Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Vila União
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Os homenageados nas ruas da cidade - Parte VIII



O jornalista, ex-vereador e ex-deputado João Eduardo Torres Câmara (João Câmara), nasceu em Aquiraz, no dia 12 de dezembro de 1842. Fundou em 1895, o Almanaque da Cidade de Fortaleza, que a partir do ano seguinte seria Almanaque Administrativo, Estatístico, Mercantil, Industrial e Literário do Estado do Ceará, ou simplesmente Almanaque do Ceará.

Faleceu em Fortaleza no dia 06 de outubro de 1906, aos 64 anos de idade. Após sua morte, o Almanaque do Ceará passa a ser editado por seu filho Sófocles Torres Câmara (Sófocles Câmara) até 1931, quando passou para Joaquim da Silveira Marinho, que em 1941 entregou à dupla Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, passando em 1947 para A. Batista Fontenele e Leopoldo C. Fontenele, que o editou até 1961.
 

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Ex-vereador e comerciante, Joaquim da Cunha Freire foi o  primeiro e único Barão de Ibiapaba. Nasceu em Caucaia no dia 18 de outubro de 1827.  
Era filho do português Felisberto Correia da Cunha e de Custódia Ribeiro da Cunha e irmão de Severiano Ribeiro da Cunha, o Visconde de Cauípe.

Joaquim da Cunha foi presidente da província do Ceará por sete vezes: De 24 de abril a 26 de julho de 1869/ De 13 de dezembro de 1870 a 20 de janeiro de 1871/ De 26 de abril a 27 de junho de 1871/ De 8 a 12 de janeiro de 1872, em 30 de outubro de 1872/ De 12 de setembro a 13 de novembro de 1873 e de 21 de março a 23 de outubro de 1874.

Casou-se com D. Maria Eugenia dos Santos. Dedicou-se a carreira comercial e soube acumular avultada fortuna, tendo colaborado para melhoramentos materiais de Fortaleza.
O Barão de Ibiapaba morreu no Rio de Janeiro em 13 de outubro de 1907. 

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Tristão de Alencar Araripe nasceu em Icó em 7 de outubro de 1821. Era filho do coronel Tristão Gonçalves de Alencar Araripe e de D. Ana Tristão de Araripe - intitulada, Ana "Triste". Foi casado com sua prima-irmã Argentina Franklin de Alencar Lima, com quem teve oito filhos, entre os quais, Argentina de Alencar Araripe, casada com João Tomé da Silva.

Tristão de Alencar passou por diversos cargos públicos: Juiz municipal de Fortaleza, juiz de Direito de Bragança, na então Província do Pará,  juiz especial do Comércio de Recife, desembargador das Relações da então Província da Bahia e da Província de São Paulo e da Corte. Presidente do Rio Grande do Sul e da Província do Pará, ministro do Supremo Tribunal de Justiça, ministro da Justiça e da Fazenda (no governo de Deodoro da Fonseca), chefe de polícia na então Província do Espírito Santo (1856), Pernambuco (1858) e Ceará. Conselheiro de Estado; presidente das províncias do Rio Grande do Sul e da então província do Pará,  deputado da província do Ceará (em três legislaturas), oficial da Imperial Ordem da Rosa e Membro de inúmeras associações culturais dentre elas o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal permaneceu no cargo até a sua aposentadoria, em 25 de janeiro de 1892.

Morre no Rio de Janeiro em 03 de junho de 1908, aos 86 anos de idade.
Hoje é nome de rua no Centro de Fortaleza, indo até o Bairro de Fátima, com o nome de Rua Conselheiro Tristão.

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Dr. Paulino Nogueira Borges da Fonseca nasceu em Fortaleza, no dia 27 de fevereiro de 1842.
Era filho de Francisco Xavier Nogueira e de Maria das Graças Nogueira. Neto pelo lado paterno de Pedro da Costa Moreira e de Maria Nunes de Lima e pelo lado materno do Capitão Antonio Borges da Fonseca e de Rosa Maria do Sacramento, do qual era bisneto materno de Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, que governou o Ceará de 25 de abril de 1765 a 3 de novembro de 1781. Teve dez irmãos, dentre eles, o padre Francisco Xavier Nogueira, que foi presidente do Poder Legislativo no Ceará.

Casou-se duas vezes. A primeira em 22 de dezembro de 1866, com Ana Franklin de Alencar, filha do tenente-coronel João Franklin de Lima e de Maria Brasilina de Alencar (tia materna de José de Alencar), com quem teve dois filhos:
João Franklin de Alencar Nogueira (25 de outubro de 1867 - 2 de dezembro de 1947 - Engenheiro civil, historiador e escritor) e Maria Nogueira, falecida em 1869.

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Recife. Pouco depois foi nomeado promotor público de Saboeiro em substituição a Antônio Pinto Nogueira Acioli, cargo que deixou por ter sido escolhido pelo presidente Homem de Melo para ser oficial-mor da secretaria do governo, mas foi exonerado por Melo e Alvim, que sucedeu Homem de Melo, por divergências políticas. Voltou a fazer parte do governo provincial como secretário no governo do Barão de Taquari e no de Freitas Henriques. Exerceu os cargos de professor de Latim e diretor do Liceu de Fortaleza, inspetor geral da instrução pública, deputado geral por duas legislaturas (1872 e 1879) e vice-presidente da província, em cuja qualidade assumiu o governo provincial das mãos de João José Ferreira de Aguiar até o empossamento de Nogueira Accioli. Pelas reformas que realizou na instrução pública da província, foi condecorado com a Imperial Ordem de Cristo (1871).
Faleceu em Fortaleza, aos 66 anos em 15 de junho de 1908.
  
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Emília Freitas nasceu em 08 de janeiro de 1855 na antiga União, hoje Jaguaruana. Foi uma intelectual engajada, inclusive na causa abolicionista. Sua obra foi permeada pelas suas visões políticas e questionamentos à sociedade, assim como a cultura que recebeu em seus estudos (Emília falava inglês e francês) e sua visão de Brasil (a autora morou em Fortaleza e em Manaus, cidades que ela usa com muita intimidade como cenários em seu livro A Rainha do Ignoto).
Filha do tenente-coronel Antonio José de Freitas e de Maria de Jesus Freitas, após o falecimento do pai, a família resolve se mudar para Fortaleza, onde Emília estuda francês, inglês, geografia e aritmética, num colégio particular. Mais tarde se transfere para a Escola Normal, formando-se profesora.
Em 1873 começa a colaborar em diversos jornais literários do Ceará como Libertador, Cearense e O lyrio e a brisa, além de outros de Belém do Pará. A maior parte dessas poesias foi depois compilada no volume intitulado Canções do lar.
Um ano depois, após a morte da mãe, muda-se para Manaus em companhia de um irmão, exercendo o magistério no Instituto Benjamin Constant, destinado à instrução de meninos. Em 1900, casa-se e retorna ao seu estado original com o marido, o jornalista Antonio Vieira, redator do Jornal de Fortaleza




Emília de Freitas participa ativamente da Sociedade das Cearenses Libertadoras, que tinha caráter abolicionista, tendo inclusive discursado em 1893 na tribuna, fato este muito aplaudido e noticiado nos jornais.

Em 1899, sai A rainha do ignoto, sua principal obra, a que deu o curioso subtítulo de "romance psicológico". Trata-se de uma trama novelesca absolutamente insólita, marcada por traços ficcionais, que é considerada por alguns especialistas como um dos trabalhos pioneiros do gênero fantástico ou maravilhoso no Brasil. A autora consegue com rara habilidade acomodar o fantástico no plano da regionalidade e promove uma incursão pelo imaginário, chegando até o inverossímil.
Com a morte do marido, Emília retorna para Manaus, onde falece em 18 de outubro de 1908
, aos 53 anos de idade.


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Antônio Fiúza de Pontes nasceu em Lavras no dia 14 de junho de 1876, filho de Antônio de Pontes Fiúza Lima e Maria Umbelina de Carvalho Pontes. Estudou em Aracati (curso de latim do Cônego João Francisco Pinheiro), Fortaleza (Instituto de Humanidades e Liceu do Ceará) e Recife (Faculdade de Direito, turma de 1902). Promotor Público de Monte Alegre e São Miguel do Guamá (PA). Professor da Faculdade Livre de Direito do Ceará. Deputado Estadual e poeta, pertenceu ao Centro Literário, não chegou a publicar os livros Miosótis e Tempos Idos. É de sua autoria a Memória Histórica da Faculdade Livre de Direito do Ceará (1907). 

Em 19 de fevereiro de 1909, morre, aos 32 anos de idade, vítima de apendicite, em Fortaleza.




Leia também:

Parte I
Parte II
Parte III
Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza, Portal da História do Ceará, Wikipédia, Carta Capital, 1001 Cearenses Notáveis-F. Silva Nobre.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012



2012 foi um ano maravilhoso para o Fortaleza Nobre, muitas histórias que tive o maior prazer em pesquisar e aprender para trazer aos leitores do blog. Foi também gratificante acompanhar o crescimento da nossa Fan Page. A participação das pessoas em cada foto postada, foi essencial para esse sucesso! Cada curtida e cada compartilhamento, era uma alegria e um atestado de que o FN* está no caminho certo! Hoje nós já somos mais de 6.600 e tenho certeza que 2013 será ainda melhor, pois voltarei cheia de novidades e com a bateria recarregada e um estoque de fotos antigas, ainda maior! 
Na nossa Fan Page, já foram postadas mais de 1.600 fotos antigas. 

Aqui no blog, já chegamos a 990 seguidores e conforme estatística do Blogger, só no mês passado tivemos 36.628 visualizações da página. E fora o Brasil, o blog já atingiu os Estados Unidos, Suécia, Portugal, Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Rússia e Bélgica. Estamos chiques demais! 

Ah, não posso esquecer de agradecer aos amigos do Twitter que vira e mexe, retweetam nossos assuntos e atraem mais seguidores e amigos, valeu mesmo!

Bom, foi pensando em todos vocês que resolvi fazer essa retrospectiva, espero que gostem!!! 









No Auge da Leste-Oeste

...Foi nessa época e nesse ambiente que surgiram e floresceram os inúmeros bares, boates e inferninhos da nova e recém inaugurada Avenida Leste-Oeste. A cidade crescia vertiginosamente, puxada pelo “milagre econômico” e sob a batuta da Gloriosa Revolução de 64. 

Dos Elegantes Cafés vindos do século XIX ao varejo atual

...Existiam ainda na praça quatro quiosques que se denominava “café do Comércio”, “café Iracema”, “café Elegante” e “café Java” – o mais antigo, pois data de 1886 e se tornara o principal ponto de reunião da fina flor da cidade, e dos famosos intelectuais da inovadora Padaria Espiritual.








Primeira estação radiotelegráfica de Fortaleza - Uma casa, duas antenas e 3  gerações

Em 1922 instalou-se a primeira estação radiotelegráfica de Fortaleza na Praia do Peixe com duas grandes torres (antenas). Os escritórios ficavam no prédio da Fênix Caixeiral, na Praça Marquês do Herval, na Rua General Sampaio, esquina com Rua Guilherme Rocha, onde hoje fica o edifício do CEMJA.



Colégio Lourenço Filho - 74 anos

... Para patrono da instituição, escolheram o professor Lourenço Filho, que na época já ultrapassara as fronteiras nacionais, devido às suas realizações na área da Pedagogia. No ano de 1939, foi instalado o Curso Ginasial e, em seguida, o Normal e o Colegial. Não foi necessário muito tempo para que o Lourenço Filho fosse reconhecido pela sociedade como exemplo de educação no Estado.







Grupo Escolar Fernandes Vieira - Colégio Juvenal Galeno


Em 6 de setembro de 1923 no bairro de Jacarecanga, foi adquirida para propriedade do Estado a chácara localizada na rua Oto de Alencar frente para a Praça do Liceu. No dia 3 de outubro foi lançada a pedra fundamental para a construção do então Grupo Escolar Fernandes Vieira, pelo então presidente do Ceará Idelfonso Albano...


Clube dos Diários - Fatos Históricos


Em 18 de março de 1913, é fundado o Clube dos Diários, nascido de uma dissidência do Clube Iracema, e que se instalou no dia 23, no Palácio Guarani, no mesmo local antes ocupado pela Associação Comercial do Ceará.
Depois juntou-se ao Clube Iracema, denominando-se Clube Diários-Iracema.









O Correio do Ceará é um tradicional jornal de Fortaleza. Foi fundado em 2 de março de 1915 por Álvaro da Cunha Mendes*, mais conhecido por A. C. Mendes, empresário do ramo gráfico. A partir de 1937 passou a ser integrante do Diários Associados. Antônio Moreira Albuquerque, jornalista que nasceu em Granja (01 de jan. de 1918) e faleceu em Fortaleza (1998), foi secretário do "Correio do Ceará" por vários anos nas décadas de 50,60 e 70.


De Serviluz a Coelce - A Companhia Energética do Ceará

... Desde 1912 a Capital era servida pela luz e força da Light, companhia inglesa que explorou o bonde, ônibus, além de luz e força, sempre com precariedade.
A empresa foi municipalizada, transformou-se em Serviluz, Conefor e finalmente em Coelce.

Fábricas em Fortaleza

...A Gelatti, marca uma nova era, um divisor de águas, pois antes existiam pequenas fábricas de picolés semi-artesanais como a "Princesinha"(na Barão de Aratanha dos irmãos Arruda) e a Gelatti se estabelece com equipamentos modernos, em escala industrial, onde até o carrinhos eram diferentes e os vendedores, trabalhavam uniformizados e de boné.








Avenida Santos Dumont - Antiga Rua do Colégio das Órfãs

...uma das vias mais longas da cidade com mais de oito quilômetros ligando o bairro Centro a zona leste de Fortaleza chegando até a Praia do Futuro cruzando o bairro Aldeota. A avenida começa estreita e de sentido único oeste-leste a partir da rua Coronel Ferraz sendo alargada a partir da rua Dona Leopoldina. A partir da rua Tibúrcio Cavalcante a avenida ganha um canteiro central e passa a ser de sentido duplo.

Rua General Sampaio - Antiga Rua da Cadeia 

Há tempos, muitos anos atrás, a rua General Sampaio se chamava a rua da Cadeia, porque lá no início, próximo à Estação de Trem, estava situada a Cadeia Pública. Esta região era a mais procurada para moradia. Constituía-se a área nobre da provinciana capital do Ceará.

Manuel Morcego e Tristeza

...Na adolescência à juventude, resolveu trabalhar na Construção da nossa Catedral da Sé. Tornou-se um audaz servente e chegou a ser pedreiro da Sé. Sua habilidade não chegou a tanto, porque designado para trabalhar na construção da torre da Igreja, certa vez, escorregou de um andaime que falseara com o vento, logo veio a cair das alturas. Tamanha foi à destreza e agilidade, que, ao cair rolando altura a baixo, deu de encontro às estroncas segurando a uma delas, como se dizia, "agarrando-se com unhas e dentes", enfrentando o medo de morrer ao cair daquelas alturas. Salvou-se graças a ajuda dos demais operários que, num átimo, o socorreram rapidamente.

O Otávio Bonfim dos velhos tempos...

Na década de sessenta, por exemplo, o bairro Otávio Bonfim, oficialmente Farias Brito, na zona oeste da capital, tinha um charme bem particular. Não era de classe alta. Também não estava na linha da pobreza.






Tragédia na inauguração da Av. Leste-Oeste


Foi como se, por alguns segundos, tudo houvesse ficado em silêncio. Como se o tempo houvesse parado um pouco para que as pessoas pudessem entender o que estava acontecendo. Acho que eu nem respirava.

- Caiu! – gritou alguém.

E o tempo voltou a funcionar. Houve gritos e correria. Verdadeiro pânico tomou conta da multidão. Lembro bem de um caminhão de bombeiros saindo, com a sirene ligada, um de seus soldados correndo e se pendurando nele.


Espaços da elite na capital cearense

No século XIX, a capital cearense sofre intervenções no seu traçado urbano. Em um primeiro momento, no ano de 1818, quando o urbanista Silva Paulet projeta a planta de Fortaleza em formato xadrez, e em um segundo momento, no ano de 1875, por Adolfo Hebster, que deu continuidade ao projeto, finalizando a “Planta Topográfica de Fortaleza” que tinha por finalidade disciplinar a expansão urbana e racionalizar os espaços da cidade, eliminando becos e vielas...

Avenida Pessoa Anta - Rua da Praia

A Avenida Pessoa Anta que até então era apenas um caminho chamado "Caminho da praia", foi surgindo com a chegada do progresso e dos históricos prédios, passando a chamar-se Rua da Praia em 1932.













50 Anos da Avenida 13 de Maio

Depois da inauguração da Paróquia de Fátima, na Av. 13 de Maio, no ano de 1955, o bairro veio a ser cobiçado como promissor, e, em grau de importância, chegou a ser dito por muitos que seria o bairro do futuro, tão importante quanto a Aldeota. 

Greve dos portuários - A Construção da trama


Durante o quatriênio de 1900 a 1904, o Governo do 
Ceará estava nas mãos de Pedro Augusto Borges, aliado de Nogueira Accioly que administrou o Estado de maneira a reforçar o poderio da Oligarquia Acciolina. 


Escola Johnson - 50 Anos

...Mais tarde, com o regresso da família Johnson aos Estados Unidos, a escola passou para o quadro da Secretaria de Educação do estado do Ceará, em novas instalações no Bairro Engenheiro Luciano Cavalcante e hoje é denominada Escola de Ensino Fundamental e Médio Johnson.

O cordão das "Coca-colas"

Nos idos de 45, terminada a Segunda Guerra Mundial, os soldados americanos retornavam ao seu país de origem e as "coca-colas" ficaram desativadas. Mas não estavam mortas, tanto assim  que continuavam a desfilar seu charme e sua elegância pelas streets da urbe, motivando as mais variadas reações: as velhas e respeitáveis matronas, guardiãs da sagrada moral cristã, resmungavam, olhavam de esguelha, condenavam as meninas ao fogo eterno do inferno e até benziam-se. "T'esconjuro, filhas do mal!"...







Escola Normal do Ceará -  De 1884 à 1922 (Parte I)

Fundada em princípios filosóficos e educacionais, defendidos por intelectuais da época, como Thomaz Pompeu de Souza Brasil Filho, os professores José de Barcellos e Amaro Cavalcanti, dentre outros, a Escola Normal  do Ceará concretiza, oficialmente, ao final do século XIX os anseios de igualdade, mesmo que fosse de uma “igualdade formal”, presentes na ideia de criação de uma escola pública de formação de professores. 

Colégio da Imaculada Conceição - Fatos Históricos

...Pela manhã, os congressistas visitaram o Colégio da Imaculada Conceição. Às 15 horas, foram recepcionados pelo Interventor Carneiro de Mendonça, depois do que visitaram o Sanatório de Messejana e a casa em que nasceu José de Alencar.

Bairro Vila União

O crescimento populacional da Vila começa depois da Segunda Guerra Mundial com o loteamento de terras da área. É um bairro com uma população dividida entre classe média, média alta e pobre.

É isso amigos! O ano está acabando e eu só tenho a agradecer o carinho de todos e espero contar com vocês no próximo ano!

Forte abraço

Leila Nobre


*FN = Fortaleza Nobre

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Bairro Vila União




Foto Fortalbus - Vamos para o Vila União?

O bairro Vila União foi fundado pela Prefeitura de Fortaleza em 23 de agosto de 1940. Antes de ser chamado Vila União, aqui eram terras de propriedade da Sra. Maria de Conceição Jacinto, que em 1938 vendeu-as para o Dr. Manoel Sátiro, que logo tratou de lotear as terras. Vindo ela da cidade de União, hoje chamada Jaguaruana, deu o nome do loteamento de Vila União. Antes a localidade se chamava Barro Preto.


O bairro atraía muita gente para o Clube Vila União, famoso pelos bailes mominos e tertúlias - Arquivo Diário do Nordeste

O crescimento populacional da Vila começa depois da Segunda Guerra Mundial com o loteamento de terras da área. É um bairro com uma população dividida entre classe média, média alta e pobre.

Escola Cordeiro Neto - Foto de Wellington Leão

Continua a ser um dos bairros mais tranquilos da capital: Ainda se vê cadeiras nas calçadas. Segundo o IBGE hoje vivem cerca de 17 mil moradores e, tem três favelas importantes: Favela do Carvão, Jagatá e Complexo Lagoão


Muito útil esse 'Informador de ruas' do Vila União  - Foto de Wellington Leão

Defronte a praça central encontra-se a sede do Vila União Atlético Clube¹ que tem enfrentado dificuldades desde a década de 80 com o declínio dos clubes sociais. A população do bairro que compõe a maioria dos associados, no intuito de preservar o clube não deixando ir à bancarrota, iniciou nos últimos anos um processo de renovação, cancelando a realização de eventos que viessem a incitar a violência e promovendo o resgate dos valores que ensejaram a constituição inicial. Hoje o clube ainda sobrevive e é mantido com muitos esforços da coletividade e dos sócios através de bingos, festas e outros eventos. A população do bairro participa diretamente das atividades do clube Vila União, sendo certo que muitos moradores prestam serviços garantindo um incremento importante de renda. Porém o bairro procura suprir essa dificuldade há 20 anos com uma liga denominadaLiga Desportiva do Bairro da Vila União que presta um grande trabalho sócio-esportivo todos os anos, tirando meninos e jovens do mundo das drogas e encaminhando para o esporte e cidadania.

Igreja Matriz do Vila União - Foto de Wellington Leão

Com o implantamento de um sistema de transporte urbano chamado VLT (veiculo leve sobre trilhos), a comunidade Lauro Vieira Chaves travou uma árdua batalha contra os poderosos da especulação imobiliária que junto com o governo Cid Gomes ameaçavam retirar várias famílias de suas residências e jogar as pessoas para 14km de distância sem uma mínima estrutura, quebrando laços de família, união, dignidade, mais os moradores se uniram, foram a luta e conseguiram mudar o traçado do VLT, sendo assim permanecendo em seus lares.

Praça Matriz do Vila União - Foto de Wellington Leão

A estrada de ferro que passa pela Vila União liga Parangaba ao Mucuripe e foi construída em 1942. A Vila União foi sede da Prefeitura de Fortaleza.

A Lagoa do Opaia é uma das mais importantes áreas de lazer do bairro - Arquivo Diário do Nordeste

Situado a cerca de 5 km do centro da capital, limita-se com os bairros do MonteseFátima. Em referido bairro localiza-se a Lagoa do Opaia e o parque homônimo. Limita-se ao sul com o terreno do Aeroporto de Fortaleza. É considerado um dos bairros mais centrais da cidade, sendo equivalente a distância para os limites de Fortaleza, razão pela qual é procurado para instalação da sede de empresas de transporte urbano e entregas. Onde fica localizado o maior Supermercado “G Barbosa”.

Escola Papa João XXIII - Foto de Wellington Leão

Tradicional bairro suburbano, o Vila União emergiu social e economicamente, por meio da moda 

No passado, a tranquilidade somente era interrompida pelo fluxo de carros que iam e viam do Pinto Martins. No mais, havia um cenário bucólico, destacado pela Lagoa do Opaia, as frondosas mangueiras, os cajueiros e uma comunidade pacífica, que se aglutinou desde quando o bairro se chamava Barro Preto

O comércio de confecções desenvolveu-se e hoje a região reúne mais de 40 fábricas de pronta-entrega - Arquivo Diário do Nordeste

O presente é o desenvolvimento do lugar, que se tornou um centro do comércio atacadista da moda, empregando pessoas da região e fora dela, gerando renda, desenvolvendo a rede de serviços, e favorecendo a moradia para diferentes segmentos da sociedade. 

Caravelle em 1982. Acervo Renato Pires
Para o pesquisador e memorialista Marciano Lopes, o fato é que tanto o Vila União chamava a atenção por ser um recanto pacato, até mesmo pelo excesso de movimentação no Aeroporto Pinto Martins, como também por mesclar as classes média e média alta. “Por ser um corredor para o aeroporto, através da Avenida Luciano Carneiro, as classes sociais se mesclavam, especialmente no Restaurante Caravelle, conta Marciano. 


Restaurante Caravelle -Acervo de Pompeu Macário

Para quem deixava familiares, parentes ou conhecidos no Pinto Martins (que atualmente possui seu terminal na Avenida Senador Carlos Jereissati), era quase imperioso parar na volta no Caravelle, onde se impõe a personalidade carismática de seu proprietário, Oscar Victor de Holanda, 77 anos. O restaurante tem mais de 50 anos de funcionamento.

“Nunca houve época ruim para o Caravelle. No passado, o aeroporto movimentava a casa. Hoje, é a comércio de confecções”, diz Oscar, ressaltando que foi obrigado a se adaptar aos novos tempo, introduzindo refeições self-service

É inegável que o setor de confecções atacadista alavancou o desenvolvimento do Vila União e se tornou um termômetro do setor na cidade, como afirma o presidente do Sindicato dos Corretores de Moda de FortalezaRegião Metropolitana (Sincom), José Afonso Bezerra Júnior. “Para nós, o Vila União é principal centro de venda de confecções. Hoje, encontra-se à frente do Montese e da Maraponga, avalia José Afonso. Ele informa que esse prestígio foi favorecido pela migração de mais de 40 fábricas de pronta entrega para aquele lugar, contribuindo na oferta de emprego e renda e diversificando os serviços do bairro. 

Colégio Aurélio Câmara - Foto de Wellington Leão


“Se temos ou não um comércio em ebulição na cidade basta darmos uma volta, pela manhã, no Vila União. Há muitos carros em frente às lojas e isso significa que o setor está em plena atividade atividade”, ressalta o presidente do Sincom, destacando que várias fábricas já se instalaram no bairro, após a descoberta por marcas famosas.

Não obstante o lado emergente do bairro, as mazelas de um espaço localizado no subúrbio de Fortaleza são ainda muito visíveis, mesmo que lá tenha funcionando por mais de nove anos a sede administrativa da Prefeitura de Fortaleza
¹Embalos de sábado - Tertúlias ficam na saudade 

O antigo Vila União Atlético Clube é um testemunho de como o bairro mudou seu perfil. A referência de uma agremiação suburbana, famosa pelas tertúlias da década de 1970 e os bailes carnavalescos, faz parte de um passado glorioso. 

A história é contada por um dos mais antigos moradores do lugar, o aposentado Francisco Jacinto de Sousa, 78 anos, popularmente chamado de Caboclo do Olho Cego

Caboclo do Olho Cego - Arquivo Diário do Nordeste

Ele chegou ao Vila União, quando ainda se denominava de Barro Preto. A mudança de nome, conforme conta, aconteceu de forma simplória: alguns moradores formaram um time de futebol, o União Atlético Clube e, então, o lugar onde ficava o campo da equipe era conhecido como a “Vila do União”.

Caboclo do Olho Cego acompanhou as mudanças do bairro, percebendo que o desenvolvimento era inevitável, assim como as mudanças que iam surgindo no modo de viver e de se divertir dos moradores. 

Do Clube Vila União, lembra as noites de sábado sempre repletas de gente do bairro e de localidades vizinhas, atraídas pelas animadas tertúlias. Ele conta que o lugar pacato sempre foi um atrativo para que pessoas de outros bairros de Fortaleza viessem desfrutar dos prazeres oferecidos no subúrbio, sem que houvesse – como aconteceu depois – a influência das drogas e da violência. 

“Era muito comum soldados da Base Aérea pularem o muro do Aeroporto e vir passar as tardes aqui. Havia um moço que tocava violão e animava as tardes até a hora que retornava ao seu posto de serviço”, conta. 

O Clube Vila União, ao contrário da maioria localizada no subúrbio que fechou suas portas, ainda está em funcionamento. As festas de carnaval deixaram de existir e, assim como as tertúlias, ficaram apenas na memória de que viveu aquela época. 

Contudo, com uma população inventiva, o clube ainda abriga os principais eventos sociais do bairro. No lugar, são festejados bodas, aniversários de 15 anos e médias e grandes confraternizações de fim de ano. O clube mantém uma quadra de esportes, salão de festas e um bar, que ficam sempre à disposição da comunidade. 


Editado em 07/12/2022:
"Achei estranho, uma matéria tão maravilhosa e rica em detalhes não citar nossa família "Parreão" ou os "Dantas" e nossas vacarias, ou mesmo o famoso Restaurante Alpendre da Vila e seus bailes sociais que vieram um pouco depois, mas que marcaram bastante a localidade, frequentado até pela Família Imperial Brasileira Orleans e Bragança, essas peculiaridades às quais todo nosso bairro e até bairros adjacentes conhecem. Não digo que pecou, a matéria, mas que lhe faltaram mais importâncias serem citadas. A praça do Vaqueiro, o Muribeca, a boate Boing, o Zé do Amâncio, o urubu que todos os dias desfilava na praça do Vila União à vontade, o Cordeiro Neto, o Aurélio Câmara, o "Papinha", a Horta, o terreno do seu "Zé Guedes", as "rezadeiras", o "Cará", os pedalinhos da lagoa, os chafarizes da praça e do "outro lado", a merenda do Zé do buzo, os quase 70 anos de Albert Sabin (aqui, em 1976), os campos da vacaria, corps, cebolão e horta, a feira dos cacarecos, o rio conhecido como "calombinhos", o caldo de cana na praça, as procissões e os dias de reis ( ficávamos trancados em casa, para não atender os chamados, rsrsrs). Não estou criticando, estou apenas acrescentando informações. Só recordando e agradecendo a matéria por trazer e me fazer lembrar de como aqui era prazeroso de se morar e a vontade de resgatar o "respeito de antigamente". Grato.
Daniel Dantas


Wikipédia/http://vilauniao.wordpress.com, Diário do Nordeste (Marcus Peixoto)

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