Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cobal - Companhia Brasileira de Alimentos

Armazéns da RFFSA e a Cobal -1969


1943 -Foi instituída a CFP - Companhia de Financiamento da Produção - Empresa Pública Federal, por meio do Decreto-lei nº 5.212, de 21/01/1943.

1962 - Ano de criação da COBAL - Companhia Brasileira de Alimentos - Empresa Pública Federal,nos termos da Lei Delegada nº 06, de 26/09/1962.

Constituída a CIBRAZEM - Companhia Brasileira de Armazenamento por força da Lei Delegada nº 07, de 26/09/1962.



Cobal -1969


1969


1990 - Criação da Companhia Nacional do Abastecimento, empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Medida Provisória nº 151, de 15/03/1990, transformada na Lei n. º 8.029, de 12 de abril de 1990, que autorizou a fusão da CFP, COBAL e da CIBRAZEM. O Decreto nº 99.233, de 03/05/1990 estabeleceu os procedimentos preparatórios ao processo de fusão.

1991 - Quando da criação a Companhia foi vinculada ao então Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento - MEFP e recebeu a sigla CNA. Pelo Decreto n.º 202, de 26 de agosto de 1991, passou para o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária - MARA (atualmente Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA) e a sigla da Companhia foi alterada para CONAB.



1969


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está presente em todas as regiões brasileiras, acompanhando a trajetória da produção agrícola, desde o planejamento do plantio até chegar à mesa do consumidor. A atuação da Companhia contribui com a decisão do agricultor na hora de plantar, colher e armazenar e segue até a distribuição do produto no mercado, fase em que a garantia dos preços mínimos oferecidos pelo governo é traduzida em abundância no abastecimento e estímulo à produção. As operações realizadas pela Conab são coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).


Corredor da Cobal - 1969


A Companhia Brasileira de Alimentos - Cobal surgiu em meados da década de 1960 e nos anos 1980 passou por vários escândalos até se fixar nos inícios dos anos 2000. 

As fotos são da época em que a Cobal se localizava na Rua 24 de Maio, ficava nos galpões da RFFSA, olhando para a Praça Castro Carreira, era um posto de vendas.

Nirez


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Crédito das fotos:  Assis de Lima
Site Oficial:  http://www.conab.gov.br

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A saga dos jangadeiros do Mucuripe


Orson Welles na praia do Mucuripe com os jangadeiros

Orson Welles chegou ao Brasil em 8 de fevereiro de 1942 para filmar o carnaval carioca. No Rio de Janeiro, tomou conhecimento da saga dos jangadeiros cearenses Jacaré, Tatá, Mané Preto e Mestre Jerônimo, que em 1941 se lançaram numa travessia na jangada São Pedro, de Fortaleza ao Rio de Janeiro, para sensibilizar o presidente Getúlio Vargas as condições de trabalho da categoria, que não tinha os benefícios da legislação trabalhista. Em março de 1942, Orson Welles fez uma viagem de reconhecimento à Fortaleza, com o objetivo de incluir a saga dos jangadeiros em um dos episódios do filme sobre o Brasil - It’s All True.


Mucuripe - Detalhe para a Igrejinha lá atrás (São Pedro dos Pescadores)


Durante as filmagens de It’s All True, Jacaré e seus três companheiros, Mestre Jerônimo Manuel Preto e Tatá foram levados de avião até o Rio, onde participariam de algumas cenas do episódio carnavalesco, ao lado de Grande Otelo. Rodariam no aeroporto a despedida do Rio e reconstituiriam, numa praia da Barra da Tijuca, a triunfal chegada da jangada São Pedro à Baía de Guanabara. Várias tomadas da chegada da jangada São Pedro ao Rio chegaram a ser feitas, mas uma manobra infeliz da lancha que rebocava a jangada, a teria virado, jogando ao mar agitado os seus quatro tripulantes. Três se salvaram. O corpo de Jacaré desapareceu e nunca foi encontrado. A tragédia abalou toda a equipe e elenco do filme. It´s All True ficou inacabado e Orson Welles voltou com sua equipe para os Estado Unidos. Um programa de boa vizinhança entre os Estados Unidos e o Brasil, em plena II Guerra Mundial, resultou no encontro de dois grandes mestres: o cineasta Orson Welles e o fotógrafo Chico Albuquerque. O ano era 1942. Em busca de apoio local, após aportar em Fortaleza buscando imagens de um Brasil exótico, o cineasta norte-americano convidou o fotógrafo Chico Albuquerque, na época com 25 anos, para fazer a fotografia do filme “It´s All True”. A parceria gerou imagens que mostram e enaltecem o maior ícone brasileiro do mar - o jangadeiro - como também uma relação de amizade, que resultou na troca de correspondências ao longo de muitos anos. 



Família Firmino Holanda

Segundo o próprio Chico Albuquerque, foi com Orson Welles que ele ouviu, pela primeira vez, falar em divisão áurea do retângulo. Dez anos depois, Chico Albuquerque, ainda com a fotografia e a luz do filme em mente, registra definitivamente as jangadas e os pescadores do Mucuripe.

Família Firmino Holanda - Sem o calçadão, temos a impressão que a igrejinha era ainda mais próxima ao mar...


Getúlio Vargas cumprimentando Jacaré

Há exatamente 60 anos, quatro pescadores brasileiros se lançaram ao mar para uma viagem que entrou para a história dos jangadeiros cearenses, da navegação, do Estado Novo e do cinema. Tão arriscada foi ela, que até na imprensa americana ganhou espaço nobre. Num artigo intitulado Four Men on a Raft (Quatro Homens numa Jangada), a revista Time (8/12/1941) reproduziu toda a odisséia de Manoel Olímpio Meira (Jacaré), Raimundo Correia Lima (Tatá), Manuel Pereira da Silva (Mané Preto) e Jerônimo André de Souza (Mestre Jerônimo), que a bordo de uma jangada singraram os 2.381 km que separam Fortaleza do Rio de Janeiro, sem bússola ou carta náutica. Algo parecido ocorrera em 1923, quando quatro jangadas, sob o comando de Mestre Filó, viajaram do Rio Grande Norte até o Rio de Janeiro, para reanimar os festejos do Centenário da Independência. Os jangadeiros potiguares foram brindados, na época, com um poema de Catulo da Paixão Cearense, mas seu feito não chegou à imprensa estrangeira nem virou filme. 

O retorno a Fortaleza de avião

A partida dos jangadeiros

Detalhe para a Igrejinha de São Pedro dos Pescadores - Mucuripe

Jacaré, Tatá, Mané Preto e Mestre Jerônimo partiram da antiga Praia do Peixe (hoje, Iracema), em 14 de setembro de 1941, e chegaram ao seu destino dois meses depois. Não participavam de um rali ou de um enduro patrioteiro, mas de um reide com finalidade política. Os jangadeiros queriam chamar a atenção do País e do governo para o estado de abandono em que viviam os 35 mil pescadores do Ceará. Morando em toscas palhoças, nem do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos eles recebiam ajuda. O presidente da República precisava saber daquilo. Ficou sabendo. Em carro aberto - Não tínhamos bem um presidente, mas um ditador, Getúlio Vargas, e no Ceará, como nos demais Estados, um interventor. Em 16 de novembro, o ditador recebeu os quatro jangadeiros, que pouco antes haviam sido acolhidos apoteoticamente pela população carioca e conduzidos em carro aberto até o Palácio do Catete, enquanto a jangada que os trouxera - batizada São Pedro, o santo padroeiro dos navegantes - era exposta na Cinelândia, entre as estátuas de Floriano Peixoto e Paulo de Frontin. Líder do grupo, Jacaré, 38 anos, falou pelos quatro. "Voltem tranqüilos", consolou-os Getúlio. "O governo saberá ampará-los e dar-lhes justiça." 

Ondas produzidas por baldes



O único amparo providenciado pelo governo, contudo, foi mantê-los sob estrita vigilância de agentes do Dops, nas duas semanas que passaram na capital federal, recebendo homenagens de autoridades e entidades civis. Qualquer aproximação deles com os comunistas poderia ser fatal, ponderou o fascistóide ministro do Trabalho, fazendo de conta que ainda havia comunistas fora das prisões do Estado Novo. Acompanhando a viagem dos jangadeiros desde o início, o repórter dos Associados Edmar Morel com eles retornaria ao Ceará num bimotor da NAB (Navegação Aérea Brasileira), para completar sua reportagem. A chegada a Fortaleza, em 1.º de dezembro, após sete horas de vôo, foi uma apoteose ainda maior que a do Rio. Um cortejo de 150 automóveis seguiu os heróis da terra do aeródromo do Alto da Balança ao Jangada Clube, na Praia de Iracema, onde foram recebidos, entre outros, pelo interventor Menezes Pimentel


Os jangadeiros no carnaval carioca da década de 40

Os corajosos jangadeiros do Mucuripe

A façanha de Jacaré, Tatá, Mané Preto e Mestre Jerônimo já entrara para a história dos jangadeiros cearense, da navegação e do Estado Novo. Só faltava entrar para a história do cinema. Estimulado pelo auê em torno do reide, Ruy Santos, que apesar de comunista faturava algum dirigindo documentários para o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), filmara em novembro um curta, A Jangada, em cima da canção praieira de Dorival Caymmi, A Jangada Voltou Só. A odisséia da São Pedro, contudo, estava condenada a entrar para a história do cinema americano. Na primeira semana de dezembro de 1941, folheando a Time, Orson Welles tomou conhecimento da proeza de Jacaré & cia., e teve um estalo: ali estava o segundo episódio brasileiro de It's All True, o filme pan-americano que o governo Roosevelt há pouco lhe encomendara. Além da viagem, parcialmente reconstituída com seus protagonistas originais, Four Men on a Raft contaria a história de um casamento prematuramente desfeito pelas ondas do mar, como aquele descrito em A Jangada Voltou Só. Mas sem esta ou qualquer outra canção de Caymmi. 

Orson Welles chega a Fortaleza em 1942 no Alto da Balança

Orson com os jangadeiros


A princípio, a música do segundo episódio brasileiro de It's All True seria composta por Villa-Lobos. A do primeiro, tendo como pano de fundo o carnaval carioca, seria de Herivelto Martins, Ataulfo Alves, Mario Lago e outros mestres do samba. Muito já se escreveu sobre a passagem de Welles pelo Rio e as dificuldades que ele enfrentou para rodar o malfadado It's All True. Pouca atenção, no entanto, se deu às semanas que o cineasta passou no Ceará, filmando a primeira parte do episódio dos jangadeiros. A temporada carioca, além de quatro meses mais longa que a cearense, foi infinitamente mais rica em peripécias - algumas até hoje à espera de relatos mais substanciosos e confiáveis -, mas não seria justo reduzir o folclore de Quatro Homens e Uma Jangada ao traumatizante desaparecimento de Jacaré, por acaso ocorrido numa praia carioca. Welles passou um mês em Fortaleza (com baldeações e rápidas incursões a São Luís, Recife e Salvador) quando estava na pior, quase ao deus-dará, encurralado por Hollywood, o Departamento de Estado norte-americano e a ditadura getulista. De mais a mais, as imagens de Quatro Homens e Uma Jangada que lograram ser recuperadas superam em quantidade e organicidade as do episódio carioca. Preenchendo a lacuna - O crítico cearense Firmino Holanda preencheu essa lacuna com um livro, Orson Welles no Ceará, que talvez conte mesmo tudo aquilo que precisamos saber sobre a fase nordestina de It's All True, muito superficialmente abordada nas reminiscências de Edmar Morel (Histórias de Um Repórter, Record, 1999). Por sua intimidade com o reide, Morel, que além do mais fora criado nas praias de Fortaleza, fez parte da equipe do cineasta, como pesquisador, conselheiro e contato com os pescadores, ganhando US$ 200 por semana, uma nota naquela época. Welles chegou ao Brasil e em 8 de março fez uma viagem de reconhecimento a Fortaleza. Lá chegou num vôo especial da NAB (Navegação Aérea Brasileira) e foi recebido como "um Napoleão do cinema". A imprensa local, arremedando a carioca, não economizou turíbulo nem incenso. "Um rapaz modesto e simples, de aspecto bonachão e risonho, atencioso e camarada (...) o tipo consumado do rapaz ianque de sua idade, sem protocolo e sem reservas, fazendo-se logo amigo de todos" - proclamou o diário O Povo. Arregimentados por Fernando Pinto, presidente do Jangada Clube e o mais boêmio, folgazão e altruísta empresário da cidade, mais de cem jangadeiros foram recepcionar o cineasta no aeródromo local. Em poucas horas, Welles participou de uma regata de nove jangadas (foi a bordo da Urano, ao lado de Mestre Jerônimo), assistiu a um espetáculo de coco-maracatu e jantou no Jangada, na companhia do cônsul dos EUA em Fortaleza, cujo sobrenome, curiosamente, era Rambo. Hospedada no Excelsior Hotel, no centro da cidade, a entourage It's All True (Welles levou seis acompanhantes, entre os quais Morel, seu fiel assistente Richard Wilson e a tradutora Matilde Kastrup) já embarcava, na manhã seguinte, para São Luís, onde algumas tomadas foram feitas, e de lá, no mesmo dia, para o Rio, via Recife. Dois meses mais tarde, Jacaré e seus três companheiros foram trazidos de avião até o Rio e hospedados no hotel Copacabana Palace. Por 500 mil réis semanais, participariam de algumas cenas do episódio carnavalesco, ao lado de Grande Otelo, rodariam no aeroporto a despedida do Rio e reconstituiriam, numa praia da Barra da Tijuca, a triunfal chegada da jangada São Pedro à Baía de Guanabara. Nessa ordem. Várias tomadas da chegada ao Rio chegaram a ser feitas, no dia 19, mas uma manobra infeliz da lancha que rebocava a jangada a teria virado, jogando ao mar agitado os seus quatro tripulantes. O corpo de Jacaré desapareceu e nunca foi encontrado. Acidente provocado? - À tona, várias paranóias. José Aírton, morador da Praia de Iracema e amigo da vítima, levantou logo a hipótese de acidente provocado. E deu suas razões: Jacaré falava demais e reivindicava muito. Sua morte, dizem, foi comemorada com champanhe pela Federação de Pesca do Ceará. Josefina de Castro, a viúva, passou cinco anos acreditando que o marido fora levado pelos americanos para os EUA, até que em 1947, cansada de esperá-lo todos os dias na beira da praia, morreu. Raimundo, um dos 11 filhos de Jacaré, até hoje acredita que seu pai foi assassinado. Nenhum parente ou amigo da vítima culpou Welles pela tragédia. Mas parte da imprensa carioca não se mostrou tão compreensiva. Especialmente naquelas publicações mais suscetíveis a pressões do governo - àquela altura indignado com o excesso de negros, favelas e pobres filmados pelo cineasta - It's All True passou a ser sistematicamente hostilizado e sua equipe exortada a pegar o primeiro avião de volta para Hollywood. Ainda assim, Welles foi em frente. As coações, quase sempre veladas, da ditadura getulista o perturbavam bem menos que o assédio crescente da RKO e do governo americano, que o acusavam de gastar dinheiro a rodo, filmar coisas sem nexo e repetidas e ser generoso além da conta com os jangadeiros. Na primeira semana de junho, a RKO deu um basta no projeto, cortou o crédito do cineasta e mandou toda a equipe voltar para casa. Welles conseguiu convencer o chefão do estúdio a prolongar sua estada no Brasil por mais um mês, o tempo de que necessitava para filmar, em Fortaleza, toda a primeira parte de Quatro Homens e Uma Jangada. Em troca, trabalharia com uma equipe mínima, levaria apenas 40 mil pés de negativo, filmaria tudo em preto-e-branco e sem iluminação artificial, com uma câmera Mitchell silenciosa, emprestada pela brasileira Cinédia. Welles e sua miniequipe desembarcaram na Base Aérea de Fortaleza às 15h30 do dia 13 de junho. Apesar do que ocorrera com Jacaré, foram acolhidos com enorme simpatia. Para assegurar maior tranqüilidade aos trabalhos, estabeleceram-se nas areias do Mucuripe e ali rodaram a história de amor do jovem pescador (José Sobrinho) com uma bela morena (Francisca Moreira da Silva, então com 13 anos), o casamento dos dois, a morte do jangadeiro e seu enterro nas dunas, a conseqüente revolta dos pescadores pelas suas precárias condições de vida e a decisão política do reide até o Rio de Janeiro. No papel de Jacaré, puseram seu irmão Isidro. Em Fortaleza, Welles revelou-se um homem radicalmente diferente do garotão farrista e mulherengo que os cariocas conheceram. Não deixou de ir a festas (chegou a marcar quadrilha num folguedo junino), nem de freqüentar o Jangada Clube, mas parou de beber e deu um duro danado nas seis semanas que lá passou, correndo contra o relógio e fazendo malabarismos com o orçamento. 

Sempre alegre, passou a viver com os pescadores, que o tratavam de "galegão legal" e admiravam o seu desprendimento de confortos materiais e sofisticações culinárias. Dormia numa cabana rústica, mal protegida dos raios solares, e à noite, depois de encarar um portentoso prato de feijão com arroz e peixe, recolhia-se para escrever madrugada adentro. Em 14 de julho, encerrada a faina em Fortaleza, a equipe de It's All True rumou para o Recife, seguindo três dias depois para Salvador, chegando ao Rio no dia 22. Dez dias mais tarde, Welles deixaria o Brasil, para nunca mais voltar. Firmino Holanda não se limita a fazer um relato das andanças de Welles pelo Ceará - vez por outra enriquecido com fatos pitorescos, como o dia em que o cineasta foi barrado na porta do Cine Diogo, que não permitia a entrada de homens sem mangas de camisa -, arriscando-se a ilações e interpretações que envolvem outras obras do cineasta (sobretudo A Dama de Xangai) e até uma experiência do russo Einsenstein, Que Viva México!, em muitos aspectos parecida com o também inacabado It's All True. Outros casos - Holanda tampouco se esqueceu de Jangada, o longa que o brasileiro Raul Roulien rodou no litoral cearense em 1949, e O Canto do Mar, dirigido em 1954 por Alberto Cavalcanti. O que eles têm de comum com It's All True, além do mar e dos pescadores? Bem, Roulien perdeu todo o negativo de Jangada num incêndio, em 1951. Temeroso de desafiar as bruxas, Cavalcanti, que pretendia filmar O Canto do Mar em Fortaleza, transferiu sua equipe para o litoral pernambucano. Teria Netuno ou Iemanjá enfeitiçado os mares bravios do Ceará? Welles não chegou a aventar tal hipótese, mas na década de 50, num programa da BBC, levantou a suspeita de seu "filme brasileiro" ter sido vítima de uma mandinga. Que outra coisa podia ser a enorme agulha que ele um dia achou atravessada no roteiro de It's All True?


Saiba mais sobre a saga dos jangadeiros Aqui


Fonte: Estadão, Chico Albuquerque, Fortal


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Passeio Público - Álbum de Vistas do Ceará 1908 - Parte I


O Hotel de France - Praça dos Mártires

1864 - Iniciada a construção do Passeio Público no Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora, que era a primeira praça da povoação, na gestão do presidente da Província Dr. Fausto Augusto de Aguiar, compreendendo três planos, o atual e outros dois mais abaixo, hoje tomados pela Avenida Marechal Castelo Branco (Avenida Leste-Oeste).
O Passeio Público já foi Campo da Pólvora, Largo da Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital de Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 03/04/1879, Praça dos Mártires.
Teve dois nomes não oficiais: Campo da Pólvora (1870) e Passeio Público, pelo qual é hoje conhecido.
A praça foi urbanizada em 1864.
Havia três planos em três níveis, destinados às classes rica, média e pobre.
Por volta de 1879 as duas praças mais baixas foram desativadas e a atual foi dividida em três setores com a mesma finalidade, ficando os ricos com a avenida do lado da praia, a classe média com a do lado da Rua Dr. João Moreira e os pobres com a central.
Foi nesta época que o passeio recebeu as bonitas grades de ferro que o rodeavam e que foram retiradas em 1939 e depois feitas novas de acordo com as antigas.
O nome de Praça dos Mártires é uma homenagem aos heróis tombados ali, pertencentes ao movimento República do Equador, que foram bacamarteados: João Andrade Pessoa Anta, tenente-coronel Francisco Miguel Pereira Ibiapina, padre Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo Mororó, tenente de milícias Luís Inácio de Azevedo e o tenente-coronel Feliciano José da Silva Carapinima.





05 de junho de 1880 - Inaugura-se a Avenida Central ou Avenida Mororó, no centro do Passeio Público de Fortaleza.



29 de julho de 1888 - Inaugurada, no Passeio Público, a Avenida Caio Prado, do lado do mar, com gradil de ferro separando do 2º plano e dezenas de combustores. Foram colocadas também dezenas de cadeiras.


24 de dezembro de 1904 - Acontece a primeira partida regulamentar de futebol em Fortaleza, no Passeio Público, entre a equipe denominada extra-oficialmente Foot-ball Club, composto de rapazes da sociedade fortalezense e a equipe formada por ingleses residentes em Fortaleza, com reforço de ingleses tripulantes de um navio britânico que se encontrava no porto, sendo denominado de Ingleses.
Os cearenses foram derrotados pelo escore de 2x0.

08 de maio de 1911 - Cria-se a Usina de Luz e Força do Passeio Público, da firma The Ceará Tramway Light & Co., para alimentar os bondes, que eram de tração animal e passariam a ter tração elétrica.


09 de maio de 1912 - Lançamento da pedra fundamental da usina e casa das máquinas para bondes (Tramways) elétricos de Fortaleza, da The Ceará Tramway Light & Co., no Passeio Público (Usina).

07 de setembro de 1912 - Inaugura-se, no Passeio Público, o Café Caio Prado, em quiosque de ferro e madeira.



09 de outubro de 1913 -Início, precisamente às 16h30min, do funcionamento da Usina do Passeio Público e dos bondes de tração elétrica, da The Ceará Tramway Light & Co., em substituição aos de tração animal, sendo a primeira linha do Joaquim Távora, que saía da Praça do Ferreira pela Rua Major Facundo, dobrava à esquerda na Rua Pedro I e ia até o Parque da Liberdade, dobrando à direita na Avenida Visconde do Rio Branco e voltando pela mesma avenida, Rua Pedro I, dobrando à esquerda na Rua Floriano Peixoto e chegando na Praça do Ferreira.
Mas os bondes puxados a burros ficariam ainda por algum tempo, administrados também pela Light.




11 de fevereiro de 1917 - Inaugura-se outra casa de projeção cinematográfica em nossa Capital, o Cinema Tiro Cearense, no Passeio Público, com o filme "Dançarina".

04 de outubro de 1924 - Iniciam-se, no Passeio Público, grandes quermesses em prol da Santa Casa de Misericórdia, com os concursos de beleza feminina e o de fealdade masculina.





Praça dos Mártires - Rua Formosa

2º e 3º Planos do Passeio Público

O célebre Baobá




A Av. Caio Prado no Passeio Público


Passeio Público e Rua Major Facundo


Av. Caio Prado no Passeio Público






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