Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
Fortaleza, uma cidade em TrAnSfOrMaÇãO!!!


Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Os bancos da Praça do Ferreira


Não pense que a sociedade e a intelectualidade conterrâneas se reuniam somente em Cafés, restaurantes, confeitarias e demais casas do gênero, assim como nas livrarias da terra.

As esquinas e os bancos da Praça do Ferreira eram, também, pontos de reunião de pessoas representativas dos setores social e econômico, político e intelectual de Fortaleza.

O costume, aliás, nascera no Passeio Público, antes do embelezamento da Praça do Ferreira a partir da administração Guilherme Rocha, no começo do século em curso, ou mesmo antes, com a construção dos quiosques em seus quatro cantos e da escolha da Praça para ponto central dos veículos coletivos
(bondes a burro, a partir de 1880, substituídos por bondes elétricos em 1913/14 e posteriormente pelos ônibus, no fim da década de 1920. 



Era o Passeio Público, naquela época, o centro de convergência da sociedade fortalezense, dando-nos disso notícia o his­toriador Gustavo Barroso: - "Ventilado, agradável sobretudo pela manhã, à tarde e à noite, era o Passeio Público nos bons tempos passados o ponto de reunião preferido pela população fortalezense. Do porto se avistava a linha multicor de sua iluminação festiva. Num coreto chinês, as bandas militares tocavam às quintas e do­mingos. A gente fina enchia a avenida Caio Prado" (alameda que, no sentido leste-oeste, se debruça sobre o segundo plano do Pas­seio), "cujas batalhas de confete no Carnaval se tornavam famo­sas. A gente de menos tom frequentava a Carapinima" (alameda do centro do Passeio, naquele mesmo sentido, ligando o prédio da 10ª Região Militar à porta principal da Santa Casa da Misericórdia). "O povo miúdo ficava na Mororó" (alameda paralela à rua João Moreira). "Separação de camadas sociais natural e esponta­neamente feita. Nas tardes comuns, diante do mar, onde floriam os lenços brancos das jangadas voltando da pescaria, à sombra das castanholeiras, havia o Banco dos Velhos, reunião de homens de prol para um bate-papo erudito, e o Banco dos Moços, no qual se juntavam estudantes de direito e jovens jornalistas. O Banco dos Velhos transferiu-se mais tarde para a Praça do Ferreira, onde se tornou famoso sob esta singela rubrica - O BANCO"
("À Margem da História do Ceará", Fortaleza, Imprensa Universitária do Ceará, 1962, ps. 279 e 280, com parênteses do autor destas relembranças). Para Antônio Bezerra de Menezes, o Passeio Pú­blico era "a mais notável de todas" as praças da cidade na penúl­tima década do século passado. 

("Descrição da Cidade de Fortaleza", in Revista do Instituto do Ceará, 1885, p. 148.)


Ao lado do BANCO DA OPINIÃO PÚBLICA, na Praça do Ferreira, formou-se o OUTRO BANCO, o qual era presidido pelo Dr, Irineu Filho. Nas constantes reformas por que passou o principal logradouro de Fortaleza, o OUTRO BANCO foi arrancado. Ficou no seu lugar um banquinho de cimento, apertado, sem comodidade. Eis uma fotografia dos áureos tempos, mostrando a maioria de seus componentes. Da esquerda para a direita - sentados: O poeta Cruz Filho, Josafã Linhares, Gomes de Matos, Prof. Clodoaldo Pinto, Prof. Humberto Fontenele, Dr. Irineu Filho, Jornalista Daniel Carneiro Job e A. Batista Fontenele. De pé, na mesma ordem - Carlos Braga, Dr. Fidelis Silva, Aderbal Pamplona, Dr. Belo da Mota, Egídio Lobo, Prof. Martins Filho, Dr. Guilherme Sátiro Rabelo e João Gaspar. Deixaram de figurar nesta fotografia os habitués - Ubatuba de Miranda, Aluízio Gurgel do Amaral, Meton Lima, J. Leitão, Julio Albertino e outros. Foto Publicada no Almanaque do Ceará de 1962.

Enquanto isto a Praça do Ferreira hibernava, frequentada de dia pelos feirantes vindos de Messejana, Parangaba e Caucaia, que nela vinham vender seus produtos agrícolas, e durante todo o dia, principalmente à tardinha e à noite, pelos fregueses dos quiosques existentes nos quatro cantos do logradouro. Após os esforços do boticário Ferreira para tornar a chamada Feira Nova o polo central de Fortaleza, bem como depois da fixação dos pon­tos de estacionamento das linhas de bondes a burro em seu derredor, e a construção dos quiosques em seus quatro cantos a partir de 1880, foi o Prefeito Guilherme Rocha quem deu o passo decisivo no sentido de deslocar o movimento do Passeio Público para a Praça do Ferreira, com a inauguração do Jardim 7 de Setembro, no centro do quadrilátero, em 1902. 

Jardim 7 de Setembro

A afluência ao Passeio foi diminuindo aos poucos, à proporção que crescia a agitação na Praça do Ferreira. A construção do edifício em que passou a funcionar o Cine Majestic, em 1917, precedida da instalação do Cine Polytheama seis anos antes e da inauguração dos bondes elétricos em 1913/14, foi igualmente fator preponderante na já indisfarçada preferência de todos, elite e povo, pela Praça. Seria inevitável que o velho Banco do Passeio
para a Praça do Ferreira se transferisse, o que de fato ocorreu em torno de 1918, já sob a denominação de "Banco da Opinião Pública" ou simplesmente "o Banco" persistindo até 1968, pois a última reforma da Praça ocorrida neste ano e no seguinte não mais permitiria esse tipo de lazer. 

(Otacílio de Azevedo, "Fortale­za Descalça", Fortaleza, Edições da Universidade Federal do Ceará, 1980, p. 66). 

Situava-se O BANCO quase em frente ao Cine Majestic e à Farmácia Pasteur, esta sucedida pela loja Binoca (nº 538 da rua Major Facundo). Quem integrava O BANCO detinha as melhores e mais altas posições sociais, econômicas ou culturais de nossa terra: o alto comerciante Antônio Diogo de Siqueira (Sogro do futuro Prefeito, por duas vezes, médico César Cals, avô do futuro Governador Coronel César Cals Filho e bisavô do futuro Prefeito engenheiro César Cals Neto), João Quinderé (irmão do Pe. Quinderé, que a ele atribuiu a iniciativa da transferência de O BANCO do Passeio para a Praça), o médico Meton de Alencar, os comerciantes Vicente de Castro, Tibúrcio Targínio e José Rola, o professor Guilherme Moreira, o engenheiro João Nogueira, o Cartorário Felino Barroso, tendo este último participado dessa roda e de outras até quando passou a residir com seu filho Gustavo no Rio de Janeiro, em 1924. De uma dessas fazia parte Miguel Soares, pai do ex-seminarista, meu colega no Liceu e futuro Juiz Lourival
Soares e Silva
, o "Frei Joaquim", assim apelidado pelo professor Martinz de Aguiar. Miguel Soares tinha a delicadeza de levar, to­das as noites, Felino Barroso à sua residência na rua Major Facundo nº 170.

Porque se ausentassem do Ceará, porque a idade não mais permitisse o seu comparecimento ou porque a morte os fisgasse, foram uns sendo substituídos por outros, passando a comparecer às reuniões do grupo o jornalista Demócrito Rocha, João Mac Dowell, Manuel Pombo, Adolfo Siqueira (prefeito interino da ci­dade, como Presidente da Câmara Municipal, em substituição a Ildefonso Albano, que assumira a Chefia do Executivo Estadual com a licença e a morte de Justiniano de Serpa), o bancário Antônio Ferreira Braga (o Braguinha, do London Bank), os futuros desembargadores Eugênio Avelar Rocha, José Pires de Carvalho e
João Jorge de Pontes Vieira, os professores Luís Costa, Hermenegildo Firmeza, Raimundo Gomes de Matos e José Vítor Ferreira Nobre (os dois primeiros meus mestres de História Natural e História Universal no Liceu do Ceará, respectivamente, en­quanto os dois últimos eram consagrados catedráticos da Facul­dade de Direito), o banqueiro Luís Vieira (irmão de João Jorge), Joaquim Lima (irmão de Herman), o proprietário Afonso Medeiros, o assim chamado major Henrique Ellery e o próprio monsenhor José Quinderé ou, como toda a cidade o tratava, padre Quinderé.

(Raimundo Girão, "Geografia Estética de Fortaleza", 2ª edição, Fortaleza, Banco do Nordeste do Brasil, 1979, p. 195). 

Com as alterações feitas na fisionomia da Praça (em 1920 e 1925 pelos Prefeitos Ildefonso AlbanoGodofredo Maciel, em 1933 pelo Prefeito Raimundo Girão e em 1959/62 pelo Prefeito Cordeiro Neto, que abriu quatro passagens para carros, duas de cada lado, com sacrifício da área do logradouro), o banco sofreu 
deslocamentos que muito prejudicaram o comparecimento de seus membros. 


Nenhum outro endereço foi tão relevante para a história cultural do Ceará como a Praça do Ferreira, onde até mesmo os bancos sediavam encontros. As rodas de conversas justificavam denominações como o Banco dos Católicos e o Banco da Opinião Pública, reduzido depois para simplesmente "O Banco".


Outros bancos da Praça do Ferreira tiveram também frequentadores certos, podendo de logo ser citado um que somente funcionava à noite. Tinha-se de imediato a impres­são de que seu líder era o poeta Irineu Filho, e se compunha de gente do estofo do jornalista Perboyre e Silva, do profes­sor Clodoaldo Pinto, do cartorário Francisco Ponte (que chegou a exercer, interinamente, a chefia do Executivo cearense), do médico Antônio Belo da Mota, do agrônomo Renato Braga, do jurista Oswaldo Aguiar, do juiz Alerano Bandeira Barros, do economista Josaphat Linhares, do mais industrial do que médico Tomás Pompeu de Sousa Brasil Filho (neto do Sena­dor do mesmo nome), dos advogados Manuel Pinheiro de Sousa e Guilherme Sátiro Rabelo, do bancário Carlos Braga e do repórter Daniel Carneiro Job. (Raimundo Girão, idem, p.195). E de Tibúrcio Mota, acrescento eu. 

Esclarecido fique que, bem antes desses dois bancos, muito conhecidos e comentados por quantos cronistas falam da Praça, e ainda quando os quiosques permaneciam de pé (dos fins do sé­culo passado ao ano de 1920), organizaram-se outras turmas em torno dos assentos do principal logradouro da cidade, como aquele em que Otacílio de Azevedo se sentava, nas proximidades do Café Iracema (esquina sudoeste do quadrilátero), cujas tertúlias tinham início na barbearia de João Catunda (sita em modesto prédio da rua Floriano Peixoto), prolongavam-se em um banco próximo e findavam invariavelmente em torno de uma mesa daquele restaurante. Era a Academia Rebarbativa e dela faziam par­te, além de outros e do memorialista citado, Genuíno de Castro, Carlos Severo e José Gil Amora. (Obra citada, idem, p. 55).


Mozart Soriano Aderaldo


Continua...


Fontes: Portal da História do Ceará (Gildásio Sá), ACL 1995/1996, Nirez


sábado, 22 de fevereiro de 2014

Das desérticas dunas do Mucuripe à local de moradia



Hoje tentarei falar um pouco sobre as Dunas do Mucuripe e a brusca mudança que ocorreu nesses mais de 50 anos. Tentarei, porque não há muitos registros históricos sobre quando aconteceu essa mudança, e as informações que encontrei, divergem com relação a datas, então, fiquem à vontade para discordar e me ajudar a contar essa história, tudo bem?

Pelo o que eu soube, em meados dos anos 60especulação imobiliária chegou à todo vapor no Mucuripe, muitos pescadores que tinham suas casinhas na praia ou próximo, foram expulsos. Queriam valorizar o bairro e mudar a "cara" do Mucuripe, tiraram sua identidade...


As transformações do Mucuripe são notáveis: do bairro religioso – famoso pela procissão de São Pedro e pela quermesse de Nossa Senhora da Saúde – a reduto boêmio; De colônia de pescadores a uma das áreas mais valorizadas da cidade. Os moradores antigos presenciaram o movimento para a construção do porto, a instalação de terminais de gás, dos reservatórios da Petrobras, a instalação dos moinhos de trigo, a desapropriação de áreas de risco, a construção de fábricas, a poluição do riacho Maceió. Muitos desses moradores foram transferidos para os morros Santa Terezinha, Morro do Teixeira e Castelo Encantado (Bairro Vicente Pinzón)*, ocupando assim áreas impróprias para habitação, devido principalmente à necessidade dos moradores de permanecer próximos a praia, fonte de sustento para a grande maioria dos antigos moradores.


Quando o governo decidiu relocar às favelas da enseada do Mucuripe, um ponto positivo da escolha do terreno foi a proximidade com a área antes habitada, no entanto, o que havia no local eram dunas que foram movimentadas formando três platôs (Pequena extensão de terreno plano).


A pretensão era deslocar as favelas para áreas distantes, longe dos novos moradores da orla. Como muitos moradores dependiam do mar para sua sobrevivência, esses não podiam ser removidos para bairros distantes, assim, foi construído o Conjunto Santa Terezinha, no morro do mesmo nome. Só que a especulação imobiliária também chegou ao morro Santa Terezinha, que passou a ser ocupado por bares, restaurantes e casas luxuosas, nas áreas mais próximas ao Mirante.
À população de baixa renda restou apenas as encostas do morro.


Achando pouco, novas favelas foram sendo relocadas para o já habitado morro...

Quem conta essa história de implantação é o engenheiro Fernando Hugo Oliveira, que

trabalhou na construção como técnico do Estado.

“... Quando chegamos lá realmente era

uma duna limpa, com pés de murici... muita gente inclusive criticava a Primeira-Dama na época porque ela estava colocando pessoas faveladas no melhor canto da cidade... porque lá tem uma visão belíssima de toda cidade... saíram de uma condição onde não tinham nada, para um local totalmente saneado e com energia...".




Conforme o memorialista Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez), em 18 de julho de 1980, foi oficialmente inaugurado o Conjunto Santa Teresinha, com um total de 512 casas, para abrigar os antigos moradores das favelas da Guabira, Lagoa do Coração e Maceió.




O Conjunto Santa Terezinha foi implantado num terreno de 20.080 h. adquirido através de doação da Fundação do Serviço Social de Fortaleza para a Fundação Programa de Assistência às Favelas da Região Metropolitana de Fortaleza - PROAFA no Governo de
Virgílio Távora. Foram financiadas pelo BNH em convênio com o Governo do Estado do
Ceara, 1.022 unidades habitacionais.



Os lotes tinham uma medida padrão de 5,5O m x 20,0 m, perfazendo uma área de 110 m².
As casas implantadas nesses lotes eram de três tipos:

  • Tipo “A” ou embrião (quarto, sala, cozinha e banheiro): com área de 19,94 m².
  • Tipo “B” (Dois quartos, sala cozinha e banheiro): com área de 29,75 m².
  • Tipo “C": Com área de 36,30 m².



No Morro Santa Terezinha, os primeiros moradores foram os pescadores e os trabalhadores do Porto. Como o crescimento ocorreu de forma rápida, isso reflete nas condições de
vida de sua população, sobretudo quanto à moradia, abastecimento de água e saneamento básico.




As intensas invasões que ocorrem desde a década de 80, resultaram na transformação do espaço, constituindo uma área de risco a moradia pela alta densidade populacional. Sem participar das políticas habitacionais, a população “menos abastada”, que ocupa as encosta do morro, destituída de infra-estrutura adequada (saneamento básico e oferta de água tratada), recorrem de forma indiscriminada ao manancial subterrâneo para suprir suas necessidades. Sem serviço de esgoto, os moradores recorrem as fossas, favorecendo a poluição e as doenças.



As ruas tem pavimentação de piçarra ou cimento rústico, muitas das vezes, são estreitas e com batentes, o que impossibilita a circulação de pessoas deficientes. Isso, não só no Santa Terezinha, mas no Morro do Teixeira e Castelo Encantado também.



No inicio o Conjunto Santa Terezinha contou com ações sociais complementares. Documentos revelam preocupação do Governo em superar a condição de vulnerabilidade, para isso, oficinas e cursos de capacitação foram promovidas na comunidade. Dentre elas, higiene e limpeza, vacinação, prevenção do câncer e arborização.


Segundo Carla Calvet, socióloga da equipe de implantação do conjunto, “as pessoas

foram ensinadas inclusive a utilizar o vaso sanitário, que no começo a gente chegava nas

casas e as pessoas não sabiam pra quê servia, botavam flores..." A população participou expondo suas necessidades e participando ativamente do devir do Santa Terezinha.


O livro Cronologia Ilustrada de Fortaleza diz: No dia 13 de maio de 1958, chega o material para o início da construção do novo farol nas dunas do Mucuripe que substituirá o velho farol. Terá um alcance de 40 quilômetros. No dia 15 de dezembro daquele mesmo ano, inaugura-se o Farol Novo, embora já estivesse funcionando desde o dia 13, em substituição ao velho Farol do Mucuripe que foi desativado naquele dia.

Quando os primeiros moradores se mudaram para o conjunto, fizeram uma boa avaliação do trabalho da equipe do Governo e estavam felizes com o resultado e sua nova vida. No entanto, essa conquista foi se perdendo ao longo do tempo com as ocupações algumas vezes violentas das áreas livres que eram destinadas ao lazer e a preservação das dunas. O projeto inicial encontra-se completamente desfigurado, a ponto de restarem apenas os equipamentos comunitários como resquício.

O Morro Santa Terezinha se destaca por apresentar uma topografia que chega a ultrapassar a cota de 50 metros com declividades bastante acentuadas. Está localizado nas adjacências dos bairros do Vicente Pinzon e Cais do Porto, denominada de Grande Mucuripe, e se apresenta como um conjunto de bairros de ocupação antiga e bastante populosa.

No ano de 1978 a cobertura vegetal do ambiente dunar se encontrava bem estabilizada.
A década de 1980 e 1990, foi marcada pela invasão de favelas nas encostas do morro, expansão das vias de circulação e instauração de fábricas.

Hoje o o local (a antiga dunas do Mucuripe) apresenta muitas habitações, onde moram numerosas famílias, amontoadas em pequenas casas, muitas ruas são bastante irregulares, com a presença de becos e vielas. A paisagem do morro apresenta-se bastante desordenada.

Vemos que em 1989, os moradores ainda levavam uma vida tranquila. 

Muitos dos moradores recorrem a serviços informais, como: bares, lanchonetes, mercantis, feiras-livres, artesanato e reciclagem.



Na Avenida Areia Branca, a mais movimentada do Conjunto interligando-o à cidade,

por onde passam os transportes coletivos e se concentram as atividades comerciais do Santa Terezinha, observa-se pedestres caminhando pela via, competindo com o fluxo, concentrando os pontos críticos principais de acessibilidade na comunidade.

O abastecimento de água na área, no geral, é desenvolvido pela CAGECE.


No Mirante do morro Santa Terezinha havia um grande pólo gastronômico, além de casas de população de classe média alta. Hoje o local com uma das vistas mais bonitas da cidade encontra-se abandonado. A violência e a falta de investimentos fizeram com que os comerciantes e moradores abandonassem a área.



Até 1991, a maioria dos domicílios no Vicente Pinzon e do Cais do Porto, ainda lançavam seus dejetos, através das fossas e de outros tipos de escoadouros, contribuindo em grande parte para a infiltração dos efluentes domésticos diretamente no solo. Já em 2000, por causa do programa de saneamento básico para o município de Fortaleza, Projeto SANEAR, a rede geral de esgoto já atende mais de 50% das residências no Vicente Pinzon e Cais do Porto, porém o alto custo pela adesão ao sistema de tratamento sanitário, faz com que
metade desta população ainda utilize as formas mais tradicionais e econômicas para desfazer de seus dejetos domésticos.

Segundo o banco de dados da CAGECE em 2007, o maior número de esgoto ligado encontrava-se no bairro Vicente Pinzon.


Hoje a vida nos morros é bem diferente e movimentada. As encostas das dunas completamente ocupadas e um cotidiano bastante diferente. A pesca não é mais a

atividade principal, nem o turismo ou o artesanato. Há em desenvolvimento um forte comércio

Local, e as novas gerações não vivem mais das atividades tradicionais, lançam-se no mercado de trabalho em outros segmentos.




Os conflitos de uso dos espaços são muitos, carros mal estacionados, escadas de acesso aos lotes sobre a via, lixo, entulho e etc. A Avenida Areia Branca, que de início era uma via ladeada por dunas, atualmente está completamente ocupada.

Vamos subir o morro?













Em 30 de setembro de 1971, o governador César Cals e o prefeito Vicente Cavalcante Fialho inauguram, no Morro do Teixeira, no Mucuripe, o Grupo Escolar Eleazar de Carvalho.






* Origem do Castelo Encantado, a Ponta do Mucuripe:

Há versões de que a região de Fortaleza tenha sido explorada pelo navegador espanhol Vicente Pinzon, da frota de Cristóvão Colombo, antes do descobrimento do Brasil. A evidência é de que, dois meses antes de Pedro Álvares Cabral avistar o Monte Pascoal, a Ponta Grossa do Mucuripe, hoje Castelo Encantado, já estava nos mapas náuticos da Espanha.

Bom, é isso, aguardo a ajuda de vocês para continuar contando essa história...

Créditos: Estudo Hidrogeológico do Morro Santa Terezinha de Franklin de A. Carneiro, Sônia Mª S. VasconcelosCarla Mª S. V. Silva, Cronologia Ilustrada de Fortaleza de Miguel Ângelo de AzevedoAcessibilidade em assentamentos Informais: Identificando Potenciais e limites da Política Nacional de Acessibilidade e sua normativa, no Morro Santa Terezinha de Lia Costa Mamede (Arquiteta e Urbanista), Portal do Ceará, Artigo de Wellington Romão Oliveira e Mª Lúcia Brito da Cruz (Mucuripe: Urbanização, Favelização e Meio Ambiente).


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