Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Rua da Cadeia
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



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segunda-feira, 24 de junho de 2019

General Sampaio - A estátua do herói de Tuiuti

O cearense Antônio de Sampaio nasceu em 24 de maio de 1810, na cidade de Tamboril. Filho de Antônio Ferreira de Sampaio e Antônia Xavier de Araújo, o Brigadeiro foi criado e educado pelos pais no ambiente simples do sertão.

O interesse pela carreira militar surgiu logo cedo, galgando postos por merecimento graças a inúmeras demonstrações de bravura, tenacidade e inteligência. Foi Praça em 1830; Alferes em 1839; Tenente em 1839; Capitão em 1843; Major em 1852; Tenente-Coronel em 1855; Coronel em 1861 e finalmente Brigadeiro em 1865.


O General Sampaio teve atuação destacada na maioria das campanhas de manutenção da integridade territorial brasileira e das que revidaram as agressões externas na fase do Império: Icó (CE), 1832; Cabanagem (PA), 1836; Balaiada (MA), 1838; Guerra dos Farrapos (RS), 1844-45; Praieira (PE), 1849-50; Combate à Oribe (Uruguai), 1851; Combate à Monte Caseros (Argentina), 1852; Tomada do Paissandu (Uruguai), 1864; e Guerra da Tríplice Aliança (Paraguai), 1866. Foi condecorado por seis vezes, no período de 1852 a 1865, por Dom Pedro II, então Imperador do Brasil.

Sampaio inspecionando a instrução da tropa durante a Guerra da Tríplice-Aliança

Em 24 de maio (data do seu aniversário), durante a Batalha de Tuiuti, em 1866, foi ferido três vezes. O primeiro, por granada, gangrenou-lhe a coxa direita; os outros dois foram nas costas. Faleceu a bordo do Vapor-Hospital Eponina, em 06 de julho de 1866, quando do seu transporte para Buenos Aires.

Como faleceu nas cercanias da capital portenha, recebeu todas as atenções por parte das autoridades argentinas e do corpo médico brasileiro que o acompanhou nos últimos momentos em vida.
Após as preparações do corpo, o enterro foi realizado no Cemitério Municipal de Buenos Aires, atual Cemitério da Recoleta, tendo o cortejo saído do local onde se encontrava, às 14 horas, com a presença de ilustres personalidades e do povo argentino. Ao baixar o túmulo, em 8 de julho de 1866, o bravo Brigadeiro foi exaltado pelo Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Dom Rufino de Elizaide.


Sobre a sua morte, o jornal La Nación assim noticiou o infausto acontecimento:

“Diremos de passagem que esse chefe é um dos homens mais valentes que se podem encontrar, foi seu desmedido valor que de soldado o levou a general, sendo hoje ainda moço.Na batalha de 24 de maio, o Brigadeiro Sampaio com sua brilhante divisão, chamada Encouraçada, por compor-se das melhores tropas brasileiras, foi a que aguentou o inimigo, e no meio de um fogo infernal viu-se o Brigadeiro Sampaio a cavalo dirigindo ousadamente suas manobras.

Foi ferido, e momentos depois morto o seu cavalo. Então a pé, continuou, com sua espada em punho, a dirigir as suas forças. Vendo cair ferido o comandante do heroico 4º Batalhão de Voluntários, vários oficiais e a metade dos soldados dessa unidade, compreendendo que esse batalhão era a chave desse círculo de baionetas, colocou-se à frente do mesmo com o que, por tal forma o animou, fazendo que o 4º Corpo se fizesse dizimar pelo inimigo, mas sempre mantendo a sua posição. Foi nessa ocasião que o General Sampaio, sendo novamente ferido, caiu nos braços de seus soldados e foi conduzido exangue ao seu quartel-general”.

(DUARTE, Paulo Queiroz.Sampaio, Bibliex, 2010, Pag 280)

Os restos mortais de Sampaio permaneceram em solo argentino por mais de três anos, quando foi decidida pelo Governo Brasileiro, a sua repatriação para a cidade do Rio de Janeiro, sendo fixada a data de 20 de dezembro de 1869, para a trasladação dos seus despojos para o Asilo dos Inválidos da Pátria, onde foi sepultado na cripta da Igreja de Bom Jesus da Coluna, situada na Ilha do Bom Jesus, sede do citado Asilo. No féretro, seus restos mortais foram recebidos pelo próprio Imperador Dom Pedro II.

Entretanto, seus restos mortais não permaneceriam muito tempo nas terras cariocas. O povo cearense passou a reclamar dos dirigentes da província, pelos sagrados despojos, os quais em 1871, um ano após o término da Guerra da Tríplice Aliança, adotaram medidas oficiais no sentido de construir um mausoléu para receber os restos mortais de seu herói, admirado pelo povo cearense.

Em entendimentos mantidos com o Governo Imperial, em 16 de novembro de 1871, foi efetuada a retirada dos seus restos mortais da cripta da Igreja do Bom Jesus da Coluna no Asilo dos Inválidos da Pátria, no Rio de Janeiro, e em um ataúde, foram transportados no paquete Cruzeiro do Sul para Fortaleza, onde estava sendo concluído o mausoléu no cemitério público da capital cearense, mais tarde denominado de Cemitério São João Batista.

O vapor chegou à Fortaleza no dia 25 de novembro de 1871, tendo sido o ataúde depositado na cripta da Igreja Matriz de São José (antiga ), atual Catedral de Fortaleza. O mausoléu no Cemitério São João Batista foi inaugurado em 25 de outubro de 1873.

No Cemitério São João Batista, os despojos do valoroso guerreiro permaneceram por quase 93 anos, até que no ano de 1966, dentro das Comemorações do Centenário da Batalha de Tuiuti, foi efetuada a retirada e o traslado dos seus restos mortais, do Cemitério para um Mausoléu construído pela Prefeitura de Fortaleza em uma das mais modernas avenidas recém-inaugurada – a Avenida Bezerra de Menezes, onde o túmulo de Sampaio seria mais visto pelo povo cearense.

O local escolhido na Avenida Bezerra de Menezes, ficava defronte ao aquartelamento do então Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Fortaleza (CPOR) passando seus jovens alunos, futuros Oficiais da Reserva, a guarnecerem o referido monumento. A concretização do ato deu-se em 5 de maio de 1966, com a exumação dos restos mortais, e a respectiva lavratura do termo de exumação, coordenada pelo Comando da 10ª Região Militar, com apoio do Governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza.



No dia 24 de maio de 1966, às 7h45, partiu do Cemitério São João Batista o cortejo fúnebre conduzindo os despojos do Brigadeiro Sampaio que passaram a repousar no novo Mausoléu construído no canteiro central da Avenida Bezerra de Menezes. Mais um local era ocupado pelos restos mortais do valoroso cabo de guerra cearense.


O cortejo fúnebre foi formado por uma linha de doze alunos do Colégio Militar, montados, empunhando as Bandeiras Históricas, seguida de uma linha de tambores, também daquele educandário; após o que marchavam seis oficiais de Infantaria conduzindo, sobre almofadas as condecorações do homenageado, logo após deslocava-se a carreta fúnebre, tracionada por seis cavalos, conduzida por dois soldados, acompanhada de altas autoridades.

Com o passar do tempo a cidade de Fortaleza se expandiu com rapidez. O Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Fortaleza (CPOR) foi extinto e o aumento desenfreado na quantidade de veículos, tornam a Avenida Bezerra de Menezes, uma via de grande movimento e a permanência do Mausoléu na referida avenida, fica inviabilizada. Mais uma vez é estudado um novo local para abrigar os restos mortais do bravo Patrono da Infantaria - Brigadeiro Sampaio. Fruto dos estudos para escolha de um local definitivo, das sugestões do General de Exército Tácito Theophilo Gaspar de Oliveira e do empenho do General de Exército Domingos Miguel Antônio Gazzineo, antigos Comandantes da 10ª Região Militar, junto ao Ministro do Exército, General Zenildo de Lucena, e com o apoio da Prefeitura de Fortaleza, foi erguido na parte frontal da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, um panteão destinado a ser a morada definitiva do bravo soldado cearense. 

A instalação do Panteão Brigadeiro Sampaio neste sítio histórico agregou um forte simbolismo por estar situado, no mesmo local onde o jovem sertanejo Antônio de Sampaio, que vindo de Tamboril, se alistou na longínqua data de 18 de julho de 1830. Naquela ocasião, estava sediado na histórica Fortaleza o quartel do então 22º Batalhão de Caçadores, primeira unidade militar que abrigou Antônio de Sampaio. Finalmente, no dia 24 de maio de 1996, é realizado o último translado dos restos mortais do Patrono da Infantaria, para o seu Panteão que passou a abrigar, definitivamente, os despojos desse bravo guerreiro e Herói Nacional.


Homem puro e patriota, Sampaio destacava-se por ser capacitado e corajoso, inteiramente dedicado à vida militar. Exemplo de exponencial bravura, foi consagrado Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro, pelo Decreto 51.429, de 13 de março de 1962.

Estátua do General Sampaio

Em Fortaleza, foi inaugurado no dia 24 de maio de 1900, um monumento em homenagem ao General Sampaio, sendo a segunda estátua erigida na capital alencarina - a primeira é a do General Tibúrcio na Praça dos Leões



A colocação da estátua na Praça Castro Carreira, foi amplamente noticiada por jornais da época.
A praça e todas as casas do entorno, estavam vistosamente enfeitadas, apresentando deslumbrante aspecto.

Em volta do monumento, destacavam-se escudos e galhardetes, tendo gravado, em letras douradas, os feitos de Sampaio. Do lado Sul erguia-se vistoso palanque destinado às autoridades civis e militares e comissões diversas.  

Às cinco horas da tarde, dava entrada na praça e tomava o palanque  o presidente do Estado, Antônio Pinto Nogueira Acióli.



Descoberta a estátua, e sendo inaugurada pelo Sr. presidente do Estado, a multidão prorrompeu em vivas aclamações de entusiasmo e prolongada salva de palmas, tocando para esta ocasião o hino nacional, pela banda de música, enquanto que a guarda de honra fazia continência e subiam ao ar milhares de foguetes, saudando a Fortaleza N. S. D'Assunção com 21 tiros.

A estátua do herói de Tuiuti foi colocada sobre uma coluna de mármore de aproximadamente dez metros de altura, cercada por um gradil de ferro. O gradil foi retirado durante uma remodelação da praça.




Em 24 de maio de 1966, o monumento foi transferido para a Avenida Bezerra de Menezes, em frente ao CPOR (NPOR); ocasião em que a coluna, que era sua base, foi destruída. Em 1981 foi novamente transferida, desta vez para a pracinha na Avenida 13 de Maio em frente ao 23º BC




Em 1996, por iniciativa do Instituto do Ceará, tanto a estátua como os restos mortais do general, foram transferidos para os jardins do quartel da 10ª RM, onde ainda se encontra. 

Curiosidades:

No dia 24 de maio de 1900, além da inauguração da estátua do General Sampaio, também foi inaugurada a rua 24 de Maio. Na mesma ocasião, a então rua da Cadeia passa a se chamar rua General Sampaio, também em homenagem ao General Antônio de Sampaio, que falecera vítima de tiro em 1866, na Batalha de Tuiuti, na Guerra do Paraguai.  




Como vimos, o general foi sepultado a princípio em Buenos Aires, sendo depois seus restos mortais transladado para o Rio de Janeiro e finalmente para Fortaleza, sendo enterrado no Cemitério São João Batista e anos depois, exumado e transferido para um mausoléu construído pela Prefeitura de Fortaleza na recém-inaugurada Avenida Bezerra de MenezesFinalmente, no dia 24 de maio de 1996, é realizado o último translado dos restos mortais do General para sua definitiva morada, em frente o Comando da 10ª Região  Militar.




Fontes: Revista do Instituto do Ceará - 2016, Site Oficial do Exército Brasileiro, Blog História Militar, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Antiga cadeia pública de Fortaleza

  

No ano de 1850, é ordenado ao engenheiro Manuel Caetano de Gouveia que organizasse a planta e desse início a obra de construção da Cadeia Pública de Fortaleza, ficando o prédio pronto em 1866. 

Registro dos anos 70. Acervo Eugênio Arcanjo

Em 21 de novembro de 1867, os presos são então transferidos dos xadrezes que ficavam embaixo da Casa da Câmara, na rua Floriano Peixoto.
O prédio localiza-se no quadrilátero entre a rua SenadorPompeu, rua Dr. João Moreira, rua General Sampaio (antiga rua da Cadeia) e rua Senador Jaguaribe.
Contorna o prédio uma alta muralha que mede em quadro 396 m².


De acordo com o arquiteto e urbanista Totonho Laprovitera, o prédio começou abrigando somente homens e, no início do século XX, foi construída uma ala feminina.
Possuía uma cozinha espaçosa e diversos quartos para oficinas e o corpo da guarda, que ficava ao lado setentrional. No pátio, um poço fornecia água para a lavagem e outros misteres.

Arquivo Nirez

É um grande prédio assobradado no centro e dividido em dois raios no pavimento inferior, onde ficavam as celas em número de 28, medindo 6m de altura e no andar superior 11m.


Também no andar superior ficava o alojamento do carcereiro, o arquivo, a administração, o refeitório e as enfermarias que recebiam ar e claridade por grades de ferro que as fecham, e duas janelas que olham para o mar.
Em cada cela, ficavam de 12 a 20 presos. Eram fechadas por janela alta com grossos varões de ferro que deita para o pátio e grade de ferro para os corredores.

Foto da antiga cadeia pública pelo lado da praia - rua Senador Juagaribe. Um dos comércios que funcionava por trás do prédio, era "O Nosso Bar".
O Nosso Bar apareceu depois que a cadeia passou a Emcetur. Esta foto foi tirada entre os anos de 50 a 60. O caminhão lá atrás era um Ford dos idos de 40 e um pouco mais distante um carro PontiacOs carros naquela época ficavam nas ruas sem qualquer segurança esperando o dono. Como este estacionado na lateral da Santa Casa. Arquivo Nirez

É um dos primeiros edifícios públicos a atender as modificações impostas pela Legislação Penitenciária Imperial.
Em 1967, começou a desativação da cadeia. Nesse processo, conforme Totonho (já citado) surgiram duas correntes: uma queria que o local fosse demolido para dar lugar a um estacionamento e outra queria a construção de um hospital.
O prédio foi desativado em função da construção do Instituto Penal Paulo Sarasate e em 12 de setembro de 1969, os detentos deixam a velha cadeia e são transferidos para o IPPS, na BR-116. O primeiro diretor naquele local foi o coronel Francisco Bento.

Foto aérea dos anos 70 vendo-se a antiga Cadeia pública. 
Foto de Nelson Bezerra

O prédio de linhas neoclássicas caracteriza-se pela clareza e simplicidade das formas. Foi desocupado na Gestão do Governador Plácido deAderaldo Castelo.
Em 14 de setembro de 1971, instala-se em Fortaleza a Emcetur. O primeiro diretor foi Eliezer de Sousa Teixeira.

Arquivo Nirez

Conservando-se as mesmas linhas arquitetônicas e respeitando suas características neoclássicas, a antiga Cadeia Pública foi adaptada.
A responsabilidade do projeto coube aos arquitetos Francisco Afonso Porto Lima e Francisco Américo de Vasconcelos, ficando a execução do projeto sob a responsabilidade da Secretaria de Obras do Estado do Ceará (SOEC).


Em 31 de março de 1973, é inaugurado o Centro de Turismo de Fortaleza, pelo então governador César Cals.
As celas deram lugar as lojas de artesanato e o pavimento superior, foi adaptado para sediar a Empresa Cearense de Turismo (Emcetur). Após a extinção do órgão, passaram a funcionar no local o Museu de Mineralogia, que buscou expor ao público as riquezas minerais do solo cearense, e o Museu de Arte e Cultura Popular, que retrata a cultura do povo cearense, com esculturas feitas pelo artista Deoclécio Soares (Bibi), as artes esculpidas em cerâmicas feitas pelo artista Cícero Simplício do Nascimento (Cizin), e os bonecos feitos pelo Mestre Boca Ricca.


Interessante é perceber o nível de preservação, inclusive sendo mantida a fechadura antiga das celas, dando um ar ainda mais histórico para o prédio.
Belíssimo exemplar do século XIX, o prédio possui vários elementos de arquitetura, tais como: frisos, cornijas, molduras, grades, gárgulas (jacarés) nas fachadas e outros.
É protegido pelo Tombo Estadual segundo a lei n° 9.109 de 30 de julho de 1968, através do decreto n° 15.319 de 17 de junho de 1982.
Ao todo, são 105 lojas e dois quiosques, onde são vendidos diversos itens, de rendas de bilro e renascença a brinquedos de madeira, passando por cordéis, utensílios e objetos de decoração. Também é possível encontrar roupas de algodão cru, moda praia e produtos típicos da nossa gastronomia, tais como doces, castanhas, compotas, licores e cachaças.

Crédito da foto: http://emcetur.com.br/

De janeiro de 2008 a março de 2010, a infraestrutura do edifício passou por uma grande reforma. Diante da necessidade da restauração de um equipamento tão importante para o patrimônio histórico e turístico cearense, o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Turismo do Estado (Setur), realizou as obras de melhoria nos blocos norte, central e sul. Todas as restaurações foram voltadas para preservar o espaço e permitir a acessibilidade das pessoas com deficiência e do público em geral. Pisos e telhados foram trocados. Toda a parte hidráulica, elétrica e sanitária foi substituída. A pintura foi refeita em todo o prédio. O jardim recebeu reformulação e nova iluminação. Os banheiros foram ampliados. A acessibilidade a cadeirantes foi contemplada por meio de um banheiro adaptado e da instalação do elevador que dá entrada ao 1º piso, onde fica o Museu de Arte e Cultura Popular.
A reforma custou R$ 1,9 milhão em verbas do Tesouro Estadual e do Ministério do Turismo.

Crédito da foto: http://emcetur.com.br/

Museu de arte e cultura popular - Crédito da foto: http://emcetur.com.br/

No pavimento térreo do bloco central, cuja área é de 2.834,94 m², a reforma incluiu as lojas e a instalação do elevador panorâmico. Já o andar superior, recebeu melhorias na diretoria e sala de reuniões, no almoxarifado e nas salas de guias turísticos. O bloco sul, com 752,55 metros quadrados, conta com estacionamento para 42 veículos, além da reforma das lojas e jardins.
A reinauguração se deu no dia 16 de março de 2010 com grande solenidade.

Horários de Funcionamento:
Segunda à Sábado: 8hs às 17hs
Domingo e Feriados: 8hs às 12hs

Crédito da foto: http://emcetur.com.br/

Crédito da foto: Blog História e Viagem

Curiosidade: 

*Há rumores, entre os comerciantes daquele local, que estranhas passagens secretas estão escondidas no chão do prédio.

*Um dos detentos da antiga cadeia pública, foi o jogador Idalino.
Leia sobre o crime que o levou para atrás das grades AQUI.





sábado, 2 de junho de 2012

Rua General Sampaio - Antiga Rua da Cadeia - 2º Parte



Casa do Barão de Camocim (Geminiano Maia) na rua General Sampaio nº 1632 - Arquivo Nirez

Em 1928, na Rua General Sampaio, funda-se a primeira emissora do Ceará, a Rádio Educadora Cearense, de vida efêmera, funcionando na esquina da Rua General Sampaio (nº 118) com Rua Meton de Alencar e que chegou a transmitir jogos realizados na Praça de Pelotas (atual Praça Clóvis Bevilaqua), que ficava em frente.
Tinha em seu quadro nomes como Pierre Pereira da Luz (Pierre Luz) que foi o primeiro locutor, Sebastião Coelho, Antônio de Alencar Santiago (Antony Santiago), Francisco Hill Odorico de Moraes (Hill Moraes), Augusto Mena Barreto, Tomás Marques Dias, Francisco José Odorico de Morais, Egídio Coelho, Luís Spíndola, Jeferson Braun, Achiles Arrais, Antônio de Oliveira Braga, J. Miranda Lopes, Renato F. Cardoso, Francisco Flósculo Barreto, Benjamin Falcão e Osvaldo Fernandes. Ouve anteriormente a Rádio Clube Cearense, mas não chegou a ir ao ar.



Em destaque, o prédio da Rádio Educadora Cearense - Arquivo Nirez

No dia 28 de março de 1931, o Cine Luz surge na Rua Castro e Silva nº 47 (antigo), esquina com Rua General Sampaio nºs 4 a 10 (antigos), na Praça Castro Carreira (da Estação), numa dependência da antiga Fábrica Proença, com o filme "A dama escarlate", da Columbia Pictures.
Era de Bernardino Proença Filho e José Bezerra da Silva

Cine Luz, na Rua General Sampaio 526, esquina com Castro e Silva, na Praça Castro Carreira (da Estação). 
Foto de janeiro de 1943, quando estava em cartaz - 'Blackout - Nas Sombras da Noite' (Contraband - Blackout), produção inglesa, de 1940, dirigida por Michael Powell, com Valerie Hobson e Conrad Veidt. O filme foi lançado no circuito Ribeiro no dia 3 de janeiro de 1943. No ano anterior tinha sido exibido outro, produção de 1938. "Sombras da Noite" (While New York Sleeps). Arquivo Nirez

Em 27 de junho de 1933, é reinaugurado o Cine Luz, na Praça Castro Carreira (da Estação), na Rua Castro e Silva esquina com Rua General Sampaio.


No dia 20 de julho de 1938, acontece um acidente na esquina da Rua General Sampaio com Rua Meton de Alencar, na Praça Clóvis Beviláqua, às 8h do dia, quando o bonde nº 137, do Benfica, guiado pelo motorneiro nº 146, José Pereira Costa abalroa com uma camioneta placas 17-59 dirigida pelo "chauffeur" Antônio de Sousa que recebeu pequenos ferimentos. 

Acidente de 20 de julho de 1938, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Meton de Alencar, na 
Praça Clóvis Beviláqua - Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Nirez

Em 25 de janeiro de 1939, é inaugurada, em prédio na Rua General Sampaio nº 439, na Praça Castro Carreira, a Casa de Saúde e Maternidade São Raimundo, de Medeiros & Soares Ltda., firma formada pelos médicos Juvenil Hortêncio de Medeiros e A. Otoni Soares. Anos depois se transferiu para a esquina da Avenida Barão de Studart nº 790, com Rua Pereira Filgueiras, passando depois sua entrada para a esquina da Rua Pereira Filgueiras com Rua José Lourenço nº 777.


No dia 10 de agosto de 1940, a Empresa Clóvis de Araújo Janja inaugura, na Rua General Sampaio nº 1263, o Cine Rex, com o filme A Enfermeira Edite Cavel, da RKO, com Ana Neagle, Edna May Oliver e May Robson, no local onde esteve, por muitos anos, a Serraria Rodolfo e sua fábrica de pregos.

No mesmo ano, em 29 de junho, é inaugurada a Casa de Saúde e Maternidade São Pedro, pelo Sindicato dos Marítimos Cearenses, na Rua General Sampaio nº 441, na Praça Castro Carreira (da Estação).

Em 09 de agosto de 1943, é fundado, em Fortaleza, o Instituto Brasil-Estados Unidos - IBEU, no Palácio do Comércio e instalado em 25 de novembro do mesmo ano.
Faziam parte da sua primeira diretoria Edgar Cavalcante de Arruda (Edgar de Arruda), Omar O`Grady, Jorge Moreira da Rocha, tenente P. Wandsworth, José Ramos Torres de Melo e Fausto Augusto Borges Cabral (Fausto Cabral).
Sua sede ficava na esquina da Rua João Moreira com Rua Barão do Rio Branco.
Em novembro de 1945, mudou-se para prédio na esquina da Rua General Sampaio nº 849 com Avenida Duque de Caxias; em 04/07/1951, foi para prédio na esquina da Rua Pedro Pereira nº 258, com Rua Floriano Peixoto; em 21/04/1956, passou para prédio próprio na Rua Solon Pinheiro nº 58. Hoje tem filial na Rua Nogueira Acioli nº 801, na Aldeota.



 
Bar Americano, de Pedro Benício Sampaio. "A foto interna data de 14 de janeiro de 1951, onde se vê algumas pessoas e coisas interessantes. Na porta, visão da Praça José de Alencar que ficava em frente. O bar era localizado na esquina da Rua General Sampaio com Rua Guilherme Rocha. Era uma espécie de mercearia de primeira ordem misturada com bar. Próximo à porta vemos um juke-box (máquinas que tocavam discos). Das pessoas presentes apontamos, da esquerda para a direita de quem olha: Iran Benevides, Assis Ibiapina, Bruno Maia, Arnolfo Fontenele, o locutor Aderson Braz, Carlito Costa, Luiz Cândido Costa Filho (o Rei Momo Luizão I e único), Pedro Benício Sampaio - proprietário do bar - e alguns fregueses. Nirez

Em 06 de julho de 1944, encontra-se ainda em Fortaleza a cantora Zilá Fonseca, apresentando-se no Ceará Rádio Clube. Ela posa, despida, para os pintores na sede do Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, nos altos do Bar Americano, na esquina da Rua Guilherme Rocha com Rua General Sampaio, em frente à Praça José de Alencar.

 
Edifício Fenix Caixeiral, na esquina da Rua General Sampaio - 
Álbum Fotográfico de Propaganda Bilingue (Português e Italiano) - 1925

Em 01 de maio de 1953, com a presença de numerosas autoridades, entre as quais o Stenio Gomes, vice-governador em exercício, Paulo Cabral de Araújo, prefeito de Fortaleza, realiza-se, às 10 horas, a solenidade de lançamento da pedra fundamental do Edifício Fenix Caixeiral, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Guilherme Rocha.
De início, Armando Aguiar, presidente da Fenix Caixeiral explicou as finalidades da brilhante reunião.
Logo em seguida foi assinada a escritura do contrato de financiamento da construção por José Jereissati e José William Frota, ambos pelo IAPC e Armando Aguiar, pela entidade caixeiral.
Sobre a significação do ato falaram José Leão de Alencar Oliveira, membro do Conselho Administrativo da sociedade, e José Jereissati, que se congratulou com a família fenixta pelo empreendimento.
Stenio Gomes da Silva fez rápido discurso, congratulando-se com os fenixtas.
Hoje no lugar, se encontra o prédio do CEMJA.


No dia 16 de junho de 1956, surge mais uma emissora de rádio em Fortaleza, a Rádio Uirapuru de Fortaleza, ZYH-25, de Aécio de Borba Vasconcelos, José Pessoa de Araújo e José Júlio Cavalcante, já extinta, surgiu no 11º andar do Edifício Arara (IAPC), mudando-se depois para prédio próprio ainda existente na esquina da Rua Clarindo de Queirós com Rua General Sampaio em formato de um rádio, olhando para a Praça Clóvis Bevilaqua, passou pela Rua Quintino Bocaiúva, Avenida Desembargador Moreira nº 2055 e por fim foi vendida e desapareceu.

Em 09 de dezembro de 1957, o jornal Gazeta de Notícias muda-se para sua nova sede, o porão do prédio da Rádio Uirapuru, na esquina da Rua Clarindo de Queirós com Rua General Sampaio na Praça da Bandeira (atual Clóvis Bevilaqua). 

Praça Clóvis Bevilaqua, na época Praça da Bandeira, vendo-se a fonte e ao fundo a Rua General Sampaio. Década de 40/50 - Arquivo Nirez

Em 14 de setembro de 1971, instala-se em Fortaleza a Empresa Cearense de Turismo - Emcetur, funcionando no antigo prédio da Cadeia Pública, quadrilátero entre a Rua Senador Pompeu nº 360, Rua João Moreira, Rua General Sampaio e Rua Senador Jaguaribe. O primeiro diretor foi Eliezer Teixeira de Sousa.

Em 12 de julho de 1973, em reunião com os secretários Júlio Rego, da Saúde, e Ernando Uchoa Lima, da Cultura, o governador César Cals de Oliveira Filho determina que o Centro de Saúde que na época já era denominado Unidade Sanitária Nº 1 Barca Pelon, na esquina da Rua General Sampaio com Rua Liberato Barroso, na Praça José de Alencar, seja demolido, para ceder espaço para a construção de jardins para o Theatro José de Alencar

No dia 29 de junho de 1973, ladrões assaltam, de madrugada, a loja A Esplanada, na Rua General Sampaio nº 1003, na Praça José de Alencar, usando um pé de bode e um alicate que deixam no local.

Casa do poeta Cruz Filho na Rua General Sampaio. José da Cruz Filho foi o Príncipe dos Poetas Cearenses. Sua casa ficava quase vizinha ao Theatro José de Alencar. Hoje em dia, não existe mais a casa, o Cruz Filho já é falecido e o local hoje está em negociação, pois a Secretaria de Cultura pretende desapropriar algumas casas ali entre o Theatro José de Alencar e a Casa de Juvenal Galeno.  Arquivo Nirez

Em 26 de outubro de 1973, o príncipe dos Poetas Cearenses, José da Cruz Filho grava depoimento para o Museu Cearense da Comunicação (Arquivo Nirez), em sua residência, na Rua General Sampaio, sendo o momento registrado também em fotografia de Osmar Onofre

Loja Mesbla na Rua General Sampaio, nº1065 - Arquivo Nirez

Em 25 de janeiro de 1993, irrompe, às 18h30min, violento incêndio que devora em poucos minutos o Armazém Paraná, na Rua General Sampaio, na Praça José de Alencar, que atinge várias lojas na Rua Guilherme Rocha, entre elas Sapataria Sônia, Minna Discos, Micheline Baby e o magazine Calçados Populares.
O fogo foi debelado após quatro horas de intenso trabalho do Corpo de Bombeiros.


Outro incêndio aconteceu em 26 de dezembro de 1999. Ocorreu à noite e foi de grandes proporções, causado por um curto-circuito no Sukatão Amazonas, loja de confecções e miudezas na Rua General Sampaio nº 1159/1212, que foi destruído completamente. 

Mais um incêndio ocorreu em 10 de setembro de 2000 e destruiu a loja de calçados Petipé, localizada na Rua General Sampaio entre Rua Castro e Silva e Rua Senador Alencar.


 
Solar Carvalho Mota - Foto Ricardo Sabadia

Em 24 de outubro de 2003, às 19h30min, durante as comemorações dos 94 anos do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS, é apresentado o Projeto de Criação do Centro de Referência e Documentação do Semi-Árido em parceria com o IPHAN e o lançada a revista trimestral Conviver Nordeste, com as presenças do Ministro da Integração Nacional, Ciro Ferreira Gomes (Ciro Gomes) e da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral.
O local da solenidade foi no Solar Carvalho Mota, na Rua Pedro Pereira nº 741, esquina com Rua General Sampaio.


Rua General Sampaio - Foto de José Alberto Ribeiro

Rua General Sampaio sentido praia - Foto de Geonm40

Rua General Sampaio vendo-se o Centro de Turismo do Ceará. Antiga casa de detenção de Fortaleza.
Foto de Francisco Edson Mendonça Gomes



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Crédito: Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de Azevedo

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: