Fortaleza Nobre | Resgatando a Fortaleza antiga
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Blog sobre essa linda cidade, com suas praias maravilhosas, seu povo acolhedor e seus bairros históricos.

 



segunda-feira, 5 de julho de 2010

Patrimônios Tombados


Teatro José de Alencar - Tombado em 1964


Sobrado Dr. José Lourenço - Tombado em 2004

Praça General Tibúrcio - Tombada em 1991 (Foto do século XX)


Solar Carvalho Mota (Foto de 1918) - Tombado em 1983

(Postal raro de 1910) Mercado da Aerolândia - Tombado em 2005



Escola Normal (Postal por volta de 1900, Escola Normal; o teatro J. de Alencar ainda nao existia) - Tombada em 1995


Igreja do Rosário (Postal Igreja do Rosário, antiguíssima) - Tombada em 1983

Em 1892, na revolta contra o governo, uma bala de canhão de 11 kilos utilizada no bombardeio do Palácio da Luz foi arremessada contra a porta principal e arrebentou o púlpito, 2 balaustres da mesa de comunhão e a parede que dar para o corredor esquerdo, depois destruiu o altar de Nossa Senhora das Dores, outra bala dessas desmontou o General Tibúrcio de seu pedestal.



Estação Central (Postal de 1926 - Estação Ferroviária João Felipe) - Tombada em 1983



Parque da Liberdade (Cidade da Criança) - Postal de 1905 - Tombada em 1991



Passeio Público, postal da Belle Epoque - Tombado em 1965


Palácio do Bispo - Tombado em 2005



Palacete Ceará - Tombado em 1983



Mercado dos Pinhões - Tombado em 2005



Lord Hotel - Tombado em 2005


Escola Jesus Maria José - Tombada em 2005


Cinema São Luiz - Tombado em 1991


Casa do Português - Vila Santo Antônio de José Maria Cardoso - Tombado em 2005



Casa José de Alencar - Tombada em 1964


Banco Frota & Gentil, (postal de 1925) - Tombado em 1995



Assembléia Provincial (Atual Museu do Ceará), postal de 1930 - Tombado em 1973

Lista de prédios tombados em Fortaleza :

Antiga Escola Normal- Tombamento- 1995
Localização: Rua Liberato Barroso, nº 525, Centro
Depois de várias tentativas para a instalação no Ceará de uma Escola Normal que cuidasse do preparo dos professores, foi lançada a pedra fundamental do edifício em 2 de outubro de 1881. A escola foi inaugurada em 1884. O edifício sediou a Escola Normal até 1923, quando foi ocupada pelo Grupo Escolar Norte da Cidade. O aspecto da edificação foi provavelmente "modernizado" nessa época, quando teve sua coberta modificada, implantando-se uma platibanda no lugar da antiga coberta à vista. Em 1947 e 1954, o prédio serviu de sede para o Instituto Médico do Ceará e depois para a Faculdade de Odontologia da UFC. Desde 1987, sedia a 4ª Superintendência do Iphan.

Antiga Cadeia Pública- Tombamento- 1982
Localização: Rua General Sampaio, s/n - Centro
A antiga cadeia pública, hoje Centro de Turismo, foi projetada e construída a partir de 1850 pelo engenheiro Manuel Caetano Gouveia, levando cerca de 16 anos para ter suas obras definitivamente concluídas (1866). Em arquitetura neoclássica a edificação caracteriza-se pela clareza construtiva e simplicidade de suas formas.

Assembléia Provincial do Ceará- Tombamento- 1973
Endereço: Rua São Paulo, s/n, entre a Praça dos Leões e a Rua Floriano Peixoto - Centro
Atualmente sede do Museu do Ceará, de propriedade do Governo do Estado, o prédio da antiga Assembléia Provincial foi tombado por iniciativa do arquiteto Liberal de Castro, que solicitou o tombamento junto à antiga Sfhan, atual Iphan. É Liberal que aponta o provável autor do projeto do prédio, em estilo neoclássico: o arquiteto e engenheiro Adolfo Hebster. Paralisada por muitos anos, a obra do prédio foi concluída em 1871. Além da Assembléia, o prédio já abrigou a Faculdade de Direito, a Biblioteca Pública, o Tribunal Regional Eleitoral, o Instituto do Ceará e a Academia Cearense de Letras.

Banco Frota e Gentil- Tombamento-1995
Localização: R. Floriano Peixoto, nº 326, Centro
O edifício foi construído em 1925. Abrigou, inicialmente, a firma Frota & Gentil. Em 1931, transformou-se em Banco Frota & Gentil, funcionando até a década de 60. Posteriormente sediou uma filial do Banco Mercantil de São Paulo, o Comind. Insere-se no contexto do ecletismo arquitetônico.

Bar do Avião- Tombamento- 2005
Localização: Rua 15 de novembro, n° 9, Parangaba
Localizado nas proximidades do acesso ao antigo campo de pouso do Pici e o acesso a Base Aérea de Fortaleza, foi inaugurado em 1949 por Antonio de Paula Lemos. Atualmente funciona uma borracharia.

Capela de Santa Teresinha - Tombamento-1986
Localização: Av. Leste-Oeste
A edificação está situada no bairro popular do Arraial Moura Brasil, assim chamado antes da abertura da Avenida Leste-Oeste. A igreja foi preservada da demolição e posteriormente tombada após um intenso movimento popular local. Teve sua construção iniciada em 1926 pela iniciativa dos pescadores e moradores. Foi inaugurada em 1928. Tem características arquitetônicas singelas e bastante despojadas. Sua importância entretanto, deriva da marcante conotação popular.

Casa da Câmara da Villa de Arroches - Tombamento- Desconheço

Casa natal de José de Alencar- Tombamento- 1964
Endereço: Av Washington Soares, s/n, Alagadiço Novo
A casa onde nasceu o romancista José de Alencar está situada no sítio Alagadiço Novo, nos arredores da antiga vila - hoje bairro - de Messejana. A pequena casa em tijolos ficava junto à Casa Grande, hoje inexistente, e à casa de engenho, cujas ruínas ainda persistem.

Casa Rachel de Queiroz - Tombamento-2005
Localização: Rua Antônio Ivo, n° 290 - Jóquei Clube
O imóvel tem importância simbólica por ter sido a casa em que Rachel de Queiroz e família viveu por algum tempo, em Fortaleza. O prédio, apesar de degradado, exibe ainda suas feições primitivas, expressas na colunata que demarca varanda lateral, na coberta inclinada em telhas de cerâmica, do tipo marselha e nos vão decorados por ombreiras e bandeiras. À frente do lote, um conjunto de velhos benjamins.

Cine Messejana- Tombamento-2006

Cinema São Luiz- Tombamento-1991
Localização - Rua Major Facundo, n° 500 (Praça do Ferreira) - Centro
A construção teve início em 1939 e conclusão em 1958. O hall para a platéia e para o balcão com suas escadarias tem o piso e o revestimento em mármore de Carrara e três grandes lustres de cristal da Tchecoslováquia na parte inferior e cinco menores, na sala que leva ao balcão. Apresenta elementos "Art Decó" tardios, bem como elementos neoclássicos. A sessão inaugural, muito concorrida, aconteceu às 21 horas do dia 26 de março de 1958. Último dos cinemas a persistir funcionando no Centro, entrou no século XXI com ameaças de fechar as portas por insuficiência de público. Em 2005 foi transformado no Centro Cultural Sesc / Luiz Severiano Ribeiro)

Coleção arqueológica do Museu da Escola Normal Justiniano de Serpa-Tombamento-1941

Colégio Dorotéias - Tombamento-2005
Localização: Av. Visconde do Rio Branco, n° 2078 - Joaquim Távora
Localizado no antigo Boulevard, hoje Avenida Visconde do Rio Branco, foi construído no período de 1924 a 1929, no qual se instalou o Colégio Sagrado Coração, das irmãs dorotéias. A Capela foi inaugurada em 1940.

Sede do Departamento Nacional de combate à Seca (Palacete Carvalho Mota)- Tombamento-1983
Endereço: Rua Pedro Pereira, 683, esquina com rua General Sampaio - Centro
Construída provavelmente no início do século XX, a edificação foi residência do vice-presidente do Estado, coronel Antônio Frederico Carvalho Mota. Em 1915 foi adquirida pela Inspetoria de Obras Contra Seca (Ifocs), posteriormente Dnocs. A construção mantém a variedade estilística do ecletismo arquitetônico. Atualmente está em restauro pelo Iphan.

Edifício São Pedro- Tombamento- 2005
Localização: rua Ararius, n° 9 - Praia de Iracema
Ali funcionou o Hotel Iracema Plaza com a entrada no lado norte, dando para a praia e no lado oeste, entrada para os apartamentos. Foi inaugurado na década de 1950, e ficou inacabado (o último andar) durante algum tempo.

Escola de Música Luís Assunção- Tombamento- 2005
Localização: rua Solon Pinheiro, n° 60 - Centro
Construção da primeira metade do século XX. Edificação de pavimento único geminado na quadra. Há, atualmente, um projeto de restauração em análise pela Prefeitura de Fortaleza.

Escola Jesus Maria José - Tombamento- 2005
Localização: Av. Santos Dummont, s/n - Centro
Em 1902 foi lançada a pedra inicial para a construção da escola destinada aos meninos pobres, sendo inaugurada em 1905 e dirigida por irmãs de caridades. Depois funcionou no prédio o Cine Paroquial e a Rádio Assumpção. Encontra-se em péssimo estado de conservação, com risco iminente de desabamento. Está em processo de estudos para desapropriação pelo Município.

Estação João Felipe- Tombamento- 1983
Localização: Rua Dr. João Moreira - Centro
Edificação de fins do século XIX (1872 - 1880), com características neoclássicas bem definidas. Construída em grande parte com mão-de-obra dos trabalhadores da seca que afetou o Ceará no período de 1877-1879. Foi aberta ao público em 1880. Sua construção fez parte de um conjunto de medidas no sentido de incorporar esta região do nordeste brasileiro ao mercado capitalista mundial, possibilitando o escoamento de mercadoria do interior para exportação pelo porto da capital.

Estação Ferroviária da Parangaba- Tombamento- Desconheço

Estoril- Tombamento- 1986
Localização: Praia de Iracema
Construído de 1915 a 1920, pelo coronel Guimarães Porto para sua família, recebeu o nome de Vila Morena em homenagem a sua esposa. Em 1945 foi sede de um cassino para soldados americanos da Segunda Guerra Mundial. Depois passou a ser um bar freqüentado pela boemia e intelectuais cearenses.

Farol do Mucuripe- Tombamento- 1983
Localização: Av. Vicente de Castro, s/n, Mucuripe.
O velho Farol do Mucuripe teve sua planta aproada em 1829 e foi edificado no período de 1840/1846. Foi vitimado por um incêndio em 1846, passa por reformas em 1872, e em 1957 foi desativado por ter se tornado obsoleto. Foi recuperado em 1981/82, com projeto da Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Cultura e Desporto do Estado.

Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção - Tombamento- 2008

Galpões da RFFSA- Tombamento- 2004
Localização: Extensão do Conjunto da Estação João Felipe, na rua Dr. João Moreira, Centro
Localizados ao lado da Estação João Felipe, os galpões foram construídos em estilo Neoclássico, em 1924, para receber e armazenar as mercadorias vindas do interior pela estrada de ferro, que ligava a capital a Pacatuba. O terreno onde estes edifícios foram erguidos é o mesmo onde situavam-se os antigos cemitérios de São Casimiro e dos Ingleses, que encontravam-se em processo de desativação desde 1872.

Ideal Club - Tombamento- 2005
Localização: av. Monsenhor Tabosa, n° 1331 - Meireles
A atual sede, inicialmente "filial " da sede principal localizada nas Damas, foi construída no período de 1940 a 1946. Assim como o Náutico, além da função de sociabilidade e lazer, tem sido espaço para a realização de eventos culturais como exposições de arte, eventos literários, etc. A arquitetura da sede do clube possui característica do "Estilo Missões", uma vertente da arquitetura Neocolonial.

Igreja Nossa Senhora do Rosário- Tombamento- 1983
Localização: Praça General Tibúrcio - Centro
Prédio mais antigo em pé na cidade. Construída inicialmente em taipa e palha no segundo quartel do século XVIII, teve a capela-mor construída em pedra e cal em 1755, seguindo-se então os trabalhos até sua conclusão. Foi a Matriz de Fortaleza de 1821 a 1854. Sofreu reparos para sua conservação em 1855 e 1872, tendo dessa forma alguns elementos descaracterizados.

Igreja do Senhor do Bom Jesus dos Aflitos- Tombamento- 2006

Intendência Municipal da Villa de Porangaba- Tombamento- Desconheço

Lord Hotel- Tombamento- 2005
Localização: Rua Liberato Barroso, n° 555 - Centro
A edificação foi construída em 1956 com arquitetura avançada para a sua época. Recebeu importantes artistas e personalidades, e teve seu auge na década de 60 e 70. O proprietário original do edifício foi Pedro Philomeno Gomes, que o arrendou a um casal de suíços até 1959 e em 1992 foi fechado e transformado em residência-hotel. Um dos mais representativos edifícios da arquitetura moderna cearense.

Mercado da Aerolândia- Tombamento- 2005
Localização: BR-116, n° 5431, Aerolândia
Trata-se de um módulo do antigo Mercado da Carne. A idéia da construção do Mercado Público para Fortaleza foi iniciada em 1873, com uma tecnologia nova, a construção em ferro. O Mercado da Carne foi inaugurado em 1897, na gestão de Guilherme Rocha. Foi transferido em 38 do Centro da cidade para o local onde hoje está o Mercado São Sebastião, onde permaneceu até 1968, sendo transferido nessa ocasião para o atual local.

Mercado dos Pinhões- Tombamento- 2005
Localização: Praça Marquês de Pelotas - Aldeota
Corresponde a mais um módulo do antigo Mercado da Carne (ver tópico anterior). Foi restaurado com restaurado com recursos provenientes de um convênio entre a Empresa Brasileira de Turismo - Embratur, a Prefeitura Municipal de Fortaleza sob a responsabilidade da secretaria Regional II com as obras concluídas em dezembro de 1998.

Náutico Atlético Cearense- Tombamento- 2005
Localização: av. Abolição, n° 2727 - Meireles
O clube foi criado em 1929, e funcionou primeiro como uma guarita na Praia Formosa. Somente no início da década de 1950, com projeto de Emílio Hinko, é que foi construído o atual imóvel, considerado como a maior referência na Beira-mar. Exerceu múltiplas funções como clube - eventos sociais, restaurante, centro de convenções, cinema, pólo esportivo, galeria de exposições, palco de espetáculos, eventos políticos, etc.

Palacete Ceará- Tombamento- 1983
Localização: Rua Guilherme Rocha, n° 48 - Centro
Uma das obras mais representativas das primeiras décadas do século XX (1920), período em que ocorre grande transformação na aparência arquitetônica da cidade. A edificação era de propriedade do Sr. José Gentil Alves de Carvalho.Constava originalmente de amplos salões corridos, contíguos à escada de acesso, nos quais funcionavam, no térreo, um restaurante, e nos andares superiores, o Clube Iracema, núcleo de encontro do mundo elegante da cidade de então. Depois de várias funções, foi adquirido pela Caixa Econômica Federal em 1945. Vitimado por incêndio em 1982, teve seu interior totalmente destruído, conservando, no entanto, as fachadas em bom estado, justificando dessa forma sua recuperação.

Palácio da Luz- Tombamento-1983
Localização: Rua Sena Madureira - Centro
Edificação do século XIX. Funcionou ali o antigo Palácio do Governo. Em 1847, o presidente Ignácio Correia de Vasconcellos fez uma muralha de 384 palmos de extensão para sustentar o aterro do largo do palácio. Com essa medida, a capital teve um lugar que foi, por muito tempo, uma espécie de passeio público e que hoje é a Praça General Tibúrcio. Passou por reformas em 1856 e 1892, mandando-se substituir os beirais do telhado pelas platibandas que ainda hoje permanecem. O antigo Palácio da Luz, depois de vários usos, foi transformado em Casa de Cultura de Raimundo Cela a 1º de março de 1975.

Palácio do Bispo - Tombamento- 2005
Localização: Centro.
Pertenceu inicialmente a Antônio Francisco da Silva (sargento-mor), descendente da família Albano, depois foi adquirida pela Família Mendes Guimarães, que a transformou em chácara passando em 1892 para o Bispado do Ceará. Em 1973, a Prefeitura de Fortaleza adquire o imóvel e nele instala sua sede. Hoje funcionam alguns setores da Prefeitura.

Parque da Liberdade (Cidade da Criança)- Tombamento- 1991
Localização: Quadrilátero limitado pelas Ruas, General Bizerril, Pedro I, Pedro Pereira e Avenida Visconde do Rio Branco.
Logradouro construído em 1890, cujo nome faz alusão à abolição da escravatura. Na segunda administração do intendente Ildefonso Albano (1923-1924), o parque passou por remodelação e a antiga Lagoa do Garrote, que no século XIX servia de repasto e descanso para os comboios de animais vindos do interior em direção à capital, ganhou discreta amurada, assumindo as feições de um pequeno lago artificial. Em 1936, uma escola passou a funcionar no parque e seu nome mudou para Cidade da Criança.

Passeio Público (Praça dos Mártires)- Tombamento- 1964
Endereço: Rua Dr. João Moreira, s/n, Centro
Antiga Praça dos Mártires, pois lá foram fuzilados alguns líderes da Confederação do Equador em 1824, tornou-se Passeio Público a partir de uma reforma datada de 1877. Dos três planos interligados por escadarias, restou apenas um, que aloja um coreto e estátuas de figuras mitológicas compradas em 1881. Foi oficialmente inaugurado em 5 de junho de 1880.

Ponte dos Ingleses- Tombamento- 1986
Localização: Praia de Iracema
A construção foi iniciada em 1923, pela empresa inglesa Nestor Grifts, para ser o Porto de Fortaleza, substituindo a antiga Ponte Metálica, entretanto nunca funcionou como Porto; hoje funciona como um dos principais pontos turísticos da capital.

Praça General Tibúrcio- Tombamento- 1991
Localização: Rua General Bezerril, Rua São Paulo, Rua Sena Madureira - Centro.
A praça apresenta desenho de geometria regular, característica do período neoclássico, sendo sua construção datada de 1887. A pavimentação é em cimentado com coloração natural e coloração avermelhada nos quadros centrais da praça, circundada com um gradil de ferro ao longo da rua General Bezerril e dos prédios da Igreja do Rosário e Palácio da Luz. Pelos lados das ruas Sena Madureira e São Paulo, existe guarda-corpo em concreto aparente, assente em pequenos pilares. No centro da praça, ergue-se o monumento do General Tibúrcio, de 1888, e na confluência das ruas São Paulo e Sena Madureira, monumentos com leões. Era conhecida originalmente como Pátio do Palácio.

Prédio do IMPARH- Tombamento- 2005
Localização: av. João Pessoa, n° 5.609 - Damas
Foi residência do Dr. Manuel Sátiro, Deputado Constituinte Estadual. Foi adquirida em 1973 pela Prefeitura Municipal de Fortaleza. Funcionou a Funefor (Fundação Educacional de Fortaleza), posteriormente a Fundesp (Fundação Desenvolvimento Pessoal), e hoje o Imparh (Instituto Municipal de Pesquisa Administração e Recursos Humanos).

Prédio do Português- Tombamento- 2005
Localização: av. João Pessoa, n° 5094 - Damas
Foi batizado pelo Antonio Cardoso, que o construiu em 1950, como vivenda Santo Antônio, mas sempre foi chamado, pelos nomes de Prédio do Português ou Prédio do Cardoso. Depois da morte do proprietário, nele funcionou a ANCAR, posteriormente a Emater/CE, órgãos do governo de apoio técnico a agricultura, e também uma boate. Atualmente está abandonado, em litígio (espólio).

Santa Casa de Misericórdia- Tombamento- 2005
Localização: Rua Barão do Rio Branco, n° 20 - Centro
A construção foi iniciada em 1847 e concluída em 1857. Inicialmente foi projetada para ter apenas um pavimento e era chamada de Hospital de Caridade. Em 1961, volta a ser inaugurada, agora como Santa Casa de Misericórdia. Já no século passado (1915), passa do controle do Estado para o arcebispo de Fortaleza. O edifício é reformado nos primeiros anos do séc. XX, sendo-lhe agregado mais um andar e as fachadas com características neoclássicas. Em 2000, suas fachadas foram restauradas pelo Governo do Estado. O projeto recuperou as cores originais do edifício antigo.

Secretaria da Fazenda- Tombamento- 1982
Av. Alberto Nepomuceno, Centro
Construído pela necessidade do governo em se equipar com seus próprios prédios administrativos, teve sua pedra fundamental lançada aos 8 de julho de 1924 e foi inaugurado aos 27 de novembro de 1927. É um exemplar da arquitetura eclética.

Sobrado do Doutor José Lourenço- Tombamento- 2004
Localização: Rua Major Facundo - Centro
De propriedade do médico e deputado José Lourenço de Castro e Silva, nascido no Aracati em 1805, o sobrado foi construído em meados do século XIX, no lado par do quarteirão da rua da Palma (Major Facundo), entre as atuais ruas Castro e Silva e Senador Alencar. Após a morte do médico em 1874, a família alugou o sobrado ao Tribunal de Relação de Fortaleza. Também funcionou no sobrado a Fênix Caixeiral (Raimundo Girão) e a Prefeitura Municipal de Fortaleza. O edifício apresenta linguagem neoclássica e trata-se de um dos sobrados mais altos da cidade antiga, composto de três pavimentos.

Sociedade União Cearense- Tombamento- 1995
Localização: Rua Dr. João Moreira, nº 143, Centro.
A edificação foi construída no final do século XIX e inicialmente funcionou como o Hotel do Norte, sediando depois Sociedade União Cearense. Entre 1895 e 1935, serviu de sede para a Repartição dos Correios. Posteriormente foi adquirido pela "The Ceará Tramway Light & Power Co. Ltda", companhia inglesa que explorou a energia elétrica e o serviço de bonde da cidade. Propriedade da Coelce até o início do século XXI, o prédio foi adquirido pela Fiec e, por meio da Lei Rouanet, está sendo reformado para abrigar a sede do IAB-CE, da Orquestra Sinfônica e o Museu da Indústria.

Solar Fernandes Vieira- Tombamento- 1995
Localização: Rua Senador Pompeu, nº 648, Centro
Foi construído no 3º quartel do século XIX para a residência do deputado Miguel Fernandes Vieira (1819-1879). Adquirido em 1883 pelo Governo Imperial para sediar a Tesouraria da Fazenda, o edifício passou por diversas reformas e ampliações quando sediou instituições públicas, dentre as quais a Receita Federal. Patrimônio da União, cedido pelo Contrato de Sessão e Uso do Governo Estadual, atualmente o edifício é ocupado pelo Arquivo Público.

Teatro José de Alencar- Tombamento- 1987
Endereço: Praça José de Alencar, s/n, Centro
As obras do teatro começaram em 1908 a inauguração se deu em 1910. O bloco de entrada tem características da arquitetura eclética,. O projeto da platéia e erguido em estrutura metálica trazida da Escócia. Foi considerado Monumento Nacional em 1964. Passou por diversos processos de restauração de pequena ou grande amplitude. Nas palavras do arquiteto Liberal de Castro, "o Teatro José de Alencar não apenas se constitui o mais importante conjunto arquitetônico da capital mas um dos mais notáveis do país".

Teatro São José- Tombamento- 1988
Localização: Rua Rufino de Alencar, 323
Foi criado em 1914 como alternativa de lazer cultural para trabalhadores que não tinham acesso fácil ao luxuoso Theatro José de Alencar. Num terreno baldio ao lado da Igreja da Prainha, o padre alemão Guilherme Wassen, identificado com o movimento dos trabalhadores cristãos, deu início à obra com a ajuda voluntária de operários. Em 1915 o Teatro São José passou a funcionar onde está até hoje. Na última intervenção sofrida no teatro em 1994, as cadeiras de madeira da platéia foram substituídas por assentos de plástico.




O que é um Tombamento ?
Tombamento é o reconhecimento de um bem material , de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e/ou simbólico para uma comunidade , protegendo-o de descaracterização ou de destruição através da aplicação de legislação específica. Finalizado o processo de Tombamento, o bem é inscrito no Livro de Tombo .
O que é um Livro de Tombo ?
É um livro onde se registram os bens que foram distinguidos como de valor excepcional para o Estado do Ceará, quer por seu valor histórico , artístico , paisagístico ou simbólico . No Livro de Tombo devem constar informações a respeito do bem, como um pequeno histórico, assim como sua descrição e propriedade .
Quem pode solicitar?
Qualquer cidadão pode solicitar que um bem seja reconhecido como de valor excepcional , através da abertura de um processo de Tombamento.
A quem se dirigir para abertura de um processo de tombamento?
A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará , através de sua Coordenadoria de Patrimônio Cultural é responsável por receber e encaminhar ao COEPA- Conselho Estadual de Preservação Cultural do Estado do Ceará as solicitações de tombamento de bens situados no Estado do Ceará . Se o bem for julgado de interesse vinculado ao município , deverá ser contatada a Prefeitura Municipal onde se localiza o bem, e no caso de interesse Federal , deverá ser contatado o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional .
Quando se pode solicitar um tombamento?
Quando o bem em questão for julgado de relevante interesse cultural para o Estado do Ceará , e especialmente quando por algum motivo se julgar que o bem sofre qualquer tipo de ameaça .
Como se procede um tombamento?
Um processo de tombamento é aberto através de uma solicitação formal encaminhada à SECULT por pessoa jurídica ou pessoa física , e identificada por um número de protocolo .
O processo deverá atender aos itens exigidos para abertura de processo. Após a abertura do processo , ele tramita inicialmente para a COPAHC - Coordenadoria de Patrimônio Cultural , para avaliar sua procedência e atendimento aos requisitos exigidos. O proprietário é convidado a se pronunciar a respeito da solicitação, podendo ou não discordar do pedido. Após esta análise, é encaminhado ao COEPA - Conselho Estadual de Preservação Cultural do Estado do Ceará para avaliação e parecer deliberativo. O parecer então é encaminhado para a Secretário de Cultura, para que possa ser enviado para avaliação pelo governador, que então homologa ou questiona o Tombamento. Ao longo de todo o processo poderá haver questionamento por qualquer das partes. Se homologado pelo Governador, o proprietário é então informado de que o bem constará no Livro do Tombo e enviado para publicação no
Diário Oficia.
Quais os itens exigidos para abertura de um processo de tombamento ?
Eis a relação mínima de dados requeridos para abertura de um processo de solicitação de inscrição de bens culturais materiais nos Livros de Tombo da SECULT.
Os dados, transcritos na ficha respectiva, devem constituir um estudo conciso mas circunstanciado do bem cultural material em exame, contendo informações sobre:
Histórico do bem cultural material (origem, forma original e eventuais alterações).
Implantação física do bem cultural material (urbana, rural, relação de vizinhança).
Estudo tipológico do bem cultural material (obra isolada ou formando conjunto), com descrição da arquitetura do imóvel, acompanhada de dados essenciais – características formais, espaços, usos, funções, sistemas construtivos, materiais de edificação, estado de conservação.
Relação eventual de bens móveis pertinentes ao bem cultural material ou outros bens nele integrados.
Documentação gráfica (mapas, levantamentos, desenhos técnicos).
Documentação iconográfica (desenhos, fotografias, filmes).
Referências testemunhais (escritas, fotografadas, filmadas, verbais gravadas).
Referências bibliográficas.
Justificativa do tombamento solicitado.
Recomendações e diretrizes específicas.
Por que Tombar ?
Porque alguns bens detém um inestimável valor, e devem por isso ser distinguidos por sua inscrição no chamado Livro do Tombo, o que visa. protegê-los de eventuais destruições ou descaracterização, uma vez que a Lei de tombamento aplica medidas punitivas para quem desrespeitá-la .
A partir de quando um bem é protegido pela lei do Tombamento ?
A partir do momento em que é aberto o processo de tombamento, segundo a lei, o bem passa a ser considerado Tombado provisoriamente até que se complete todo o processo, que confirma ou não o tombamento. Durante todo este tempo o bem está protegido pela lei e sujeito às sanções ou penalidades pelo seu descumprimento
Qual a lei estadual que instituiu a figura do Tombamento ?
A lei que criou o Tombamento estadual foi a lei nº 9 109 de 30 de julho de 1968 . Atualmente esta lei foi revista e complementada, agora figurando sob o nº . 13 465 de 05 de maio de 2004 .
Um imóvel tombado pode mudar de uso?
Sim, desde que o novo uso não agrida de forma violenta o imóvel tombado, o mesmo poderá mudar de uso . Mas é aconselhável que seja feita anteriormente uma consulta ao órgão responsável, no caso estadual a SECULT, para as orientações de praxe .
Um imóvel tombado pode ser reformado?
Sim, desde que a proposta de reforma seja avaliada e aprovada pela SECULT, não descaracterizando nem mutilando o bem tombado.
Um bem tombado pode ser alugado ou vendido?
Sim, desde que isto não signifique destruição ou modificação no bem. Ele deverá continuar sendo preservado.
O que é “ entorno” de bem tombado?
É a vizinhança imediata ou definida por poligonal específica em volta ao bem tombado. Esta área visa preservar a ambiência do bem e impedir que novos elementos obstruam ou impeçam sua visibilidade.

Fonte: Secult e pesquisas pela internet

A antiga ponte metálica - Primeiro porto de Fortaleza


Em 18 de dezembro de 1902, foi fincada primeira estaca da Ponte Metálica, pela firma Walter Max Floriano & Cia., de Glasgow, Escócia, com estrutura metálica importada de Londres, lastro de madeira, que serviria como porto por mais de 20 anos. A construção da ponte esteve a cargo dos engenheiros Hildebrando Pompeu e Roberto Bleasby vindo do Pará em 1893 fixando-se aqui, segundo planos do engenheiro Domingos Sérgio Sabóia. Era para facilitar o movimento de pessoas e cargas no porto de Fortaleza ao tempo da administração do presidente Campos Sales. A construção só foi concluída em 26/05/1906. A Ponte Metálica era dotada de escada móvel para subida e descida de passageiros que não merecia a menor segurança, e guindastes para as cargas de mercadorias. Os navios ficavam ao largo enquanto lanchas, botes e alvarengas faziam o percurso entre eles e a ponte. Foi o 4º trapiche que Fortaleza conheceu, sendo o 1º em frente ao Seminário.

Inaugura-se, no dia 24 de janeiro de 1928, a nova Ponte Metálica, agora denominada Viaduto Desembargador Moreira da Rocha, homenagem ao governador do Estado, que a inaugurou. O Monsenhor Tabosa Braga deu a bênção. Usou da palavra, o engenheiro construtor da obra, Francisco Sabóia de Albuquerque da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS (atual Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS). A antiga ponte era de ferro com lastro de madeira, sendo depois esse lastro substituído por um de ferro, daí o nome de Ponte Metálica. Esta, inaugurada, era de concreto armado, a mesma que ainda hoje lá está caindo aos pedaços.

Inaugura-se, na noite do dia 20 de janeiro de 1932, a iluminação a gás no Viaduto Desembargador Moreira da Rocha (Ponte Metálica).
No dia 25 de dezembro de 1947, o serviço de embarque e desembarque marítimo, de passageiros e cargas, passa a ser feito no Porto do Mucuripe, ainda por meio de botes e alvarengas, até que as obras permitam a atracação dos navios. É desativado o antigo porto, ou seja, o "molhe de desembarque", que era a Ponte Metálica, oficialmente, Viaduto Moreira da Rocha.
Em 26 de abril de 1954, são retirados os guindastes da Ponte Metálica, antigo molhe de desembarque de Fortaleza.
A foto atual, de Osmar Onofre, nos mostra como está totalmente abandonada a nossa antiga Ponte Metálica, a verdadeira, que por ter história, precisava sim, de uma boa reforma para visitação de turistas. Foi nesta ponte que aconteceram vários fatos históricos de nossa Fortaleza.  

PRAIA DE IRACEMA - PONTE METÁLICA (A VERDADEIRA)


"Já há algum tempo tem havido por parte da imprensa de Fortaleza um engano lamentável, a troca de identidade de alguns logradouros de nossa cidade, como chamar as "feiras de cacareco" de "feira de flores", o Parque da Liberdade de "Parque da criança", a Praça General Tibúrcio de "Praça dos Leões" e a Ponte Metálica que é esta que está nas duas fotografias, retiraram sua identidade. Passaram a chamar a ponte dos ingleses de ponte metálica.

Em 18 de dezembro de 1902 foram iniciadas as obras desta ponte para servir de viaduto (ou molhe) de desembarque. A princípio era de ferro a armação e de madeira o lastro. Depois o piso também passou a ser de aço e por ser toda em estrutura metálica, recebeu o nome de "Ponte Metálica", nada mais justo. O que é que tem de metálico na ponte dos ingleses?
Nesta ponte é que embarcavam e desembarcavam passageiros e cargas. Ali tanto as pessoas como as cargas eram transportadas em barcos e alvarengas (saveiros) até os navios que ficavam ao largo, como pode ser visto na foto antiga. Sobre a ponte existiam trilhos para possibilitar o transporte de materiais pesados até o guindaste da ponte através de trem ou "troley".

Em 1921 o atual DNOCS, na época Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas - IFOCS reconstruiu a ponte metálica, cobrindo-a de concreto, como ainda hoje está. A ponte já teve o nome de Viaduto Moreira da Rocha e foi chamada de "molhe de desembarque" ou ainda de "porto de Fortaleza".
Com a construção do porto do Mucuripe, a ponte foi desativada e ficou ao abandono até hoje. Nela se instalaram pessoas que fizeram casas para morar. Lá ficam os que pescam por esporte, com anzol, ou os mais ousados que dela pulam nas águas com o perigo de encontrarem pedras submersas.
Pelas duas fotografias antigas podemos observar que o mar era bem mais distante que hoje. Em ambas as fotos a maré está baixa.


Texto do jornalista e historiador Nirez.

Crédito: Portal da história do Ceará (Gildácio Sá)/Arquivo Nirez


domingo, 4 de julho de 2010

João de Andrade Pessoa - O Pessoa Anta




Muitos de nós já passou ou pelo menos já ouviu falar da avenida Pessoa Anta, mas muitos não fazem ideia de quem foi João de Andrade Pessoa Anta. Foi pensando nisso que resolvi fazer esse post. Todos nós deveríamos ter conhecimento da importância desse grande cearense.




João de Andrade Pessoa, nasceu em Granja, no dia 23 de dezembro de 1787. Foi comerciante e pecuarista, coronel de milícias e revolucionário da Confederação do Equador. Foi fuzilado em Fortaleza no local chamado de "Campo da Pólvora" (antiga Praça dos Mártires) junto com Padre Mororó, local que hoje é chamado de Passeio público.



Foto de 1915

João de Andrade Pessoa Anta nasceu na Vila, hoje cidade de Granja, em 23 de dezembro de 1787. Seus pais eram Thomaz Antônio Pessoa de Andrade, português insular, e D. Francisca Maria de Jesus.

Era, por demais conhecida, a propriedade do velho comerciante, mas, por uma circunstância imperiosa desviara uma certa quantia, o equivalente a uma partida de gado. Certo de que poderia saldar o débito antes da chegada, do Corregedor Geral, a quem teria de prestar contas dos haveres pertencentes à sua tutelada (O Capitão-mór Thomaz Antônio Pessoa, português natural de Ribaçal, era tutor da menor Raimunda Ferreira Veras, dona de regular fortuna, constituída de prédios, na vila de Granja e de fazendas de gado, no município.), fez, com esse dinheiro, certos pagamentos de sua casa de negócio.
Aconteceu, porém, que não lhe foi possível equilibrar as finanças como esperava, e correndo o risco de ser descoberto o flagrante atestado de sua falta, o que certamente abalaria a sua reconhecida honorabilidade, procurou uma medida salvadora. Fez o casamento da menina com seu filho Júlio de Andrade Pessoa.
A moça era filha natural de um rico português com uma escrava. Aquele, ao morrer, procurou o patrício para tutor da filha que muito estimava e a quem havia legado sua fortuna. Entre passar pela suprema vergonha de ser apontado como desonesto e casar o filho com uma mestiça, preferiu este recurso muito embora fossem abalados os arraigados preconceitos de família.
João de Andrade Pessoa Anta entrou na posse de regular fortuna, tornando-se dentro em pouco, o homem mais influente do lugar, quer no comércio, quer na política, cujo prestígio transpôs as fronteiras do Estado.
Quando o comandante lusitano Fidié (João José da Cunha Fidié, fiel comandante das tropas portuguesas sediadas na capital do Piauí), que não aderira á independência da nação, partiu de Oeiras (então capital do Piauí) para dominar Parnaíba e o Ceará, Pessoa Anta, que já a este tempo era capitão-mor, organizou uma expedição e foi ao encontro do aventureiro invasor. Ajudado nessa arrojada empresa por ricos fazendeiros desta e daquela província, infligiu completa derrota a Fidié. Esse feito lhe valeu os mais rasgados elogios por parte de D. Pedro I, como também a nomeação ao posto de Coronel de Milícias e a Comenda do Oficialato da Ordem do Cruzeiro.
Dois anos depois, Andrade aderia ao malogrado movimento republicano conhecido por Confederação do Equador.
Em 26 de Agosto de 1824 foi proclamada a República do Equador e aclamado, no Ceará, presidente o Tenente-Coronel Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, servindo de secretário o Pe. Gonçalo Inácio de Albuquerque e Melo Mororó.
João de Andrade Pessoa Anta quando recebeu essa notícia manifestou-se inteiramente solidário com o movimento de libertação nacional e dispondo, na câmara, da maioria dos vereadores, convocou imediatamente uma reunião. Foi lavrada uma ata e assinada pelas seguintes pessoas: Manuel Joaquim da Paz, advogado; Pe. José da Costa Barros, vigário da freguesia e irmão de Costa Barros – o presidente deposto pelos republicanos; Francisco de Paula Pessoa; Frei Alexandre da Purificação; Francisco Rodrigues Chaves, João Porfírio da Mota; Plácido Fontenele, Inácio José Rodrigues Pessoa; Elias Ferreira de Abreu, José Raimundo Pessoa, Inácio de Barcelos, Joaquim de Andrade Pessoa, José Eusébio de Carvalho, Joaquim da Costa Sampaio, Juiz Ordinário; Antônio Inácio de Almeida Bravo, português; Antônio Zeferino Caju de Granja e Francisco de Paula Ferreira Chaves, tabelião público.
Em um verdadeiro entusiasmo os republicanos percorreram as ruas da vila aclamado os novos líderes. Dirigiram-se ao local do pelourinho, fazendo-o em pedaços. O sargento-mor, sabendo que entre os manifestantes se encontrava o seu filho Joaquim da Costa Sampaio, desistiu da denúncia que pretendia fazer, caso o pelourinho fosse restaurado. Houve acordo entre os insurretos e no dia seguinte mandaram reconstruir o aparelho de suplício.


Foto de 1913

Francisco de Paula Pessoa, futuro senador do Império, vindo à Sobral, soube que havia malogrado o movimento republicano, cuja notícia se apressou em transmitir ao irmão, em Granja, Coronel João de Andrade Pessoa Anta. (Anta, foi o nome de guerra que recebeu quando aderiu ao movimento). Então, a debandada foi geral, diante do fracasso irremediável. O próprio Pessoa Anta, em 24 de Outubro, teve a infelicidade de aceitar uma retratação e jurar fidelidade ao Imperador. Os seus adversários políticos, porém, trabalharam à socapa, e, viam-se frustradas as esperanças de salvação do patriota.
Em Janeiro de 1825, Conrado Jacob Niemeyer enviou uma tropa de linha para Granja a fim de capturar Pessoa Anta, cuja casa uma noite foi cercada, tendo ele conseguido escapar. Marcos Antônio Brício, português, adversário ferrenho, soube tirar partido do angustioso transe por que passava a família de Andrade Pessôa. Não podendo prender o chefe, que se interrara no sertão, encarcerou os irmãos e parentes. Deste, José Raimundo Pessoa, Antônio de Andrade Pessoa, Joaquim de Andrade Pessoa, Inácio José Rodrigues Pessoa, o Capitão Manuel Inácio Pessoa, o Tenente Coronel Joaquim Inácio Pessoa, o Capitão Manoel Inácio de Almeida Fortuna, Domingos Anselmo de Sousa Castro, Antônio Brício dos Santos, o Tenente Coronel João Pereira, Jacinto e Manuel Antonio de Almeida. A vila viveu dias inquietantes. Desordens, violências, espancamentos, tudo isso. Marcos Antônio Brício praticou para exercer cruéis vinganças políticas.
Frei Alexandre da Purificação conseguiu fugir para Belém. Foi preso na capital paraense e recambiado para Fortaleza, onde foi julgado e condenado à pena última.
Paula Pessoa abjurou a república e prestou juramento de fidelidade ao Imperador e transferiu-se para Sobral, onde se estabeleceu e se casou. Pessoa Anta se refugiou em uma fazenda em Ubatuba e em 15 de Janeiro dirigiu uma súplica ao governador das armas da província, alegando que no tempo do governo de Tristão foi obrigado a cumprir algumas ordens e mandados e que deixava de mandar os documentos por ter queimados todos para deles não haver mais lembranças. Não obteve resultado.
Tendo revelado o seu esconderijo, resolveu mudar-se para a fazenda Jaguarapí, perto de Parazinho, e daí para Angica(*) de onde, em 4 de Fevereiro, dirigiu nova súplica, esta ao Governador do Rio Grande do Norte, o seu conterrâneo, Manuel do Nascimento de Castro e Silva. Alegava que tinha sido coagido a obedecer ao governo de Tristão. Terminou dizendo o seguinte: "Esta ocasião, Excelentíssimo Senhor, de me aproveitar de tantos oferecimentos que V. Excelência me tem feito e guardei-os para agora, na certeza de ser valido".
Não encontrando portador seguro, decidiu ele mesmo trazer a carta para esta capital, e aqui chegando procurou ocultar-se no sítio Urubu, de propriedade de seu amigo de confiança, o Pe. Antônio de Castro e Silva. Aí, formulou, talvez por inspiração do padre, uma petição à Imperatriz. Não se esqueceu de argumentar em sua defesa, que Tristão infelicitou a província inteira do Ceará, quando fui por ele obrigado a fazer alguns escritos à província do Piauí. Quanto lhe custou defender a vida! Não respeitou si quer a memória do grande herói que tombou bravamente em luta pelo ideal. Esta petição tem a data de 12 de fevereiro.
A 25 de março, o presidente da província mandou cumprir o aviso para a captura de todos os rebeldes condenados pela célebre Comissão Militar. Quando Pessoa Anta teve notícia da sentença, tratou de regressar à sua terra. Ocultou-se numa fazenda próxima de Granja. De seu esconderijo observou a passagem de um de seus escravos, de nome Francisco Cobra, a quem rogou que fosse imediatamente á procura de comida, pois estava faminto. O escravo, muito ao contrário, foi bater à porta do perseguidor de seu amo e revelou o local onde ele se encontrava. O lugar ficou conhecido por Riacho da Traição.
O infeliz granjense foi conduzido sob o peso das algemas para Sobral e daí para Fortaleza, sendo recolhido à prisão. Não havia defendido. A Comissão seguiu às pressas. Desejava logo que se levasse a efeito a execução, pois havia probabilidade de perdão da parte do Imperador. O perdão veio e, dizem, chegou em tempo, mas ficou oculto em palácio. A 28 de abril lhe foi dada a conhecer a sentença de morte e marcada para ás 9 horas da manhã do dia 30, a execução, de Pessoa Anta e do Padre Mororó. Perdidas todas as esperanças, mandou vir, neste mesmo dia um advogado, Manoel Antonio da Rocha Lima e ditou seu testamento(**).
Os parentes não apareceram, nem mesmo apresentaram um lenitivo ao condenado. Ninguém queria se comprometer, com medo da severidade da Comissão Militar. Só uma pessoa dele se compadecia: era a esposa do advogado Manuel Antonio. Amiga íntima da mulher de Conrado Jacob. Dizem que acertou a entrega de grossa quantia em ouro e prata, correspondente ao peso do condenado, para a interposição de um embargo de sentença. O prazo era exíguo para que viesse, a passo de animal, de Granja, a preciosa carga. Contudo, a tentativa foi feita. A pobre vítima recorreu ao irmão rico e bem instalado, em Sobral. Houve pouco interesse. O portador alegou cansaço das alimárias. Paula Pessoa não escapou à maledicência. Falaram mal a seu respeito. Chamaram-lhe de negligente e desleal. Deve ter sido desarrazoada esta campanha, pois que, o eminente político sobralense era de uma probidade exemplar. Era possível que ele não quisesse se comprometer.


Foto de 1910

Fortaleza, 30 de abril de 1825 - Pessoa Anta é fuzilado. Ele deixou quatro filhos, 1 – Francisca Pessoa de Sampaio, que se casou com Alexandre Sampaio e constituiu família em Angico; 2 – Maria de Andrade Pessoa, que foi casada com Antonio Bernardino Chaves, deixando grande descendência na cidade de Camocim; 3 – Ana de Andrade Pessoa, casada com Domingos Portela, residiu na Ibiapaba deixando enorme família; 4 – Tomaz Rodolfo de Andrade Pessoa, que residiu em Riacho, onde hoje vive um neto de igual nome.
Deixou também alguns filhos naturais. Em Granja existem alguns membros da família Elesbão, descendentes do menino Elesbão, recomendado em seu testamento. Mencionou igualmente outros rebentos, que foram contemplados em partes iguais. Pessoa Anta possuía diversas fazendas no município, e, ao que parece, em cada uma delas trabalhava patrioticamente pelo engrandecimento da população.
O testamento que é longo e minucioso revela não só a lisura, a correção, a honestidade, como também o alto espírito de compreensão e conduta para com os membros de sua família e amigos.
Pessoa Anta foi aos mínimos detalhes, não se esquecendo, nem mesmo, de ordenar aos seus testamenteiros que "Vendam meus escravos José e Francisco Cobra, para que os meus herdeiros não os possuam porque foram os infames acusadores que me entregarão a prisão e não sejam traidores aos meus ternos e cordiais filhos".
Foi objeto de censura e estranheza a covardia que ele revelou no curso de sua defesa, não se pejando em atacar esse grande herói que foi Tristão Gonçalves, morto no campo da luta, em defesa do seu ideal. Pessoa Anta, ao contrário, desmereceu inteiramente do conceito que gostava, pois era proverbial a sua coragem, o seu destemor. Diante do perigo não teve força para enfrentar galhardamente a morte, como tantos outros que nunca fraquejaram e marcharam impávidos ao encontro da morte!
Rezam as crônicas, que ao receber a primeira carga, ainda teve força para se erguer, tendo nesse momento, um soldado feito novo disparo, o tiro de misericórdia. O herói estava morto ao lado do seu bravo companheiro Mororó.


Foto de 1907

Sobre Pessoa Anta escreveu o Barão de Studart:

" A seus esforços e poderoso concurso mallogrou-se a tentativa de Fidié para apoderar-se da villa de Parnahyba, que se declarara pela Independencia. Esses e outros importantes serviços á causa publica valeram a João de Andrade a nomeação de Coronel de milicias e o Officialato do Cruzeiro.

(...)Opposicionista a Pedro José da Costa Barros e adheso ás idéas da Republica do Equador, (...) foi por denuncia e traição dos seus escravos José e Francisco entregue a Conrado de Niemeyer, e, depois de condemnado pela celere Commissão Militar, foi espingardeado ao lado do P.e Gonçalo Mororó a 30 de Abril de 1825."



A essa execução se referem dois interessantes documentos publicados às pags. 37 e 38 do livro a história do Ceará, vol. 2.º

Nestes termos é concebida a despedida de Pessoa Anta à sua familia e aos amigos.




"Manos, patricios e amigos, envio a todos perpetua saudade muito especialmente a meus filhos, masculinos e femininos.

Oratorio, 28 de Abril de 1825.

Hoje, pelas 3 horas da tarde foi-me intimada minha sentença de morte! Prasa a Deus que fosse por Deus assim destinado, como meu verdadeiro Author.

Peço a todos que não se magôem por minha morte por não ser ella motivada por crime que mereça execração publica e sim por opinião que segui; e se tiverem noticia que em o cadafalso mostrei alguma fraquesa, não deve ser reparada, porque o homem não pode resistir aos effeitos da natureza.

Peço a todos incessantemente que roguem a Deus por minha alma nas suas orações diarias, porque meus rogos talvez não sejam capazes de obter.

O Supremo Dictador da natureza vos dê melhor sorte, que eu saudoso vos deixo. Não sou mais extenso porque já me vae faltando o tempo para os negocios d'alma.

Sou o mais amante dos patricios, e á minha nação amarei ainda na sepultura.

Adeus meus charos filhos até o dia tremendo - João de Andrade Pessoa Anta ".



Saiba Mais- João de Andrade Pessoa, adotou o Nome de guerra ANTA quando participou do conflito pela expulsão dos portugueses logo após a Proclamação da Independência.


(*)Angica - Era uma fazenda à margem de uma lagoa, em cujo local foi edificada, em 1881, uma estação da Estrada de Ferro de Sobral. Em 1911, o então vigário da freguezia, Pe. Vicente Martins, lançou a pedra fundamental da capela, num local distante 1 quilômetro da citada estação, onde existia apenas duas casinholas. Em 1916 a Igreja foi inaugurada e o lugarejo tomou o nome de Martinópolis. Hoje a vila conta com grande número de casas bem construídas e paróquia. Tem escolas e um instituto de ensino primário particular. Espera ser em breve, a sede de um novo município.

(**)Os atos de inventário de Pessoa Anta, feito em Granja pelo tabelião Manuel Gregório da Paz Fortuna, pai do Cel. Inácio de Almeida Fortuna, chefe político daquela cidade do norte do Estado e que veio a morrer em Janeiro de 1939, com 97 anos de idade, contêm o testamento, que foi publicado numa modesta brochura editada em 1928, "Almanack do' Município de Granja".


Fonte: Episódios da vida de Pessôa Anta
Por Batista Fontenele (em 1948, no Almanaque do Ceará) e pesquisas na internet

sábado, 3 de julho de 2010

Bar Avião - Parangaba


Esta foto é da Avenida João Pessoa, vendo-se o Bar Avião, na entrada da Rua 15 de Novembro. 
Arquivo Nirez 

No dia 23 de outubro de 1949, foi inaugurado, em Parangaba, o Bar Avião*, na avenida João Pessoa, na entrada da rua 15 de Novembro, construído por Antônio de Paula Lemos, seu primeiro proprietário, que faleceu em 1958, ficando seu filho José Odacir Natalense Lemos à frente do bar.
Atualmente está alugado a Emanuel Sá Linhares.


Foto de Paulo Targino Moreira

O bar está localizado nas proximidades do acesso ao antigo campo de pouso do Pici e o acesso a Base Aérea de Fortaleza. Atualmente no local funciona uma borracharia.
O acesso à pista do Cocorote pela avenida João Pessoa era feito pelo Bar Avião.

Foto de Paulo Targino Moreira

A casa redonda fica debaixo da sombra da árvore. O bar atraía gente da Parangaba toda e vizinhanças. Virou ponto de encontro e referência no bairro. Há cinco anos, depois que José Odacir Lemos, 70, filho de Antônio, teve um AVC, o Avião fechou. Hoje só uma borracharia funciona na parte da frente. O imóvel foi tombado em 2005.


Foto Gracinha Bezerra

Bar Avião ou Bávião

O nome teve como motivo a paixão do antigo dono pela aviação, e também por estar perto da antiga Base Aérea. O dono do terreno onde hoje funciona uma fétida borracharia, mora numa casa nos fundos do antigo bar. Ali frequentaram grandes nomes da imprensa do Ceará, principalmente os que sempre gostaram de avião. Ainda hoje o tráfego aéreo passa bem ao lado do Bar do Avião que está praticamente sob o viaduto do Metrofor. Seria um patrimônio do povo de Fortaleza se soubéssemos o que é história e o valor de lugares que marcaram a vida de bairros e cidades. Suas coordenadas para internautas e aeroviários são 3°46'2"S 38°33'35"W. Está a quatro quilômetros do centro de Fortaleza. Fica na fronteira do Montese com a Itaoca. Uma rua separa os dois bairros e põe o Bar do Avião no Montese.


Pompeu Macário

Foto Thiago Gaspar

O exotismo de sua construção era referência da Parangaba antiga.
O Bar Avião padeceu do desleixo ao longo do tempo. A antiga construção de cimento de um avião bimotor se encontra degradada, há tempos sem reparos.




O bar é um ícone local

No Bar do Avião, o telhado de amianto está comprometido. O próprio avião sobre o bar está precisando de manutenção e a pintura do local, que é de publicidade, está bastante desgastada.
O Bar Avião, fechado há cinco anos, não está no caminho do metrô, como a Estação de Parangaba, por isso, não sofrerá influência direta nas escavações. Nesse caso, o pedido da Prefeitura é para que haja cuidado na execução da obra, preservando a integridade do imóvel, bastante deteriorado. "Quanto a isso não há problema algum, apesar do abandono, nosso laudo confirma que a estrutura está firme e as obras não são tão próximas", diz o presidente do Metrofor, Rômulo Fortes.


Tombamento Municipal: 2005

Localização: Rua 15 de novembro, n° 9, Parangaba

O Bar Avião precisa de reformas estruturais.



Tombado e Preservado (Editado em 2014)



O bar, já tombado pela Prefeitura como patrimônio material da Capital, recebeu autorização do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) e passou por processo de restauração. 

O bar agora conta com um mirante e uma pracinha, onde antes era só mato. 
Todo o entorno foi revitalizado. 
As obras foram executadas pelo Metrô de Fortaleza (Metrofor).

* De acordo com o radialista e pesquisador, Assis Lima, o imóvel (não o estabelecimento) é anterior a 1945, sendo provavelmente de 1941. A casa foi construída na mesma época do Cais que ficava vizinho ao Guindaste Titan
Antes da abertura do bar, funcionava no local um posto de abastecimento de carros. O posto era estratégico, pois ali iniciava a Porangaba (Parangaba), ficando próximo a Estrada de Genibaú (Carneiro de Mendonça) e a estrada da Serrinha. Ainda antes do bar, havia uma pequena loja de conveniência, provavelmente de onde surgiu a ideia para o futuro bar Avião. 
De acordo com os mais antigos, que tiveram o prazer de frequentar o lugar em seus tempos áureos, no andar superior ficavam as cadeiras e mesas para os clientes. 


Crédito: Pesquisas diversas na internet, Blog do Macario, Assis Lima e Arquivo Nirez

NOTÍCIAS DA FORTALEZA ANTIGA: