumbrou a possibilidade de comercialização da grande faixa de terra. Com efeito, na primeira metade do século XX, dois loteamentos foram abertos, “Moderna Aldeota”, situado onde hoje atualmente está a Avenida Santos Dumont, chegando à Avenida Santana Júnior e bairro do Papicu, e outro loteamento junto ao porto do Mucuripe, chamado inicialmente de Antônio Diogo, no entanto modificado pelo nome popular, de loteamento da praia do Futuro

Final dos anos 70 - Arquivo Pessoal

No loteamento “Moderna Aldeota,” em inícios da década de 1960, especificamente em 1962, foi inaugurado o Hospital Geral de Fortaleza e, sete anos depois, a Cervejaria Astra, depois modificada a sua denominação para Cervejaria Brahma. Esta gradativa indução para a zona leste da Cidade propiciou a construção do primeiro conjunto habitacional de grande porte na zona leste da cidade - Cidade 2000 - em 1971. 

Final dos anos 70 - Arquivo Pessoal

Com a ponte do rio Cocó construída, criou-se um caminho para a zona sudeste da cidade, pela chamada Avenida Perimetral (atual Avenida Santana Júnior). 
Essa expansão foi gradativamente incorporando, de maneira desrespeitosa, o meio ambiente, pois o aterro de área de várzeas era cada vez maior para a construção de loteamentos, em direção às terras do senhor Patriolino Ribeiro, no atual bairro da Água Fria

Final dos anos 70 - Arquivo Pessoal

Diferentemente do que pensam algumas pessoas, a topografia das primeiras quadras do loteamento da praia do Futuro não era tão plana como se observa atualmente. Em entrevista de junho de 2004, o Sr.Valdir Diogo diz: “O loteamento Antônio Diogo foi bastante nivelado, pois havia ondulações de dunas no local e era permitido a época à utilização de máquinas D6, D8, motoniveladoras e posteriormente a isso, foi realizado o loteamento”

Quanto ao papel da mídia na abordagem da praia do Futuro, a começar da década de 1960, quando da consolidação do Porto do Mucuripe e dos terrenos contíguos, configuraram-se iniciativas que proporcionaram grandes matérias na imprensa sobre as condições de operacionalidade do porto do Mucuripe e algumas matérias sobre as condições de vida dos moradores ao redor do porto, e muito pouco sobre a praia do Futuro.

Anos 90 - Arquivo Pessoal

As manchetes do ano de 1964 ainda situavam sempre os mesmos problemas relacionados com a falta de infra-estrutura do porto do Mucuripe e da falta de recursos para resolvê-los. A
partir do ano de 1965, a praia do Futuro começou a ser de fato mais presente no dia-a-dia do fortalezense, como consequência da expansão de Fortaleza para leste. 

Anos 90 - Arquivo Pessoal

Em 1965, as manchetes já mostravam claramente a praia do Futuro no contexto da especulação imobiliária, na natural consolidação do loteamento da Imobiliária Antônio Diogo, além de infra-estrutura necessária para o crescimento do Porto do Mucuripe: 

“O Ouro da Praia do Futuro”, que fazia uma propaganda de venda do Edifício Belo Horizonte, O POVO 30 e 31/01/65; 


Observa-se em 1966 uma tendência de crescimento na área, pela consolidação do porto do Mucuripe, mesmo não existindo soluções definitivas em função de trabalhos importantes de dragagem e de tentativa, por parte dos gestores públicos, de resolver com recursos da União os problemas de uma maneira gradual.
Sendo assim, equipamentos de porte, do tipo fábrica de asfalto, induziram junto com as belezas naturais uma ocupação rarefeita, com edificações e até de opções de lazer, pois a jovem classe emergente local incorporava a praia do Futuro como área bucólica, dos amantes da natureza e liberdade de ações, e começou-se a preocupação com o futuro da Praia, como mostram as manchetes: 

Futurama reúne, clube que reunia na praia do Futuro a classe social
emergente de Fortaleza
, O POVO 04/10/66;
Fim da draga, retirada da draga que trabalhou no porto do Mucuripe, O
POVO 17/05/66;
Embelezar a cidade é salvar a praia do Futuro, O POVO 15 e 16/10/66. 

Anos 90 - Arquivo Pessoal

Começavam a se preocupar, pelo menos nas páginas de jornais, com a melhoria da arborização da praia do Futuro, que ao que parece não foi de fato realizada, como transcreve a matéria, (O POVO 15/16/10/66): 

O Departamento de Paisagismo foi informado de que um trecho da Praia do Futuro a poucos metros do mar está sendo loteado. Por isso vai procurar o prefeito Murilo Borges para pedir que a denúncia seja averiguada, pois segundo o Sr.Carlos Belandi (Diretor do Departamento de Paisagismo da Prefeitura) a área se presta para a instalação de bosques, já tendo programado o plantio de Oiti cajueiro, Coqueiro e Castanhola. 

Fortune Drive In - Arquivo Jornal O Povo de 31/03/1967

No ano de 1967, observaram-se fatos transformados em manchetes. As manchetes negativas sobre a descontinuidade das obras do porto do Mucuripe deixaram de existir e só se falava de avanço e melhorias em toda a área, com locais para divertimento, como comprovam estas matérias: 

Companhia Docas faz do Mucuripe porto seguro, O POVO 26/04/67;
Fortune Drive in: Coração da Praia do Futuro, O POVO 15 e 16/07/67; 

Jornal O Povo de 21/05/78, W.C Típico das barracas de praia a época.

Em 1968, a praia do Futuro, mais consolidada como grande opção de lazer, suspirava uma sensação de possível “copacabanização”, sendo a atenção dos técnicos reportadas nos jornais sobre a necessidade de se tomarem providências no sentido de ordená-la. Com efeito, A Avenida do futuro, citando a necessidade do alargamento e iluminação da então via de calçamento Dioguinho, O POVO 22/04/68. 

Encontro do Rio Cocó com a Praia do Futuro em 2004 - Pedro Itamar de Abreu Júnior

Hoje, os “Chez Pierre, os Drive-in Bar, os Sombra Amena”, vão povoando de cumeeiras leves ou portáteis o antigo deserto de dunas e ventos fortes. Praticamente, os banhos de mar de Fortaleza se mudaram com armas e bagagens para o lado do velho Farol. Por que não iluminar a Praia do Futuro? A municipalidade deve acompanhar o povo, criando-lhe novas área de respiração.


Crédito: Praia do Futuro-Formas de Apropriação do Espaço Urbano 
de Pedro Itamar de Abreu Júnior 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Praia do Futuro


Foto antiga da Praia do Futuro - Anos 40

[...] Aproveito a oportunidade para uma explicação. A denominação praia do Futuro foi dada por mim, quando editorialista do Correio do Ceará. Mas o que eu queria dizer é que aquela era a praia de nosso futuro urbano, e não dar um nome definitivo a ela, sem sentido, aliás, para ser um nome próprio, para ter caráter toponímico. Mas o nome pegou e ficou [...] 





Jornalista J.C Alencar Araripe 
no jornal Diário do Nordeste em 31/07/95

Fotocópia da Manchete do Correio do Ceará de 4 de março de 1949.
As fotos aéreas da reportagem foram feitas pelo fotojornalista Luciano Carneiro, já estrela da redação Correio do Ceará. Luciano, então com 23 anos, tinha brevê da escola de pilotagem do Aero Clube de Fortaleza, o que lhe permitiu fazer as fotos aéreas da reportagem da futura Praia do Futuro, até então um imenso areal à beira-mar, sem acesso de transportes por terra ao centro da capital. No final dos anos 1940, as praias de Iracema e Mucuripe eram as mais frequentadas da região. crédito: http://blogdoims.com.br


Ocupação no alto da Duna por mansões e favela do Luxou em 23/05/2004.
Foto de Pedro Itamar de Abreu Júnior

"Vê-se o descaso da população de baixa renda com o ambiente vivido, em função da falta de identidade com a área e ausência de Educação Ambiental. A maioria dos habitantes que moram em meio de ruas e áreas de preservação, ainda não se apropriaram do espaço como definitivamente seu, até porque são terrenos que nunca lhes pertenceram legalmente, pois estes terrenos são de gerenciamento do poder público e de particulares. Isso se deve ao fato de que muitos desses ocupantes moram em terrenos da imobiliária Antônio Diogo (terrenos particulares), de áreas de preservação no alto das dunas, margem do rio Cocó (Prefeitura Municipal) e faixa de praia (terrenos da União)."  Pedro Itamar de Abreu Júnior

Praia do Futuro, hoje tomada por barracas, boa parte fechada, já serviu de pasto para carneiros. Foto Geraldo Oliveira do jornal Unitário de 1975. Acervo Lucas
A Praia do Futuro não é só uma praia, é também um bairro na área leste de Fortaleza. É considerada uma das mais conhecidas praias do Nordeste. Com aproximadamente 6 km de extensão, possui um corredor de "barracas" (restaurantes com comida típica e frutos do mar), feitas normalmente de palha de carnaúba, onde são servidos uma variedade de pratos típicos. A praia tem muito movimento nos dias de quinta-feira à noite, dia da tradicional caranguejada, prato típico.


Antigamente, as barracas da praia do futuro eram apenas palhoças de madeira. Crédito Jornal O Povo de 09/03/1983 - Barracas típicas de tábuas à época na Praia do Futuro.

Como bairro a "Praia do Futuro" está dividida em Praia do Futuro I e II. A área apresenta alguns problemas urbanos como a ocupação de terras públicas por habitantes de baixa renda, criando áreas de favela e sem planejamento urbano.

Barraca Saporil - Praia do Futuro
Jornal O POVO de 05/05/1976: A origem do nome Saporil é indefinida. Antônio Wanderley e Francisco de Assis Soares da Silva que trabalharam no bar durante três anos, tentam uma explicação: “No começo havia lagoa por todos os lados e, à noite, os sapos faziam muito barulho, foi daí que o nome apareceu”

A Praia do Futuro é a praia preferida dos banhistas de Fortaleza, por ser uma das únicas que não é poluída. Ocupa 8, dos 25 quilômetros da capital. Faz divisa: oeste com a Praia do Mucuripe, e leste com a Praia do Caça e Pesca/Sabiaguaba (foz do Rio Cocó). 


Fortune Drive in-Coração da Praia do Futuro em 1967 - Arquivo OPovo

Restaurante Bola Branca - Jornal O Povo de 10/04/1975

Casa de shows - Balanço do Mar - Reativação da Praia do Futuro em breve, matéria sobre dois novos restaurantes: Balanço do Mar e Fogão. Jornal O Povo 19/05/78

Barraca Balanço do Mar - Praia do Futuro. Acervo Totonho Laprovitera

Suas barracas tem diferentes estruturas e diferentes frequentadores. As mais conhecidas são Chico do Caranguejo (Desde 1987) e Crocobeach, porém existem outras bastante conhecidas, como a Vira Verão, que é point de gente jovem; a Itapariká, que tem ótima estrutura para crianças, com um parque aquático, pra quem não quer se preocupar com as crianças.

Barraca Chico do Caranguejo

Crocobeach

Crocobeach

Barraca Itapariká

Não se pode deixar de comentar sobre as noites de quinta-feira, que tem shows de humor, forró, projetos de DJs com todos os gêneros musicais, e principalmente, a caranguejada, que é o prato mais conhecido e saboreado da praia.
Os hotéis com ótima infra-estrutura, com destaque para o Hotel Vila Galé, 5 estrelas, o mais requisitado do local.
Entretanto, não posso deixar de falar sobre a realidade: a sua estrutura não é completamente perfeita: muitos camelôs são inconvenientes. Sem falar na sua vizinhança: prédios abandonados, hotéis falidos e favelas, essa última vem crescendo constantemente, prejudicando a segurança dos turistas e dos próprios fortalezenses. Felizmente, nada como um bom caranguejo para você apreciar e esquecer estes problemas.

Praça 31 de Março. Foto publicada no Jornal O Povo em 29/04/1991


Antiga Praça 31 de Março, na Praia do Futuro-Jane Bandeira

\O Atenção na hora do banho O/

A praia é consideradas umas das mais perigosas, por possuir muitas valas e fortes correntezas.
Mas existem também muitas piscinas naturais onde as crianças podem brincar a vontade.


Praia do Futuro - Anos 50


História da Praia do Futuro

A avenida do futuro

Desbravando as dunas da Praia do Futuro.
Anos 70. Foto: Nelson Bezerra
Com as obras de início do Porto do Mucuripe (1939-1942), um loteamento criado em 1950 pela Imobiliária Antônio Diogo, na área da Praia do Futuro, surge como possibilidade de suprir as necessidades da elite fortalezense que buscava outro local para lazer.

"A partir da década de 1960, o porto do Mucuripe começou a ser questionado quanto a sua funcionalidade e necessidade de melhorias e a praia do Futuro (Loteamento Antônio Diogo), junto a ele, passou a figurar na mídia local com maior intensidade. Para isso, foi muito importante a necessidade de praias com balneabilidade. 

Subida para o Clube Caça e Pesca na Praia do Futuro.
Anos 70. Foto: Nelson Bezerra

A colocação, nos planos diretores, à época da incorporação da faixa de praia como algo que já acontecia em outras cidades em desenvolvimento, e que deveria ser vista com melhores olhos pelos gestores municipais, era um consenso nacional. A ligação do mar com a saúde, por intermédio de espaços de lazer e descanso, passara gradativamente a ser um ideário, principalmente das classes média e alta.
Isso foi demonstrado pela pesquisa hemerográfica como reflexo das expectativas da população de Fortaleza, que começou a cobrar dos poderes públicos uma nova área de lazer para a cidade, em função da impossibilidade de balneabilidade das praias de Iracema, Formosa e Meireles."  Pedro Itamar de Abreu Júnior

Lançamento imobiliário, em 31/01/1965, na novinha Praia do Futuro. Jornal O Povo

"A partir da década de 1960, a praia do Futuro já surgia como expansão imobiliária, haja
vista a propaganda do jornal, que trata da construção de um prédio chamado Belo Horizonte, que comprovadamente não foi edificado." 

A expansão em direção a esta praia, ultrapassou o ramal da Estrada de Ferro Parangaba-Mucuripe, onde se encontrava o chamado Sítio Cocó, estendendo-se desde o ramal ferroviário até a margem esquerda do rio Cocó
A transposição da barreira física da via férrea e a incorporação dos terrenos de praias, dunas e mangues do Sítio Cocó, tiveram início quando a Prefeitura Municipal de Fortaleza autorizou, em 1954, o processo de parcelamento do Sítio Cocó e o loteamento Antônio Diogo, a chamada Praia do Futuro. Com os trabalhos do Porto do Mucuripe em andamento, mesmo em um ritmo lento, os terrenos situados nas suas proximidades foram sendo valorizados. 
A Imobiliária Antonio Diogo, em 1950, loteou uma área, que se estendia do Farol do Mucuripe até a Barra do Rio Cocó. Compreendia 7 quilômetros de comprimento por 600 metros de largura. Cada uma das quadras, divididas em 12 lotes, tinha 20 metros de frente por 40 de fundo. (JUC, 2003a, p. 134). 


A Praia do Futuro, foi por muitos anos, área exclusiva de instrução para jovens aviadores do Aero Clube do Ceará.  Arquivo Nirez

O jornal "Correio do Ceará" edição 11481, de 6ª feira, dia 04 de março de 1949 publicou grande reportagem de uma página com chamada na primeira página, de autoria de Luciano Carneiro, intitulada "A Praia do Futuro ainda não tem nome, os aviadores que a amam, chamam-na de "praia por trás do farol do Mucuripe". Na foto, vemos da esq. p/ dir.: Waldir Diogo, Olavo Rodrigues, Faustino de Albuquerque, Paulo Cabral, Adahil Barreto, Murilo Mota. 


"Com as linhas de transporte coletivo expandindo-se cada vez mais, passa Fortaleza a propiciar aos seus habitantes do subúrbio a oportunidade de chegar às zonas de praia com grandes facilidades. As praias Formosa, Meireles e Iracema eram as frequentadas a época, aparecendo daí problemas quanto ao conflito da presença das diferentes classes sociais, comportamento, segundo as elites que frequentavam  incompatíveis com a boa higiene e costume. 

"Em virtude da crescente afluência de usuários, em 1956, as praias já eram consideradas sujas, com lixo acumulado. Reclamava-se da “ molecagem e mulheres de má reputação que invadem trechos para onde se deslocam às famílias..." (JUCÁ, 2003:141). 

Sendo assim, novamente as classes abastadas, como de costume, começaram a pensar, mesmo mantendo-se na mesma atividade de lazer praiano, de se afastar dessas pessoas. Foi aí que o loteamento, criado em 1950 pela Imobiliária Antônio Diogo, foi de acordo com as necessidades dessa elite que gradativamente se deslocava para a então Praia do Futuro. "  Pedro Itamar de Abreu Júnior


Outra foto dos intelectuais na futura Praia do Futuro - Arquivo Nirez

Personalidades e intelectuais visitam a Praia do Futuro, ainda pouco frequentada. 
Arquivo Nirez

Sobre a incorporação da área da Praia do Futuro, Dantas (2002, p. 69) assevera que este foi o último trecho de praia incorporado à zona urbana de Fortaleza: 

[...] na qual predominavam usos tradicionais, e que, a exemplo de outras praias, incorporou-se ao espaço urbano, ora como periferia de zona portuária (o Porto do Mucuripe), ora como lugar ocupado para responder à demanda das classes abastadas que frequentavam a praia do Meireles.


Praia do Futuro nos anos 60 - Arquivo de Alexandre Montenegro

No ano de 1968, já era procurada como opção de diversão em Fortaleza. Relata Abreu Júnior (2005, p. 182) que diz: "A partir de finais da década de 1970 e início da década de 1980, os terrenos na Beira-Mar, no bairro do Mucuripe até o estuário do rio Cocó, passaram a ser cada vez mais valorizados em função de uma crescente divulgação que existia uma área em Fortaleza que seria a futura Barra da Tijuca do Ceará, referindo-se a Praia do Futuro. Estes fatores foram determinantes para um grande movimento imobiliário em Fortaleza, em direção a essa área."


Praia do futuro no final da década de 70. Foto de Luiz Eduardo Bezerra

Uma reportagem do jornal O Povo, de 22 de abril de 1968, intitulada 'A Avenida do Futuro', se referia a necessidade do alargamento e iluminação de uma das vias de acesso, de nome Dioguinho.


Nilson Júnior, Débora e Torquato Neto sobre o muro em frente ao primeiro edifício erguido na Avenida Dioguinho. "Em janeiro de 1983, passamos férias em Fortaleza e ficamos alojados em um apartamento do referido prédio." Nilson Montoril

Nilson Montoril e Rosa Araújo na praia do Futuro, em agosto de 1980.
Arquivo Nilson Montoril


Essa foto é de data desconhecida, mas deve ser da década de 80

Foto de 1960. Imagem rara da Beira-mar, Praia do Futuro (à esquerda) e Porto do Mucuripe


Dunas da praia do Futuro e o Porto do Mucuripe, final dos anos 60

Foto do início dos anos 70


Hoje a Praia do Futuro é a mais badalada de Fortaleza, tem cerca de 07 km de extensão com águas claras, dunas e um corredor de barracas que fazem a festa de moradores e visitantes, com frutos do mar e bebidas típicas.

Final dos anos 70

Empreendimento Vereda Atlântica, 23-04-1977

Praia do Futuro - Anos 80


Anos 80

A Praia do Futuro tem início à partir do Mucuripe até a foz do Rio Cocó, numa extensão de 6 km. Famosa e movimentada, tem uma infinidade de barracas, onde são servidos pratos típicos, com especialidade em mariscos e peixes, além de promoverem shows e festas noturnas. Praia reta com faixa larga de areia clara e fofa, dunas e ondas fortes.


Foto de 1982

Final dos anos 80


Vista do antigo Restaurante Sandra's. Foto dos anos 90 - Acervo Fortal 

E por último um vendedor de picolé da Praia do Futuro que já foi até para o programa do Ratinho:



Como chegar: Distâncias: 3 km (Beira Mar) 7 km (Centro)
Ônibus de acesso: Praia Circular, Caça e Pesca, Papicu/Caça e Pesca.


Parte II



Crédito : Fortal, Praia do Futuro-Formas de Apropriação do Espaço Urbano de Pedro Itamar de Abreu Júnior e pesquisas na internet

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