Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga : Rodolfo Teófilo
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



Mostrando postagens com marcador Rodolfo Teófilo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rodolfo Teófilo. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de outubro de 2021

Mulheres da borracha – Núcleo do Porangabussu

Composição com recortes fotográficos. Foto Aba-Film, Fortaleza, 1943.
Foto: Acervo MAUC - UFC.

“Fumar e chorar eram os meus únicos confortos desde que você foi embora”

Era assim que D. Elcídia Galvão se queixava em carta escrita ao marido, soldado da borracha, sobre a proibição de fumar imposta no Núcleo de Famílias do Porangabussu (atual Rodolfo Teófilo).

Os milhares de trabalhadores nordestinos recrutados para trabalhar na região amazônica na extração da borracha, em 1943, assinaram um contrato de encaminhamento. Neste, eles poderiam optar pela assistência que o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, SEMTA, oferecia para suas famílias que ficavam no nordeste. Muitas mulheres e filhos desses trabalhadores permaneceram em hospedarias improvisadas, chamadas de “Núcleos” esperando o momento em que iriam novamente reunir suas famílias, como foi o caso do Núcleo de Famílias do Porangabussu.

Sede do SEMTA, Foto Aba-Film, Fortaleza, 1943.
Foto: Acervo MAUC - UFC.

Longe dos maridos, entre pessoas estranhas e tendo que seguir normas específicas, estas mulheres escreveram cartas a seus esposos. Cartas contando sobre angústias sofridas, revelando saudades e desejos, pressionando o retorno dos seus maridos e com várias queixas, como é o caso da carta de D. Elcídia, a qual denuncia a proibição de fumo dentro do núcleo, feita pelo médico responsável e a perda de um de seus únicos consolos.

Cine Diogo. Foto Aba-Film, Fortaleza, 1943.
Foto: Acervo MAUC - UFC.

O Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia - Semta foi um órgão brasileiro criado em 1943, como parte dos Acordos de Washington, tinha como finalidade principal o alistamento compulsório, treinamento e transporte de nordestinos para a extração da borracha na Amazônia, com o intuito de fornecer matéria-prima para os aliados da II Guerra Mundial.

O Semta fazia parte do Departamento Nacional de Imigração (DNI), do governo de Getúlio Vargas. Era financiado por um fundo especial da Rubber Development Corporation, um fundo criado com o selamento dos Acordos de Washington.

Cine Diogo. Foto Aba-Film, Fortaleza, 1943.
Foto: Acervo MAUC - UFC.

Tinha como objetivo principal o recrutamento, encaminhamento, colocação e à assistência de trabalhadores (e famílias destes) nos seringais da região Amazônica.

Sediado no nordeste, em Fortaleza, funcionou no Palácio do Comércio a sua sede administrativa. Já os campos de alojamento ficavam no Prado (atualmente Benfica) e no Alagadiço (atualmente São Gerardo). 

Já para as mulheres e famílias dos homens casados, existia um alojamento que ficava no Porangabussu, local da construção do antigo Hospital das Clínicas, hoje Hospital Universitário Walter Cantídio.

Cine Diogo. Foto Aba-Film, Fortaleza, 1943.
Foto: Acervo MAUC - UFC.

O Ceará foi escolhido como centro operacional deste serviço por diversas razões. Entre elas: A safra agrícola cearense de 1942/43 estava perdida devida a seca de 1942/43.

O governo Vargas e o governo estadual temiam manifestações em massa da população do interior cearense, como a Invasão de Flagelados na seca de 1915, ou o movimento político-social-religioso do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto da década de 30, bem como a reimplantação da trágica estratégia dos Campos de Concentração no Ceará (mais conhecidos como Os Currais do Governo) de 1932/1933.

Praça José de Alencar - Saída de um comboio para Amazonas em 1943. Acervo Ivan Gondim

Os cearenses se adaptariam melhor com a população local do Norte e com os índios, pelo fato de um grande contingente de cearenses já havia imigrado para a Amazônia no Primeiro Ciclo Econômico da Borracha (final do século XIX e começo do século XX), e o fato de que a população cearense teve quase nada da influência da cultura da escravidão (diga-se, racialismo integralista que via nos mamelucos do interior cearense maiores similaridades com os mamelucos e nativos da Amazônia ocidental, ao contrário de outros lugares do Nordeste e mesmo do Sudeste também).

Os soldados da borracha ao lado do Teatro José de Alencar. Assis Lima

Segundo o historiador Frederico de Castro Neves, tudo parece crer que a política de migração para o Norte foi uma estratégia governamental para desafogar os equipamentos urbanos da enorme pressão exercida pelos milhares de retirantes sem teto, sem alimento, sem saúde. Nesse aspecto, a migração se mostrava como uma forma de apaziguar os problemas causados pela seca no Nordeste, além de se constituir como outra forma de exploração da mão-de-obra retirante.

Dessa forma, para recrutar mão-de-obra e transportá-la para os seringais, a CME institui o SEMTA. Ele não estava ligado diretamente nem ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio nem ao Ministério da Agricultura, funcionou durante 12 meses, dirigido por Paulo Assis Ribeiro, engenheiro e geógrafo, e em 14 de setembro de 1943 foi substituído pelo CAETA (Comissão Administrativa de Encaminhamento de Trabalhadores para a Amazônia).


Caminhões do SEMTA estacionados na Praça José de Alencar em 1943. Detalhe para a Igreja do Patrocínio e o antigo edifício da Fênix Caixeiral. Arquivo Assis.

Experiências de migração entre o Nordeste e Norte podem ser bastante observadas mesmo antes da Segunda Guerra Mundial. Porém, o SEMTA era um serviço especial sob o formato administrativo do Estado Novo inaugura um novo discurso de migração, a mobilização dos trabalhadores para outro front da guerra, os seringais.

Continua...


Fonte: Rodolfo Teófilo/Leila Nobre - Fortaleza: Secultfor, 2016. (Coleção Pajeú)


segunda-feira, 1 de junho de 2020

A saga de Rodolfo Teófilo no combate a varíola

Rodolfo Teófilo foi um grande farmacêutico, que presenciou toda a trajetória da terrível epidemia de varíola que o Ceará jamais tinha visto que foi a de 1878. Indignado por conta do descaso do poder público, ele se propõe a combater a varíola com os próprios recursos. Tendo aprendido a produzir a vacina ele passa a imunizar a população pelo sertão a fora, montado em um cavalo, tenta barrar a proliferação da doença. Vacina esta que foi descoberta em 1796, pelo médico inglês Edward Jenner. Este fato repercutiu por todo o mundo civilizado, que há séculos perdiam vidas por conta da varíola.







Crédito: Seara da Ciência
Pedro Magalhães (Professor da Faculdade de Medicina da UFC)


sábado, 30 de junho de 2012

Rodolfo Teófilo - O Benfeitor


"Nas suas barbas brancas de apóstolo, no seu recolhimento e na sua tristeza, é uma das mais belas figuras veneradas do Ceará.

Toda uma longa vida de trabalho, de fé e de coragem está naqueles setenta e oito anos fatigados que parecem mais velhos, no esgotamento do seu grandioso esforço.

Vinte livros já saíram das suas velhas mãos trêmulas, mãos que fizeram tanto bem e espalharam tanta luz, mãos que hoje só se exercitam nos dois grandes gestos do amor: a esmola, que socorre, que alimenta e que conforta; a benção, que eleva, que purifica e que perdoa.

Vinte livros. Toda a história dolorosa das secas e a tragédia nostálgica dos êxodos, nas páginas atormentadas de "Fome", do Paroara". Os grandes  dramas de sangue, as velhas lendas heroicas de banditismo e sertão, no "Os Brilhantes", no "O Condurú", em "Maria Rita". E a irônica vergastada de "Memórias de um engrossador", a encantadora utopia do "Reino de Kiato", e o doce lirismo intelectual de "Telesias", e o sombrio satanismo de "Violação"...

E toda uma obra de paciente saber, de apaixonado estudo, na grande bagagem dispersa copiosamente em meio da produção artística.



Hoje, o dono da alma heroica que venceu a peste negra, naquela luta gigantesca em que ia procurar lá dentro da sua cidadela de casebres a praça forte da miséria e da morte hoje,  como uma grande relíquia preciosa, é que vive, branco e trêmulo, luz cansada que invoca a grande noite, desejoso do doce sono que o venha libertar do peso amargo da vida, da saudade da velha e amada companheira que se foi, saudade que é seu único mal e sua única e infinita tortura.

Mas é preciso que não se vá. Velho avô bem querido, que nos ensinou a chorar nossas dores e a curar nossos males, velho avô, carecemos demais do muito que aprendeu, do muito que sabe dedicar-se, do muito que sabe amar...

E, se a inveja, a inconsciência e a ignorância conseguissem fazer apagar e esquecer o que sua mão escreveu, nas cicatrizes benfeitoras que cada cearense traz nos braços, está gravada para sempre a marca da sua ciência generosa, velho avô..."


Rachel de Queiroz


x_3ca1fc13


Texto publicado no Álbum de Fortaleza de 1931

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A tranquilidade do Rodolfo Teófilo - Antigo Porangabussu


No dia 29 de Julho de 1966 o bairro Porangabussu recebe nova denominação: Rodolfo Teófilo. Conforme a lei de nº 3.249, de 28/07/1966.
Faz limites com Amadeu Furtado, Parque Araxá e Bela Vista.

Rodolfo Teófilo abriga a escola da Universidade Federal do Ceará (UFC), da medicina e do hospital. Conta ainda com várias instituições médicas, o Centro de Hemoterapia do estado (Hemoce) e o Incra, os dois últimos localizados na principal avenida do bairro, a José Bastos.

Estamos em 1960, em frente ao antigo Hospital das Clínicas, no Rodolfo Teófilo.

O bairro chamava-se Porangabussu, por causa da lagoa, mas, há 45 anos, recebeu o nome de Rodolfo Teófilo¹, em homenagem ao sanitarista homônimo. Ele empreendeu, sem apoio governamental, uma campanha de vacinação para extinguir uma epidemia de varíola que se alastrava em Fortaleza.

Casa da família Pinheiro Machado no antigo Bairro Porangabussu - Rodolfo Teófilo, no ano de 1966, rua Frei Marcelino, 1788. Acervo Adriano Machado

Ainda hoje, o bairro preserva traços antigos. Por exemplo, a prática de sentar na calçada, que permanece bastante forte no Rodolfo Teófilo. Prova disso é que, todos os dias, no fim da tarde, aposentados reúnem-se na calçada do senhor Moisés Maranhão, na Rua Frei Marcelino, número 1.410, para jogar dama. Apesar de a brincadeira ocorrer religiosamente a partir das 16h, o grupo garante que o jogo não é apostado.

Grupo Escolar Antônio Sales no Rodolfo Teófilo, em 1964.
Revista Manchete. Acervo William Beuttenmuller

Colégio Redentorista na rua Delmiro de Farias, 900, no bairro Rodolfo Teófilo.

De acordo com a comunidade, são poucos os casos de violência. Os moradores dizem gostar da tranquilidade reinante
"Eu nasci, casei, tive meus filhos, netos, bisnetos, tudo no Rodolfo Teófilo. Esse bairro representa tudo na minha vida. Nunca vou esquecer quando fugi com o meu esposo por aquela esquina. Hoje, nós estamos fazendo 49 anos de casados", lembra, com alegria, a operadora de máquinas Margarida Maria da Silva de Oliveira, de 65 anos.

Alunos na rua Francisca Clotilde do bairro Rodolfo Teófilo, da extinta Escola N.S. do Perpétuo Socorro. Anos70. Acervo Liandro Fiúza

 

Ela conta que a tranquila vida no bairro gira em torno da Lagoa de Porangabuçu, da Igreja São Raimundo e da Praça Novo Ideal, considerada, pelos moradores, o "coração" do bairro. É justamente essa praça um dos principais espaços de lazer do Rodolfo Teófilo. Lá, crianças, jovens e adultos brincam livremente, passeiam de bicicleta, jogam bola ou simplesmente jogam conversa fora.




De manhã cedo e no fim da tarde, o local é tomado por pessoas que fazem caminhada. É lá também onde funciona, às terças-feiras, entre as ruas Frei Marcelino e Gustavo Braga, a Feira do Rodolfo Teófilo, existente, segundo relato de populares, há mais de 50 anos.


 

De um universo de 18.839 habitantes, grande parte nasceu e se criou no local. Hoje, apesar do problema das drogas, o bairro é considerado tranquilo, sem muita violência. Tanto que, entre os moradores, um sentimento é bastante claro: são todos apaixonados pelo ambiente em que vivem. "Desde 1948, moro aqui. Não troco o Rodolfo Teófilo por nenhuma Aldeota. Aqui tem tudo: igreja, supermercado, feira livre etc", elogia o aposentado Francisco Ferreira, de 80 anos de idade, que chegou ao bairro aos 18.

Quem também conhece bem o Rodolfo Teófilo é o artesão Luís Gonzaga Lima Paes, de 59 anos. "Nasci aqui. Sou do tempo em que a gente tomava a bênção do padre, podia vê-lo as vezes que fosse", lembra o morador. "Seu" Luís conta que, antes, a Lagoa de Porangabuçu era bem maior, mas com o tempo, devido à expansão urbana, acabou tornando-se pequena.


Descontração

É a Lagoa de Porangabuçu a maior beleza natural do bairro. O local atrai, inclusive, pessoas de outras partes da Cidade que vão em busca de fazer caminhada, passear ou até mesmo arriscar uma pescaria. É o caso de um grupo de três amigos do Panamericano que, pelo menos duas vezes por semana, vai à lagoa em busca de lazer, descontração e descanso.

"A gente vem só para brincar, para desopilar. A lagoa é rasa e os peixes são pequenos. A gente vem mais pelo verme", reconhece um deles, o maquinista Henrique Chaves, de 44 anos. Logo atrás, na água, um amontoado de peixes fica na espreita, à espera de um momento para "atacar". O comerciário Francisco Acácio, de 57 anos, morador há 25 anos do Rodolfo Teófilo, vai, todo fim de tarde, passear com os netos na lagoa.

"Aqui, há uns 10 anos, ninguém via nada, era só mata e marginalidade. Agora, depois que a lagoa foi urbanizada, ficou bonita demais", elogia. Contudo, ele reclama que falta manutenção. "As pessoas não têm consciência, jogam lixo na lagoa. Deveriam conservar. Além disso, depois das 19h, isso fica abandonado, cheio de gente usando drogas", denuncia.

Equipamentos

Outra característica marcante do bairro é o complexo de saúde formado pelo Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), pela Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac) e pelo Instituto do Câncer. Alison Rodrigues Mendonça, presidente da Associação dos Moradores, explica que a presença dos equipamentos faz com que o bairro ganhe duas feições.

 

 

De dia, torna-se um local populoso, pela presença das pessoas que não moram no local, mas deslocam-se para trabalhar a fim de serem atendidas nas unidades de saúde ou para estudar. O que gera um problema: não se encontra lugar para estacionar. Já à noite, é, sobretudo, residencial. Alison diz que a principal deficiência é a falta de espaços de lazer.

Contrastes

População pede unidade de emergência

Um dos grandes contrastes do Rodolfo Teófilo é a questão da saúde. Apesar de o bairro abrigar equipamentos de saúde, quando a comunidade precisa de atendimento de emergência que ultrapasse o horário de funcionamento do Centro de Saúde Anastácio Magalhães, tem de recorrer a hospitais mais distantes. Entre os moradores, essa é uma reclamação unânime.

 

"O que falta mesmo é termos uma emergência 24h. Aqui, é um bairro universitário que forma médicos, mas, quando a gente precisa, não tem para onde ir", reclama o aposentado José Alves, de 70 anos. Ele conta que o problema nem sempre existiu, pois, antes, funcionava uma emergência ao lado da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac). "Quando a gente sentia qualquer coisa à noite, ia para a emergência. Hoje, temos de ir para o Frotão (IJF), para o Hospital Geral ou morrer aqui mesmo", lamenta.

A reclamação é semelhante à do artesão Luís Gonzaga Lima Paes, de 59 anos.
"Aqui, já foi melhor quando tinha a emergência", diz. Reivindicação igual é da operadora de máquinas Margarida Maria Silva, 65. Ela reclama que o centro de saúde não é suficiente para a demanda. "Precisamos de uma casa de apoio que disponibilize médicos 24h".

Fatos Históricos do bairro:

24 de outubro de 1873 - Dá-se, nesta data, o primeiro descarrilamento de trem em Fortaleza, quando a composição puxada pela locomotiva Maranguape sai dos trilhos no lugar denominado Porangabuçu, próximo à parada Amaral, hoje divisa dos bairros Benfica e Rodolfo Teófilo, no cruzamento da Avenida José Bastos com Rua Padre Cícero, terrenos do abolicionista José Correia do Amaral (José do Amaral). 

  12 de maio de 1940 - Inaugura-se, no bairro de Porangabuçu (hoje Rodolfo Teófilo), a parte já concluída da Vila Ozanan

  19 de janeiro de 1941 - Na Vila Porangabuçu ocorre a inauguração da Escola Assis Chateaubriand, iniciativa da "Casa de Proteção", associação patrocinada pelo coronel Raimundo de Holanda e Antônio Russo Italiano Sobrinho, em sede provisória, sendo lançada na ocasião, a pedra fundamental da futura e definitiva sede.

 25 de março de 1941 - Lançada a pedra fundamental do Hospital Carlos Carneiro de Mendonça, no Porangabuçu, falando na ocasião o Interventor Menezes Pimentel e o diretor do Departamento de Saúde Pública, Joaquim Eduardo de Alencar.

 07 de junho de 1942 - Assentamento da pedra fundamental da Igreja de São Raimundo no Porangabuçu (Rodolfo Teófilo), em terreno doado por Raimundo Bessa, próximo à lagoa de Porangabuçu, chamada também de lagoa do Bessa, alusão ao proprietário.

 15 de agosto de 1946 - Instala-se, no Porangabuçu, a Escola Demócrito Rocha, onde é inaugurado um retrato do saudoso jornalista, fundador do jornal O Povo.

 31 de janeiro de 1954 - No bairro de Porangabuçu é inaugurado o novo prédio, construído pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, do Grupo Escolar de Porangabuçu.

 17 de junho de 1956 - São retirados os ônibus que ainda faziam ponto na Praça do Ferreira, das linhas Porangabuçu, Igreja de São Raimundo e Sítio Bom Futuro, que passam para a Praça José de Alencar.


 03 de março de 1956 - Lançada, no Porangabuçu, a pedra fundamental da Maternidade Popular de Fortaleza, que depois se chamaria Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará, inaugurada no dia 11 de dezembro do mesmo ano.
O projeto foi dos arquitetos Oscar Valdetaro, Roberto Nadalutti, Israel de Barros Correia e o engenheiro Carlos Miranda.
O construtor foi o engenheiro Jaime Verçosa.
O primeiro diretor da maternidade foi o professor José Galba Araújo


  13 de dezembro de 1963 - Chega em Fortaleza Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo e comitiva, para a inauguração da Maternidade Escola que tem hoje seu nome, no Porangabuçu


¹Médico sanitarista, intelectual, industrial e divulgador científico nascido em Salvador, Estado da Bahia, de extremo espírito público e inventivo, inventor da cajuína¹, não só do produto, como também do nome. Cedo ficou órfão, tendo de trabalhar como caixeiro e suportar humilhações, veio para o Ceará com apenas 15 dias de idade. Formou-se em Farmácia pela Faculdade de Medicina da Bahia, empreendeu uma batalha pessoal contra a varíola, lutando contra o medo da vacina, sem recursos, em tempo de seca, fome, da migração em massa e em péssimas condições de higiene. Sem apoio do poder público, enfrentou praticamente sozinho, em duas oportunidades, epidemias de varíola que vitimou milhares de pessoas em Fortaleza e interior do Ceará, no final do século XIX e início do século XX. Montado em um cavalo, cuidou sozinho da vacinação em massa pelos bairros pobres de Fortaleza durante os três primeiros anos do século XX. A cólera vitimou quase um terço dos seis mil habitantes de Maranguape, cidade nas cercanias de Fortaleza (1862) e no final da década seguinte (1878), a varíola matou um quinto da população da capital cearense. Vacinou próximo de duas mil pessoas (1902), não sendo registrado nenhum caso de varíola na capital cearense naquele ano. Obstinado ainda encontrou tempo para escrever 28 livros, aderir à causa abolicionista e militante na Padaria Espiritual, uma espécie de agremiação literária que, pelo comportamento irreverente de seus membros, antecipou o modernismo no Brasil. Faleceu em Fortaleza em 2 de julho de 1932 aos 79 anos.


Saiba mais sobre Rodolfo Teófilo aqui: Rodolfo Teófilo - Um grande Filantropo cearense de alma e coração

x_3c10fe6b 

Fonte: Diário do Nordeste, Wikipédia e Cronologia Ilustrada de Fortaleza - Nirez

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: