Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Barão de Ibiapaba
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Os homenageados nas ruas da cidade - Parte VIII



O jornalista, ex-vereador e ex-deputado João Eduardo Torres Câmara (João Câmara), nasceu em Aquiraz, no dia 12 de dezembro de 1842. Fundou em 1895, o Almanaque da Cidade de Fortaleza, que a partir do ano seguinte seria Almanaque Administrativo, Estatístico, Mercantil, Industrial e Literário do Estado do Ceará, ou simplesmente Almanaque do Ceará.

Faleceu em Fortaleza no dia 06 de outubro de 1906, aos 64 anos de idade. Após sua morte, o Almanaque do Ceará passa a ser editado por seu filho Sófocles Torres Câmara (Sófocles Câmara) até 1931, quando passou para Joaquim da Silveira Marinho, que em 1941 entregou à dupla Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, passando em 1947 para A. Batista Fontenele e Leopoldo C. Fontenele, que o editou até 1961.
 

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Ex-vereador e comerciante, Joaquim da Cunha Freire foi o  primeiro e único Barão de Ibiapaba. Nasceu em Caucaia no dia 18 de outubro de 1827.  
Era filho do português Felisberto Correia da Cunha e de Custódia Ribeiro da Cunha e irmão de Severiano Ribeiro da Cunha, o Visconde de Cauípe.

Joaquim da Cunha foi presidente da província do Ceará por sete vezes: De 24 de abril a 26 de julho de 1869/ De 13 de dezembro de 1870 a 20 de janeiro de 1871/ De 26 de abril a 27 de junho de 1871/ De 8 a 12 de janeiro de 1872, em 30 de outubro de 1872/ De 12 de setembro a 13 de novembro de 1873 e de 21 de março a 23 de outubro de 1874.

Casou-se com D. Maria Eugenia dos Santos. Dedicou-se a carreira comercial e soube acumular avultada fortuna, tendo colaborado para melhoramentos materiais de Fortaleza.
O Barão de Ibiapaba morreu no Rio de Janeiro em 13 de outubro de 1907. 

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Tristão de Alencar Araripe nasceu em Icó em 7 de outubro de 1821. Era filho do coronel Tristão Gonçalves de Alencar Araripe e de D. Ana Tristão de Araripe - intitulada, Ana "Triste". Foi casado com sua prima-irmã Argentina Franklin de Alencar Lima, com quem teve oito filhos, entre os quais, Argentina de Alencar Araripe, casada com João Tomé da Silva.

Tristão de Alencar passou por diversos cargos públicos: Juiz municipal de Fortaleza, juiz de Direito de Bragança, na então Província do Pará,  juiz especial do Comércio de Recife, desembargador das Relações da então Província da Bahia e da Província de São Paulo e da Corte. Presidente do Rio Grande do Sul e da Província do Pará, ministro do Supremo Tribunal de Justiça, ministro da Justiça e da Fazenda (no governo de Deodoro da Fonseca), chefe de polícia na então Província do Espírito Santo (1856), Pernambuco (1858) e Ceará. Conselheiro de Estado; presidente das províncias do Rio Grande do Sul e da então província do Pará,  deputado da província do Ceará (em três legislaturas), oficial da Imperial Ordem da Rosa e Membro de inúmeras associações culturais dentre elas o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal permaneceu no cargo até a sua aposentadoria, em 25 de janeiro de 1892.

Morre no Rio de Janeiro em 03 de junho de 1908, aos 86 anos de idade.
Hoje é nome de rua no Centro de Fortaleza, indo até o Bairro de Fátima, com o nome de Rua Conselheiro Tristão.

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Dr. Paulino Nogueira Borges da Fonseca nasceu em Fortaleza, no dia 27 de fevereiro de 1842.
Era filho de Francisco Xavier Nogueira e de Maria das Graças Nogueira. Neto pelo lado paterno de Pedro da Costa Moreira e de Maria Nunes de Lima e pelo lado materno do Capitão Antonio Borges da Fonseca e de Rosa Maria do Sacramento, do qual era bisneto materno de Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, que governou o Ceará de 25 de abril de 1765 a 3 de novembro de 1781. Teve dez irmãos, dentre eles, o padre Francisco Xavier Nogueira, que foi presidente do Poder Legislativo no Ceará.

Casou-se duas vezes. A primeira em 22 de dezembro de 1866, com Ana Franklin de Alencar, filha do tenente-coronel João Franklin de Lima e de Maria Brasilina de Alencar (tia materna de José de Alencar), com quem teve dois filhos:
João Franklin de Alencar Nogueira (25 de outubro de 1867 - 2 de dezembro de 1947 - Engenheiro civil, historiador e escritor) e Maria Nogueira, falecida em 1869.

Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Recife. Pouco depois foi nomeado promotor público de Saboeiro em substituição a Antônio Pinto Nogueira Acioli, cargo que deixou por ter sido escolhido pelo presidente Homem de Melo para ser oficial-mor da secretaria do governo, mas foi exonerado por Melo e Alvim, que sucedeu Homem de Melo, por divergências políticas. Voltou a fazer parte do governo provincial como secretário no governo do Barão de Taquari e no de Freitas Henriques. Exerceu os cargos de professor de Latim e diretor do Liceu de Fortaleza, inspetor geral da instrução pública, deputado geral por duas legislaturas (1872 e 1879) e vice-presidente da província, em cuja qualidade assumiu o governo provincial das mãos de João José Ferreira de Aguiar até o empossamento de Nogueira Accioli. Pelas reformas que realizou na instrução pública da província, foi condecorado com a Imperial Ordem de Cristo (1871).
Faleceu em Fortaleza, aos 66 anos em 15 de junho de 1908.
  
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Emília Freitas nasceu em 08 de janeiro de 1855 na antiga União, hoje Jaguaruana. Foi uma intelectual engajada, inclusive na causa abolicionista. Sua obra foi permeada pelas suas visões políticas e questionamentos à sociedade, assim como a cultura que recebeu em seus estudos (Emília falava inglês e francês) e sua visão de Brasil (a autora morou em Fortaleza e em Manaus, cidades que ela usa com muita intimidade como cenários em seu livro A Rainha do Ignoto).
Filha do tenente-coronel Antonio José de Freitas e de Maria de Jesus Freitas, após o falecimento do pai, a família resolve se mudar para Fortaleza, onde Emília estuda francês, inglês, geografia e aritmética, num colégio particular. Mais tarde se transfere para a Escola Normal, formando-se profesora.
Em 1873 começa a colaborar em diversos jornais literários do Ceará como Libertador, Cearense e O lyrio e a brisa, além de outros de Belém do Pará. A maior parte dessas poesias foi depois compilada no volume intitulado Canções do lar.
Um ano depois, após a morte da mãe, muda-se para Manaus em companhia de um irmão, exercendo o magistério no Instituto Benjamin Constant, destinado à instrução de meninos. Em 1900, casa-se e retorna ao seu estado original com o marido, o jornalista Antonio Vieira, redator do Jornal de Fortaleza




Emília de Freitas participa ativamente da Sociedade das Cearenses Libertadoras, que tinha caráter abolicionista, tendo inclusive discursado em 1893 na tribuna, fato este muito aplaudido e noticiado nos jornais.

Em 1899, sai A rainha do ignoto, sua principal obra, a que deu o curioso subtítulo de "romance psicológico". Trata-se de uma trama novelesca absolutamente insólita, marcada por traços ficcionais, que é considerada por alguns especialistas como um dos trabalhos pioneiros do gênero fantástico ou maravilhoso no Brasil. A autora consegue com rara habilidade acomodar o fantástico no plano da regionalidade e promove uma incursão pelo imaginário, chegando até o inverossímil.
Com a morte do marido, Emília retorna para Manaus, onde falece em 18 de outubro de 1908
, aos 53 anos de idade.


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Antônio Fiúza de Pontes nasceu em Lavras no dia 14 de junho de 1876, filho de Antônio de Pontes Fiúza Lima e Maria Umbelina de Carvalho Pontes. Estudou em Aracati (curso de latim do Cônego João Francisco Pinheiro), Fortaleza (Instituto de Humanidades e Liceu do Ceará) e Recife (Faculdade de Direito, turma de 1902). Promotor Público de Monte Alegre e São Miguel do Guamá (PA). Professor da Faculdade Livre de Direito do Ceará. Deputado Estadual e poeta, pertenceu ao Centro Literário, não chegou a publicar os livros Miosótis e Tempos Idos. É de sua autoria a Memória Histórica da Faculdade Livre de Direito do Ceará (1907). 

Em 19 de fevereiro de 1909, morre, aos 32 anos de idade, vítima de apendicite, em Fortaleza.




Leia também:

Parte I
Parte II
Parte III
Créditos: Cronologia Ilustrada de Fortaleza, Portal da História do Ceará, Wikipédia, Carta Capital, 1001 Cearenses Notáveis-F. Silva Nobre.

domingo, 19 de setembro de 2010

Barão de Ibiapaba e seu famoso sobrado



Barão de Ibiapaba
Joaquim da Cunha Freire

O Barão de IBIAPABA foi o Coronel Joaquim da Cunha Freire, Barão de Ibiapaba, que nasceu no Ceará em 18 de Outubro de 1827 e faleceu no Rio de Janeiro, em 13 de Outubro de 1907. Era filho de Felisberto Correia da Cunha, que faleceu em Piauí em 1832 e de D. Custodia Ribeiro da Cunha, natural de Portugal. Joaquim casou-se com D. Maria Eugenia dos Santos. Dedicando-se a carreira comercial soube acumular avultada fortuna, tendo colaborado para melhoramentos materiais de Fortaleza. Governou a Província varias vezes como Vice-Presidente. Chefe político de grande influência, foi Coronel da guarda Nacional; Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, da Junta Comercial, da Caixa Econômica e Monte de Socorro da Província. Era Comendador da Ordem da Rosa. Foi o 1º Barão desse título, por Decreto de 17 de janeiro de 1874, morava na Rua da Palma nº 50 na cidade de Fortaleza no estado do Ceará.
Joaquim da Cunha Freire era irmão do Visconde de Cauhipe, Severiano Ribeiro da Cunha, nascido em 6 de Novembro de 1831 em Cauhipe, junto à Soure, na Província do Ceará. Titular português, por decreto de 1º de Março de 1873, e faleceu em Fortaleza a 4 de Setembro de 1876; casado com D. Euphrasia Gouvêa que era filha de Manuel Castano de Gouvêa e de D. Francisca Agrella de Gouvêa. Desse casamento tiveram a filha:
1. Luísa da Cunha casada com Guilherme Chambly Studart, Barão de Studart.
O Titulo de Visconde de Cauhipe lhe foi conferido pelo Papa, por Breve Apostólico de 22 de janeiro de 1900. Deixou uma vasta obra científica, literária e histórica - é autor obrigatoriamente citado por quem se dedica à história do Nordeste e, de modo particular, à do Ceará.
Brasão de Armas: Escudo esquartelado tendo o superior da direita e o seu alterno interceptados cada um por três faixas de prata, carregadas cada uma com um a flor de Liz purpurina, e dispostas em banda, e aquelas sobre o campo verde; o superior da esquerda e o seu alterno, carregadas cada uma por nove cunhas azuis colocadas em três palas, de três cada uma, sobre campo de ouro, e com orla carmezim, carregada por sete castelos de ouro, sendo três em chefe e os restantes igualmente repartidos pelos laterais. (Brasão concedido à seu irmão o visconde de Cauhipe por alvará de 16 de Março de 1874. Reg. no Archivo da Torre do Tombo Mercês de D.Luiz I Liv.XXIV,fls.243 v).
N.B. – Esta descrição aparta-se da terminologia heráldica; copiamo-la como o fez o Escrivão da Nobreza dessa época, em Portugal.

Observação – Segundo alguns, o barão teria usado as armas de seu irmão, o visconde de Cauípe, a saber: um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, em campo de sinople, três faixas de prata, cada uma carregada de uma flor de lis de púrpura, as flores dispostas em banda; no segundo e no terceiro quartel, em campo de ouro, nove cunhas de azul, postas 3, 3 e 3. Bordadura de goles, carregada de sete castelos de ouro, sendo 3 em chefe e dois em cada flanco. Para Joaquim da Cunha Freire, seria uma coroa de barão.

RUA MAJOR FACUNDO

Este bonito sobrado que vemos na antiga foto, que data de 1910, pertencia ao Barão de lbiapaba, cujo nome real era Joaquim da Cunha Freire, comerciante nascido em Caucaia em 18 de outubro de 1827, filho de pai brasileiro e mãe portuguesa. O Barão de lbiapaba era irmão do Visconde de Cauípe.
Através de sua atividade comercial, adquiriu grande fortuna e fez melhoramentos na Cidade. Foi presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, da Junta Comercial do Estado, daCaixa Econômica e do Monte de Socorro da Província, além de ter assumido várias vezes a presidência da Província, como Vice-Presidente que era. Em 1874 recebeu o título de Barão de lbiapaba. Faleceu no Rio de Janeiro, então Capital Federal, no dia 12 de outubro de 1907.
Na fotografia antiga vemos o sobrado do Barão de Ibiapaba ao tempo em que nele funcionava a firma R. Guedes & Cia de ferragens, louças, tintas e óleos. Pela Rua Major Facundo tinha o nº 46 e pela Rua Senador Alencar os nº 8, 10 e 12.

Pela rua Senador Alencar, depois do sobrado, vêm várias portas que abrigavam casas comerciais até bem pouco tempo, a maioria negociando com artigos para sapateiros. Ao longe, vemos o telhado de ardósia do Palacete Guarani. Funcionou na esquina deste sobrado o Cartório Pergentino.
O velho sobrado esteve ali até a década de 70, quando o deixaram destelhado e um dos invernos daquela década o fez ruir.
A fotografia atual mostra o que há hoje no local, o prédio do Banco Brasileiro de Descontos - Bradesco, que ocupa todo o quarteirão pela rua Senador Alencar. É um prédio de linhas modernas, mas por ter apenas dois pavimentos superiores suas linhas paralelas verticais perdem a finalidade, fazendo-o um prédio anão, que sobressairia muito mais se fosse ornamentado com linhas horizontais.



Crédito: Portal da história do Ceará e Genealogia Freire

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