Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Aniversário de Fortaleza
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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terça-feira, 13 de abril de 2021

Fortaleza 295 anos

 

Há 295 anos, em 13 de abril de 1726, Fortaleza era elevada à categoria de vila!

Para o aniversário deste ano, separei alguns pontos históricos e acontecimentos marcantes para homenagear nossa linda cidade. ❤




Observação: Estou um pouco rouca, mas não tinha como não fazer essa singela homenagem para a nossa Fortaleza, espero que entendam!


segunda-feira, 13 de abril de 2020

Fortaleza 294 anos

Em 13 de abril de 1726, Fortaleza era elevada à categoria de vila...


Para comemorar a data, fiz esse vídeo, um pequeno resumo, especialmente pensando nas nossas crianças, pois é pensando no hoje que construímos nosso futuro, inclusive o futuro da cidade! :)


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Historicídio de Fortaleza - Por Adauto Leitão


Forte de São Sebastião* (Antes de recuperado, ampliado e rebatizado por Martins Soares Moreno, tinha o nome de Fortim de São Tiago) - Gravura do livro do holandês Arnoldus Petrus- ano 1673 

"A “data oficial do aniversário de Fortaleza”, com supostos “291 anos” é tão risível do ponto de vista da ciência história; o quanto nociva às gerações, na maneira como se trata a memória dos cidadãos e da cidade. Já conceituei que omitir 122 anos de uma construção histórica é um crime de lesa capital, à razão do Marco Zero de Fortaleza com 413 anos. 

 Mapa da costa cearense em 1629


Fortaleza em 1859, por José dos Reis Carvalho. 

O que acontece de fato é um Historicidio de Fortaleza não somente patrocinado pela Prefeitura, mas, com certas omissões da Câmara Municipal que, diga-se, tem 316 anos de fundação. Faz uma década que se impõe de todo custo “uma comemoração”, que já saqueou dos cofres públicos municipais 54 milhões de Reais (dados até 2016); numa inversão de prioridades, de tal modo perversa, que muitos destes recursos poderiam ter outro destino, aplanando a desigualdade social. Esta mega festa foi “criada” pela ex-prefeita Luizianne Lins que não escondia “ser data especial o 13 de abril”, levando em consideração a sua autoafirmação de “marxista esotérica”, então, – o que pensar disso… 

A “festa”, em 2017, tem a “participação” de Raimundo Fagner neste Historicidio de Fortaleza; mas, lembro que: “Bela é uma Cidade Velha”… 

Fardamento gestão Luizianne Lins

Historicidio que acontece nas escolas municipais, não apenas como uma atitude de negação curricular da História de Fortaleza, mas como desvalorizando a disciplina fundamental na formação da cidadania e um sentimento de pertença da cidade. No campo da educação outro absurdo, crianças e adolescentes foram obrigados a vestirem uma farda, ao gosto da gestão municipal; por exemplos: no tempo do Juraci Magalhães, o fardamento era tricolor (azul, branco e vermelho) que poderia lembrar alunos chilenos; no período da Luizianne Lins (vermelho predominante) que tinham similitude aos “cubaninhos”. Mas, o prefeito Roberto Cláudio foi muito além, desfigurou a bandeira e o brasão municipal para colocar o seu “padrão de governo” e, tudo isso, com aval da Câmara Municipal de modo que num tipo azul celeste, estudantes propagandeiam “a nova identidade de marca” ao que até parecem “ninhos uruguaios”… 

Imagem Jornal O Povo 

A identidade de Fortaleza não acontece hoje pela História dos seus 413 anos, mas pela forma imposta de uma “cidade nova” com seus 291 anos. Última análise, destituída de conteúdo da sua construção histórica, que é intrínseca à memória coletiva. Importante questionar ser um “produto de mercado”, algo vil e torpe, diga-se, até para o conceito de turismo. Pois, Fortaleza perde o status de ser apresentada como uma das primeiras e mais importantes capitais do Brasil com mais de 400 anos. Os símbolos e expressões dessas identidades representam um pré-requisito para a construção de uma sociedade mais consciente, justa e igualitária. Por essa razão, preservar e proteger o passado é essencial para garantir os legados, valores, ideias e narrativas que ajudam há transpor o tempo e espaço… 

Historicidio de Fortaleza – Não!"

Adauto Leitão 
Historiador, Acadêmico-Fundador e Diretor Da Acecult


Concordo em gênero, número e grau com o Adauto Leitão!

Então, que fique bem claro! Esse aniversário de Fortaleza, que ocorre hoje (13 de abril), é apenas a comemoração da elevação do pequeno povoado à condição de vila, que ocorreu em 1726 (Há 291 anos). Não se trata, em hipótese nenhuma, do surgimento da cidade!
 
*Interessante salientar que o nome do Forte São Sebastião não consta em nenhum documento português (Luso), apenas em documentos Neerlandeses. Ao invés disso, encontramos o "Forte do Siara". Os lusos o chamam de Forte do Siara/Seara.  Crédito: J Terto de Amorim

Fonte: Jornal O Estado

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A Semana Santa do meu tempo - Especial Fortaleza 291 anos


Aos poucos, os atos mais tocantes e piedosos da Semana Santa, vão desaparecendo, consequências dos Concílios Ecumênicos Vaticanos I e II.  Lembro-me, menino de calças curtas ainda, na católica Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, com elevada devoção, assistia, juntamente com outros moleques do meu tempo, a chamada “Procissão do Encontro”.



O velho Fabrício, sineiro da diocese, agarrava-se às cordas que pendiam dos gigantescos sinos de bronze, e, em dobrados graves e solenes, promovia a divulgação da saída do préstito do Senhor Bom Jesus dos Passos, que, no dia anterior, havia “fugido” para a Capela da Santa Casa, como que simbolizando a retirada do Cristo, para a sombria solidão do Horto das Oliveiras


Em igual tempo, da Igreja do Rosário, construída em 1730 pela comunidade negra, partia a imagem de Nossa Senhora das Dores, que minha falecida avó, Martinha Maciel e outras consanguíneas da irmandade, haviam vestido com um manto de cor violácea. Essa estátua chamava-me deveras a atenção, porque tinha o coração trespassado por um alfanje de prata.

Naquela época, eu não entendia bem, o que aquilo tudo significava, por mais que vovó, com toda a paciência desse mundo, me explicasse dizendo tratar-se de "uma espada de dor".


Desta forma, ambos os cortejos, oriundos de lugares opostos, com acompanhamentos, a se perderem de vista, convergiam para o Paço Arquiepiscopal, onde as estampas se encontravam, ficando uma em frente da outra: Mãe e Filho.

O andor do Senhor Bom Jesus dos Passos era enorme e bastante pesado. Vestia uma túnica roxa bordada em ouro, e, na cabeça, prendendo os longos cabelos em cachos, via-se uma coroa cheia de espinhos agudos. A face, exprimindo dores atrozes, estava banhada em sangue.

Uma enorme cruz negra contrapesava sobre os seus ombros. Nos quatro cantos da padiola de jacarandá, carregada nada mais, nada menos, por oito homens, sobressaiam enormes ramos de alecrins aromáticos. O percurso desta escultura, durante toda a comitiva pomposa, sempre se dava mais longo que o outro, visto que teria de visitar os "Sete Passos". 

 Foto colhida da janela do andar superior do Hotel Bitu, de Bartolomeu de Oliveira. Arquivo Nirez


Ao lado, belíssimo Cartão Postal da então Praça D. Pedro (Caio Prado). Ao fundo, o famoso Hotel Bitú.
O Primeiro deles, conhecido como a “Oração no Horto”, por muitos anos aconteceu no "hall" do Hotel Bitú, na Praça Dom Pedro II. Em cada um desses "Passos", o coro do Seminário, constituído por vozes mistas de soprano, contralto, tenor e baixo, detinham-se e entoavam o "Stabat Mater Dolorosa”.

A pregação, seguida da bênção do Santo Lenho, constituía-se no ponto terminal daquela festividade. E recordo-me que o discurso -, por sinal longo e às vezes enfadonho -, acabava pronunciado por um orador sacro de renome, que geralmente vinha de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Guardo nitidamente na minha memória, o exórdio de um daqueles vaticínios: "O vos omnes qui transitis per viam, atendite et videti si est dolor sicut dolos meus...".

O cerimonial da Semana Santa iniciava exatamente quarenta dias após a páscoa, às nove horas em ponto, sem nenhum tipo de atraso e, terminava no Domingo de Ramos, quase ao meio dia. Realmente, sete dias inteiros, com um conjunto típico de formalidades bonitas de ser visto, notadamente a chamada Missa Pontifical, celebrada pelo então arcebispo metropolitano, Dom Manoel da Silva Gomes.

Toda a corporação de sacerdotes, regular e secular, freiras, os irmãos da opa (capas roxas e golas vermelhas, sem mangas, com aberturas por onde se enfiavam os braços) e o povo, em geral, recebiam das mãos daquele Antífice, os ramos bentos ornamentados de flores e papel de seda colorido.

A seguir, vinha a "Quarta-feira de Trevas". Às dezenove horas, a velha , apinhada de gente, acompanhava o Oficio das Trevas, O conjunto vocal do Seminário da Prainha, dirigido pelo jovem padre Joaquim Horta (Lazarista) trauteava, em "cantochão" essencialmente monódico o “De Lamentatione Jeremiae Prophetae”. 

 Seminário da Prainha

Em paralelo, um irmão da ordem ia apagando, uma a uma, as treze velas que se encontravam acesas num grande castiçal preto, em forma de triângulo. De repente, todas as luzes da Catedral se extinguiam e, a derradeira, simbolizando o Cristo, se via, então, retirada acesa daquele candelabro e conduzida, em meio à escuridão, para detrás do altar.

Durante o "Pater Noster", rezado pelo Arcebispo e igualmente pelos seminaristas, os fieis, ao som dos tímpanos, provocavam uma série de ruídos ensurdecedores, batendo no soalho, cadeiras e livros evocando os bulícios provocados pela tragédia do Calvário.

Quinta-feira, a benção dos Santos Óleos. A cura da Sé, Monsenhor Luís Rocha e todos os vigários das mais diversas paróquias de Fortaleza sopravam suavemente sobre os vasos que continham o “óleo” dos catecúmenos, tendo, antes, feito três inclinações respeitosas, pronunciando as seguintes palavras: "Ave Sanctum óleum", aumentando de voz, à medida que iam se aproximando do sólio pontifical.

Eu achava muita graça dos padres velhinhos, vozes trêmulas e vacilantes, quase não conseguiam inclinar-se para pronunciarem aquelas invocações. À tarde, normalmente a se enchia de gente para a cerimônia do lava pés. Muitos se acotovelavam para ficarem perto dos doze mendigos e observar se o Celebrante beijava, mesmo, os pés dos pedintes e folgazões que representavam os apóstolos.

Nesse tom de momentos imperdíveis, solenes com a Quinta-feira, eram também a Sexta–feira, com a procissão do Senhor Morto, o sábado da Aleluia, com as descobertas dos Santos e o Domingo da Ressurreição com o Pontifical Soleníssimo e, com a entrada majestosa do Senhor Arcebispo, sob os acordes de "Ecce Sacerdos  Magnus".

Deixo aqui -, senhoras e senhores, Ad Perpetuam Rei Memoriam -, um pequeno e resumido quadro do muito que acontecia na Semana Santa, das missas realizadas em latim,  das procissões, das quermesses, enfim, dos meus idos de garoto e, evidentemente, da Fortaleza querida (terra de minha falecida avó Martinha Maciel) dos meus eternos sonhos de adolescente."


Aparecido Raimundo de Souza
De Vila Velha Espírito Santo ES.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Especial Fortaleza 289 Anos - Uma História de Amor


Para comemorar o aniversário de Fortaleza, pedi aos leitores do  Fortaleza Nobre, que deixassem uma mensagem, que escrevessem o local que mais marcou sua vida, o lugar que ele mais gosta de está e qual o sentimento quando comparam o ontem e hoje da cidade amada.

Selecionei algumas dessas declarações de amor e saudade, mas vocês podem conferir todas na nossa página no Facebook.
Para melhor visualização, cliquem nas fotos para ampliar:












Agradeço a todos os leitores do Fortaleza Nobre pela preciosa contribuição!!!

Um mergulho na História

Em 26 de janeiro de 1500, de acordo com o pensamento do historiador Francisco Adolfo de Varnhagen, o Cabo de Santa Maria de la Consolación, onde esteve a frota do navegador Vicente Yañez Pinzón, seria a Ponta do Mucuripe. A tese é aceita e contestada por muitos historiadores.

Um mês depois de Pinzón, Diogo Lepe avistava o Rostro Hermoso (ponta do Mucuripe) e em seguida tomava o rumo de Pinzón.

Vicente Yañez Pinzón era um navegador espanhol, que à procura de conquistas, riquezas e especiarias, aventurou-se pelos mares, em procura das Índias, por caminhos mais curtos, em direção ao por do sol e em fevereiro de 1500 aportou nas areias do nordeste do nosso continente, onde cavou o chão do futuro Brasil e ergueu aos ventos ocidentais a cruz que assinalava sua passagem.

Hoje existe em Fortaleza um bairro com o nome de Vicente Pinzon.

No mês de agosto do ano seguinte, a expedição comandada por André Gonçalves e Gonçalo Coelho chegou à enseada do Mucuripe, tendo entre seus tripulantes Américo Vespúcio.

Em 1531, Martim Afonso de Sousa teria também estado por aqui.

Quando da divisão por D. João III, em 1534 do Brasil em Capitanias Hereditárias, foi doada a Antônio Cardoso de Barros, a que correspondia ao Ceará, ele porém não fez nenhum empenho em colonizá-la.

Também em 1536, aqui esteve Aires da Cunha.

Nossa costa foi dominada pelos franceses até 1600, sendo os primeiros a explorarem nossas riquezas.

A primeira vez que nosso solo teve contato realmente com a civilização foi em junho de 1603, quando Pero Coelho de Sousa aqui esteve, não com intuito civilizador, mas à procura de riquezas para cobrir perdas que teve na Paraíba, juntamente com seu cunhado, Frutuoso Barbosa.

Em sua andança, esteve no Mucuripe, onde encontrou uma tribo indígena, e seguiu rumo a Ibiapaba, mas vendo fracassado o seu intuito, voltou, fundando na barra do rio Ceará ou Itarema, um fortim ao qual batizou de São Tiago, chamando a região de Nova Lusitânia, que teria como capital Nova Lisboa.

Era uma tosca paliçada de paus de quina e algumas casinhas de taipa.

Mas logo Pero Coelho seguiu para Recife, deixando aqui Simão Nunes Correia, com 45 soldados.

Em 1605, Pero Coelho de Sousa volta, trazendo sua mulher Tomázia e os filhos, mostrando querer estabelecer-se definitivamente, mas em pouco tempo teve que voltar, por terra, para o Rio Grande do Norte, em virtude da deslealdade de João Saromenho, que desviava os recursos enviados pelo governador e também pela grande seca daquele ano que o deixou totalmente sem água.

1606 foi o ano em que o restante da seca do ano anterior assolou o Ceará e consequentemente também no local em que surgiria Fortaleza.

Em 11 de janeiro de 1612, é assassinado pelos selvagens do Ceará, na Serra da Ibiapaba, o jesuíta Padre Francisco Pinto os quais ele procurava catequizar. Foi sepultado no sopé da Serra da Ibiapaba e hoje se encontram em Parangaba.

No dia 20 daquele mês e ano, chega, do Rio Grande do Norte, com seis soldados e um padre, o açoriano Martin Soares Moreno que reconstruiu a fortificação que foi denominada Forte São Sebastião. Tinha amizade com os indígenas do Jaguaribe e depois foi até Camocim.

Jerônimo d'Albuquerque vem em 1613, encontrar-se com Martin Soares Moreno, e este segue para a conquista do Maranhão onde não foi feliz, sendo perseguido pelos franceses, chegando às Antilhas e dali seguindo para Sevilha.

Em seu lugar, fica Manuel de Brito Freire, por 14 meses.

Martim Soares Moreno volta em 1614 para Recife, onde se junta a novas forças, para atacar o Maranhão, onde fica comandando o Forte Cumá.

Finda a missão, volta à Europa.

Martim Soares Moreno é considerado o fundador do Ceará, pois começou aqui a colonização portuguesa, fixando-se por muito tempo na foz do rio Ceará, onde construiu o Forte de São Sebastião a partir de 1612, retirando-se em 1631, indo para Pernambuco combater os holandeses.

De lá voltou a Portugal.

Martim Soares Moreno é nomeado em 26 de maio de 1619 para dirigir a Capitania do Ceará, pelo prazo de dez anos, mas não tomaria posse naquele ano.

Em 1621, Martim Soares Moreno toma posse e reconstrói o Fortim de São Tiago, mas por falta de recursos, terminou por abandonar o forte e em 1631 estava em Pernambuco, para expulsar os holandeses.

No local deixado por Martim, ficou apenas uma pequena aldeia formada por casas de taipa, uma igrejinha e o fortim com quartel e armazém com um total de 30 pessoas, entre soldados e civis.

O Capitão-Mor Domingos de Veiga Cabral é nomeado capitão do forte em19 de julho de 1630.

Assume o cargo de capitão do forte, recebido das mãos de Matim Soares Moreno, seu tio, o Capitão-Mor Domingos de Veiga Cabral em 06 de janeiro de 1631.

Sai o parecer do Conselho Ultramarino em 14 de outubro de 1637, mandando extinguir o presídio do Ceará e levar os índios para o Maranhão.

Chega no forte e dele se apossa em 25 de outubro de 1637, uma expedição batava sob o comando do major Jorge Garstmann, com o auxílio do capitão Hendrick Van Hus, ficando no comando o tenente Van Ham, que é substituído por Gedeon Morris Jonge e em 1644, revolta indígena acaba por passá-los pelas armas.

No dia seguinte, Francisco Pereira da Cunha foi nomeado governador, mas o Ceará se achava em poder dos holandeses e houve nova nomeação, no dia 03/01/1641, mas como o domínio holandês continuava, tudo ficou sem efeito.

Desembarca no Mucuripe em 03 de abril de 1649, a segunda ocupação holandesa, comandada por Matias Beck, mas impedido pela arrebentação do mar, logo decidiu estabelecer-se à margem esquerda do riacho Marajaitiba (Pajeú), sobre o morro Marajaik, onde construiu com traçado do engenheiro Ricardo Caar, um forte, batizando-o de Schoonenborch em homenagem ao governador holandês em Pernambuco, a quem era subordinado, Walter van Schoonenborch.

A limpeza do terreno iniciou-se no dia nove e no dia 18 foi feita a planta.

Inicia-se a ampliação e reforço do forte, com planta feita também pelo engenheiro Ricardo Caar em 19 de agosto de 1649.

1652 foi o ano de grande seca em todo o Estado do Ceará e consequentemente no local onde surgiria Fortaleza.

26 de janeiro de 1654, ocorre a capitulação da Holanda, assinada na Campina do Taborda, entre os comissários mestre de campos general Francisco Barreto de Menezes e os do Supremo Conselho do Recife e do general em chefe holandês, sendo entregues as fortificações de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Em 20 de maio daquele mesmo ano, realizou-se a entrega do forte pelo comandante Joris Garstman ao capitão português Álvaro de Azevedo Barreto, cumprindo o tratado de paz celebrado entre Portugal e Holanda, em 1º de junho do mesmo ano.

Matias Beck era um jovem holandês que saiu de Amsterdam em abril de 1635 chegando em Recife como comerciante.

Em Recife tornou-se político e foi designado para vir tomar o posto em nossa terra, aqui chegando em 1639, construindo o forte Schoonenborch à margem do riacho Marajaitiba (Pajeú), com o intuito de prosseguir o domínio flamengo no Brasil e explorar as suas minas.

Hábil aventureiro era comandante do Regimento dos Burgueses, deputado à Câmara dos Escabinos do Recife, agremiação semelhante às câmaras municipais portuguesas no Brasil, cujos membros eram recrutados entre os homens de bem mais respeitáveis da localidade "repúblicos".

Era casado com Ana Hack e pai de seis filhos.

Quando deixou o Brasil foi para Curaçau onde ocupou o cargo de Vice-Governador, falecendo em 1668.Quando caíram os holandeses em Taborda, Pernambuco, fora nomeado o capitão-mor Álvaro de Azevedo Barreto, que aqui chegou em abril, com quatro companhias de soldados e duas de índios.

Sua nomeação foi feita pelo general Francisco Barreto e confirmada por Ordem Régia de 23 de novembro, mas no ano seguinte, no dia 13 de setembro, o rei dom João IV expediu a patente de capitão da Fortaleza do Ceará a Domingos de Sá Barbosa.


Recebeu o forte das mãos dos holandeses o português Álvaro de Azevedo Barreto, que fez alguns reparos e construiu uma ermida dedicada a Nossa Senhora d'Assunção, passando a chamar-se, o forte, Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção - Foi projetada e construída pelo tenente-coronel de engenharia Antônio José da Silva Paulet, iniciando-se em 12 de outubro de 1812 (pedra fundamental), sendo inaugurada em 1817, sem estar ainda pronta, o que só aconteceu em 1823, quando houve outra inauguração.

Na época, o Ceará era governado por Luís Barba Alardo de Menezes.

Após Álvaro de Azevedo Barreto, seguiram-se vários comandantes.

Em 1666, houve uma reforma feita por João Tavares de Almeida e em 1698 foi reconstruída com melhorias, pois até então era uma paliçada.

Em 1816 transformou-se finalmente numa fortaleza, levantada que foi em alvenaria de tijolo e cal, projetada pelo engenheiro Silva Paulet, na administração do governador Manuel Inácio de Sampaio.

27 de junho de 1656, pela Carta Régia, o Ceará passa do encargo da Capitania do Maranhão para a Capitania de Pernambuco.

A Rainha adota em 07 de dezembro de 1660, o parecer do Conselho Ultramarino, do dia 29 de novembro, concedendo permissão a João de Melo Gusmão para conduzir sua família ao Ceará, onde deveria assumir o governo.

Assume em 14 de dezembro de 1663, o governo da província do Ceará João de Melo Gusmão.

Em 21 de julho de 1671, assume o governo da província do Ceará, Jorge Corrêa da Silva.

Ordem Régia em 16 de fevereiro de 1699, resolvia sobre a construção de uma igreja, que foi a primeira capela-mor da Matriz de Fortaleza (Catedral), cuja construção foi autorizada por outra Ordem Régia, de 12/02/1746.

1701 é eleita a primeira Câmara no Iguape, tendo a denominação de São José de Ribamar, na foz do rio Pacoti.

Em 20 de abril do mesmo ano, a Câmara da Vila de São José de Ribamar resolve mudar a vila do lugar junto a Fortaleza para a Barra do Rio Ceará. A primeira vila do Ceará foi Aquiraz.

Petição popular pede a mudança da sede da Capitania para a vila de Aquiraz, em 1706, petição aceita em 26 de fevereiro do mesmo ano.

Cinco anos depois, em 23 de outubro de 1706, a Vila de Fortaleza é transferida, para a Barra do Ceará, "donde não devera ter saído", de acordo com a ordem do governador de Pernambuco.

Em outubro de 1708, volta a Vila de Fortaleza para as margens do Riacho Marajaig (hoje Pajeú).

Criada em 11 de março de 1723, a Vila da Fortaleza de Nossa Senhora d'Assunção do Ceará Grande.

Em 13 de abril de 1726, é instalada a Vila da Fortaleza de Nossa Senhora d'Assunção do Ceará Grande, desmembrada do Aquiraz, pelo capitão-mor Manuel Francês, o qual elegeu para juízes ordinários e vereadores da Câmara Antônio Gomes PassosClemente de Quevedo, Jorge Corrêa da Silva, Pedro de Morais e Souza e João da Fonseca Machado.


Fonte: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de
 Miguel Ângelo de Azevedo



Parabéns, minha querida Fortaleza!!!





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