Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Floriano Peixoto
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Casa Bordallo


RUA FLORIANO PEIXOTO ESQUINA COM RUA SÃO PAULO

Nada menos de 80 anos separam as fotos mais antiga e a mais nova desta página. A mais antiga traz a então famosa "Casa Bordallo", da firma G. Tavares & Cia., que ficava no número 34, hoje nº 440, pela Rua Marechal Floriano Peixoto. Era um sobrado de quatro portas de frente por oito de fundos, tendo um terceiro pavimento central de três janelas. O telhado era tipo beira-e-bica, caindo as águas para a rua. Desenhos sugestivos feitos nas paredes chamavam a freguesia. A rua era calçada de pedras toscas.

Os trilhos de bonde de tração animal corriam ao longo da Rua Floriano Peixoto. Observa-se o canto da calçada da Assembléia Legislativa no canto esquerdo inferior da foto. No canto da calçada da loja, um combustor de iluminação pública a gás hydrogeno-carbonado.

Nas paredes da loja, além das figuras já citadas, enormes letreiros propagandísticos e de identificação como "Casa Bordallo" / "Cook o melhor calçado do mundo" / "únicos depositários Bordallo & Cia" / "Colossal sortimento de calçados" / "Fabricação especial", etc.

Depois o sobrado foi demolido e em seu local foi erigido um prédio onde esteve o Banco do Brasil, que vemos na Segunda foto. Vizinho, pelo lado da Rua Floriano Peixoto, ficava a Casa Veneza, dos italianos Francesco de Ângelo.

Quando o Banco do Brasil passou para o novo prédio da Praça Valdemar Falcão, em 1940, o prédio foi demolido ou reformado e construído um novo prédio que ainda hoje lá se encontra.

A terceira foto, atual, mostra o prédio que abrigou primeiramente o Banco de Crédito Comercial - BCC, já ocupado pelo Banco Brasileiro de Desconto - Bradesco.

Depois lá esteve uma firma de empréstimos e hoje está abandonado, servindo de suporte para colocação de cartazes de propaganda política. Estão presentes o asfalto, os automóveis, edifícios por trás, como o do Savanah Hotel. Nada restou do que está presente na foto antiga.


Créditos: Fortaleza de Ontem e de Hoje

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Passeio Público


Estamos na Avenida Caio Prado, que fica atualmente nos fundos do Passeio Público, aquela que dá para o lado do mar.
Foi iniciada, em 1864, a construção do Passeio Público no Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora, que era a primeira praça da povoação, na gestão do presidente da Província Dr. Fausto Augusto de Aguiar, compreendendo três planos, o atual e outros dois mais abaixo, hoje ocupados pela Avenida Leste-Oeste.
O Passeio Público já foi Campo da Pólvora, Largo da Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital de Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 03/04/1879, Praça dos Mártires. Teve dois nomes não oficiais: Campo da Pólvora (1870) e Passeio Público, pelo qual é hoje conhecido. A praça foi urbanizada em 1864.
Havia três planos em três níveis, destinados às classes rica, média e pobre. Por volta de 1879 as duas praças mais baixas foram desativadas e a atual foi dividida em três setores com a mesma finalidade, ficando os ricos com a avenida do lado da praia, a classe média com a do lado da Rua Dr. João Moreira e os pobres com a central. Foi nesta época que o passeio recebeu as bonitas grades de ferro que o rodeavam e que foram retiradas em 1939 e recentemente feitas novas de acordo com as antigas.
O nome de Praça dos Mártires é uma homenagem aos heróis tombados ali, pertencentes ao movimento República do Equador,
que foram bacamarteados: João Andrade Pessoa Anta, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina, padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo e o tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.
Na foto mais antiga(primeira), vemos no fundo o velho quartel do 9º Batalhão das Forças Federais ainda com apenas um andar; várias dezenas de combustores de iluminação a gás ladeando a avenida; em primeiro plano uma coluna encimada por uma esfinge, que dava acesso a uma escada que levava ao segundo plano; por trás, trecho da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção e de frente para o fotógrafo pessoas posando para a posteridade, podendo-se notar a maneira de vestir da época, quando todos, sem exceção, usavam chapéus, independente de idade, cor, credo ou condição social.
A segunda foto mostra o mesmo trecho hoje, quando o quartel abriga a 10ª Região Militar e já tem dois pavimentos, que não são vistos por estarem cobertos pelas copas das árvores. Os combustores presentes encimando a grade não são os mesmos antigos, mas novos, com luz elétrica.


Rua João Moreira - Antiga Rua da Misericórdia - Passeio Público

A atual Rua João Moreira já se chamou Rua Nova da Fortaleza, Rua da Misericórdia (por causa da Santa Casa), Rua General Tibúrcio e Rua nº 17.
Na foto antiga, que data de 1905, o fotógrafo está na calçada do Passeio Público, próximo à esquina da Rua João Moreira com a Rua Barão do Rio Branco, de costas para esta. Do lado esquerdo vemos, as antigas colunas com as grades de ferro que dali foram retiradas em 1932 e que recentemente foram refeitas no mesmo estilo, porém, com proporções alteradas. Na ponta da calçada, os combustores de gás.
Do lado direito, o prédio de dois andares (incluindo o térreo), onde ficava o "Hotel de France", que foi depois reformado, passando a ter mais um pavimento e nele funcionou, por muitos anos, o Pálace Hotel, de Efrem Gondim. Atualmente, no mesmo prédio, está a Associação Comercial do Ceará.
É a esquina com a rua Major Facundo, que nasce ali. Do outro lado da rua, a casa com as janelinhas quadradas no sótão, que era dos "Mississipis" e na outra esquina, já com a Floriano Peixoto, o edifício onde funcionou o Hotel do Norte, de Silvestre Rendall e depois lá ficou por muito tempo os Correios, a Light, o Serviluz, a Conefor e a Coelce. Hoje, apesar de pertencer ao patrimônio da Coelce, ao abandono, tendo já desmoronado parcialmente durante uma chuva.
O tempo trouxe o que mostra a foto atual, como a presença de carros, o asfalto na rua antes com calçamento, postes e fios, etc. O prédio em primeiro plano, que antes tinha apenas dois pavimentos e quatro portas, na nova foto tem três pavimentos e seis portas; no outro lado da rua a velha casa dos "Mississipis" bastante alterada, o sobrado semi-abandonado da Coelce na esquina da Rua Floriano Peixoto.

Crédito: Portal da História do Ceará/Arquivo Nirez

terça-feira, 6 de julho de 2010

Associação dos Merceeiros


A Associação dos Merceeiros funciona em um belíssimo edifício com apenas 1 pavimento, eclético, com elementos Art-Déco bastante fiel ao seu aspecto original. Possui fenestrações em todo o seu perímetro, sendo todas elas portas, muitas com varanda guarnecidas por elegantes guarda-corpos em serralharia.
Foto antiga, que data de 1926, mostra o prédio como ele foi feito, todo rodeado de portas com varandas, piso alto, porões com as aberturas para a rua. Pela rua Major Facundo, passavam os trilhos dos bondes e sua fiação. Arquivo Nirez.
Originalmente o prédio possuía porão alto com gateira alinhada com as fenestrações que hoje encontramos, mas para adequar-se ao novo programa, o piso foi rebaixado, tornando as varandas portas de acesso. Sua fachada possui rica decoração, com platibanda movimentada, alternando seu perfil com coroamentos retangulares e curvos, adornadas com elementos geométricos e florais; cornija sobre tríglifos decorativos, além das interessantes molduras e arremates nas portas. No chanfro da esquina ostenta sobre o seu frontão retangular arrematado por uma concha, o símbolo de mercúrio, uma roda dentada alada, adotada pela indústria e comércio. 


A Associação dos Merceeiros, foi fundada no dia 5 de abril de 1914 por uma plêiade de 14 modestos merceeiros, num pequeno prédio da rua Floriano Peixoto, com o fim de proteger os pequenos comerciantes naqueles tempos difíceis da Primeira Guerra Mundial.

Antes de completar 15 anos de existência, a associação já tinha inaugurado sua sede própria, no canto sudeste da então Praça Gonçalves Ledo, atual Praça do Carmo, onde ainda hoje se encontra.


A Associação teve a "Caixa de Beneficência", o "Banco dos Merceeiros" e a "Assistência Médica, Dentária e Judiciária". Ainda existem: a parte de pecúlios e as assistências, médica, dentária e judiciária. Só não mais existe o banco, desaparecido com o advento do serviço bancário particular e oficial.

A foto antiga, que data de 1926, mostra o prédio como ele foi feito, todo rodeado de portas com varandas, piso alto, porões com as aberturas para a rua. É possível perceber que pela rua Major Facundo, passavam os trilhos dos bondes e sua fiação.

A foto ao lado mostra o mesmo prédio já com muitas modificações, como a "Farmácia dos Merceeiros", na esquina, que apesar do nome, não pertence à associação. Para a abertura da farmácia, foram feitas alterações no prédio, como baixar o piso, descer as portas, além da colocação das placas com o nome do estabelecimento.

Do lado da Rua Major Facundo, toldos para proteção do sol. Além da farmácia, existem ainda, pelo lado da rua Clarindo de Queiroz, o Laboratório Santa Lúcia e a cantina "Lanche Forte". O prédio tem também fachada pela Rua Floriano Peixoto.



Associação em 1934. Acervo William Beuttenmuller
Acervo Renato Pires
Editado em 07/09/2018

Almanaque do Ceará - 1935.
Acervo Renato Pires
Lamentavelmente, a Associação dos Merceeiros encerrou suas atividades, em seu prédio histórico, em 13 de agosto de 2018, por dívidas da administração.
Tombado provisoriamente, o imóvel, que data dos anos 1920, está sob posse de  uma imobiliária.

Por decisão judicial, a Associação foi impedida de usar o prédio onde já estava há quase 100 anos, localizado na esquina das ruas Clarindo de Queiroz e Floriano Peixoto, no Centro. A nova sede, no cruzamento das avenidas da Universidade e Domingos Olímpio, passa por reformas e ainda não tem data para começar a funcionar, afirmou o presidente da entidade, Anilton Colares, ao jornal O Povo.


Os Merceeiros, entidade privada de defesa de direitos sociais, é conhecida por oferecer atendimentos de saúde a preços populares. 

De acordo com o Jornal O Povo, o despejo foi fruto de disputa judicial travada desde 2008. Os Merceeiros firmaram com uma imobiliária contrato de mútuo, um empréstimo de R$ 189 mil. Não havendo pagamento, a empresa entrou com ação de execução do título, pleiteando posse do prédio. Em 15 de junho último, a juíza Antônia Neuma Mota Moreira Dias determinou que o prédio fosse transferido, sob pena de multa de R$ 500 por cada dia de atraso no cumprimento. A medida foi executada em 14 de agosto.

Foto: Manilov
A advogada Nathalia Ervedosa, da Sim Administração e Comércio de Imóveis Ltda, diz que a empresa ainda estuda o que fazer com o prédio, composto ao todo por cinco imóveis. Parte do edifício já estava locado.

A associação ainda busca reverter a decisão. Uma das alegações é de que o valor do prédio não foi atualizado como foi a dívida, afirmou Marcos Vianna, advogado dos Merceeiros. Segundo ele, o imóvel é avaliado em R$ 3 milhões, quando a dívida, em valores atualizados, é de cerca de R$ 400 mil. "Independente da existência de prédio, a associação não deixará de existir".






Crédito: Portal da história do Ceará, Borjão, Jornal O Povo e pesquisas na internet.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O bonde (XI) - Prado

Bonde em 1943, linha Prado - Arquivo Nirez

Naquele tempo só se falava em bonde, quando se queria passear. Era o que havia de mais “chic” subir, tomar assento no bonde. Às vezes os admiradores, hoje “paqueras” já estavam de olho e coincidentemente (sofismas) se encontravam no mesmo local, e daí se iniciava o diálogo, quase sempre a costumeira linguagem dos principiantes do namoro. Geralmente se comentava que a jovem era muito presa aos princípios e costumes da casa dos pais, não tinham nenhuma “folga”, liberdade para sair com o namorado mesmo que fosse o jovem mais disputado da urbe (cidade), porque muitas vezes pesavam fortes acusações de ser um Dom Juan, que só pensa em iludir as incautas donzelas deixando-as muitas vezes na “peça” ou no caritó, como forma de condenação se dizia das moças que haviam ultrapassado a faixa dos trinta anos. Tão diferente de hoje... a começar pela liberdade sob todos os aspectos. Enfim não é necessariamente a prisão dos pais aos filhos, o exagero do recatamento que propicia a felicidade conjugal ou sirva de garantia para êxito dos jovens nubentes. Mesmo porque muito antigo é o refrão que diz: “Casamento e mortalha no céu se talha”. Hoje, modernamente se proclama - “quem ama com fé, casado é...”, até porque hoje mesmo se “casado na igreja verde” tem-se assegurado direitos de companheira, porque o concubinato está ficando em desuso. É letra morta na convivência conjugal, não está mais adstrito ao concúbito, porque os casais dormem até em camas separadas, quanto mais em domicílios... Há outros modos de comprovar a convivência de fato. Mas, deixemos de lado o concubinato, companheirismo e outros tipos de liames, e vamos percorrer de bonde a linha do Prado, carregado de saudades. Talvez por alusão ao local das corridas de cavalos, tenha sido denominado o bairro com referência ao hipódromo, porque se tem conhecimento que de lá se partia para a corrida de cavalos, por apostadores e tangerinos que vinham dos sertões. Dizem que o maior criador de gado que havia naquela época era o Cel. Antônio Diogo, que dominava o mercado da “carne verde”, como assim era chamada para diferenciar da “carne velha”, carne do sol ou salgada. Já naqueles tempos havia uns com tanto e outros com tão pouco... Foi também doado Leprosário Antônio Diogo, que deu origem ao município com o mesmo nome.

Rua Guilherme Rocha - Anos 20

Mas voltemos à vaca fria e subamos no bonde do Prado cujo ponto de partida era o seguinte: - “No início dos anos 1930, as linhas de bonde já estavam ampliadas para diversas áreas da cidade, como Praia de Iracema, Av. Epitácio Pessoa, Praça José Bonifácio e Prado, e outras tinham sido prolongadas como Fernandes Vieira (até a Escola de Aprendizes de Marinheiros), Alagadiço, Via Férrea e Estação (Joaquim Távora)”.

Todas as linhas operadas por bondes elétricos partiam da Praça do Ferreira, onde existia um posto de controle, ou da Travessa Morada Nova (por trás do atual Museu do Ceará). Assim, a linha do Prado - o bonde se deslocava da Praça do Ferreira - fazia o contorno da praça e seguia pela rua Guilherme Rocha até a rua General Sampaio à altura do antigo Bar Americano, dobrando à esquerda na Praça José de Alencar para alcançar a Av. Visconde de Cauípe, dobrando à esquerda na Av. 13 de Maio, prédio da Reitoria - antiga vivenda da família Gentil - chegando à rua Marechal Deodoro - (antiga Cachorra Magra) defronte ao Bar do Bola de Ouro, onde predominava o jogo de sinuca nas confluências do Prado - hoje Estádio Presidente Vargas, com separação das duas áreas. O percurso de volta era feito pela Marechal Deodoro, passando em frente ao Ponto Chic e à Mercearia Esporte Clube, entrando à direita na rua Domingos Olimpo até chegar à Floriano peixoto, alcançando a Praça do Ferreira.

Parece que a ideia de ainda se ter de volta os tão saudosos bondes não desapareceu da cabeça dos nossos administradores, como o prefeito Juraci Magalhães, que afirmou na imprensa que iria a Portugal com o objetivo de conhecer vários projetos urbanísticos desenvolvidos naquele país e, principalmente, trazer “know-how” do chamado VLT - Veículo Leve Sobre Trilhos -, espécie de bonde refrigerado que segue concepção de um metrô de superfície. O prefeito o considera viável para a capital cearense e diz que quer implantar um VLT no trecho Parangaba - Mucuripe. É, por conseguinte, uma ideia louvável que por certo terá a mais ampla aceitação por parte dos seus munícipes que desde já aplaudem tão necessária e imperiosa iniciativa que muitos benefícios trará à população.

Mas, enquanto não chega o “bonde refrigerado”, vamos anunciar a nossa passageira ilustre do bonde do Prado, nossa tão querida e estimada professora Irene Barbosa de Arruda, que deu inequívoca e valiosa contribuição ao ensino médio desta capital durante longos anos à frente da Escola Normal Pedro II.

Irene nasceu em 4 de abril de 1917, em Rio Branco - Acre, filha dos cearenses - José Macário Barbosa e Cecília Cabral Barbosa. Com o falecimento de sua mãe veio residir em Fortaleza, em 1929, na companhia de sua tia Cleonice Cabral Nunes de Melo, concluindo o curso normal.

Postal de 1925 - Foto do livro Lembranças do Brasil - As capitais brasileiras nos cartões-postais e álbuns de lembranças. Trecho muito antigo da Praça do Ferreira, vemos ao fundo e a direita, o antigo sobrado do comendador Machado, hoje substituído pelo Excelsior Hotel.

Num dia marcado pelo destino, a passageira do bonde que fazia a linha do Prado conheceu o cavalheiro de alto bordo - Raimundo Leopoldo Coelho de Arruda Filho, conceituado advogado, com quem veio a casar-se em 1938. São seus filhos Vera Sílvia, casada com Sílvio Roberto de Almeida e Castro, Regina Alice, em segundas núpcias com Danísio Dalton da Rocha Correia, Francisco Roberto, casado com Cássia Azevedo Fernandes e Teresa Lúcia, engenheira de pesca, solteira.

Com sua vocação para o magistério começou a acalentar o sonho de ser professora e cooperar com a educação do Ceará e após a conclusão de seus estudos, já nomeada professora substituta efetiva do Grupo Fênix Caixeiral, ministrou durante oito anos aulas às crianças, comprovando o amor e a dedicação, reafirmando que escolhera a profissão certa. Nasceu para ser professora. O magistério foi o seu ideal. Sua identidade com a sala de aula e suas alunas se misturava entre transmitir o saber, experiência cujo aprendizado tomava forma e proporção numa simbiose que no tempo não demorou a fluir os loiros, agigantando-se de conhecimentos naquela professorinha que só amor, dedicação e obstinação reinava na sua mente já direcionada ao ensino público. Foi o ceará, a terra mãe por ela escolhida, para servir de berço ao cabedal de jovens que dela se aproximavam ávidos de receber orientação, ensinamentos, para também saírem a propalar o bálsamo da sabedoria que lhes fora transmitida pela mestre Irene Arruda, como era chamada.

Submetendo-se a vários concursos para o cargo de professora, obteve sempre ótima classificação, assumindo o cargo de Técnica Auxiliar de Educação, com responsabilidade de lecionar aulas em diversos grupos escolares da capital.


Parada de bondes na rua Guilherme Rocha, foto Aba Film, 1939

Obteve o primeiro lugar no concurso para professora de Economia Doméstica, vindo a integrar o corpo docente como catedrática da Escola Normal Pedro II, exercendo depois por nomeação o cargo de professora de Trabalhos Manuais e Economia Doméstica nos quais tornou-se titular.

Em 1956 foi nomeada 1a vice-diretora da Escola Normal Pedro II. Em 1958, galgou todos os degraus que a levaram a ser diretora do Colégio Estadual Justiniano de Serpa durante seis anos, deixando comprovado o seu amor e a sua dedicação ao ensino do Ceará, o que valeu para especialização de vários cursos inclusive nos Estados Unidos.

Em 1966 aposentou-se como professora e diretora. Mesmo assim, não parou de estudar e prestou vestibular para o Curso de Pedagogia na Universidade Federal do Ceará, concluindo em 1970 e aclamada para ser a oradora da turma, coroando com êxito os 38 anos dedicados ao Magistério e assumiu a Secretaria de Educação do Estado.

Hoje, a professora Irene representa um dos ícones da sociedade cearense, participando ativamente de todos os movimentos intelectuais, numa evidente demonstração da sua cultura, sobretudo dedicada ao ensino, colaborando com desvelo para o engrandecimento do Ceará, colocando à causa da educação os princípios básicos para o desenvolvimento intelectual e sobretudo cultural, base que solidifica o ensino do aprendizado.

Ainda se pode atribuir ao bonde, o mais importante meio de transporte, que durante muitas décadas prestou inestimáveis serviços à coletividade, carregando passageiros para os diversos locais da cidade, atendendo numerosa classe de estudantes e de outras categorias sociais, facilitando a aproximação, interligando bairros mais distantes e proporcionando com baixos preços cobrados pelo transporte, que comparados aos auto-ônibus e carros de praça (aluguéis) eram bem convidativos por serem mais acessíveis ao bolso da população.

Bondes; postal aspecto em 1925 do Livro Lembranças do Brasil, as capitais brasileiras nos cartões-postais e álbuns de lembranças.

Era fascinante por ser agradável aproveitar nas manhãs de junho e carruajar, recebendo aquela brisa amena nos bondes das diversas linhas da nossa capital, cuja tranqüilidade deixava uma autarcia própria da cidade que ainda engatinhava, mas com ares de metrópole, porque já aportava vasto lastro cosmopolita emigrado de Portugal, França, Itália, Inglaterra, Japão e do mundo árabe que aqui se fixou por ser o Ceará considerado - o Eldorado.

Zenilo Almada Advogado


Portugal - Em Portugal, bem como na Turquia, há cidades (em particular Lisboa e Istambul) que incluem sistemas de bondes antigos e modernos (VLT), geralmente funcionando os antigos nas regiões tradicionais e os modernos nas partes novas das cidades.

VLT - Veículo Leve Sobre Trilhos - O conceito de VLT aplica-se tanto à concepção do metrô de superfície (via seletiva) quanto ao bonde moderno que trafega em meio ao trânsito urbano (via compartilhada).

Juraci Magalhães morreu no dia 21 de Janeiro de 2009


Continua AQUI


Veja também:




Crédito: Artigo publicado no Diário do Nordeste - Fortaleza. Ceará - Domingo, 07 de setembro de 2003


sexta-feira, 11 de junho de 2010

Fortaleza no séc. XIX

Visão panorâmica da Estação central João Felipe



Sociedade Cearense Libertadora, fundada em 1880. Na foto, Francisco Nascimento, o Dragão do Mar, aparece em pé, o segundo da direita.


Praia de Iracema, fim do século XIX


Planta de Fortaleza - 1888 (A. Herbster)


Movimento de carroças na Estacão Central, final séc. XIX


Estacão João Felipe, final do séc. XIX


Anos 1880; presidente da provincia do CE, Caio Prado e seus amigos na chácara do livreiro Gualte.


1899 - Rua Floriano Peixoto


Crédito: Fortal

terça-feira, 2 de março de 2010

Postais - Uma viagem no tempo



Começaremos indo ao ano de 1959 e visitando através desse Postal a Praia do Iate Clube, nessa época essa praia fervia de banhista

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Essa é a Praia do Peixe, início da década de 1920 com panorâmica ao fundo do viaduto Moreira da Rocha-Faz parte do arquivo Nirez ~~~~°°°~~~~

Esse já colorido é da Praia do Náutico também chamada de Praia do chifre(se bem que isso pra mim não passa de um canudinho em tamanho grande rsrs)
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Agora um da Praia do Mucuripe com o velho Farol aparecendo sem problemas, já hoje ele ficou escondido pelos prédios ~~~~°°°~~~~

Essa é a bela Praia do Meireles em 1972
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Mais dois belos postais da Praia do Meireles
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Praia do Arpoador, em Fortaleza, Zona Oeste déc de 50
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Praia de Iracema, 1920 - Arquivo Gerard Boris
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Vamos agora para o distante ano de 1930 nesse maravilhoso postal da Praia de Iracema
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Praça José de Alencar-detalhe para o prédio branco- o Lord hotel, tombado e que será recuperado em breve. Aqui ele está novinho em folha, inaugurado em 1956

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Esse é antigo 1908 da Praça José de Alencar (Nessa época chamada de Praça do Patrocínio)
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Outro postal da Praça José de Alencar - Anos 40

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Praça General Tibúrcio (atual praça dos Leões)
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Praça Capistrano de Abreu, a praça da Lagoinha

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Praça Barbara de Alencar
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Um antigo postal da Praça Cristo Rei
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Postal de 1935 Praça da Lagoinha
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Postal raro, de 1931 Largo da Assembleia e cruzamento da rua Floriano Peixoto com a rua São Paulo. A esquerda o Palacete Senador Alencar, atual sede do museu do Ceará
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Postal raro do Centro - Final dos anos 30
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Postal raro da Rua Guilherme Rocha, anos 20. Loja Trianon

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Postal raríssimo, final dos anos 30
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Postal Praça Clóvis Bevilacqua, 1935
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Postal datado de 1945
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Postal Congresso Estadual
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Postal Cidade da Criança, 1930


NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: