Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Especial 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte IV)
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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Especial 289 anos - Os homenageados nas ruas da cidade (Parte IV)



O senador Theodureto Carlos de Farias Souto (Teodoreto Souto), era cearense de Ipu nascido em 04/11/1841. Existe hoje uma rua com seu nome no Rodolfo Teófilo
Filho de José Francisco Souto Barateiro e de Ursulina Ferreira Passos, nasceu e foi batizado "em perigo de morte" na extinta freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, então sediada em Ipu. A dita freguesia foi extinta em 27 de outubro de 1883, sendo criadas em seu lugar as freguesias de Nossa Senhora da Conceição de Ipueiras e a de São Sebastião do Ipu. A Igreja de São Gonçalo passou a ser capela da freguesia de Ipueiras.

Foi bacharel pela Faculdade de Direito do Recife em 1865. Foi nomeado Coletor Municipal de Fortaleza, mas, exonerado no governo Homem de Melo, seguiu com os pais para o Rio de Janeiro e pôs banca de advogado em Cantagalo, onde, em 24 de julho de 1869, casou-se com Elisa Dietrich (1846 - 1923).

Foi deputado geral pela Província do Ceará de 1878 a 1881, no ministério de Sinimbu. Foi presidente das províncias de Santa Catarina, nomeado por carta imperial de 10 de fevereiro de 1883, de 28 de fevereiro a 29 de agosto de 1883, e do Amazonas, de 11 de março a 12 de julho de 1884.

Na República foi presidente do Banco do Brasil e senador pelo Ceará em 1891. 
Morreu em 11 de agosto de 1893, em Friburgo - RJ, aos 52 anos.



Adolfo Herbster - Engenheiro arquiteto a quem Fortaleza deve serviços de urbanização, descendente de suíços, nascera em Pernambuco em 04/05/1826.

Filho de pai Suíço-Alemão e mãe Francesa, veio para o Ceará quando tinha 29 anos de idade.

Adolfo Herbster casou-se duas vezes. A primeira com Henriqueta Maria de Almeida, que veio a falecer em maio de 1866, e a segunda vez com Filismina Lopes.

Em 21 de Novembro de 1855, muda-se para Fortaleza, contratado como engenheiro da Província.

Adolfo Herbster substituiu Simões Ferreira nas funções de “arruador
¹ e “cordoador”, algo muito próximo ao que se entendia como arquiteto leigo.

Em 1856 assume a direção das Obras Públicas Gerais, que era anteriormente ocupada por um arquiteto leigo de nome Antônio Simões Ferreira de Farias
². O engenheiro não concluiu a obra e coube justamente a Adolfo Herbster a conclusão dos serviços finais de carpintaria, marcenaria, pintura e os acabamentos finais da obra.

A obra foi inaugurada em 7 de abril de 1835, pelo Presidente da Província, José Martiniano de Alencar.



Adolfo Herbster executou inúmeras obras na cidade. Elaborou plantas arquitetônicas urbanas – construiu a estrada que liga Fortaleza a Maranguape – a Ponte sobre o Riacho Pajeú, onde hoje passa a Rua Rufino de Alencar, que liga a Catedral Metropolitana ao Seminário da Prainha.

Desenhou ainda o Paço da Assembleia legislativa, cujas obras foram iniciadas em 1856 sob a responsabilidade do engenheiro Joaquim Fonseca Soares e Silva.

A última planta que traçou da cidade de Fortaleza em 1888, foi impressa em Paris pela gráfica Burke e cia. Essa planta se encontra exposta no Museu do Ceará.

Os instrumentos com os quais trabalhava, encontram-se expostos no Museu Histórico do Ceará, em Fortaleza. O reconhecimento ao seu trabalho só foi feito em 1932, quando uma rua da capital recebeu o seu nome.
Adolfo Herbster faleceu em 12 de novembro de 1893, aos 67 anos de idade. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista.



Ex-guarda mor da Alfândega em Fortaleza, Vitoriano Augusto Borges, nasceu em Lisboa, Portugal em 08/08/1821 e naturalizado brasileiro. Hoje é nome de rua na Serrinha, em Fortaleza.Morreu na Bahia em 14 de setembro de 1893.



O padre José Teixeira da Graça (Padre Graça), cura da , cearense de Aracati nascido em 30/11/1853 e que exerceu a presidência do Poder Legislativo em 1886. Hoje é nome de rua em Fortaleza (Rua Padre Graça). 
Filho do coronel Antônio Pereira da Graça, era sobrinho do Barão de Aracati. Estudou no Seminário de Fortaleza, recebendo ordens em 1876.

Em 16 de março de 1877, o bispo D. Luís Antônio dos Santos instaurou a freguesia de Arronches (Parangaba), sob a invocação do Senhor Bom Jesus dos Aflitos — anteriormente fundada no século XVII por Antônio Filipe Camarão, mas que fora desativada —, e nomeou o jovem padre Graça para seu vigário, o qual lá ficou até 1892. Ali foi notável sua conduta durante a seca de 1877-1879.

Foi depois removido para a capelania de Passagem das Pedras (Itaiçaba) e posteriormente transferido para o curato da Sé, em Fortaleza, onde soube conquistar verdadeira amizade e admiração do povo. Eleito à Assembleia Provincial do Ceará, foi feito seu presidente, em 1886 e 1887. Presidente da Sociedade União do Clero, mereceu de Leão XIII o monsenhorato e o titulo de Camareiro Secreto. Todavia, consultado para aceitar o bispado do Pará, recusou essa honraria.

Como jornalista, foi redator-chefe do jornal "A Verdade", de orientação católica, cujo primeiro número foi impresso em 27 de julho de 1890. Também eram redatores do periódico Júlio César da Fonseca Filho, Paulino Nogueira Borges da Fonseca e Francisco Valdevino Nogueira.
Monsenhor Graça faleceu prematuramente aos 41 anos de idade em Fortaleza, a 24 de julho de 1894. Ao seu enterro compareceram mais de cinco mil pessoas acompanhando o seu féretro ao Cemitério São João Batista, onde se ergueu-lhe um mausoléu, fruto de uma campanha de donativos, sendo projeto da autoria do desenhista Martiniano Antônio da Mota. Existe hoje uma rua chamada Padre Graça, no bairro Parque Araxá, em Fortaleza, em sua homenagem.
 



O abolicionista, jornalista e poeta Antônio Dias Martins Júnior (Antônio Martins), ex-senador estadual. Membro da Cearense Libertadora era cearense de Fortaleza, onde nascera a 16/06/1852, e hoje é nome de rua no Rodolfo Teófilo e Damas.

Antônio Martins pontificara no jornal Mocidade ao tempo de Joaquim de Sousa, e seria uma das grandes figuras do Clube Literário, colaborando ativamente n'A Quinzena, era, além de notável jornalista, orador de alto mérito. Tem razão o historiador Raimundo Girão quando diz que ele é, dos três, "o mais poeta, o que mais esteve na intimidade das filhas de Zeus". De sua autoria é a letra do "Hino à Redenção da Província" do qual transcrevo algumas estrofes: 

Cearenses, cruzados da Glória, Nossa terra está livre de escravos! Hoje abriu-se no escopro da História O padrão deste povo de bravos.

Vitória! Vitória! Bradai cidadãos! No lar de Iracema são todos irmãos! 

Já não geme algemado no açoite, Oprimido, infeliz, nosso irmão; Nem os ventos das trevas da noite Chora os prantos da vil servidão. 

Estas plagas da livre Jangada, De Alencar e de Pedro Pereira, Hão de ser a Caanã inspirada Da total Redenção Brasileira! 

Salve! ó dia almejado da Glória, Alvorada do Império da Cruz! Salve! aurora da Paz, da Vitória! Salve! ó filhos da Terra da Luz! 

Antônio Martins faleceu em Fortaleza, a 31 de março de 1895, aos 42 anos de idade. 


¹ 01 de julho de 1800, foi nomeado um arruador da Vila, Manuel Ferreira da Silva, para "arrumar" as construções de forma a ficarem as ruas alinhadas. Pode ser considerado o primeiro arquiteto de Fortaleza.

² Antônio Simões Ferreira de Farias foi dispensado pela Câmara Municipal por não está desempenhando seu papel de "arruador", pois estava constantemente fora da cidade e dessa forma, atrapalhando as obras.

Leia também:

Parte I

Parte II
Parte III
Parte V
Parte VI
Parte VII

Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo, Portal da História do Ceará, Wikipédia, http://www.biografia.inf.br/ e pesquisas diversas



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